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domingo, 31 de julho de 2011

Vilmar Tavares, fotojornalista

O fotógrafo Vilmar da Silva Tavares morreu esta tarde fria de sábado (30), na UTI da Santa Casa. A notícia foi dada na internet, primeiramente pelo Amigos de Pelotas (leia a nota) e pelo Diário Popular (leia). Paradoxalmente, o Diário da Manhã, em que Vilmar trabalhava desde sua fundação em 1979, dará a notícia por último, na segunda-feira, pois a edição de domingo já havia saído e o jornal não tem sítio web.

Também no sábado, Manoel Magalhães escreveu no portal CultiveLer (novo sítio de notícias e crônicas): Morre o Poeta da Fotografia. O escritor recorda o humor negro do fotógrafo, e destaca o talento dele para transmitir conteúdos poéticos sem palavras. Aqui no blogue, vimos sua irônica Dama da Praça.

As imagens construídas por Vilmar mostravam ângulos essenciais do cotidiano de Pelotas, como as que ilustram esta nota: a neblina na Praça Vinte de Setembro (acima) e o vapor saindo do mais escuro líquido, na Rua Sete de Setembro (abaixo). Ele batizava suas fotos com pensamentos seus, como estes epigramas encontrados em sua página do Flickr:
  • A sombra é o reflexo da alma; assim como o espírito, você não toca; durante toda a vida é sua eterna companheira.

  • Na Colônia parece que as pessoas não se preocupam com os avanços tecnológicos... só pensam em viver.

  • A escada representa bem o nosso cotidiano: quem subiu tem que descer. Esta é a nossa situação, com o poder negativo do homem.

  • Lixeira feita em campanha politica... é como a mente do político: fica sem fundo, e o nosso voto vira lixo.

Na sua Galeria de Fotos pode-se apreciar a qualidade e a variedade de seus registros, seja em preto-e-branco ou em vivas cores, mostrando a vida das pessoas ou fragmentos de casarões, paisagens ou insetos, tanto pelo lado luminoso como pelo sombrio. Um olhar múltiplo para uma realidade múltipla.
Imagens: V. Tavares (Flickr)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Exposição de arte em miniatura

O artista colombiano Daniel Gómez Naranjo concebeu a exposição 5x5 ("cinco por cinco"), alusão ao tamanho único das obras participantes: liberdade para criar em 5 centímetros quadrados (ou cúbicos), com qualquer técnica e os materiais mais diversos.

A primeira fase do projeto foi organizada por ele na Universidad de Caldas (cidade de Manizales, província de Caldas, Colômbia), com artistas daquele país; a dimensão formal pretendia adaptar a coleção em diversos espaços e facilitar o transporte (veja nota no Diário Popular).

Num segundo momento, realizado em junho passado, 10 brasileiros expuseram trabalhos, criados no Brasil e enviados à Colômbia por correio. Organizadas pela artista Francis Silva, as obras foram expostas no evento Zona de Encuentro (leia nota), num total de 500 participantes.

A terceira parte ocorre em Pelotas até este sábado (30), na Escola Idiomas (Tiradentes 2582), com curadoria de Francis Silva. As obras brasileiras voltaram, e algumas das colombianas fizeram sua primeira turnê internacional. Sendo a exposição agora em nosso país, o título "Brasil 5 x 5 Colombia" brinca com a nossa linguagem futebolística.

As 29 pequenas criações contêm grandes jogos de significados, como a moeda que abre portas (acima à esq.) e os dados viciados na origem (dir)., que nunca caem nos extremos (números 1 ou 6). Os cigarros desenhados (abaixo) fazem uma volta pela má fama do tráfico de maconha, que "queima" a imagem de um país.

Daniel também construiu uma alusão musical, colocando as miniaturas (soltas, a maioria) em suportes de seis fios em linha, que sugerem as cordas de um violão sem fim.

Por sua parte, o espectador se vê obrigado a aproximar-se muito de cada obra, talvez à distância dos mesmos 5 cm estipulados pelo curador, como se tivesse um alto grau de miopia (cegueira às questões interculturais?). Essa aproximação física evidencia e, ao mesmo tempo, induz um maior interesse de parte do observador, e funciona como um gancho de sedução para envolver a pessoa curiosa.

