Páginas deste blogue

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Rolando Boldrin recebeu Kleiton e Kledir


Em julho de 2011, Kleiton e Kledir participaram do programa da TV Cultura Senhor Brasil, conduzido por Rolando Boldrin. Em meia hora, eles conversaram com o apresentador e cantaram três músicas do álbum Autorretrato (2009). Kledir é quem costuma escrever as longas letras e Kleiton cria as melodias de fácil aprendizagem; os dois brincam um com o outro, sobre suas diferenças de personalidade.
  • "Na correnteza do rio" é uma alusão à geografia brasileira, profusa em rios que desembocam no mar e topônimos como Rio Grande, Rio de Janeiro e Paraná (que significa "rio"). Veja o segmento do programa com esta música (3 minutos).
  • "Pelotas" foi precedida por uma polêmica que durou os 30 anos de carreira da dupla, que sendo pelotense já havia citado Porto Alegre nas músicas, mas nunca a cidade natal, exceto menção ao Laranjal em "Lagoa dos Patos". Nesta parte da conversa, Boldrin fez lembrança de um ator pelotense com quem havia contracenado nos anos 60. Veja o segmento do programa em que aparece esta conversa (12 minutos). Confira a letra no post de 2009 Canção para Pelotas.
  • "Eva" tem uma letra que brinca com uns oitenta nomes e apelidos de mulheres e o DVD traz a versão masculina, chamada "Adão", para ser cantada pelas mulheres. A citação que o apresentador faz de Erico Verissimo (1905-1975) é um depoimento especial do escritor gaúcho a Boldrin, onde "este campeiro" é referência ao folclorista, que tem o mérito de reunir os mais diversos regionalismos num só "homem brasileiro" (v. segmento do programa com "Eva", 9 minutos).
Nascido em 1936 no interior paulista, Rolando Boldrin (v. sítio do artista) foi ator das primeiras novelas da TV brasileira e, paralelamente, dedicou-se à música de raiz brasileira, como cantor e compositor (v. Wikipédia e o Dicionário Cravo Alvin). Desde 1981, vem apresentando os mais diversos músicos regionais em seus programas: Som Brasil (Globo), Empório Brasileiro (Bandeirantes), Empório Brasil (SBT) e Sr. Brasil (Cultura).

Veja outro testemunho da dupla para a TV portuguesa em 2010 no post A história de Kleiton e Kledir. Acompanhe abaixo (ou aqui) a sequência completa do programa Sr. Brasil (21-7-11), sem os intervalos comerciais (24 minutos).


Fotos: P. Y. Refalo [fonte: Fã Clube Kleiton&Kledir]

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Alunos de Conservação e Restauro concluem curso

Finalizando o segundo semestre de 2013, doze alunos de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis defenderam seus respectivos trabalhos de conclusão de curso, no passado dia 12 de fevereiro. Segundo o relato publicado sexta (22-2) no blogue Conservação e Restauro, a alegria e o entusiasmo dos acadêmicos contagiou o público presente. Acompanhe a seguir a diversidade dos temas estudados pelos futuros conservadores-restauradores.

Graduandos de Conservação e Restauro
defendem TCC de 2013 ( 12-2-14)
No trabalho “Políticas públicas patrimoniais: estudo dos instrumentos legais e estratégias de preservação na cidade de Pelotas”, Cláudia da Silva Nogueira pôs em evidência os instrumentos e as estratégias de preservação, como a legislação patrimonial e as estratégias de manutenção do patrimônio edificado na cidade de Pelotas.

Suélen Neubert trouxe o tema “A fotografia e sua preservação: uma análise sobre as políticas de conservação de acervo de instituições de guarda de memória no Rio Grande do Sul”, onde abordou as políticas de preservação de acervos fotográficos em instituições gaúchas e a influência do conservador-restaurador na aplicação do conhecimento técnico que este adquire ao longo de sua formação.

Em “Estudo dos valores patrimoniais e sua influência nas atividades do conservador-restaurador”, Caroline Peixoto Pires investigou como é considerado o conceito de valor patrimonial pelo profissional da conservação e do restauro e onde esses valores são aplicados durante o desenvolvimento de suas atividades profissionais.

Degli Márcia S. de Quevedo apresentou o tema “Leitura iconológica de obra funerária: monumento 'Oferenda', de Antônio Caringi”, em que evidenciou a interpretação iconológica desta obra funerária do artista pelotense (foto abaixo). A aluna estudou a trajetória de Antônio Caringi (1905-1981), pesquisou sobre o local onde se encontrava a obra e, como conclusão do estudo, relatou o estado de conservação da mesma.

"Oferenda" (Caringi, 1942), Cemitério São Francisco de Paula, Pelotas
No trabalho “Cemitério Pomerano: estudo da história de um povo em uma memória presente”, Bárbara Maria B. Borck apresentou o patrimônio cultural presente no cemitério de São Lourenço do Sul (RS) e a importância da imigração pomerana.

