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terça-feira, 19 de novembro de 2013

A casa sobre pilotis

No campo, o tempo parecia distender-se. Os que viviam ali, os gaúchos, tinham a lentidão das plantas, falavam em espaços, o olhar sempre adiante. No horizonte aberto, onde tudo era exposição, os animais confundiam-se com as pedras. Era o presente adormecido nas coisas.

Diante dele, minha quietude revelava-se uma variante branda da impaciência. É preciso parar nas coisas para perceber devidamente o presente, e eu não sabia direito como fazê-lo. Suprimida a agitação da vida na cidade, restava a evidência de que eu nunca me permitira parar, nunca daquela maneira. Eu estivera evitando o presente o tempo todo em toda parte.
[Vitor Ramil, "Satolep", p. 157]


O presente adormecido das coisas terminou por se acomodar em minha quietude, que, por sua vez, abriu ao tempo distendido do campo o meu tempo todo em toda parte.

A consequência direta disso foi que, concluídas as filmagens, ao nos aproximarmos de Satolep em nossa viagem de volta, deixei-me atrair por uma casinha solitária erguida sobre pilotis na planície onde corre o Canal de São Gonçalo. Sua forma muito elevada destacava-se como mágica naquele terreno de vegetação predominantemente baixa e parelha, sobre o qual o céu era um domo perfeito.
[ p. 159]
Foto: Gustavo Mansur
V. foto de Cristiane Neves Casa solitária

domingo, 17 de novembro de 2013

Professora Loiva lança CD com poemas


Oh! bendito o que semeia
Livros… livros à mão cheia,
E manda o povo pensar!
O livro, caindo na alma,
É gérmen, que faz a palma,
É chuva, que faz o mar.

Antônio de Castro Alves, 1870
Poema O Livro e a América

A professora Loiva Hartmann apresenta hoje domingo (17-11), último dia da Feira do Livro, dois livros de poemas ("Eu falo de amor" e "Somos a chave de tudo?"), a antologia comemorativa dos 30 anos da União Brasileira de Escritores, onde participa com dois trabalhos, e o CD "Poesias", por ela produzido, contendo poemas dos dois livros mencionados acima.

Capa do CD Poesias, de Loiva Hartmann
O disco funciona como um audiolivro, gravação que permite às pessoas ler um livro sem usar os olhos, e também como um CD de música, pois os poemas trazem todos o fundo em piano de Richard Clayderman. Os textos trazem ideias românticas, filosóficas e psicológicas, e podem ser ouvidos para meditação em casa ou andando de carro ou ônibus.

A ideia é uma nova forma de promover a cultura da poesia, muito a propósito do lema "Poetize sua vida", que esta Feira utilizou, numa homenagem aos 160 anos de nascimento do escritor Lobo da Costa, destacado poeta romântico.

Como ativa promotora da leitura e da educação, ela evoca os versos de Castro Alves, citados no epígrafe deste post, para celebrar mais uma edição da Feira do Livro e para estimular a todos aqueles que estimulam a cultura literária. Em email ao editor do blogue, ela declarou:
A sociedade de Pelotas está reaprendendo a visitar e a conviver no Mercado, pela mão dos livros! Isso é o Paraíso. Cumpriu-se a profecia de que vale a pena preservar o passado para solidificar o presente. Estamos todos de parabéns.
Contracapa do CD
O CD Poesias contém 80 minutos de gravação na voz do locutor Otávio Soares, recitando 23 trechos das obras "Eu falo de amor" e "Somos a chave de tudo?", de Loiva Hartmann.

O trabalho foi gravado na Rádio Federal FM e editado pela Captação Eventos. Disco e livros estão à venda na Livraria Mundial.

Loiva Hartmann,  professora e poetisa radicada em Pelotas, é patrona deste blogue desde junho passado e integrará a Academia Pelotense de Letras desde 7 de dezembro deste ano.
Imagens Banco da Poesia (1) e L. Hartmann (2-3)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O "Vovô" de Santos vai à TV aberta


O curta-metragem “As Memórias do Vovô”, realizado pelo curso de Cinema da UFPel, com direção da professora Cíntia Langie, será exibido este sábado (16-11), às 12h30min no programa Curtas Gaúchos da RBS/TV.

