Mais uma semana para Woody Allen em Pelotas com sua "Meia-Noite em Paris" (v. nota neste blogue). Talvez um dos melhores filmes do ano, por algum estranho motivo ele chegou a nossa cidade, mas ficou isolado na poltrona das 21 horas (leia a crítica feita pelo jornalista Luiz Caminha no Pelotas13horas).
Além das homenagens que o diretor nova-iorquino faz a Hemingway, Buñuel e uma infinidade de artistas, o título já evoca um disco de Duke Ellington gravado em 1962, Midnight in Paris.
Para o filme de 2011, Woody Allen faz sua própria seleção, também inspirado na música francesa (ouça abaixo o tema principal, com o violonista francês Stéphane Wrembel).
O pelotense vaidoso verá muitas semelhanças entre sua cidade-natal e a capital do mundo: o clima frio e chuvoso, a riqueza arquitetônica, museus e bares, a presença de artistas de todo tipo, a tendência de considerar-se o centro do mundo, e ruas de paralelepídeos.
Uma dessas involuntárias semelhanças aparece na capa do disco de 1962, que mostra um aspecto noturno e enevoado de uma das fontes da Praça da Concórdia, toda uma evocação à "estética do frio" (teoria do pelotense Vítor Ramil). Paris e Pelotas podem não ter nada a ver hoje, mas a conexão mais profunda ficou, neste filme, um pouco mais consciente.Imagem do vídeo: A Noite Estrelada, de Van Gogh
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