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sábado, 14 de setembro de 2013

Identificando renascimentos culturais

Na vida cultural de uma sociedade, normalmente as artes, as ciências e as religiões mostram influências mútuas e uma certa coerência entre si, dentro de uma fase histórica. Assim como uma guerra causa uma decadência, um crescimento econômico pode trazer um benefício cultural. Essa dinâmica permite a existência de pontos altos culturais, ao longo dos séculos, de maior manifestação da criatividade.

Assim ocorreu desde o século XIV ao XVI, quando a Europa viveu a chamada Renascença, fase que levou da Idade Média à Idade Moderna (antes houvera uma espécie de anúncio, com o Renascimento do século XII). A Renascença fez a cultura europeia transbordar para o resto do mundo, com a colonização da América, África e Índia. A época caracterizou-se pelo racionalismo e o desenvolvimento das ciências. Artistas e intelectuais eram financiados por benfeitores ou mecenas (da burguesia, do governo e do clero).

Posteriormente, o mundo ocidental conheceu um breve período de crescimento geral das instituições e da tecnologia, ao redor da virada do século XX: a chamada
Belle Époque. O Brasil e nossa região Sul também viveram um ascenso cultural e econômico nessa época. Veja o que a Professora Loiva Hartmann analisa sobre a história cultural de nossa região.

Em 2013, o Sete de Abril começou a ser novamente reformado (v. fotos do interior).

Renascimento na Zona Sul do Rio Grande do Sul

Para os habitantes desta região que almejam desenvolvimento e batalham para que isso aconteça, os que amam a arte e a cultura, vive-se um renascimento em todos os sentidos! Se a pujança iniciou-se com as charqueadas, século XVIII, seguindo-se período de ostracismo econômico sufocante, nestas duas últimas décadas assiste-se ao esforço hercúleo de ressurgimento de forças que promovem o futuro.

A reestruturação do porto de Rio Grande, as restaurações dos Casarões 8, 6, 2 e 1. O bairro do Porto de Pelotas transformando-se numa Cidade Universitária/UFPEL. A reforma do Teatro Sete de Abril, da Estação Ferroviária e, a cada dia, a abertura de novos espaços culturais, físicos e virtuais, tudo mostra esse novo/antigo sonho humanista de renascer, presente em todas as sociedades, mas possível de realizar-se apenas nas que têm, em seu cerne, o germe que o possibilita.

O Renascimento, cujo epicentro foi a península ibérica, qual fênix reacontece em vários momentos civilizatórios. E sempre, emergindo de períodos de obscuridade sócio-político-econômico-ideológica. Momentos/berço de projeção de inesquecíveis talentos!

E a arte, segundo Eduardo Portella, é o único espaço em que o ser humano é totalmente livre e que o melhor do Ser aflora. Para Aristóteles, arte é sinfronismo: coincidência espiritual, de modo vital, entre o homem de uma época e o de todas as épocas! E a cultura é o alicerce do desenvolvimento.

Nosso desenvolvimento passa, necessariamente, por esse patrimônio precioso que é legado de gerações. O Velho Mundo está alicerçado em seu patrimônio histórico, explorado turisticamente. Jornadas com escritores, pintores, músicos, cientistas, são corriqueiras. Sempre com a participação da comunidade, professores e alunos! Os alicerces desses movimentos são universidades, governos, instituições várias.

É esse o exemplo que devemos seguir, informando as novas gerações sobre o muito que já foi feito, o quanto é importante preservar, e a necessidade de que todos, comunidades, se unam a fim de que todos consigam viver num mundo melhor. É por isso que quem se envolve, acredita em projetos culturais, compreende, se integra e vive exatamente isso!
Loiva Hartmann
Conselheira do Instituto JSLN
Patrona do blog Pelotas, Capital Cultural

Em 1875, um grupo privado fundou a Biblioteca Pública, a fim de contribuir à educação dos pelotenses em geral (daí denominar-se "pública", significando "para os cidadãos"). Foi o início da Belle Époque em Pelotas, que durou até a decadência das charqueadas. 
Este vídeo foi editado pela Assessoria de Comunicação Municipal, para destacar o valor permanente do patrimônio arquitetônico pelotense. Créditos: Lóren Nunes (roteiro), Maria Alice Estrela (narração), Felipe Freitas (edição) e Mateus Gomes (direção).

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