Talvez o trabalho menos chamativo visualmente - e, no entanto, mais polêmico - seja a cápsula de cocaína (esq.) trazida pelo artista em seu próprio corpo, como fazem as "mulas" do tráfico: o mesmo objeto que é transportado em contrabando ilegal aqui está para simples observação e reflexão.

Os 29 autores estão identificados numa lista, mas seus nomes não aparecem ao lado das obras, o que requer a presença de mediadores para falar dos trabalhos e recolher impressões dos visitantes. Até porque o conceito da exposição e a maioria dos trabalhos mexe muito com pensamentos e emoções das pessoas. A mostra ficou entre nós somente 5 dias (outra sutil alusão numérica), e deixará sentir sua lembrança por muito tempo.
Fotos de F. A. Vidal

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Bela da Tarde no Zero 3

Neste sábado (30) excepcionalmente, o Cineclube Zero3 muda o horário de sua sessão para as 11h da manhã. O local será o mesmo (auditório do Centro de Artes, Alberto Rosa 62).

Encerrando o ciclo sobre a representação da mulher em obras do diretor espanhol Luís Buñuel, será visto e debatido o filme Belle de Jour (A Bela da Tarde). Catherine Deneuve representa Sévérine, dona-de-casa frígida que num impulso decide se prostituir às tardes, quando o marido sai para o trabalho.

Na cena abaixo (com legendas em inglês), a mulher casada visita o prostíbulo por segunda vez. Drama, erotismo, suspense e existencialismo na França dos anos 60.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Primeira individual de Ivo Gomes

O Corredor Arte do Hospital Escola recebe 28 obras do estreante Ivo Gomes, em óleo e tinta acrílica sobre tela. A maioria são motivos figurativos, que revelam um traço firme, preciso e detalhista.

Há três anos, como paciente de um centro de atendimento psico-social (CAPS), Ivo começou aulas de pintura na linha da arteterapia, e encontrou nessa atividade um remédio para as angústias e uma vocação para a vida.

Hoje ele tem a alegria adicional de poder compartilhar suas elaborações e orgulhar-se de ter descoberto uma saída para a expressão e compreensão dos sentimentos internos.

Com este testemunho, o Corredor Arte confirma sua missão de unir a saúde com a arte, como terapia e como espaço de participação para todos. A mostra pode ser visitada todos os dias, até 3 de agosto, na Rua Professor Araújo, 538.
Imagens: Completa Comunicação

Jornal da Várzea, de novo nas ruas

J. J. Soares, colunista do Jornal da Várzea, e 
Josiane, diretora, conversam no Café Aquários. 
O Jornal da Várzea voltou a sair às ruas, desta vez semanalmente. Desde 2003, os vizinhos se acostumaram a ler as reportagens sobre o arroio Pepino, questões raciais e religiosas, os problemas de segurança e de saneamento da zona – algumas delas noticiadas pelo Diário Popular, mas sem aquele bairrismo tão típico dos varzeanos.

O grande bairro antigamente conhecido como Várzea tem hoje a denominação oficial de São Gonçalo, incluindo as zonas da Balsa, Fátima, Ambrósio Perret, Navegantes, Cruzeiro, Humuarama e Marina Ilha Verde.

Os números do Jornal da Várzea era dispostos cada mês, gratuitamente, em locais de alto fluxo de público. Desde junho passado, porém, ele vem saindo semanalmente, cada sábado pela manhã. As edições não vão às bancas de jornais, e se esgotam no mesmo dia.

Sua diretora, Josiane Maciel, projeta o crescimento do JV: maior tiragem (atualmente de 5 mil exemplares por semana), introduzir páginas coloridas, e veicular o jornal na internet e em outras mídias (veja o documentário sobre a Várzea, 21 min). O blogue Jornal da Várzea já está transcrevendo matérias da versão impressa, o que é de muito interesse para quem perdeu algum número recente.

O número desta semana traz entrevistas com o vice-prefeito Fabrício Tavares (vídeo abaixo), sobre o outro lado do Bicentenário de Pelotas, e a história do comunicador, sambista e africanista J. J. Soares, na foto acima com Josiane (vídeo completo aqui, 44 min). A página dos editoriais inclui artigos meus sobre psicologia dos relacionamentos, além de outros colunistas. Eventualmente, algumas notas do JV poderão ser reproduzidas aqui no blogue.

