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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Poemas dedicados a Pelotas

Pelotas, minha cidade, de Sérgio A. O. Siqueira (1968).
Canção de amor a uma cidade que é minha, de Joaquim Luís Duval (1980).
A flor do sal, de Mário Osório Magalhães (1999).
Um pouco de Pelotas (em mim!), de Fábio Gonçalves Zündler (2007).
Querido Laranjal!, de Beatriz Araújo (2010).
Princesa, de Manoel Soares Magalhães (2012).
Por uma tarde de julho, de Joaquim Moncks (2013).
Reflexão e cafeína, de Alexandre Vergara (2013).
Soneto para o Café Aquários, de Vilmar Gomes (2013).
Amor e ódio, de Nauro Júnior (2014).

Minha Terra
Lá, na minha terra, quando
O luar banha o potreiro,
Passa cantando o tropeiro,
Cantando, sempre cantando;
Depois, avista-se o bando
Do gado que muge, adiante;
E um cão ladra bem distante,
Lá, bem distante, na serra;
Nunca foste à minha terra?!

Enfrena, pois, teu cavalo,
Ferra a espora, alça o chicote
E caminha a trote, a trote,
Se não quiseres cansá-lo.
Ainda não canta o galo,
É tempo de viajares.
Deixarás estes lugares,
Irás vendo novas cenas
Sempre amenas, muito amenas.

O laranjal reverdece,
E ao disco argênteo da lua,
Logo os olhos te aparece
A estrela deserta e nua.
Francisco Lobo da Costa

domingo, 14 de junho de 2015

Recém-nascidos em fotos

Exposição no hospital é vista por pacientes e visitantes de todas as idades.
A médica obstetra e fotógrafa Sônia Simões de Almeida expõe o ensaio "Newborn", 17 fotografias de bebês, entre 5 e 12 dias de vida. A mostra pode ser visitada no Corredor Arte do Hospital Escola da UFPel até 30 de junho.

Nascida em Minas Gerais, Sônia formou-se em 1989 pela Faculdade de Medicina de Itajubá, graduou-se pela Escola Panamericana de Arte e Design e hoje reside em São Paulo (veja o sítio da artista).

A médica com 25 anos de experiência em ginecologia e obstetrícia transformou em arte seu amor pelos pequeninos e passou a ser também uma fotógrafa especializada em recém-nascidos.

Nas suas fotografias ela busca capturar a graça de cada bebê, num cenário especialmente preparado para cada um, e contar as histórias das crianças, em suas características únicas (um anjinho, um docinho, um filhotinho). Como ela mesma explica:

– Meu objetivo como fotógrafa vai além de capturar poses construídas, mas captar com muita sensibilidade imagens espontâneas, detalhes do corpo, dos movimentos e expressões dos bebês, tudo com muito conhecimento no manuseio, em como tranquilizar e mantê-lo em segurança.

Fotos de Sônia Almeida mostram a alma de pessoas recém-nascidas.
Fonte: HE-UFPel

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Poesia para namorados


Para lembrar o Dia dos Namorados, Nauro Júnior recordou no Facebook o poema "Briga", uma de suas "Andanças Imaginárias", com ilustração de sua jovem filha, Sofia Machado. O livro a quatro mãos apareceu na Feira do Livro de 2014 (v. nossa nota Nauro poetiza a vida).

Abaixo, a homenagem alusiva à modernidade: mesmo com a mais alta tecnologia, somada ao individualismo dos seus adeptos, o amor a dois sobrevive (no fundo musical, a primeira das Gimnopédias de Eric Satie, em tempo acelerado).


Nesta sexta (12-6), a Sociedade Música pela Música preparou um programa especial de música, luzes e cenografia, dedicado à paixão e aos namorados. O palco da Praça de Alimentação da Fenadoce 2015 se encheu de músicos que representaram o amor em diversos idiomas, apresentando canções de várias épocas e origens.

Segundo a notícia do evento artístico, que foi dirigido por Sérgio Sisto e Fernando Montini, "a criatividade foi a palavra-chave para o ambiente montado no palco: mesas de jantar, garçons, louças, roupas de gala" (v. texto completo com fotos de Marcel Streicher e clique nelas para ampliar).

