Há cerca de cinco meses esta cena se repete na Rua Princesa Isabel, mesmo sendo perigosa para os pedestres e perfeitamente evitável. Em abril de 2010, este edifício iniciou limpeza e pintura na fachada, e deliberadamente impediu o trânsito de pessoas, tapando e usando toda a calçada e uma parte do calçamento da rua. É de se notar que este lado (norte) da rua é preferido pelos pedestres, pois a maioria vem arrodeando a Praça Osório (não do meio dela).
Ontem (19) às 18h30min, um carro e uma moto, talvez de encarregados, ainda ocupavam o espaço que sobrava aos pedestres (dir.). No tapume de madeira, já com raízes no chão, foram colados anúncios de um show, aumentando o absurdo da situação (trata-se da apresentação da argentina Soledad Pastorutti, em Porto Alegre, dia 28 próximo).
Por outro lado, vê-se que os operários não contam com muita segurança, em caso de possíveis caídas dos andaimes. Os tapumes querem proteger os passantes, mas deixam os trabalhadores expostos.
O mesmo fenômeno ocorreu por alguns anos perto dali, quando um hotel de luxo ocupou a calçada para suas obras, sem dispor proteção para os pedestres (veja nota). Como parece ser um costume urbano moderno, o erro humano não foi reconhecido, e agora se repete.
Em caso de uma ocupação que impeça o trânsito (mesmo tendo em vista melhoramentos urbanos), deveria dar-se ao pedestre uma opção ou, pelo menos, não expô-lo a um perigo maior. No entanto, em maio o edifício do lado sul fez uma reparação nos ladrilhos da calçada e também fechou a passagem (esq.). Durante uns dias, não houve passagem liberada.
Nos meses seguintes, mesmo havendo uma calçada livre, defronte às obras, teimosos pelotenses seguiam caminhando pelo meio da rua e arriscando a vida, e os empreendedores insistiam em usar o espaço público como se fosse somente seu, sem maior pressa de terminar os trabalhos. O tapume de madeira fincou bases no calçamento de pedras, para que a calçada ficasse firmemente impedida (dir.).
De vez em quando, ainda um encarregado estacionava seu carro ali mesmo, ao lado do tapume, fechando também a passagem pela rua, como ocorreu ontem e, pelo menos, num dia de maio (foto abaixo).
Mas a teimosia do pedestre não tem limites: como realmente precisavam passar por ali, as pessoas passaram a caminhar no espaço dos carros, numa harmônica convivência. Ainda não houve atroplamentos.
Certos dias, foram colocados cavaletes amarelos que pelo menos separavam carros e humanos. Mas esse cuidado atrapalhava o "dono" absoluto do lugar, que talvez precisava supervisionar a obra (esq.).
Próximos de setembro, veremos o fim da pintura e a rua será devolvida. Mas veremos um dia signos de respeito nos empreiteiros, de consciência nos cidadãos ou de fiscalização nas autoridades?
Fotos de F. A. Vidal
Fotos de F. A. Vidal
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