Até dia 19 de novembro, a artista plástica Francis Silva expõe obras conceituais em forma de intervenção, na Galeria JM Moraes no Ágape Espaço de Arte (Rua Anchieta 4480).
Sob o título “Altas Temperaturas: variações termológicas da pintura”, Francisca brinca com as cores de suas células de pintura, com as formas construídas e com os movimentos gerados por essas unidades orgânicas e conceituais.
O próprio espaço da galeria - paredes, portas e janelas -foi ocupado como suporte sem limites desses conteúdos dinâmicos, cromáticos e térmicos (dir.). A simpática invasão sugere que as cores, cinestesias e temperaturas aqui colocadas são partes de nós mesmos, seres constituídos por fatores biológicos. A ocupação se aproxima sutilmente de nosso interior mental, pois intuímos que também nossos sentimentos podem conter "colorações" de frio ou calor.
Por outro lado, as cores fortes e a temática natural sugerem a influência da terra natal da artista, o Rio Grande do Norte. O espectador pode ver o sol, a noite, plantas aquáticas, vapores, musgo, paus, cascas. A intervenção é sentida como suave e carinhosa, lenta como o crescimento vegetal, por essa linguagem de cores ligadas à natureza e porque o espaço não se limita ao ordenamento lógico de uma exposição tradicional.
Os trabalhos de Francis se situam numa transição entre a pintura sobre tela e as pinturas que se agrupam, ora em forma de células ou vapores. Há pelo menos um par de anos ela vem criando e pesquisando com este método, premiado em 2008 (veja nota). Uma das sensações que os espectadores comentam ao ver estas obras é que elas suscitam reflexão e prazer ao mesmo tempo.
Cada imagem foi cuidadosamente armada, peça por peça (esq.), como o sol que recebe o visitante (abaixo), que levou várias horas de trabalho mental e operativo: a colocação das pequenas células previamente elaboradas e a criação das grandes formas, cada uma com um movimento interno.
Ao mudar de lugar as obras, Francisca desmontará o conjunto com o mesmo cuidado, mas talvez não reconstrua exatamente a mesma figura. Cada construção é uma nova obra, com as mesmas ou outras células. Assim, não somente o espectador se surpreende, mas também a artista não sabe com precisão o que fará, dentro de seu conceito artístico, dependendo do material e dos suportes disponíveis.
Grupos de estudantes e professores podem marcar uma visita guiada pela própria artista, pelos fones (53) 3028 4480 ou 8416 6762 ou o e-mail agape4480@hotmail.com. Para visualizar as obras, acesse o blogue Ágape. O clipe abaixo mostra imagens da exposição e alguns visitantes.
Fotos de F. A. Vidal (1-2) e Agape
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