A cultura se espalha como a população, mas o capitalismo econômico pretende concentrá-la nas capitais. |
peraí ... periférico ???
necessário ... inédito
iniciado ... em torno do térreo
necessitamos do mérito
centro ... e seu inverso
ocupando ... em torno ocupado
façamos um acordo
atualmente não existe parâmetro
minha linha dividida/divisória
... meu espaço
digo-te ... centro da existência
tua presença ... não diz-me mais nada
a vida leva/lava ...
São Paulo é centro urbano, comercial e industrial, mas a cultura é criada em toda parte. |
É considerado periferia tudo o que está ao redor dos centros produtivos. Periférico, utilizado no sentido pejorativo, indica distância da efervescência/abundância.
Distanciamento implica menos acessos ... menos produção. Não pertencer ao meio, ou dele estar à margem. Ir/estar margeando a linha invisível da produção.
Mas se entendermos que a cultura não tem uma única raiz, então estes conceitos evaporam no ar/somem.
Todos os grandes centros produzem mais, por serem maiores. Excesso de produção/produtividade não implica em maior qualidade. O entorno tem suas regras próprias e formas de produção adequadas às suas necessidades específicas.
Estar nos arredores nos torna mais focados nas necessidades cotidianas, aliando a isso nossa cultura de imprimirmos nosso jeito no que fazemos.
Exposição de fotos, vídeos e objetos criados em periferias mostra a inventividade do brasileiro. |
Ao conhecer outros ares, noto que, mesmo tímida, nossa cultura pelotense é forte e articulada. Mesmo longe dos grandes centros, produzimos/criamos cultura de qualidade.
Há poucos dias fui à exposição Design da Periferia no Pavilhão das Culturas Brasileiras, localizado dentro do Parque Ibirapuera, cidade de São Paulo. O parque por si só já é uma obra ao ar livre e dentro do pavilhão vi um pouco da brasilidade, do “jeitinho brasileiro” de criar, adequando-se às particularidades/necessidades/hábitos (v. nota com fotos).
Com imenso bom gosto e ótima seleção, foram montadas várias peças cotidianas/ regionais sobre blocos de concreto azul-escuro; estes representando/sintetizando as moradias populares, comuns ao longo do nosso extenso país. A exposição tem curadoria de Adélia Borges, figura presente/citada nas aulas de Design que frequentei na UFPel.
Aos viajantes/turistas que percorrem o nosso país fica a dica. A exposição estará aberta até 29 de julho, aqui em São Paulo.
Nathanael Anasttacio (SP, SP)
Fotos: Prefeitura SP (1), N. Anasttacio (2-3)
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