PD 13 junho
Ainda na FENADOCE, uma declaração de amor foi feita em público, aproveitando a novidade e a notoriedade do recurso tecnológico "Realidade Aumentada" (v. notícia). O que deveria ser íntimo e real foi levado à publicidade e à virtualidade. Há um ano, mas não no Dia dos Namorados, outro jovem quis chamar a atenção no shopping pelo mesmo meio, sem tanto sucesso (v. nota neste blogue).

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Pelotas em inverno


Inspirado nos traços e na técnica do artista Leonid Afremov, o pelotense Mário Campello pintou uma vista da praça Coronel Pedro Osório. O ângulo é clássico para qualquer pessoa que conheça Pelotas, mas o olhar do pintor trouxe uma tonalidade europeia, talvez inusitada para quem fotografa nossas praças, a qual acentua e evidencia uma de nossas verdades locais: que nosso clima e nossa arquitetura têm algo a ver com a geografia e a cultura dos que nos colonizaram.

Enquanto os parapluies entristecidos mergulham no anoitecer, as árvores enrubescidas iluminam o Grande Hotel de Pelotas, este plantado aqui em 1928 para recordar a Europa do século XIX. Na época, os modelos e ideais urbanos eram esses prédios com sacadas, desvãos, sótãos e cúpulas. Contudo, nada tão pelotense como este jogo de lusco-fusco e umidade. Mesmo num conteúdo visual nada de surpreendente, o artista nos cativa com esses aspectos formais: viscerais, pegajosos e ancestrais.

De acordo à postagem consultada, a imagem está no Facebook desde setembro de 2012. No entanto, ela foi publicada em 26 de maio deste ano. Técnica: óleo espatulado sobre tela de 50x80 cm. Veja aqui o autor pintando, em março de 2015.
Imagem: Facebook

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Conservatório de Música 97 anos

Desde 1918, o Conservatório ocupou casarão do século XIX.
Reformado em 1940, ficou com o aspecto acima (foto dos anos 50).
A existência de um estabelecimento educacional não propicia apenas a habilitação aos instrumentos musicais, mas patrocina também o contexto cultural de uma comunidade, valorizando o que é planejado e realizado com muito esforço.

É o caso do Conservatório de Música de Pelotas, que, durante 97 anos de vida, tem sabido se manter e crescer, como exemplo de um trabalho entusiasta, digno de refinados valores, ali cultivados.

Como se sabe, foi em 4 de junho de 1918 que a decisão de fundar esta escola de arte ficou formalizada, numa reunião de egrégios pelotenses, por iniciativa de Alcides Costa e Francisco Simões. Três meses após, em 18 de setembro, realizou-se a cerimônia de inauguração da Casa. Naquele ano, nossa cidade, que já era um centro cultural e econômico regional, criou uma instituição à altura das grandes capitais, que até hoje nos alegra e orgulha.

Julgamo-nos aptos a falar desta história, devido a que vivemos boa parte desses anos em “carne própria”, desde a juventude, e por acompanharmos, por décadas, a tradicional e apreciável vida social e artística de um ambiente cultural prestigiado.

Em 1953 comecei a atuar como parte de uma equipe de amadores jornalísticos, ligada ao Diário Popular. O período me parece bastante longo, não extenuante, por sinal, muito importante, pois acrescentou, em minha vida e em minha formação cultural, gratos e belos momentos de crescimento. É possível comprovar o que aconteceu por mais de meio século, pois guardo com apreço e orgulho as dedicatórias obtidas dos artistas. Todos eles deixaram em nossa cidade valioso lastro cultural e inesquecível marca afetiva.

Dedicatória de Arthur Moreira Lima ao Conservatório
Fosse pelo patrocínio do Conservatório de Música ou da extinta Sociedade de Cultura Artística, eram acolhidos em Pelotas os mais diversos grupos, conjuntos, duos, trios e quartetos nacionais ou de outros países do continente. Tudo o qual dava admirável motivo para que “o lado cultural” da coletividade fosse merecida e devidamente divulgado, constituindo-se em admirável tradição esse verdadeiro “rastro de expressão sonora” de que o Conservatório se orgulha em possuir, criando em torno de si um halo de “sublimação cultural”.