O documentário relata a vida e obra de Francisco Santos e recria o filme dele de 1913 "Os Óculos do Vovô", filmado em Pelotas. Inclui depoimentos dos professores da UFPel Guilherme da Rosa, Ivonete Pinto, Lanza Xavier, Luís Rubira, e também do crítico Joari Reis.

Veja mais nos posts deste blogue Resgatando os óculos do vovô (abril de 2012), sobre o filme pioneiro do cineasta português, e As memórias do vovô e seus óculos (julho de 2013), sobre o documentário feito pela equipe da UFPel.


Fonte: UFPel e Facebook

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Cães na entrada do shopping

Ontem (13-11) às 14h, dois cães permaneciam na entrada do shopping, barrados pela segurança, sem poder compartilhar com seus irmãos humanos no interior do hipervalorizado centro comercial pelotense. Não esperavam esmolas em alimento; somente mendigavam companhia e inclusão. Mesmo longe da área central, eles chegaram ali e talvez transmitam a novidade deste espaço a outros vagantes da cidade. Fica assim marcado o moderno lugar com este traço da cultura local (a tolerância à vagabundagem), relacionado à acomodação e ao autodesprezo.

Os espaços urbanos como igrejas, lojas e clubes atraem os mais necessitados, e o sistema está pensado para impedir sua entrada a partir da porta, deixando-os ali em máxima visibilidade. Os bichos de rua simbolizam a baixa autoestima da população, a falta de destino e a desunião social, como dizendo que a cidade é uma grande selva ou um hospício aberto, e não um espaço para o desenvolvimento de todos.

Os defensores dos animais promovem a adoção e a vacinação destes seres, para que eles sigam coabitando com os humanos no mesmo espaço, partindo da ideia de que o amor é universal e pode incluir a todos. Mas mesmo havendo a boa vontade de todos, um segmento rebelde insistirá em acomodar-se na passividade e mostrar-se como excluído.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Comprando shoppings

Shopping Pátio Paulista tem até teatro e biblioteca. Não é dos maiores de S. Paulo (v. descrição no site).
Ex_trans _gei _rismos

Cultura do prazer particular
LÁ ... NO PONTO DISTANTE/ESTRANGEIRO

Na vitrine, trajes vendidos;
dentro deles, pessoas compradas
Coisas importadas ao falar

Estacionar onde já foi cinema
Escutar/acordar/cheirar
Lá ... Onde gritam que o silêncio impera

Nossas palavras nos faltam
Comunicação ecossistemática/OFENSA
Estágio/escolha/apoteose

Hipotéticos/metafóricos

Extravasar ... usando/comprando marcas

Vazão cultural em outra língua
Explico que são três de nós
Explicas como se navega ...
Linguagem marítima/solidão/transbordante

De nós náuticos
De nós náufragos

Estética/mágica ... centros de compras
Psicologia das recompensas

Os shoppings têm a mesma aparência, mas diferentes almas, conforme quem sejam as pessoas envolvidas.

Livraria no Shopping Pelotas, espaço para o pensamento
A estrutura das compras cercando-nos em língua importada. Espaço planejado. Etiquetas. Padronização. Higienização: seja ela humana; ou dos valores humanos.

O fácil movimento por entre corredores que simulam ruas e suas lojas ostentadas/ostentatórias. Luxo. Riqueza e glória. O melhor traje traduz quem o veste e serve para informar quem vê sobre quem passa. E corredores apinhados de passantes, afoitos por serem notados, em seus estresses particulares/consumistas. Tudo pista de contramão.

Centros de compras ou “Shopping Centers” mostram/revelam o desenvolvimento de uma região/local/espaço. Refletir os modismos à moda dos grandes centros. E esses que se reinventem; pois, a cultura local se infiltra e ramifica nas estruturas importadas/soltas/arregimentadas, criando uma paisagem urbano/humana/social inconfundíveis.

A estrutura de um shopping em Pelotas não é diferente de um Shopping em São Paulo. O que muda são as coordenadas geográficas e as pessoas envolvidas no processo de compras. Este é o diferencial.