Igor de Freitas Ulguim apresentou "Diagnóstico da obra 'Descanso da Sagrada Família na Fuga para o Egito': levantamentos e exames preliminares à restauração". Neste trabalho, o acadêmico estuda a pintura de cavalete em um estado avançado de deterioração, localizada no acervo sacro do museu da cidade de Rio Grande (RS), e traz à tona a importância da documentação para futuros restauros.

No tema “O 'Retrato de Visconde da Graça': análise e restauro de uma pintura de cavalete”, Joana Andrea Brakling descreveu os procedimentos de restauro em uma pintura de óleo sobre tela que apresenta grande valor histórico e artístico, pois se trata de uma obra do século XIX que retrata o pelotense João Simões Lopes Filho (1817-1893), barão e visconde da Graça.

Limpeza de estuque lustrado (escaiola),
no prédio da antiga Escola de Belas Artes,
em Pelotas, 2010 (v. mais fotos aqui)
Rosaura Isquierdo Rocha apresentou o tema: “Procedimentos e reflexões em torno da conservação de fotografias históricas: a Coleção Clinéa Campos Langlois da Fototeca Memória da UFPel”.

A acadêmica explicou o processo de sistematização da Coleção Clinéa Campos Langlois, abrangendo sua conservação, o tratamento da informação e sua disponibilização, buscando a construção de uma narrativa memorial.

Os outros trabalhos apresentados foram:
  • "A preservação de revestimentos de interiores de edificações históricas: os estuques lustrados da cidade de Santa Vitória do Palmar (RS)", de Marina Perfetto Sanes.
  • “Procedimento de restauro em obra rara – Museu dos Capuchinhos, Rio Grande do Sul", de Bianca Servi Gonçalves.
  • “Proposta de tratamento do mobiliário expositivo da coleção arte sacra do Museu da Cidade do Rio Grande", de Bruna Lemos Lobato.
  • “Água como agente de deterioração: uma análise no Museu da Baronesa”, de Marcelo Hansen Madail.
Fotos: Conservação e Restauro (1, 3), Viva o Charque (2)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A arte da superação

Óleo pintado com a boca por João Filipe da Silva Rodrigues
João Filipe da Silva Rodrigues é o único artista de Pelotas que pinta com a boca. Paralítico desde o nascimento, há 30 anos, ele vem se dedicando a superar as dificuldades de viver, que para ele são grandes, incluindo os problemas para se movimentar e os sentimentos depressivos que aparecem pela inatividade e falta de inclusão. Escolhendo o aprendizado da pintura, ele mostra como é possível vencer essas dificuldades.

Filipe conta que sentiu a necessidade de pintar há quatro anos, em meio a uma forte crise de depressão. Os trabalhos iniciais foram em cartolina, utilizando apenas têmperas. Como os efeitos benéficos da arte sobre as emoções de Filipe foram imediatos, ele e sua mãe resolveram procurar um curso de pintura. Não foi fácil achar alguém que pudesse ensinar a pintar com a boca. As primeiras aulas foram com a professora Eneida Marti, do Atelier Dekorart. Hoje ele frequenta o SEST-SENAT, onde faz quatro aulas por semana com Guiomar Neves.

João Filipe em sua primeira individual no Corredor Arte
O artista, que já participou em exposições coletivas, agora reuniu uma dúzia de óleos, de motivos diversos, entre cerca de 80 obras já produzidas. Ele não conhece mais o que é depressão, pessimismo ou vergonha. Por isso sua exposição se intitula "Arte da Superação".

A mostra pode ser visitada até 11 de março, em qualquer dia da semana, das 7 às 22h, no Hospital Escola da UFPel (Professor Araújo, 538). Veja também reportagem sobre Filipe no Diário Popular e o verbete da Wikipédia sobre a associação internacional Pintores com a boca e os pés.
Fonte: Completa Comunicação

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Evento xavante em Porto Alegre

Este domingo (23-2), na Usina do Gasômetro e antecedendo o jogo entre Aimoré e Brasil, a Onda Xavante promove evento de divulgação do Grêmio Esportivo Brasil. O objetivo da atividade é reunir os apaixonados e simpatizantes do clube pelotense que moram na Capital e região.

A partir das 9h, à beira do Guaíba,  haverá quiosque com venda de produtos oficiais, apresentação da charanga da torcida, divulgação do plano de sócios para moradores da região metropolitana e o apoio da Associação Cresce Xavante.

A grande atração será a exposição da taça de primeiro campeão gaúcho, por primeira vez voltando à cidade em que foi conquistada em 1919. Definindo o campeonato daquele ano, o Grêmio Esportivo Brasil venceu o Grêmio Porto-Alegrense pelo placar de 5x1 no antigo estádio dos Moinhos de Vento, casa do time tricolor. Será uma boa oportunidade para os amantes do futebol conhecerem a história do futebol gaúcho.

A Onda Xavante é um movimento de torcedores do Brasil de Pelotas, criado em Porto Alegre, para promover a marca do clube, tendo em vista criar núcleos da Onda Xavante em diversas localidades, fazendo com que esta, que é hoje uma pequena onda, se propague por todos os recantos do planeta. Confira aqui os eventos do grupo. Contatos pelo Facebook.

