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terça-feira, 16 de abril de 2013

A arte desde um olhar geométrico (e natural)

Esta quinta-feira (18), às 19h, a galeria de arte JM. Moraes inaugura a exposição "A arte sob um olhar geométrico", de Deborah Blank Mirenda, artista natural de Erechim que mora em Pelotas há muitos anos.

Graduada em Artes Plásticas e Pedagogia, e pós-graduada em Orientação Educacional e Arte-Educação, hoje Deborah dedica-se em tempo integral a seu ateliê.

Tem participado em mostras individuais e coletivas; uma das últimas foi em 2012, no Corredor Arte, junto à irmã Esther Blank, quando expôs trabalhos geométricos (v. nota).

Segundo o texto de divulgação, o português João Aires é o curador da mostra. Ele declarou que a artista "projeta na tela seu cotidiano através de pinceladas sutis e uma imensidão de cores". Falando como crítico de arte, ele percebe uma ligação entre a arte de Deborah, que desabrocha segundo os ciclos da natureza, e o "tempo das plantas que a rodeiam, onde existe o tempo de plantar, de crescer e de florescer".


É verdade que a artista introduz alguns traços geométricos em suas pinturas, como sugere o título da exposição, mas a tonalidade viva das flores e outros seres naturais de Deborah transmitem puro sentimento.

Quadrados, círculos e triângulos estão aqui e ali, como se fossem flores especiais, em meio a várias outras. De fato, a composição visual dos quadros lembra um jardim, cheio de elementos diversificados e superpostos, sem um ordenamento claro.

As cores das plantas lembram frutas e caramelos, e a simplicidade dos traços também remete à infância, despertando sabores, saudades e sensações quentes e frias. Num clima quase mágico, ora se vê a criança que começa a expressar-se, ora se pressente a mulher madura ao resgate da menina interna.

Não parece tratar-se, portanto, de um olhar geométrico e, sim, de uma visão naíve que inclui ingredientes geometrizados. Tal inesperada variedade prende o espectador pelo lado racional e pelo infantil, enriquecendo também o conceito "naíve", entendido habitualmente como expressão de ingenuidade e primitivismo. O jardim de Deborah pode ser visitado até a sexta 11 de maio no Ágape, Espaço de Arte (Anchieta 4480).

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