Amanhã (15) completam-se dois anos desde que esta porta deixou de funcionar. Quando aberta, ela permitia que as pessoas comprassem bilhetes para os espetáculos do Teatro Sete de Abril. Hoje, ninguém sequer olha para ela.
O prédio de 180 anos fechou por segurança, pois devia fazer reformas sem a presença do público, mas nem o projeto nem as verbas estavam prontas. Como leva tempo consegui-las, o plano ficou para a seguinte gestão, e o bicentenário de Pelotas (7 de julho próximo) não o verá reaberto.
Um vereador de oposição propôs no seu blogue (veja o post) e no Facebook (2 ANOS DO TEATRO SETE DE ABRIL FECHADO) uma forma de protesto pacífico que vem ganhando adeptos rapidamente: às 18h desta quinta o público convidado fará uma fila nesta bilheteria, mostrando seu desejo de entrar. Como a porta não abrirá, a fila marcará o tamanho da reação dos pelotenses ante esta falha da gestão de política cultural.
Nestes dois anos de espera forçada, já foram feitos dois protestos simbólicos, com pouco público: um aplauso prolongado ao Teatro, e uma lavagem da calçada. Agora, a atuação foi concebida de forma mais coerente, eficiente e participativa. Até esta meia-noite, 329 dos mais de 5 mil convidados já haviam confirmado presença.
Foto: F. A. Vidal
POST DATA:
14-03-12. À meia-noite de quarta para quinta, 493 dos 6900 convidados haviam confirmado presença.
15-03-12, 17h. Leia no Diário Popular Fetter pede agilidade nos projetos do Sete de Abril.
15-03-12, 18h. 600 pessoas confirmavam presença, entre 7 mil convidados.
15-03-12, 22h. Nem todos os comprometidos foram, mas a manifestação foi um sucesso, com rompimento da inércia e geração de maior consciência.
Ah, o velho Sete de Abril das minhas matinês inesquecíveis. Quantas vezes eu ficava na porta - sem dinheiro- esperando que o seu Alípio, que trazia as partes passadas no Avenida para o Sete, chegasse. Quando o seu carro antigo parava na porta do Sete de Abril, eu que já estava de atalaia, me aproximava e levava as duas partes até o seu Gerber, o gerente, e entrava de graça, na hora da "prestativa" entrega! Depois eu segurando a mão da minha namorada lá na matinê do Sete! Já mocinho, no carnaval, eu dançava nos bailes que lá aconteciam.Depois, já adulto, ia ver Procóprio Ferreira, e outros artistas inesquecíveis representarem.Mocinho, vi Zola Amaro cantar lá.Os filmes em série, que levavam três noites, e em que em cada dia um pedaço do ingresso era retirado.Lembro-me da noite em que a cidade ficou às escuras por causa do incêndio na Chevrolet, alí na 7 de Setembro, e parece-me que estou vendo meu pai com um fósforo aceso me procurando, e eu gritando: Pai!Pai!Depois fui com ele ver o incêndio que destruiu vários carros e geladeiras. Ah, o Cine Teatro Sete de Abril...Quanta saudade.Rubens Amador.
ResponderExcluirInfelizmente... eu não moro mais na cidade e não estava por aí neste dia para participar. Tenho acompanhado as manifestações e acho que o grande problema é que elas são sempre simbólicas demais e caladas ao extremo...É preciso gritar, botar a boca no trombone... me desespera estar longe da cidade e não poder juntar uma raça de pessoas gritando rua a fora até ter uma reação, uma solução para o teatro. Que capital cultural é esta que tem seu principal teatro fechado?????????? E se cala ... dois anos já passaram... e até quando o teatro vai ficar fechado? Até ser só uma lembrança um cartão postal antigo de um tempo que passou????
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