POST DATA
20 Abril 2014: reportagem sobre a mística do grupo Onda Xavante, há 9 anos torcendo pelo Brasil em Porto Alegre.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Percurso da Banda da Lagoa

Banda da Lagoa se concentra entre o Aki e o Pé na Areia, patrocinadores do desfile.
Já foi anunciado o percurso que a Banda da Lagoa seguirá em seu desfile na praia, ao entardecer da sexta 28 de fevereiro, a partir das 19h. Quem quiser pode participar, mas deve vestir a camiseta 2014 do grupo, à venda (R$15, em quantidade limitada) a partir de terça (18) na ASCLAR (Associação Comunitária do Laranjal): Shopping Mar de Dentro, loja 42. A concentração será defronte ao bar Pé na Areia e chegará ao balneário Santo Antônio, até antes do shopping, segundo o mapa publicado no Facebook.

A Banda da Lagoa se autodefine como o bloco das famílias do Laranjal, com seguranças particulares e cordões de isolamento que não deixam entrar foliões de última hora. Não deve ser confundida com o alegre bloco Sereias da Lagoa (v. post de 2012), que sai "de surpresa" no sábado de carnaval, somente com homens travestidos.

POST DATA
22-2-14
O bar Pé na Areia anunciou que também está vendendo as camisetas da Banda da Lagoa.
24-2-14
Segundo um comentário na página acima citada, o Sereias da Lagoa desfilaria ou ensaiaria na quinta (27-2) prévia ao carnaval.
1-3-14
Com a chuva de ontem, a Banda transferiu para hoje sábado seu desfile: concentração a partir das 15h, no ponto marcado, e diversão até o entardecer (anúncio no FB).

Musa do Gauchão 2014

O grupo Rubro-Negras se declara mais fã do Xavante que alguns torcedores homens.
Até amanhã (17-2), o torcedor rubro-negro pode escolher a representante do seu time no concurso Musa do Gauchão 2014. A votação é feita pelo sítio da TV Xavante. Em abril, a ganhadora competirá com as outras musas do Estado (de times da primeira divisão do Campeonato Gaúcho).

As candidatas do Grêmio Esportivo Brasil são Giovana Bastos, Jéssica Soares e Vanessa Silveira, todas com estudos universitários. Giovana pertence às Rubro-Negras, torcida organizada de mulheres que gostam de futebol. Jéssica (22) é a preferida para Musa do Xavante, desde o início das votações (hoje com 57%, já ganhou). Ela foi candidata a coelhinha da Playboy brasileira em agosto de 2013 (v. notícia); ficou em 2º lugar com 41% dos 47 mil votos. Vanessa é bacharel em Administração, natural de Pedro Osório. As três juntas reúnem, neste mês de concurso, 5100 votos.

Em 2012, Helena Haertel representou o time do Pelotas.
Por outro lado, o Esporte Clube Pelotas escolhe sua representante pelo Facebook (v. álbum Escolha da Musa Lobão), o que assegura uma votação instantânea com os números à vista; além do mais, não se pode votar duas vezes pela mesma pessoa. Há seis candidatas: Aline Tuchtenhagen, Bruna Costa, Edna Pepe, Iândora Pires, Maria Ângela Silva e Rosana Louzada. O total de curtidas nesta página, desde outubro até hoje (4 meses), é de 5600.

O concurso "Musa do Gauchão", da Rádio Gaúcha, considera beleza corporal e simpatia, mas também valoriza o conhecimento sobre o seu time de futebol e sobre o campeonato gaúcho. Ser Musa do Gauchão é um título de beleza e sex-appeal, especialmente do ponto de vista do torcedor de futebol, que gosta de mulheres dinâmicas e entusiastas. Os times que estiverem na série A do Campeonato Brasileiro também concorrem no Musa do Brasileirão (nenhuma gaúcha ganhou até hoje).

Em 2013, a vencedora do Gauchão foi a gremista de 26 anos Daiane Steffens (v. notícia). Loira de olhos verdes, natural de Estrela e com experiência de 15 anos nas passarelas, a musa era estudante de jornalismo (v. reportagem).


Fotos: Facebook e Futebol do Pelotas

POST DATA
29-3-14
A Rádio Gaúcha informa que a fase final de escolha da Musa do Gauchão terá votação aberta até 16 de maio. Rosana Louzada representa o Pelotas e Jéssica Soares, o Brasil (v. notícia).
5-5-14
Ver nota de esclarecimento da Rádio Gaúcha em 1 de abril, e página com as candidatas no Facebook. A musa xavante estava com menos votos que as do Grêmio, Inter de Porto Alegre e Inter de Santa Maria, mas ainda seriam somados outros votos.