Nomes importantes da História da Música como os pianistas Claudio Arrau (1940), Magdalena Tagliaferro (1944), Wilhelm Kempff (1949), Nelson Freire (1969) e Sebastian Benda (1953 e 1970), o violonista Andrés Segovia (1941), o compositor Francisco Mignone (1940 e 1968), o violonista e compositor Agustín Barrios (1929) se apresentaram no Salão do Conservatório, sendo que alguns os conhecemos em início de carreira, como Miguel Proença – que aqui realizou seu primeiro recital em 1962 –, Olinda Alessandrini, Eudóxia de Barros, Roberto Szidon, Cristina Ortiz, Daniel Wolff e muitos outros.

Também incontáveis intérpretes aqui se formaram e passaram a ser professores de seus instrumentos na mesma Casa de origem, assim como outros partiram da cidade e se transformaram em valores luminosos espalhados pelo mundo. Seria injusto mencionar algum e omitir tantos nomes, das centenas que nosso Conservatório formou ao longo do século.

Aproveito esta ocasião para festejar e aplaudir, junto à comunidade e o próprio Conservatório da UFPel, mais este aniversário que nos lembra a bela história da cidade de Pelotas e seu Conservatório de Música. Desejamos que estes 97 anos de vida artística e cultural continuem a ser de crescimento e força, como grande acervo que orgulhe o patrimônio cultural de nossa cidade!

Francisco Dias da Costa Vidal
Diário Popular impresso, 4-6-2015

Saudação especial de Olinda Alessandrini
a Francisco D. C. Vidal, cronista por 50 anos
Imagem 1 Tomada da p. 80 do livro "História Iconográfica do Conservatório de Música da UFPel", organizado por Isabel Nogueira. Porto Alegre: Pallotti, 2005.

Imagem 2 Ao Conservatório de Música, com os meus melhores agradecimentos pela cordial acolhida. Foi um prazer tocar para uma platéia tão distinta, calorosa e culta. Espero voltar ainda muitas e muitas vezes! Cordialmente, Arthur Moreira Lima. Pelotas, 21/IX/83 [História Iconográfica do Conservatório de Música da UFPel, p. 47]

Imagem 3 Para o querido amigo Francisco Vidal, sempre presente a todos os eventos culturais de Pelotas, e que representa para mim, além de um grande amigo, uma grande presença ao apoio e estímulo a todos os artistas. Fico sempre encantada com seu sorriso afável, seu aplauso caloroso e seu entusiasmo. Com grande afeto, Olinda Alessandrini. 24.09.2003 [do caderno de autógrafos de Francisco Dias da Costa Vidal]

terça-feira, 9 de junho de 2015

8ª FestiPOA homenageia Vítor Ramil


"Vitor Ramil: Nascer leva tempo" é um estudo de autoria do professor Luís Rubira sobre a obra musical de Vitor Ramil, que será lançado este mês, na FestiPoa Literária 2015. A obra tem o subtítulo "Identidade, autossuperação e criação, de Estrela, estrela a Longes" e é editada pela Pubblicato, que divulga a seguinte resenha.
Um livro sobre Vitor Ramil, artista cuja obra desloca-se como a linha do horizonte? Ou um esforço para compreender um processo artístico, um percurso interior e uma concepção de “identidade” que considera o sul do Brasil como um lugar que está “no centro de uma outra história”? 
O ensaio que agora vem a público graças ao apoio do Fumproarte não tem a pretensão de enclausurar Vitor Ramil em conceitos, mas busca mostrar uma parte do itinerário do músico, compositor e escritor cuja arte, nas palavras do prefácio de Luís Augusto Fischer, “o tempo vai consagrar como uma das maiores experiências estéticas que o Rio Grande do Sul já teve”.
A 8ª Festa Literária de Porto Alegre abre formalmente na próxima segunda (15-6) às 19h, no Bar Ocidente, destacando o escritor homenageado este ano, o pelotense Vítor Ramil, que fará show dia 16 no Teatro CIEE. O grande evento dura até o dia 23 de junho.

Luís Rubira é professor da UFPel e já publicou, como autor: "Nietzsche: do eterno retorno do mesmo à transvaloração de todos os valores" (2010), "Sepé Tiaraju e a Guerra Guaranítica" (2012) e, como organizador, os 3 volumes do Almanaque do Bicentenário de Pelotas (2012-2014).


Fonte: Facebook