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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cultura e periferia, tão longe e tão perto

A cultura se espalha como a população, mas o capitalismo econômico pretende concentrá-la nas capitais.

peraí ... periférico ???
necessário ... inédito

iniciado ... em torno do térreo
necessitamos do mérito

centro ... e seu inverso
ocupando ... em torno ocupado

façamos um acordo
atualmente não existe parâmetro

minha linha dividida/divisória
... meu espaço
digo-te ... centro da existência

tua presença ... não diz-me mais nada

a vida leva/lava ...


São Paulo é centro urbano, comercial e industrial, mas a cultura é criada em toda parte.

É considerado periferia tudo o que está ao redor dos centros produtivos. Periférico, utilizado no sentido pejorativo, indica distância da efervescência/abundância.

Distanciamento implica menos acessos ... menos produção. Não pertencer ao meio, ou dele estar à margem. Ir/estar margeando a linha invisível da produção.

Mas se entendermos que a cultura não tem uma única raiz, então estes conceitos evaporam no ar/somem.

Todos os grandes centros produzem mais, por serem maiores. Excesso de produção/produtividade não implica em maior qualidade. O entorno tem suas regras próprias e formas de produção adequadas às suas necessidades específicas.

Estar nos arredores nos torna mais focados nas necessidades cotidianas, aliando a isso nossa cultura de imprimirmos nosso jeito no que fazemos.

Exposição de fotos, vídeos e objetos criados em periferias mostra a inventividade do brasileiro.

Ao conhecer outros ares, noto que, mesmo tímida, nossa cultura pelotense é forte e articulada. Mesmo longe dos grandes centros, produzimos/criamos cultura de qualidade.

Há poucos dias fui à exposição Design da Periferia no Pavilhão das Culturas Brasileiras, localizado dentro do Parque Ibirapuera, cidade de São Paulo. O parque por si só já é uma obra ao ar livre e dentro do pavilhão vi um pouco da brasilidade, do “jeitinho brasileiro” de criar, adequando-se às particularidades/necessidades/hábitos (v. nota com fotos).

Com imenso bom gosto e ótima seleção, foram montadas várias peças cotidianas/ regionais sobre blocos de concreto azul-escuro; estes representando/sintetizando as moradias populares, comuns ao longo do nosso extenso país. A exposição tem curadoria de Adélia Borges, figura presente/citada nas aulas de Design que frequentei na UFPel.

Aos viajantes/turistas que percorrem o nosso país fica a dica. A exposição estará aberta até 29 de julho, aqui em São Paulo.
Nathanael Anasttacio (SP, SP)
Fotos: Prefeitura SP (1), N. Anasttacio (2-3)

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