Os gatos cariocas

Nosso correspondente Nathanael Anasttacio encontra-se no Rio de Janeiro, e sob o "sol febril de fevereiro" observa como a calidez da natureza nos faz mais carinhosos e dispostos à contemplação. 

de pernas para o ar, em ângulo
não há nada lá
vinha a vida/diva/dádiva

devemos nesse concreto natural
concretamos tudo
gentilezas e desconfianças

fomos sol e sombra
no muro lia-se:
FUI CRIME ... SEREI POESIA

será/seria?

aliança/casamento/casa vazia

nessa ordem do tempo

as férias perenes e o gato carioca... literalmente

Começo falando nos gatos cariocas. Nunca havia visto animais tão simpáticos e preguiçosos.

Dormem à sombra, tranquilamente, no Aterro do Flamengo. Lugar este construído/forjado/planejado. Encanta-me a preguiça e o planejamento. A execução, de fato, incomoda-me. Talvez motivado por este sol febril de fevereiro.

Os preguiçosos cariocas, os gatos, não são ariscos como os outros. São dóceis e carinhosos. Ronronam e são alimentados à sombra por senhoras dadivosas carregadas de ração em carrinhos e compras. Eles têm o pelo bonito e estão espalhados por todo o Aterro.

O Aterro do Flamengo é construção humana.
Fica ante a praia da Glória e a praia do Flamengo
Por que escrevo sobre isso? Pois toda construção ilusória é baseada no sólido/concreto, ressignificando-o. O Aterro do Flamengo foi construído para o desfrute humano e os gatos alimentados e reluzentes coabitam com meninos de rua sujos e famintos.

Lembremo-nos: toda construção "ilusória" é baseada no concreto. E iludimo-nos com o que nossos olhos veem como real. Nossa cultura de alimentar o próximo, por exemplo. Nossa desconfiança com gentilezas.

Os gatos cariocas do Aterro bem sabem disto. Eles apenas desconhecem nossa cultura seletiva de escolher a quem tratar bem.

ANASTTACIO N.
correspondente

coco, água, açúcar, sol, areia... seios de uma mãe cálida e generosa
Fotos: N. Anasttacio

Gahuer no programa Sul Em Cima


O programa de rádio "O Sul Em Cima", criado e conduzido por Kleiton Ramil, esta semana reprisa o especial com Gahuer Carrasco. A informação é do Blog do Kleiton, que anuncia e registra os conteúdos do programa, sempre relacionados com música popular atual do Rio Grande do Sul. "O Sul Em Cima" é transmitido por várias emissoras: gaúchas, de outros estados e webrádios. Em Pelotas, o programa vai ao ar pela Federal FM (sábados, 9h) e pela Rádio Universidade (domingos, 19:30).

Gahuer Carrasco Pereyra é brasileiro com raízes uruguaias
Na postagem de ontem (15-2), o blogue disponibiliza o áudio do programa de 2012, que inclui músicas do terceiro álbum de Gahuer, Pasión, gravado no México em 2011, com composições dele mesmo em parceria com Igor Aguiar, e direção artística do mexicano Paco Quiroz.

O especial mostra o disco completo, com alguns comentários de Kleiton, sem a presença do intérprete no estúdio. São treze músicas, mas atenção: a ordem anunciada pelo apresentador não é a mesma da audição. Confira a seguir o áudio do programa completo, em dois segmentos de meia hora.



Quem já presenciou shows de Gahuer, ágil violonista e cantor bilingue, sabe que o número mais aplaudido pelo público é La canción del mariachi, do filme de Robert Rodriguez (1995) "A Balada do Pistoleiro" ou Desperado (ouça a trilha sonora completa e confira a lista de intérpretes). A música é originalmente cantada por Antonio Banderas com o acompanhamento de Los Lobos, grupo autor da composição. Confira a abertura do filme, que apresenta a canção, e o áudio original, sem ação cinematográfica.

Gahuer não inclui esta breve música em discos seus; somente a apresenta ao vivo, cantando a letra, como um presente ao público. E é nos palcos que ele se assume mais próximo ao estilo carismático do personagem de Banderas na chamada Trilogia Mariachi, com a dupla habilidade voz/violão. Não esqueçamos que o galã espanhol na verdade só canta; não toca violão.

Veja também, neste blogue, a postagem de 2012 O pop latino de Gahuer.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Ana Paula Maciel

Ana Paula gera discussão sobre o pacifismo verde.
O projeto cultural da UFPel "Quartas no Lyceu", inciado em 2013, aborda este mês o tema "Política e cidadania: em defesa do planeta". No módulo Ideias e Pensamentos, realizou-se anteontem (12-2) uma conversa entre a bióloga Ana Paula Alminhana Maciel (dir.), ativista gaúcha do Greenpeace, e a professora Ana Paula Nunes, responsável pela gestão ambiental na UFPel (v. artigo Quartas no Lyceu recebe ativista do Greenpeace).

A gaúcha de 31 anos graduou-se como bióloga em 2007 (v. nota da ULBRA) e desde 2006 atua como marinheira da ONG internacional Greenpeace (veja sua história em notícia do Instituto da Unisinos e em artigo do Greenpeace). Junto a outros ativistas, foi presa na Rússia em setembro de 2013 (v. notícia do Correio do Povo), retornou ao Brasil em 28 de dezembro (v. reportagem da chegada a Porto Alegre) e deu entrevista a Zero Hora no dia seguinte.

