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sábado, 31 de outubro de 2009

Significado de uma curadoria

Pellegrin movimenta uma das obras (e a megaexposição)
O professor e artista José Luiz de Pellegrin concebeu e coordenou a ocupação artística do velho prédio da Cotada, comprado pela UFPel este ano. A exposição "Arte no Porto III" terminou hoje (31) mas seguirá sendo falada e documentada, por seu valor histórico e artístico.

Funcionando também como relações públicas e como guia da exposição, ontem (30) ele me explicou que o termo "curadoria" se aplica à supervisão 100% exercida pelo organizador. Diz ele que, neste caso, a intervenção da antiga fábrica não foi feita somente com obras criadas para esta ação (algumas foram trazidas já feitas em outros contextos).

No entanto, desde fora percebe-se que todo o cuidado (significado essencial de uma curadoria) foi tido por ele para que as criações dialogassem: com o público, com o espaço e os detalhes físicos dos seis andares e com a concepção de uma velha fábrica agora em renovação, onde serão "fabricados" profissionais universitários (a reitoria planeja instalar aqui as engenharias e as licenciaturas noturnas). Seu foi o projeto, sua é a execução. Mesmo que as obras não sejam suas, o curador lhes dá vida e ação dentro do projeto.

Como a exercer simbolicamente essa curadoria, o catarinense Pellegrin mostra como funciona o carrinho concebido por Chico Machado, gaúcho de Santo Ângelo e professor na UFPel há um ano. Na arte contemporânea, um objeto criado pode não ter um significado preciso nem "utilidade", mas pode chamar a atenção para fatores inconscientes, ocultos na arte tradicional, como a interação, a sonoridade, o movimento corporal, a física cinética e a exposição social.

E no mundo atual as cidades são criadas (e curadas) por quem as ama, e não simplesmente por seus filhos mais antigos e ilustres.
Foto de F. A. Vidal

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