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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pedestres em risco por falta de consciência urbana

Há cerca de cinco meses esta cena se repete na Rua Princesa Isabel, mesmo sendo perigosa para os pedestres e perfeitamente evitável. Em abril de 2010, este edifício iniciou limpeza e pintura na fachada, e deliberadamente impediu o trânsito de pessoas, tapando e usando toda a calçada e uma parte do calçamento da rua. É de se notar que este lado (norte) da rua é preferido pelos pedestres, pois a maioria vem arrodeando a Praça Osório (não do meio dela).
Ontem (19) às 18h30min, um carro e uma moto, talvez de encarregados, ainda ocupavam o espaço que sobrava aos pedestres (dir.). No tapume de madeira, já com raízes no chão, foram colados anúncios de um show, aumentando o absurdo da situação (trata-se da apresentação da argentina Soledad Pastorutti, em Porto Alegre, dia 28 próximo).
Por outro lado, vê-se que os operários não contam com muita segurança, em caso de possíveis caídas dos andaimes. Os tapumes querem proteger os passantes, mas deixam os trabalhadores expostos.
O mesmo fenômeno ocorreu por alguns anos perto dali, quando um hotel de luxo ocupou a calçada para suas obras, sem dispor proteção para os pedestres (veja nota). Como parece ser um costume urbano moderno, o erro humano não foi reconhecido, e agora se repete.
Em caso de uma ocupação que impeça o trânsito (mesmo tendo em vista melhoramentos urbanos), deveria dar-se ao pedestre uma opção ou, pelo menos, não expô-lo a um perigo maior. No entanto, em maio o edifício do lado sul fez uma reparação nos ladrilhos da calçada e também fechou a passagem (esq.). Durante uns dias, não houve passagem liberada.
Nos meses seguintes, mesmo havendo uma calçada livre, defronte às obras, teimosos pelotenses seguiam caminhando pelo meio da rua e arriscando a vida, e os empreendedores insistiam em usar o espaço público como se fosse somente seu, sem maior pressa de terminar os trabalhos. O tapume de madeira fincou bases no calçamento de pedras, para que a calçada ficasse firmemente impedida (dir.).
De vez em quando, ainda um encarregado estacionava seu carro ali mesmo, ao lado do tapume, fechando também a passagem pela rua, como ocorreu ontem e, pelo menos, num dia de maio (foto abaixo).
Mas a teimosia do pedestre não tem limites: como realmente precisavam passar por ali, as pessoas passaram a caminhar no espaço dos carros, numa harmônica convivência. Ainda não houve atroplamentos.
Certos dias, foram colocados cavaletes amarelos que pelo menos separavam carros e humanos. Mas esse cuidado atrapalhava o "dono" absoluto do lugar, que talvez precisava supervisionar a obra (esq.).
Próximos de setembro, veremos o fim da pintura e a rua será devolvida. Mas veremos um dia signos de respeito nos empreiteiros, de consciência nos cidadãos ou de fiscalização nas autoridades?
Fotos de F. A. Vidal

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