Ana Paula no Greenpeace 
Excepcionalmente, a atividade da UFPel foi realizada no auditório do Direito, devido à ocupação do prédio, desde quinta (6-2), por alunos que exigem melhores condições de estudo (v. notícia do Diário Popular e uma nota da UFPel de 11-2). A casa que foi doada pela família Antunes Maciel para que nela funcionasse o antigo Liceu Rio-Grandense não recebeu a senhorita Ana Paula Maciel, ironicamente devido a um protesto pacífico.

A moça gera polêmica, a seu favor e contra, e não para de manifestar-se em debates e na mídia (v. sua página pública no Facebook). O blogueiro "de esquerda" Luiz Afonso Escosteguy, que costuma se descrever como "chato", questionou Quem é Ana Paula Maciel? Agora a advogada Bianca Pazzini relata seu primeiro encontro com a ativista Ana Paula (artigo abaixo, exclusivo para este blogue). Bianca também é porto-alegrense, reside em Pelotas há três anos e é pesquisadora em Direitos Humanos e Meio Ambiente.



Ana Paula Maciel e o Ativismo de Embarcação
Bianca Pazzini – advogada

Nesta última quarta-feira (12) presenciei mais uma edição do “Quartas no Lyceu”, projeto criado e inserido dentro do glorioso programa “UFPel Cultural”. Na ocasião, apresentou-se uma conversa da professora Dra. Ana Paula Nunes, responsável pela Gestão Ambiental da Universidade, com a bióloga Ana Paula Maciel. Ativista gaúcha do Greenpeace, a última esteve presa pelo período de 62 dias em território russo, enquanto protestava em desfavor da exploração de petróleo no Círculo Polar Ártico. Tal acontecimento causou grande movimentação e comoção mundial, resultando em notoriedade para o movimento e status de celebridade para a ativista.

A causa defendida é de grande importância global, não há dúvidas. Assim como para outros movimentos de defesas de direitos (ambientais, animais, sociais, raciais, sexuais, etc.), o ativismo ostensivo trata-se de ferramenta de suma relevância na evolução social e jurídica dos povos. Nisso não há o que discutir. E ouvir a Ana Paula Maciel, nesse sentido, foi de grande valia. Por sua experiência de 10 anos de ativismo junto ao Greenpeace, ela narrou, além da experiência na Rússia, alguns episódios que sugerem a dimensão dos problemas ambientais do planeta.

Ocorre que, embora muito bem intencionada, pairou sobre sua fala certa superficialidade no conhecimento de causa. Além de um exagerado humor para abordar uma questão tão cara – o que comprometeu um pouco a seriedade de sua fala –, a ativista emitiu opiniões controversas sobre determinados temas, minadas do mais perigoso senso comum.

Isso transpareceu especialmente em momento final do evento, no qual tive a oportunidade de questioná-la acerca de suas posturas pessoais, pontualmente no que diz à questão do consumo ético [v. vídeo explicativo] e hábitos cruelty-free. A pergunta pareceu propícia ante às reflexões (até aí acertadas) sobre a necessidade de respeitarmos todas as formas de vida no planeta. Surpreendentemente, a resposta emitida, em sentido contraditório, revelou uma total desconsideração às vidas não humanas. A bióloga informou que, além de não se abster de qualquer produto de origem animal (especialmente do consumo da carne, por entender que se trata de uma iguaria “gostosa”), entende o uso de animais como conveniente para o homem.

A grande falácia em seu discurso transpareceu quando da afirmação de que consumir vegetais pode causar o mesmo sofrimento do que consumir animais. Segundo ela, é pretensão do homem pressupor que os vegetais não sofram. Ora, sabe-se que o discurso da “alface que chora” é tendencioso e não verdadeiro. Deveria ser evidente, especialmente para quem tem formação em ciências biológicas, que a existência de um sistema nervoso central é fundamental para ocorrer o sofrimento. Os animais ainda diferenciam-se dos vegetais pela potencial senciência, que é capacidade de sofrer ou sentir prazer.

Bianca Pazzini
O ativista não é um semideus, mas tem um importante papel na transformação social. A evolução de cada um de nós e do ambiente que nos rodeia só ocorrerá se agirmos, em todas nossas condutas, com o máximo de retidão de caráter que pudermos. A posição do formador de opinião requer uma revisão completa de valores, e não uma mera abstenção de jogar lixo pela janela do carro.