Cláudia Braunstein em novo trio

Esta sexta-feira (29), no Pub Comercial, Cláudia Braunstein Daniel Ribeiro apresenta uma nova formação: sempre assumindo o teclado e a voz principal, agora ela é acompanhada por seu filho Eduardo Ribeiro, que estreou na percussão nos palcos da FENADOCE deste ano. O programa traz principalmente MPB e canções românticas de várias épocas, como: Canção do Agreste, Carinhoso, Da Cor do Pecado, Corcovado, Chega de Saudade, entre outras. Os convidados do título são o baterista Gilnei Amorin e o baixista Paulo Lima.

Ainda dentro do seu característico repertório, a artista rio-grandina radicada em Pelotas preparou um momento instrumental com melodias de tangos e boleros, onde ela tocará com o acordeonista José Castro.

Sempre inovando em torno aos temas do amor e da alegria, há vinte anos Cláudia leciona, produz shows e, mais recentemente, desenvolve uma carreira como vocalista. Já se apresentou em feiras de Pelotas e Rio Grande, teatros, restaurantes, e em bares e pubs como o do Hotel Manta (dir.).
Fotos de F. A. Vidal

terça-feira, 26 de julho de 2011

Impressões sobre velhas árvores

Em junho passado, esteve em exposição na Sala Antônio Caringi, da SECULT, a série de trabalhos "Impressões e imagens orgânicas".

Doze artistas do Ateliê Giane Casaretto se inspiraram nas espécies nativas de nossa região e na importância de preservar esse frágil universo, tão exposto às ásperas ações humanas. As pintoras observaram troncos, folhas, cascas e fragmentos de plantas, sensibilizando-se com esses desenhos da natureza.

As formas que ficaram no interior e na superfície das velhas árvores testemunham impressões do que aconteceu, em total silêncio, ao longo dos anos.

Segundo as artistas, há grande semelhança com os relatos que homens e mulheres fazem, no fim da vida, sobre como foram suas próprias histórias.

Greice Brod graficou um corte de tronco (esq.) e um detalhe de folhas (dir.). Em fortes linhas e cores contrastantes, as duas imagens mostram, com sentido realista, a intensidade da vida vegetal, tão esquecida pela vida moderna.

Ao mesmo tempo que descrevem detalhes parciais das árvores, as pinturas sugerem a presença de uma vitalidade superior que cria e sustenta a flora do planeta. Sem traços de pessimismo, as obras valorizam a força e a beleza dessa vida, digna de admiração e preservação.
Fotos de F. A. Vidal

terça-feira, 19 de julho de 2011

Corta-metragem

O curta-metragem abaixo foi escrito por Nathanael Anasttacio, estudante do curso de Cinema da UFPel, e filmado por ele com atores pelotenses. A história reflete sobre os estudos acadêmicos do ator e como ele faz para se soltar ante as câmeras e ao mesmo tempo interpretar o que está escrito.

O texto e os efeitos visuais brincam suavemente com os "personagens" envolvidos na criação cinematográfica: ator, roteirista, editor, iluminador, cinegrafista. A música satiriza sem sutileza o duplo sentido da palavra "incorporação", seja de "dar corpo" ou de "entrar num corpo".

domingo, 17 de julho de 2011

Estreia mundial do último Harry Potter

O último Harry Potter lotou o pequeno cinema de Pelotas na meia-noite de quinta (14) para sexta (15). Na pré-estreia mundial de "As Relíquias da Morte Parte 2" (RdM2), 240 pessoas compraram, uma semana antes, todas as entradas para a sala 1 e a sala 2.

Os primeiros espectadores chegaram antes da abertura do Cine Art Arcoiris (13h30min) e ficaram na espera o resto da quinta-feira, até a meia-noite, vários deles caracterizados como personagens.

De acordo ao relato de Max Cirne (leia no Diário Popular), uma das fãs admitiu que chegara mais cedo para poder sentar na oitava fila do cinema. O único cinema de Pelotas não vende entradas numeradas e, neste caso, o número 8 é um fetiche por tratar-se do oitavo filme da série.

Em Pelotas, o grupo Satolep's Army tem sua comunidade virtual e álbuns no Flickr. Um dos pottermaníacos mais dedicados edita há dois anos o blogue Ossos Graúdos.

