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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Grandes ideias em pequeno formato

As seis integrantes do Grupo Superfície criaram esta obra da série "Multiplicações" (2012).
Uma coletiva com 30 expositores esteve presente no Corredor Arte na virada do ano, desde a semana do Natal até o dia da Epifania. A exposição “Grandes ideias em pequeno formato” trouxe obras em pequenas dimensões (30 x 30 cm), num desafio que o MAPP colocou a seus associados. Em suporte e técnica de livre escolha, cada artista devia colocar em pequeno formato suas ideias, originalidade e capacidade de síntese.

Autorretrato de Helena Badia
Como apertar no espaço de uma página o trabalho de uma vida ou os pensamentos que normalmente pedem expansão e liberdade? O desafio não consiste somente em podar ou encolher, mas sim em poder resumir a essência, seja numa parte que represente o todo (recorte), ou numa versão simplificada de algo maior (miniatura). São duas formas criativas de entrar na camisa de força e não parecer preso. Para mostrar uma figueira, traremos uma folha ou um bonsai? Em ambas há uma operação de síntese, que é a busca do essencial pela retirada dos detalhes.

Os artistas conceberam trabalhos em pintura, cerâmica, mosaico, fotografia, aquarela e tapeçaria, todos datados em 2012. A mostra também esteve, dois meses antes, na inauguração do novo Espaço de Arte Daniel Bellora, concebido e organizado por Tânia Bellora, uma das expositoras.

Minitapeçaria de Túlio Oliver
Túlio Oliver, por exemplo, criou uma tapeçaria com um motivo natural simples (esq.). Em tamanhos maiores, ele faz o mesmo com uma imagem complexa, como a figura do santo patrono de Pelotas, São Francisco de Paula; neste caso, fez uma produção semelhante adequando o conceito, por simplificação, ao espaço menor.

Por sua parte, o Grupo Superfície (6 integrantes) produz quadros em grandes dimensões e, depois da conclusão da obra, realiza recortes que formam quadros pequenos. O mesmo procedimento criativo para um mural cabe em espaços menores, e o resultado deixa a impressão de que se vê uma janelinha de algo bem maior. Helena Badia fez outro recorte, corporal neste caso, também sugerindo ao espectador a existência de uma janela (acima).

Um terceiro procedimento (intervenção) foi usado por Eduarda Franz, que trabalhou diretamente com o formato pequeno de uma antiga fotografia do centro de Pelotas (abaixo). O conceito original não foi recortado nem simplificado; ao contrário, ganhou uma riqueza além dos inúmeros detalhes que já possuía.

Além dos já citados (Eduarda, Grupo Superfície, Helena, Tânia, Túlio), os participantes foram: Adalberto Vilela, Arlinda Nunes, Ceci Victória, Clara Macedo, Cristina Almeida, Deborah Blank Mirenda, Elenise De Lamare, Gabriela Santos, Inês Martinez de Oliveira, Jussana Silveira, Leniza Severo, Maria Clara Leiria, Maria Cristina Leonardo, Michele Iannarella, Nauri Saccol, Norma Alves, Olga Reis, Raquel Grinberg, Rosa Alice Bender e Vera Souto.

Com 12 anos de atividade, o Movimento dos Artistas Plásticos de Pelotas se define como uma sociedade sem fins lucrativos, que congrega artistas plásticos e artesãos de todas as tendências. A entidade privada busca divulgar talentos artísticos da região (os novos e os já consagrados) por meio de atividades de intercâmbio propostas à comunidade local, como exposições, cursos, palestras, encontros e oficinas.

Eduarda Franz realizou intervenções sobre uma antiga fotografia, deixando-a como cartão postal.
Imagens: F. A. Vidal

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