A própria Ana Paula Maciel, em seu discurso, aduz que não precisamos ser os melhores em tudo, mas devemos ser o melhor que pudermos. Logo, é contraditório afirmar que algo deve ser feito se não o praticarmos em nossas ações mais banais. Em suma, de nada adianta um ativismo midiático e “de embarcação” em detrimento de uma verdadeira racionalização e revisão de hábitos.
Fotos: P. Pires (DC), GreenpeaceCNPq

POST DATA
14-2-14

– Conforme a coluna de Hélio Freitag, os ocupantes do Liceu receberam quarta (12-2) a visita da ativista Ana Paula. Ela disse que apoia a manifestação dos estudantes a favor da qualidade de ensino e que a educação não está em primeiro plano no Brasil (Diário da Manhã, 14-2-14, p. 2).
– Veja também entrevista no programa Frente a Frente, na TVE gaúcha, em janeiro passado (4 segmentos totalizando 1h).

15-2-14
Ana Paula fala ao Diário Popular num corredor do Mercado Central (acima).


4-4-14
Ana Paula ganhou ensaio fotográfico na Playboy brasileira de abril (v. notícia). Ela aparece nua entre árvores, como Eva num paraíso solitário, mostrando uma coerência entre natureza que ela defende, o naturalismo que ela aceita e a naturalidade que ela vive. 
Se bem as fotos divulgadas hoje (dir.) são bem comportadas, ela maliciou com a própria nudez dizendo "a gente vai ver se o desmatamento é zero" (nota de Zero Hora), mostrando aí outra coerência: entre liberdade mental e liberdade corporal, uma antiga bandeira feminista. 

O Sal e o Açúcar: história dos doces de Pelotas


"O Sal e o Açúcar" é um longa-metragem sobre as tradições doceiras na cidade de Pelotas desde o século XIX. O documentário é dirigido por Boca Migotto e produzido pela Ray para o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Foi postada esta semana a versão curta-metragem (15 min) no canal de vídeos da Ray Produtora.

Veja neste blogue o poema relato de Mario Osorio Magalhães A Flor do Sal.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Volta ao Hipólito Leite


Nesta terça (11-2), a volta às aulas no La Salle Hipólito Leite foi um dia de festa e  brincadeiras. Quem recebeu pais e alunos na entrada, além da direção, funcionários e professores, foram artistas do grupo Conexão, com balões, malabares e pernas de pau. Foi cumprida a obrigação de iniciar o ano letivo, ainda num verão especialmente quente, e ao mesmo tempo foi valorizado o lado humano do ensino, unindo o útil ao agradável e em consideração do lema lassallista: "O conhecimento emociona".

A notícia saiu hoje no Facebook, com fotos na página da instituição. O sítio da escola informa que ontem (10) professores e educadores estiveram em Jornada Pedagógica, com a palestra “Como educar no século XXI: Desafios e Perspectivas”, oferecida pelo professor paulista Valther Maestro.

A rede lassallista internacional tem colégios pagos, para os níveis econômicos mais altos, e escolas gratuitas, destinadas a quem não pode pagar tão caro, mantendo a mesma qualidade de ensino.

A escola católica La Salle Hipólito Leite oferece educação fundamental desde maio de 1964 no bairro Cruzeiro do Sul, sendo a única unidade lassallista em Pelotas.
Fotos: Facebook

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Susto amigável

O cronista Rubens Amador, colaborador deste blogue desde 2010, participou na coletânea "Dark City", sobre personagens típicos de Pelotas, com 7 textos seus, anteriormente publicados em jornais e na internet. Organizado pelo historiador Márcio Ezequiel, o livro teve a contribuição de 18 autores, entre jornalistas e pesquisadores da história da cidade, e foi apresentado na Feira do Livro 2013. 

O lançamento reuniu 12 autores, entre os quais estava Amador, emocionado porque era sua primeira experiência autografando, mesmo após alguns milhares de textos já publicados na imprensa. Essa novidade fez surgir mais uma crônica (leia a seguir),onde a emoção do escritor é o centro da notícia. O homem maduro se faz menino ante a experiência única da primeira vez, fazendo remover pensamentos de toda uma vida.

A tiragem inicial do livro esgotou em dezembro, mostrando como os pelotenses se interessam por falar em si mesmos. Ante o sucesso, o editor Marcos Macedo já aprovou uma segunda edição (estará disponível na Livraria Mundial, provavelmente em março), e o organizador está pensando num segundo volume, com mais figuras e figuraças de Pelotas. O anúncio será feito proximamente, no ato de doação dos lucros ao Albergue Noturno. 




Antologia de personagens pelotenses
esgotou primeira tiragem em 3 meses.
Meu amigo Francisco Antonio Soto Vidal já publicou neste blogue várias coisas minhas, como eu gosto: sem modificar nada de meu texto. Senti-me muito satisfeito por ver que alguém apreciava alguns de meus escritos.

Cerca de um ano atrás, recebi um telefonema de Vidal, pedindo-me autorização para que eu permitisse que alguns trabalhos meus sobre tipos de Pelotas fossem publicados em um livro que estava sendo organizado pelo porto-alegrense/pelotense Márcio Ezequiel. Seria uma obra em benefício de uma entidade de pessoas carentes. Prontamente acedi e confesso que me esqueci do assunto.