O sétimo episódio (HP7²) se prolongou em duas partes e com este oitavo filme a série conclui para sempre, após 12 anos de sucesso como a franquia mais lucrativa da história do cinema.
Foto: M. Cirne (DP)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pela vidraça de Sandra Jorge

Na tarde desta sexta (15), na Livraria Mundial, a advogada pelotense Sandra Corrêa Jorge apresenta "Pela Minha Vidraça", relato de experiências culturais cotidianas no Oriente Médio, onde vive e trabalha há 19 anos.

Sandra formou-se em Direito na UFPel, mas no Kuwait - país de língua árabe - é professora de inglês como língua estrangeira, numa escola de currículo britânico, a International Academy of Kuwait.

Com um misto de humor e nostalgia, ela escreve sobre os prazeres e as dificuldades que encontrou, como residente e como turista, naqueles exóticos países. Um capítulo de interesse é "Férias em Pelotas".

O livro tem uma apresentação da professora de inglês Iara da Cruz Barragan e posfácio da professora de francês Isabella Mozzillo (leia um trecho no Amigos de Pelotas). Pode ser comprado na Mundial por R$ 30.

Palestra na Livraria Lumière, terça 3 de agosto às 19h.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Julho no Centro Ágape

A exposição "Instáveis" - do grupo Superfície - tem seu último dia de visitação amanhã (8), na galeria JM Moraes, no Ágape, espaço de arte. A mostra inclui treze trabalhos individuais das sete integrantes (esq., obra de Carla Borin) e três obras realizadas de modo grupal - em intervenções - pelas mesmas sete mãos (abaixo).

As artistas do Superfície são: Adelina Lintzmaier, Carla Borin, Carla Thiel, Daniela Meine, Mariza Fernanda, Natália Hax e Paloma De Leon. Para esta exposição, foram convidados dois artistas ligados ao grupo desde seus inícios: Adriane Hernandez e Rogério Franck.

O número sete também tem sido prolífico para o método de criação coletiva que as artistas vêm construindo na exploração do espaço bidimensional, cada uma com sua mensagem mas num interessante jogo de confluências. Uma ou duas "superficianas" inauguram o território e as demais sucessivamente intervêm as lacunas deixadas pelas iniciadoras.

O trabalho do grupo também brinca com a palavra "coletivo", pois já não vemos uma simples coleção de obras individuais, mas sim, numa só tela, um resultado que coleta a ação de várias mentes criadoras.

A próxima atividade no Ágape será a mostra de fotografias "Os Sons da Cidade: Algumas Paisagens", na sexta-feira 15 de julho. A exposição integra o gênero visual e o sonoro, com o músico Celso Krause e a fotógrafa Beatriz Rodrigues.

O trabalho é uma retrospectiva de As estações na Cidade, peça teatral apresentada no Grande Hotel em março de 2007, com a trilha sonora de Celso e a documentação fotográfica de Beatriz. Na vernissagem do dia 15 de julho, Celso também lançará o CD da trilha musical "As estações na cidade" (ouça o trecho "Saudade" no clipe abaixo).

Imagens: Agape

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Olhos de Ver: 2ª vernissagem


Suzy Alam, Nauro Júnior, Rejane Botelho, Vilmar Tavares e Kelly Schmidt são destacados criadores da arte fotográfica, residentes em Pelotas, e foram convidados a expor na 2ª Mostra Fotográfica Olhos de Ver. Lu Albuquerque lançou a ideia em março passado, reunindo cinco fotógrafos em torno a um tema de criação (veja abaixo a reportagem).
Agora, a segunda edição desafia os fotógrafos a buscar a essência feminina. Como eles graficarão a nutrição, a receptividade, a delicadeza? A inauguração será amanhã (7), a partir das 20h, no Bar João Gilberto, com entrada franca. A visitação será até 10 de agosto, de terça a sábado.


Pelotas inspira imagens em exposição

O Ateliê Giane Casaretto homenageia o aniversário da cidade, com a exposição "Pelotas, imagens alegres e inspiradoras". Nesta quinta (7), completam-se 199 anos da instauração da Freguesia de São Francisco de Paula em 1812.