ANASTTACIO N.
correspondente (SP)
Limpeza, brilho, silêncio, educação, segurança - tudo o que falta na cidade está no shopping.
O menos visível é como a cultura pelotense se infiltra nesse padrão e faz o Shopping Pelotas.
Fotos: N. Anasttacio (1-3), F.A. Vidal (4-5)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Corte da FENADOCE 2014

Corte 2014: Princesa Ana Carolina, Rainha Mylena e Princesa Letycia
Mylena Dornelles Hermes foi eleita nesta quinta (7-11) Rainha da 22ª FENADOCE (o Diário Popular deu a notícia na mesma noite). Ela havia sido a mais votada pela internet e por suas colegas de concurso (v. nota sobre as candidatas).

As princesas da corte 2014 são Letycia Rosa Grill e Ana Carolina Madruga da Rosa. Já no primeiro dia de reinado (8-11), as três jovens visitaram a 41ª Feira do Livro, no Mercado Central.

Letycia, Mylena e Ana Carolina 
A Rainha Mylena está com 18 anos (n. 22-6-95), tem 4 anos de experiência nas passarelas, é catarinense de Joinville, cursa o 2º semestre do curso de Meteorologia na UFPel e representou no concurso o Salão Hair Tech (v. ficha do concurso e perfil Facebook).

A Princesa Ana Carolina tem 20 anos (22-2-93), estuda Enfermagem na UFPel e representou a Lordi Design (v. ficha e perfil no Facebook). Foi Garota Verão Pelotas em 2012, estava concorrendo por terceira vez à Corte da FENADOCE e é a única pelotense neste grupo.

A Princesa Letycia tem 21 anos (31-1-92), formou-se este fim de semana no Bacharelado em Turismo na UFPel e inscreveu-se no concurso pela Daisul Veículos (v. ficha).

No Facebook, Letycia se descreve como porto-alegrense, mas o jornal de São Lourenço do Sul diz que ela é desta cidade (v. nota), talvez por ter morado lá. Segundo o histórico familiar, ela é filha do médico e político pelotense Jorge Alberto Duarte Grill, atual vice-governador gaúcho e ex-prefeito de São Lourenço e Cristal.

Letycia, Mylena e Ana Carolina
Fotos: FENADOCE

sábado, 9 de novembro de 2013

Figuraça e livro de graça na praça

Ezequiel tomou a Vanguarda
Por segunda vez nesta Feira do Livro, Márcio Ezequiel autografa uma obra literária. Neste domingo (10-11) às 18 horas, ele assinará "Agenda, o livro dos dias", trabalho que lançou na Livraria Vanguarda do Shopping Pelotas (dir.), há poucos dias, na quarta 30-10.

Ele não somente dará autógrafos e dedicatórias: os primeiros leitores a chegar também receberão grátis um exemplar do livro. A "Agenda" custa R$ 20 e vem com apoio do fundo municipal Procultura.

Seu anterior lançamento na Feira foi esta sexta (8-11), com a coletânea "Dark City: figuras e figuraças de Pelotas", por ele organizada. A maioria dos 18 coautores esteve presente na ocasião. Este domingo (10) também será a segunda oportunidade para quem perdeu a sessão de autógrafos de "Dark City". Agora, no entanto, somente com o organizador.

Márcio é porto-alegrense radicado em Pelotas há 3 anos. Ao preparar "Dark City", convidou outras figuras e figuraças para assinar o livro e passou a ser com isso mais um dos personagens históricos de Pelotas.
Foto: F. A. Vidal

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dekorart no Corredor

Imagens de uma Pelotas antiga filtradas pelo olhar "pop art" de Cláudio Soares
Até o dia 18 de novembro estão em exposição no Corredor Arte do Hospital Escola UFPel trabalhos de alunos e professores de pintura do Atelier Dekorart, estabelecido há 15 anos em Pelotas com cursos de pintura em tela e madeira e distribuição de materiais para pintura artística.

Releitura de Bouguereau, por Giovana Mendonça 
A mostra é um conjunto de 14 obras em óleo ou acrílica sobre tela com temáticas diversas, mas tendo em comum cores vibrantes e técnica apurada.