Em outubro de 2013, fui surpreendido por novo telefonema de Vidal, convidando-me a comparecer na Feira do Livro para cumprimentar e ser cumprimentado pelas pessoas que colaboraram para o livro, que se chamava Dark City, excelente produção da Livraria Mundial, do diligente Marco Macedo, que está se destacando no cenário editorial pela qualidade e bom gosto dos livros que edita com perfeição.

Em lá chegando, fico conhecendo alguns dos demais colaboradores do livro, pessoas altamente qualificadas. De repente, um susto! Sou convidado para sentar-me em uma mesa onde estavam os coautores e eu teria de autografar também, às pessoas que solicitassem meu autógrafo.

Tremi. Jamais me passou pela cabeça viver um momento assim, não obstante eu ter produzido em outro jornal da cidade por cerca de 35 anos, onde escrevi várias reportagens, por mim assinadas, com foto e tudo, além de artigos, crônicas e contos. Atualmente, assino uma coluna que leva meu nome, às quintas e domingos, no Diário da Manhã, já há quase dois anos. Inclusive por isso vários amigos estão sempre me perguntando por que não edito um livro. E eu sempre lhes respondo:
“Meus modestos escritos têm a efemeridade de uma edição. São cadentes sinais que riscam o céu de vez em quando, para logo se apagarem. Para eu chegar a um livro falta-me percorrer um longo caminho. As leituras que tenho feito de autores verdadeiros me inibem de me aventurar numa obra editorial.”
Assim penso há muitos e muitos anos, e continuo pensando.

Rubens Amador (E) autografou por primeira vez na Feira.
Escreve em jornais desde os anos 70, mas só em 2013 saiu em livro,
em companhia de historiadores e estudiosos da cidade.
Mas de repente vi-me autografando! Que susto, repito. Ficava encabulado quando as pessoas vinham em minha direção com seu exemplar e seu nome. E mais ainda quando descobriam que eu era Rubens Amador e me cumprimentavam, dizendo que me liam sempre no Diário da Manhã todas as semanas.

Olha, a gente fica momentaneamente vaidoso. De repente, um coronel, que até há pouco comandava a nossa briosa Brigada Militar, acerca-se de mim perguntando-me se eu era Rubens Amador e,  ante minha confirmação, abraçou-me, e confessou-se meu leitor; e pediu para que tirássemos uma fotografia juntos. A foto foi feita. Das 18h até as 20h, eu e meus companheiros demos dezenas de autógrafos de “Dark City”, que, segundo fui informado, está vendendo muito bem.

Naquele dia 8 de novembro último foi uma tarde que brinquei de autor de um livro. Será um dia inesquecível. Levei um susto, pela surpresa – insisto – que me foi dada pelo meu amigo Francisco Antonio Soto Vidal. O mais agradável susto que jamais pensei poderia ter me acontecido.
Rubens Amador
A crônica sobre Miloca havia saído neste blogue em 2011 e foi para o livro.
Em 2009 e em 2013 Rubens Filho publicou Mario A-Cores.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Tangos & Tragédias, 30 anos

O fotojornalista Nauro Machado Júnior escreveu o seguinte sobre a morte hoje (7-2) do músico porto-alegrense Nelson "Nico" Nicolaiewsky, co-autor com Hique Gómez do show Tangos & Tragédias (v. notícia em Zero Hora hoje, e vídeo reportagem de janeiro passado). Em setembro de 2014, o espetáculo ia completar 30 anos em cena (27 verões no Teatro São Pedro), sempre renovando-se como um modelo de humorismo interativo e de conteúdo cultural. Os pelotenses os viam em Porto Alegre ou no Teatro Guarani, nas poucas visitas da dupla ao sul.

Nico também criou a ópera cômica "As Sete Caras da Verdade" e o recital para piano solo "Música de Camelô", com releituras românticas de sucessos atuais (v. o clipe de Ser feliz é complicado e "Eu quero tchu" no vídeo abaixo). Veja programa completo do Jô Soares em abril de 2013 (35 min) com os dois humoristas falando da Sbórnia como nação e Nico tocando o piano de cauda do estúdio da Globo.


Hoje é um dia triste. Perdemos o Maestro Plestkaya, perdemos o Nico, perdemos um gênio da arte para esta doença que como os leões nas arenas poucas vezes nos dá chance de lutar contra ela. Quero ficar para sempre com a imagem da alegria debochada que ele me passou em cada vez que o assisti e o fotografei. Quero dividir esta foto e a história da primeira vez que o vi.

Fotografei o espetáculo Tangos e Tragédias pela primeira vez no ano de 1994 quando eu era fotógrafo do Diário de Canoas. Junto com a jornalista Raquel Kothe, na época em início de carreira, chegamos cedo no auditório da Associação da REFAP para entrevistá-los sobre o show de comemoração pelos dez anos do Tangos e Tragédias.

Nós, repórteres de um pequeno jornal ainda em início de carreira (nós e o jornal), fomos, nervosos, até o camarim para uma entrevista especial com o Hique e com o Nico. Só que, naquele momento, eles já tinham incorporado os personagens do Maestro Plestkaya e Kraunus Sang.