A mostra foi inaugurada ontem à noite (5) e pode ser visitada até 26 de julho (Quinze de Novembro 871, fone 3028 9496). Este ano, em que o Ateliê completa duas décadas de funcionamento, a vernissagem incluiu as cálidas canções de Luciane Casaretto e um temperador quentão, que fez desaparecer o frio externo daquela noite.

A professora Giane, arquiteta por formação, apresenta sua imagem inspirada em Pelotas, conjugando detalhes de dois remanescentes do século XIX: o Chafariz das Três Meninas e o Casarão da Praça Osório nº 2 (dir.). A água fluindo e a porta aberta são símbolos de esperança que convidam a conhecer o patrimônio preservado e a manter a vida cultural em movimento e criatividade.
Imagem: F. A. Vidal

terça-feira, 5 de julho de 2011

Lilian Maus e o cultivo das imagens

A artista Lilian Maus inaugura esta quinta (7), no Centro de Artes da UFPel (Rua Alberto Rosa, 62), a exposição "Área de Cultivo". Nesta série de trabalhos, a integrante do Atelier Subterrânea, de Porto Alegre, apresenta desenhos diversos, que evoluem para grandes desenhos aquarelados e que ocupam a própria arquitetura do espaço da exposição.

Na sexta (8) às 10h30min, o público poderá participar na conversa com a artista no Auditório do Centro de Artes. Leia abaixo parte do comentário de Fábio Gonçalves para esta exposição.

Os desenhos de Lilian Maus começam pela água através dos caminhos que o líquido cria em contato com o papel.

A memória da água é diferente da memória do gesto, e isso faz com que em seu trabalho a artista cultive os dois por fortuna e por leveza.

Um desenho talvez não precise esperar para secar, imediato que é. Mas é preciso esperar que ele brote, cresça e lentamente se revele. Um tempo para que a ideia se aceite como nova, para que a aceitemos como nossa.

As metáforas de semeadura, crescimento e disseminação fazem com que pensemos a inscrição gráfica ainda mais como um espaço para o cultivo das ideias, para a revelação de memórias.

O sulco de onde uma imagem nasce nos reposiciona em relação a nossa origem. Do mesmo modo que os encontros nos fazem pensar de onde partimos.
Fábio Gonçalves
Foto: Raul Krebs
POST DATA: Leia reportagem no Diário Popular.

domingo, 3 de julho de 2011

Loja 5 Marias

A 5 Marias se define como uma loja de moda, feita por mulheres para mulheres, especialmente jovens e criativas. Funciona há alguns meses, na Rua General Neto 876, centro de Pelotas.

As 5 Marias do título são: Maria Catarina (aquariana de 30 anos), Maria Cecília (virginiana de 14), Maria Clara (libriana de 20), Maria Fernanda (ariana de 17) e Maria Isabel (capricorniana de 22).

Este grupo tão heterogêneo está preparando um CD com 5 jingles a ser dado de brinde às clientes. Já existem três músicas, e para escolher as duas que faltam, foi aberto o concurso 30 segundos de fama (veja o regulamento).

Essas empresárias, na verdade, são personagens criadas pela Agência Incomum, em imaginativa campanha para a loja de Vanisse Krause, a verdadeira dona.

Há prazo para inscrever letras (com ou sem música) até 22 de julho de 2011 (inicialmente era até junho). Os jingles devem terminar sempre com a frase “5 Marias, para quem não vai com as outras”.

POST DATA (18-08-11)
O vencedor chama-se Lucas Agostini e o jingle está em fase de produção.

Escola Piano Class

A Escola de Música Piano Class lançou este inverno a Promoção Aqueça seus dedos e sua alma na Piano Class.

O novo aluno que começar as aulas até 15 de julho de 2011 terá um desconto de 45% no primeiro mês. Se a matrícula for até 15 de agosto, o desconto será de 30%. Alunos antigos mantêm o plano de pagamento, mas podem aproveitar a promoção para adicionar aulas ao seu plano atual.

Desde 1998, a Piano Class leciona piano e violão mediante o Sistema Castilho-Machado de Aprendizagem Musical, desenvolvido pelos professores de piano Fernanda Castilho e Júlio Machado. Desde 2007, o violonista Maurício Mendonça também é um dos mestres desta escola.

Professores e alunos participam de recitais periódicos da série Piano Class in Concert e outros concertos especiais, realizados em Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre. Em 2011, foram programados 9 encontros musicais de abril a dezembro; o próximo deles será na quarta 13 de julho, no Centro Português (Andrade Neves 2042).

