Durante o mês de maio esteve exposta, na Sociedade Sigmund Freud, a série "Isla Negra", obras de artistas locais que haviam participado de uma exposição no Chile. A mostra marcou a chegada do médico Eduardo Devens à função de coordenador cultural, que na Sociedade organiza as exposições e uma palestra por mês.
No Museu Pablo Neruda de Isla Negra - balneário na região de Valparaíso - apresentou-se em novembro de 2009 a 14ª edição do Circuito Internacional de Arte Brasileira, uma iniciativa do Colege Arte, entidade de Belo Horizonte que promove a arte brasileira. A curadora para nosso Estado é Norma Alves, artista plástica que também se fez presente como autora e na viagem ao Chile com o grupo de artistas.
Isla Negra é uma pequena localidade às margens do Oceano Pacífico. Não é uma ilha, mas Pablo Neruda (1904-1973) assim batizou o lugar ao ver a paisagem solitária, cheia de recifes escuros. O nome sentimental se fez popular, e foi oficializado anos depois de o poeta haver ali construído uma nova casa, a última de suas habitações no Chile.
Outro dado pouco conhecido é sobre o nome pelo qual se fez famoso mundialmente o professor de francês Ricardo Reyes Basoalto, nome de batismo do poeta. Há duas hipóteses (segundo a Wikipedia em espanhol): ainda adolescente, ele teria tomado o sobrenome do poeta tcheco Jan Neruda e acrescentou-lhe o prenome de sua preferência; ou teria visto uma partitura do compositor Pablo de Sarasate com dedicatória à violinista Wilme Norman-Neruda. Seja como for, o resultado foi tão sonoro como os versos que o mesmo poeta geraria. Neste caso, o pseudônimo poético também virou realidade (como a Isla Negra), pois foi legalizado como o nome do poeta em 1946 .
Das 17 obras que ficaram expostas, nove são os autores: Maria Medeiros, Zé Darci (acima), Geovani Aldrighi, Liziane Fonseca (esq.), Edilaine Dutra, Rute Grillo, Norma Alves, Eduardo Devens e Maria Cristina Leonardo. Não se observou uma temática comum, nem sequer pelo lugar aonde elas se destinavam, exceto talvez por dois quadros: um que se referia a Pablo Neruda, de Aldrighi, e "Araucárias" de Cristina Leonardo, que alude às árvores mais comuns no Chile.
Das 17 obras que ficaram expostas, nove são os autores: Maria Medeiros, Zé Darci (acima), Geovani Aldrighi, Liziane Fonseca (esq.), Edilaine Dutra, Rute Grillo, Norma Alves, Eduardo Devens e Maria Cristina Leonardo. Não se observou uma temática comum, nem sequer pelo lugar aonde elas se destinavam, exceto talvez por dois quadros: um que se referia a Pablo Neruda, de Aldrighi, e "Araucárias" de Cristina Leonardo, que alude às árvores mais comuns no Chile.
Outros trabalhos à primeira vista não muito chamativos eram as fotografias de Norma Alves e de Eduardo Devens. Um olhar mais cuidadoso, com explicações adequadas, revelaria que não se tratava de imagens totalmente abstratas, mas de olhares minuciosos e inesperados sobre objetos cotidianos, registros somente possíveis para uma máquina de qualidade e uma visão humana atenta e bem-humorada.
Em "Cores Primárias II" (dir.), Norma Alves mostra o fundo de uma taça de champanhe, com leves intervenções digitais. Se o copo já é objeto funcional, a fotógrafa mostrou o lado artístico do mesmo, escondido aos olhos de quem deseja beber algo espirituoso e o vê somente pelo lado de cima.
Em "Ordem e Progresso" (esq.), Devens amplia uma simples bolinha de gude, desfazendo nossa ideia de pequenez, sem a menor alteração digital no resultado. A sutil alusão à infância nos remete à percepção de vivências pessoais talvez minúsculas, mas que na mente podem ter proporções gigantescas, alterando a ordem e o progresso psicológico.
Imagens: E. Devens (1) e F. A. Vidal (2-5)
Imagens: E. Devens (1) e F. A. Vidal (2-5)
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