Raquel, ainda muito "foca", elaborou aquela pergunta histórica que só os jornalistas em início de carreira fazem:

– Como vocês estão VENDO estes dez anos de estrada?

E o Maestro, com seu sotaque esborniano, mira os olhos da minha colega, coloca o dedo indicador na fronte, o polegar no queixo, como quem vai iniciar uma grande explicação, respira fundo, e larga:

– Com os olhos.

A amiga Raquel se desconcertou um pouco, mas seguiu a entrevista e publicamos uma bela reportagem sobre a dupla nas páginas dominicais do DC, editada pela Lila Rizzon. Depois disto eu fotografei a dupla uma infinidade de vezes e ri muito com cada apresentação que assisti do Tangos e Tragédias.

Sempre guardei com carinho esta foto da primeira vez que os vi. Lá se vão 20 anos. Hoje fui até o sótão de minha casa e procurei entre caixas de fotografia até encontrar a velha cópia em preto e branco que nunca tinha sido publicada. Hoje eu divido o meu olhar de alegria com todos.
Nauro Júnior

O humor cultural de Kraunus no violino (Hique) e Pletskaya no acordeão (Nico) em 1994.
Guardada desde então, a foto impressa é agora compartilhada por Nauro Jr.
Texto e foto: Facebook

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Batucada no réquiem para o embaixador da cultura pelotense

A morte do músico popular Gilberto Amaro do Nascimento, conhecido como Giba Giba (v. notícia no Correio do Povo e em Zero Hora), está suscitando artigos de pesquisadores e jornalistas da área cultural.  O escritor Luiz Coronel escreveu Giba Giba, adeus. Leia abaixo a matéria de Carlos Cogoy, enviada por email a este blogue.

Giba exibe o troféu Zumbi dos Palmares, com Hélio
Fala circular, olhar atento sob as lentes escuras, mãos tamborilando o ar. Palavras inventando ritmos, visões da ancestralidade afro, toques de percussão universal. Frases desafiando utopias, imagens percutindo no peito, braços sorridentes. Versos cantando céu e chão, cores mirando o futuro, palmas batendo sons.

Voz negra do sul, avistando nomes e ruelas da infância, dedos entrelaçados com orixás. Dialeto sem fronteiras, um outro olhar, unhas arranhando tambores. Sílabas criando Cabobu, miragem na dignidade da cultura popular, abraços no cortejo da transformação.

Embaixador da cultura pelotense, Giba Giba prescindia da identificação. Já era “Griô”, reconhecido muito além dos bairros da cidade natal. Com sua morte, lembranças acerca da trajetória dedicada ao Carnaval, sonoridade afro-riograndense, prêmio Açorianos pelo disco “Outro um” [ouça trecho], resgate do instrumento de percussão “Sopapo” – projeto Cabobu, homenageando carnavalescos Cacaio, Boto e Bucha, com oficinas e apresentações em 1999 e 2000. Conselheiro de cultura no Estado, tema do “Unidos do Fragata” em 2002, campeã com “No toque do tambor, Ogum mandou Giba Giba aqui” (v. notícia com o samba-enredo).

Os amigos Mestre Batista, Cogoy e Giba Giba
Neste ano (2014), o compositor, instrumentista e intérprete, será lembrado na série “Visceral Brasil – as veias abertas da música”. Trata-se de projeto com treze documentários, e o Estado estará representado no episódio “No sopapo de Giba Giba” (v. notícia de 2013). A exibição será na TV Brasil, ainda no primeiro semestre.

Maria Helena Vargas da Silveira em 2009, Mestre Baptista em 2012, e nesta semana Giba Giba. Pelotenses negros talentosos. Autores também de uma outra arte. Além da criatividade e originalidade, destacaram-se pela generosidade. Militantes da solidariedade, imbuídos da necessidade de mudanças. Embaixadores de uma sutil subversão. A luta por dignidade num ritmo circular, o anseio por transformação numa ginga de céu e chão. Vozes sem fronteiras. Tambores calando charqueadas.
Carlos Cogoy


Giba Giba tem verbete na Wikipédia.
Fotos: C. Cogoy

Temporal: beleza que assusta


Este domingo (2-2) ainda estávamos sentindo as consequências de uma frente fria que lançou granizo na Argentina em pleno mês de janeiro. Bem menos agressiva mas ainda com cara feia, a frente chegou ao Estado gaúcho aos poucos, e ventos e nuvens fora de época ajudaram a amenizar o pesado calor próprio da época, mas sem eliminá-lo (veja uma explicação meteorológica).

Junto ao Arroio Pelotas, a casa do fotojornalista parecia uma ilha abraçada pela tormenta (acima). No estádio Bento Freitas, o torcedor xavante quis ver uma caveira amiga, que comeria o time rival por 4 a zero (abaixo). Veja o ângulo urbano tomado por Beto Fernandes e o mesmo fenômeno, ainda mais impressionante, visto na praia do Cassino por Márcio Gandra.


Fotos: Nauro Jr (1), F. Mendonça (2)