Prefeito, vice-prefeita, secretária de cultura e assessores visitaram o Teatro Sete de Abril, interditado em março de 2010, para ver com seus próprios olhos a situação estrutural e as decisões a serem tomadas. Tudo era já sabido, pelas informações prévias dos técnicos, mas a visita mostrou à comunidade o interesse pessoal do prefeito pela reabertura do teatro, o que significa a vontade política de que as coisas aconteçam (dizem os fazendeiros que o gado engorda sob o olho do dono).
No governo Fetter, a Prefeitura emitiu alguns vídeos de fundo publicitário, para promoção dos serviços municipais. Com o governo Leite, a mesma Assessoria de Comunicação (ASCOM) está produzindo vídeos jornalísticos de um minuto com notícias diretamente relacionadas com o prefeito, o que tem também um sentido de divulgação mas se faz mais cotidiano e verossímil.
Quanto ao Sete de Abril, Fetter Jr. avançou na comunicação com o Ministério da Cultura no último ano de seu governo, mas sempre foi claro que seu interesse era pelo prédio e não pelas atividades culturais nem pelos artistas. Ainda em 2010, eu mesmo me dirigi, máquina fotográfica em mão, à direção do Teatro para pedir uma visita de conhecimento, em nome da comunidade, e a diretora Annie Fernandes me explicou que os procedimentos eram demorados e não era possível nem necessário que o público visitasse o interior do Teatro, e muito menos tomar fotos. Essa era a postura do governo Fetter, de não vibrar com a ansiedade das pessoas pelo estado de seu teatro.
Em 2013, o novo prefeito vem mostrar que, pelo menos, tem a mesma ansiedade. Veja a notícia Prefeito faz visita técnica com texto e 7 fotos. Os jornais diários da cidade foram chamados para que a população conhecesse o estado do Teatro, e ambos fizeram reportagens especiais.
Com o descuido, a madeira apodrece e a cultura se ressente. |
Veja as fotos de Eduardo Beleske para Zero Hora.
O Diário Popular usou um tom trágico e alguns trocadilhos teatrais: Theatro Sete de Abril vive o drama real do abandono.
Abaixo da manchete de capa, a chocante fotografia de Marcel Ávila faz o "resumo da ópera": a preciosa casa está caindo aos pedaços, e piora a cada dia. Seria por isso que a gestão anterior não deixava ninguém entrar?
Na edição impressa, o título da reportagem frisa que a falta de manutenção estraga o material, dia a dia: "Os efeitos da interdição crescem e aparecem".
Próximo a um tom poético (impróprio neste caso), o editor web do Diário introduziu nessa manchete uma rima e duas palavras simbólicas: Os efeitos da interdição crescem no silêncio e na escuridão. O sítio do jornal abunda em fotos mas o conteúdo não atribui responsabilidade a ninguém; no máximo, o apodrecimento do Teatro se deve ao clima de Pelotas e à demora da burocracia. Portanto, bola pra frente.
Foto: M. Ávila (DP)
Fico feliz que se tenha interesse grande não apenas na restauração de um prédio histórico mas um prédio que todos os pelotenses temos tanto carinho. Eu mesma já me apresentei ali e ter o Theatro 7 de abril reaberto "para respirar" me faz respirar de alívio! Que nosso prefeito Eduardo seja e continue assim...Parabéns!
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