Flores, paisagens, abstratos, figuras humanas levam a cada observador uma significação diferente. Neste espaço, os pacientes e seus acompanhantes têm a oportunidade de buscar o conforto, a compreensão ou simplesmente a distração, diante desse momento difícil que é a internação hospitalar.

Segundo informam os professores do ateliê, os alunos também se valem da pintura como lazer e como terapia. Hoje em dia, a arte expressiva é um necessário "remédio" contra o stress, útil para aliviar a pressão do dia-a-dia e recuperar o bem-estar.

De acordo com a organização do Corredor Arte, estão atraindo a atenção do público os trabalhos de Cláudio Soares em pop art (v. imagem superior) e uma releitura do quadro de 1880 "Vênus defendendo-se de Eros" (v. quadro original), do pintor francês William-Adolphe Bouguereau, elaborada por Giovana Mendonça (dir.).

Detalhe de "Rosas"
Merecem atenção também a "Constelação", acrílica sobre tela de Cláudio Soares, por sua sugestão em preto e branco de luzes e movimentos no fundo escuro do céu noturno, e as "Rosas" de Loiva Krüger (abaixo), que atraem por seu jogo de sombras sobre cores e pela transparência das minúsculas gotas d'água (esq.).

Estão expondo os professores Cláudio Soares e Giovana Mendonça e os alunos Beatriz Borges, Fabiana Mendonça, Ivanir Póvoa, Loiva Krüger, Mariângela Bettin, Marlise Campos, Neusa Jaekel e Zara Drago.

"Rosas", óleo sobre tela de Loiva Krüger
Texto e imagens: Completa Comunicação

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Isabel Nogueira grava CD de canções

A pianista Isabel Porto Nogueira prepara seu primeiro CD, "Vestígios Violetas", com canções em espanhol e português. Com formação no Conservatório de Música da UFPel, ela concluiu doutorado na Espanha com uma tese sobre o pianismo em Pelotas. Em 2002 assumiu a direção do Conservatório, seguindo até janeiro de 2013, quando a unidade foi assimilada aso Centro de Artes. Hoje é professora na UFRGS, em Porto Alegre.

Isabel Nogueira canta Vestígios Violetas
Há cerca de dez anos, Isabel começou a pesquisar no cancioneiro latino-americano, chegando a produzir um pequeno espetáculo poético-musical sob o conceito da Memória da Melancolia, muito próximo à Estética do Frio (de Vítor Ramil).

Comprometendo-se mais e mais com essa pesquisa, converteu-se em bailarina e em intérprete dessas canções em espanhol, realizando assim o antigo sonho de ser uma cantora popular. Quando ainda morava em Pelotas, apresentou em diversos shows algumas dessas músicas, com acompanhamento em violão de Pedro Diazz, mostrando-se dona de belo timbre, excelente presença cênica e envolvente expressividade vocal (v. resenha de Tangos e Canções).

O repertório "Violeta" é tão diversificado como a América Latina, incluindo produção de compositores brasileiros novos, como Juliano Guerra, e consagrados, como Vitor Ramil, Marcelo Delacroix, Déa Trancoso e Gilberto Oliveira. As músicas em espanhol são de Chabuca Granda, Fernando Cabrera, Violeta Parra, Homero Manzi, Sassone e Bocazzi, Fito Páez e Eduardo Darnauchans.
Foto: Lígia Motta

Candidatas à Corte da FENADOCE 2014

Esta quinta (7-11) será feita a escolha da Corte Real da 22ª FENADOCE. Rainha e princesas sairão deste grupo de 30 candidatas para representar o megaevento e a cultura pelotense ante o resto do Brasil. Na fase preparatória, a organização pediu que as meninas votassem entre elas, e as mais votadas foram Mylena e Raissa.

Nesta reportagem em vídeo do Diário Popular, 28 candidatas se apresentam a si mesmas, em ordem alfabética. Para conhecê-las melhor e votar (até quarta 6-11), clique aqui.


