A vereadora e psicóloga Miriam Marroni deu apoio à iniciativa, na forma de um movimento parecido ao das mães de desaparecidos argentinos, que protestavam periodicamente perante a casa de governo para obter ajuda oficial na recuperação dos familiares.
Algumas mães de jovens viciados têm tomado a medida provisória de prender seus próprios filhos para impedirem que eles sigam na droga. O símbolo da corrente foi tomado por estas mães, que desfilam acorrentadas pelas ruas, desde a Câmara de Vereadores até a Prefeitura. Em abril passado, o grupo adotou uma camiseta e abriu o blogue Mães Contra o Crack.
Inquestionável é a gravidade do problema e admirável é a coragem de quem decide enfrentá-lo. Até os pesquisadores e os terapeutas vivem o medo de trabalhar contra a força de traficantes e bandidos sem escrúpulos. A sociedade hoje não consegue sequer salvar da morte os dependentes; muito menos poderá anular o poder criminoso dos produtores e comerciantes de drogas pesadas.
No entanto, é preciso mencionar que o enorme efeito emocional de campanhas como esta não lhes dá maior efetividade. Pedir tratamentos eficientes para famílias sem recursos é somente a motivação inicial, mas outros elementos devem ser considerados:
- que uma campanha educativa deve afirmar uma meta positiva, e não limitar-se a declarações e lamentos "contra" os males,
- que o problema é muito complexo e não pode ser enfrentado somente por médicos, ou somente por políticos, ou somente pela polícia, mas por uma sociedade organizada,
- que o amor das mães é forte e necessário, mas se faz impotente em ausência do apoio comunitário e da autoestima do enfermo dependente,
- que a existência de opções de trabalho e lazer (educação, arte, esporte, jogos) ajudam a ocupar o tempo livre e a manejar a angústia de muitos jovens que, de outra forma, se aproximariam do delito, da droga e das desviações sociais,
- que a ausência de figuras masculinas próximas e firmes é um dos fatores de risco mais frequentes entre drogaditos, que são em maioria do sexo masculino.
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