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tradições vivas na Capital do Doce

Flávia Rieth, Marília Kosby e Mario Osorio Magalhães, participantes do Inventário do Doce, escreveram o seguinte artigo (leia no Diário Popular) sobre a pesquisa que conduziu à aprovação pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) da inscrição da “Região Doceira de Pelotas” como patrimônio imaterial brasileiro, no Livro de Registro dos Lugares, do Ministério da Cultura.

A doçaria pelotense compõe-se de duas tradições: a dos doces finos e a dos doces coloniais. Ambas se reportam à história da cidade, ao período de opulência, decorrente da riqueza que a indústria do charque produziu, sustentada pela mão de obra escrava de africanos e seus descendentes.

A tradição dos doces finos (dir.) tem sua origem vinculada ao cotidiano de lazer dos industriais do charque, de linhagem portuguesa, concentrando-se, sobretudo, na sede do município, no interior dos casarões e sobrados que esses empreendedores construíram.

No século XX, coincidindo com o fim do período áureo das charqueadas e por intermédio das recém surgidas confeitarias, esses doces e suas receitas se expandiram pela cidade, tornando-se, em alguns casos, fonte de renda de algumas famílias que antes se sustentavam do lucro saladeiril.

A produção dos doces coloniais (abaixo) está diretamente relacionada aos processos políticos decorrentes do fim da escravidão no país: a maioria dos charqueadores era proprietária de uma chácara no interior do município, com a finalidade de ocupar os escravos no período da entressafra; essas terras foram, após a Abolição da Escravatura, vendidas ou arrendadas, dando origem a algumas colônias, as quais receberam inúmeros contingentes de imigrantes europeus, tais como franceses, espanhóis, pomeranos, austríacos, italianos e alemães.

Com a consolidação desses imigrantes como colonos, verificou-se um aumento do cultivo do pêssego, da laranja, da maçã, do figo, da goiaba, do marmelo, que resultou na produção, inicialmente artesanal, dos derivados dessas frutas associados ao açúcar, tais como compotas, doces de massa de fruta, passas e cristalizados.

Estas duas tradições se disseminaram pelos mais diferentes espaços de sociabilidade de Pelotas, incorporando novos significados, desdobrando-se em novos ingredientes e adaptando-se ao paladar dos pelotenses.

Um exemplo da multiplicidade de forças criativas que perpetuam essas tradições é o encontro entre o sentido de amabilidade e celebração que o doce adquiriu na cidade e o culto à doçura, vivenciado pelas religiões afro-brasileiras, nas quais os doces são utilizados como oferendas aos orixás, presentes, demonstrações de carinho e desejo de tranquilidade e alegria.

Na FENADOCE, evento em que fica evidenciado o caráter criativo da manutenção desta tradição, concursos são feitos, doces são inventados e perpetuados, novos ingredientes são incorporados, novos sentidos e valores são atribuídos, processando a atualização dessa doçaria. Valorizam-se então, na região de Pelotas, suas doceiras, sua produção familiar, religiosidade, território, classe social, identidade étnica. Ressalta-se, enfim, a história de uma cidade que se consagra como Capital Nacional do Doce.
Foto 1: Vinícius Costa

Cinema, Filosofia e Religião em debate na UFPel

Na última sexta-feira (24), mesmo sendo feriadão e ponto facultativo na Universidade Federal de Pelotas, o público foi fiel ao II Ciclo de Cinema e Filosofia, e lotou o auditório do Centro de Integração do MERCOSUL (dir.), para assistir ao filme "O processo de Joana d'Arc", de Robert Bresson.
Em seu segundo ano, esta atividade do Departamento de Filosofia da UFPel atrai pessoas de todas as idades e níveis educacionais, sempre com debates após a projeção de cada filme (veja a programação).

Em maio passado, alunos do Curso de Cinema e Animação da UFPel entrevistaram o prof. Luís Rubira (vídeo abaixo), coordenador deste ciclo, que segue semanalmente até dezembro. Hoje (1), às 20h, o filme a ser discutido é "Giordano Bruno" (1973), do italiano Giuliano Montaldo. Após a exibição, haverá debate com o professor de Filosofia Robinson dos Santos.