POST DATA
11-11-13
Veja a nota Corte da FENADOCE 2014.

domingo, 3 de novembro de 2013

TRIZ: três grandes nomes em única apresentação


O grupo Triz, formado pelos músicos André Mehmari (piano), Chico Pinheiro (violão) e Sérgio Santos (voz e violão), está numa turnê nacional, patrocinada pelo programa Natura Musical. Sua primeira apresentação em Pelotas forma parte da 41ª Feira do Livro, este domingo (3-11) às 21h (ingressos a R$ 10 no Teatro Guarani).

O projeto Triz surgiu em 2011, quando Sérgio convidou André e Chico para comporem juntos. Por separado eles já eram músicos prestigiados, juntaram os caminhos de solistas (ao contrário dos grupos que se dissolvem) e deram certo desde o início. O resultado é classificável como jazz brasileiro, transitando entre o popular e o erudito. A ideia se converteu num CD, em setembro de 2012, que o trio vem divulgando pelo Brasil.

Santos, Pinheiro e Mehmari, união experimental de carreiras solo
André Mehmari faz canções e música instrumental; já compôs para a OSESP e para o Quinteto Villa-Lobos, entre outras destacadas agrupações. Destaca-se como pianista, mas também canta e domina vários instrumentos. No gênero popular, gravou com Hamilton de Holanda e a cantora Ná Ozzetti.

Sérgio Santos compõe, canta e toca violão. Já lançou seis álbuns, sempre mesclando a MPB a outros estilos. Suas criações já foram interpretadas por Alcione, Fátima Guedes, Lenine, Dori Caymmi, Milton Nascimento, entre outros grandes nomes. Seu último lançamento solo, “Litoral e Interior” (2010), teve uma música indicada ao Grammy Latino como melhor canção brasileira.

Chico Pinheiro é violonista autodidata, atua como profissional desde os 15 anos e tem fortes influências jazzísticas. Seu quarto disco, “There's a Storm Inside” (lançado no Brasil como "Flor de Fogo", em 2010), já foi divulgado em 35 países.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

41ª Feira do Livro começou rompendo esquemas


Começou ontem (31-10) a 41ª Feira do Livro de Pelotas, montada, por primeira vez em sua história, no recinto do Mercado Central, restaurado nos últimos cinco anos e ainda não ocupado por comerciantes. Rompendo também com uma tradição, os organizadores escolheram a jovem poetisa Angélica Freitas como patrona, e o artista gráfico Odyr Bernardi como orador.

O discurso de Bernardi foi uma animação gráfica sem palavras, ato também inédito em qualquer cerimônia pública. A inauguração foi realizada na Tenda Cultural João Simões Lopes Neto, montada no Largo Edmar Fetter. No post Vestido de gala para Feira do Livro, Manoel Magalhães destacou a beleza do prédio centenário, ornado com iluminação colorida.

Em Pelotas a criação artística tende a predominar sobre os sucessos financeiros, pelo menos desde a decadência das charqueadas no início do Século XX. A cidade tem boa quantidade de escolas, museus, galerias e salas de espetáculos, mas não se destaca na indústria ou no comércio. O centro comercial Zona Norte é diariamente ocupado por ateliês e exposições, e agora o Mercado, que ameaçava fracassar em sua vocação, se enche de livros e intelectuais. Veja aqui a programação de oficinas, debates e espetáculos (no final as sessões de autógrafos, que serão às 18h de cada dia até 17 de novembro).

A grande pergunta desta edição da Feira é se o público aceitará bem a mudança de lugar – do redondo da praça para as proximidades das peixarias. Veja o comentário de Manoel no blogue Cultive Ler:
Ao ser anunciada a retirada da Feira do entorno da Fonte das Nereidas, causou o maior rebuliço no meio livreiro. A Câmara Pelotense do Livro imediatamente protestou, considerando a mudança nada auspiciosa.

Muita discussão seguiu-se, inclusive com a ameaça dos livreiros de não participarem do evento este ano. Após discussões acaloradas, decidiu-se pela montagem da estrutura da feira no Mercado Central, numa saída estratégica, para tentar agradar gregos e troianos.

Tentar, apenas, já que sabemos tratar-se de missão impossível.


POST DATA
2-11-13
Diário Popular diz hoje: Mudança para Mercado agrada visitantes da 41ª Feira do Livro.