Sexta passada (23), realizou-se com sucesso e em paz a 3ª Conferência Municipal de Cultura em Pelotas.
As anteriores conferências (2005 e 2007) foram convocadas pelo prefeito mas esta teve o patrocínio da Câmara de Vereadores, que cedeu seu plenário para as reuniões (veja as conclusões da 2ª). Houve cerca de cem inscritos e foram eleitos nove delegados para a Conferência Estadual.
As palestras do dia 23 foram feitas pelo professor da UFPel Fábio Cerqueira, pelo presidente do Conselho de Cultura Henrique Pires e pelo artista e professor Igor Simões (dir.).
A tarde transcorreu tranquila, foram feitas as votações pelas prioridades de políticas culturais (veja os resultados), e o plenário foi-se esvaziando até ficar com uma dúzia de pessoas. Às 19h e às 20h começavam diversas atividades artísticas na cidade.
Os vereadores presentes na Conferência foram Eduardo Leite (24 anos, em 2º mandato), representante da Câmara no Concult, e Eduardo Macluf (38 anos, em 1º mandato), suplente. Ivan Duarte (47 anos, 5º mandato) estava inscrito, mas não o vi na reunião. O Secretário Municipal de Cultura Mogar Xavier inscreveu-se como participante e esteve presente no início, retirando-se no fim da segunda palestra.
Hoje (26) o Diário Popular impresso dedica duas páginas completas ao evento (leia uma síntese), mencionando que o secretário estava presente e foi vaiado várias vezes; realmente, só ouvi uma pessoa vaiar ante a menção de seu nome, estando ele ausente.
Houve tolerância mútua, sob a aceitação tácita de que se trata de posturas políticas contrapostas. É a cultura que sai perdendo com essas divergências entre pelotenses. Com maior harmonia e convocação popular, a próxima conferência deveria lotar um teatro como o Guarani, e permanecer cheia até o fim.
Henrique Pires novamente sugeriu à Câmara que como casa do povo tomasse alguma iniciativa cultural, por pequena que fosse, sem esperar que o Executivo faça tudo. Hoje a instituição não tem ações de apoio à arte além das declarações de boa vontade - seguindo seu regulamento, que não inclui um departamento cultural. Seu antigo acervo de obras artísticas se encontra em algum porão municipal, deteriorando-se como boa parte do patrimônio da cidade.
Foto de F. A. Vidal
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