Tatu-bola, por Heloísa Motta |
A mostra se compôs por duas séries, produzidas em 2012 pelas artistas que frequentam o Atelier: “Meu Jardim”, de livre criação, e “Animais do Rio Grande do Sul em Extinção”, obras em tinta acrílica ou aguada, para a qual foi feita uma pesquisa e uma distribuição dos conteúdos.
Esta nota se refere somente à segunda série, dado o seu caráter educativo. Os trabalhos foram criados pelas técnicas habituais do Ateliê, que incluem pesquisa sobre um tema geral e o desenvolvimento de algum aspecto técnico que contribui ao aprimoramento do artista. No entanto, se considerarmos a importância pública de conhecer e valorizar a fauna e a vida natural que nos rodeia, esta exposição deveria ir além do meio artístico e ser usada como instrumento em alguma campanha, museu temático ou atividade escolar.
Lobo-Guará, por Rosamélia Ruivo |
Como o ser humano é um mamífero, é mais fácil que os artistas e o público se identifique com esta família animal, que é somente uma que enfrenta os perigos da sobrevivência. Em todo o mundo há milhares de espécies (aves, répteis, peixes, insetos) ameaçados de extinção (veja reportagem da Revista Época).
Uma das ameaças é o florestamento comercial com árvores exógenas ao ambiente dos animais (veja uma lista de espécies em perigo no Estado). O Livro Vermelho, projeto ligado ao Museu de Ciências da PUC-RS, publicou em 2002 a primeira lista gaúcha de animais que requerem proteção (eram 261 espécies), mas ela já está desatualizada (veja notícia de Zero Hora).
O quero-quero não está ameaçado de extinção (v. descrição do sítio Notícia Animal), mas Maria Lúcia Drummond o escolheu por ser a ave símbolo do Rio Grande do Sul (lei 7418). O trabalho (abaixo) foi exposto no Ateliê Giane Casaretto em dezembro de 2012. A artista quis desenvolver a técnica de jogar com a nitidez, para destacar os traços da figura em primeiro plano, deixando o fundo mais indefinido, como uma fotografia desfocada.
A cultura gaúcha se identifica com o quero-quero, que interage com o ser humano tanto no meio rural como no urbano. No entanto, é comum em toda a América do Sul; de fato foi primeiramente descrita em 1784 no Chile, onde é popularmente conhecida como queltehue (keltrewe, palavra de origem mapuche).
Imagens: F. A. Vidal
Quero-quero, por Maria Lúcia Drummond |
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