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sábado, 28 de fevereiro de 2009

O Castelo do Major

Visão lateral pela Conde de Porto Alegre
O casarão em ruínas que se encontra na esquina da Quinze de Novembro com a Conde de Porto Alegre, na parte alta de Pelotas mais próxima ao Canal São Gonçalo, desperta a imaginação, mesmo aos historiadores. Como um castelo em estilo medieval poderia encontrar-se nesta cidade, que teve seu maior desenvolvimento somente no século XIX?

A resposta leva à excentricidade de um militar e fazendeiro gaúcho com pendores sociais e artísticos. O terreno pertenceu ao major de exército Antônio Duarte da Costa Vidal, que lutou na Guerra de Canudos (1896-1897), no nordeste baiano, e uma vez reformado fixou residência em Pelotas e fez construir o sobradão segundo um modelo europeu (castelo da Baixa Idade Média, séculos XI-XV).

Segundo escreve Mario Osório Magalhães (v. artigo de 9-11-2007), o major Vidal já era proprietário de grandes terras na fronteira oeste do Estado (cidade de Itaqui), comprou o dito terreno da Quinze de Novembro em 1931 e mandou construí-lo em 1936 - o que ocorreu em etapas, pois ele viajava muito. Edificou outro parecido em Itaqui, hoje também abandonado.

Os documentos em que o pesquisador se baseia são um registro cartorial de 23-11-1928, segundo o qual a empresa Dias & Requião adquire o terreno da Intendência de Pelotas (Prefeitura Municipal), e outro de 28-10-1931, que anota a venda da propriedade da empresa citada ao major Vidal (v. artigo de 1-11-2007).

Aspecto atual (2009) pela Quinze
Não vi os documentos, mas me parece, por cálculo da idade do major, que esta construção deve ter ocorrido pelo menos uma década antes, nos anos 20. Na hipótese de ele ter saído do exército aos 35 anos de idade, recém teria levantado o castelinho aos 70?
Em todo caso, não se trata de um verdadeiro castelo, mas de um sobradão com porão e torre. Construí-lo fora de contexto, numa cidade do século XX, foi uma forma de sonhar com outras épocas e com personagens poderosos; talvez, um modo de chamar a atenção e de dar-se uma alta importância social. Em janeiro de 1931, já estava liquidado o Banco Pelotense (localizado, desde 1916, na Marechal Floriano com Andrade Neves), mas a cidade seguia mostrando riqueza.
A propriedade abandonada se encontra hoje num pântano jurídico, fruto de problemas legais, desentendimentos familiares e da incapacidade financeira para restaurar e manter em funcionamento uma obra tão grandiosa e sem o valor histórico que se supõe. Apesar dos traços medievais e do atual aspecto ruinoso, a casa não é mais antiga que o Grande Hotel (que acaba de fazer 80 anos).
Há interesse de historiadores, de imobiliárias e de cidadãos que valorizam o patrimônio, mas em Pelotas ainda as dificuldades superam as boas intenções.

Visão da fachada principal, pela Quinze de Novembro
Fotos: F. A. Vidal (1-2), D. Silva (3)

POST DATA
27-6-12 Há fotos de dentro da casa na Revista O Viés.
16-2-13 O Projeto Pelotas Memória reuniu fotos deste prédio no álbum Castelo da Rua XV.
24-4-14 
Na foto abaixo,Beto Fernandes limpou a fiação e os riscos no muro, obtendo um ar romântico e idealizado para o ângulo pela rua Conde de Porto Alegre (fonte: Facebook).


18-10-14 
No álbum de 2013 citado acima, o Projeto Pelotas Memória acrescentou duas fotos de 1989, tomadas por Marli Costa.
26-3-15
O prédio se encontra em obras e gerando comentários sobre seu novo destino (comercial). A informação foi lançada por Freitag Jr. Reformas não significam restauração, até pelo contrário: reformar é dar nova forma, e restaurar é dar de volta a antiga forma. A construção é dos anos 30 do século XX, uma fantasia de 500 anos no meio de uma cidade que, na época, ainda não tinha 200. 
Duas fotos de V. Lautenschlager (abaixo) comparam a deterioração do falso castelo ao longo dos últimos trinta anos (fonte: Facebook).
Na década de 1980                                   No ano de 2013

Plano Nacional de Cultura

Um Plano Nacional de Cultura vem sendo elaborado pelo Ministério da Cultura e a Câmara de Deputados, com base na Constituição de 1988. A Emenda Constitucional 48, de 2005, previa sua formulação.

A primeira edição do Plano saiu em 2007 e passou por debate em diversas instâncias nacionais, inclusive mediante a internet. A segunda edição (veja o texto em pdf) ficou pronta em 2008, após revisão pelo Conselho Nacional de Política Cultural, do MinC, em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara de Deputados, e vai ser submetida a aprovação no plenário, nos próximos meses.

O Sistema Nacional de Cultura vem sendo estruturado pelo MinC desde 2003, como um modelo de gestão conjunta da cultura nacional, para promover o desenvolvimento social, com acesso pleno às fontes da cultura. Nesse processo, a 1ª Conferência Nacional de Cultura, em 2005, ajudou na discussão aberta dos planos culturais - um dos quais foi o PNC - inclusive em encontros municipais (em Pelotas também houve um). A 2ª Conferência está prevista para 2009.

A proposta do PNC engloba 7 conceitos norteadores, 33 desafios e 5 estratégias gerais (clique para aumentar), que abrigam ao todo mais de 200 diretrizes, divididas por modalidades de ação do Estado.

Em relação à 1ª estratégia, o PNC considera importante a presença do governo (federal, regional ou local) para desfazer relações de poder assimétricas (desigualdade e verticalismo). Também - tendo em vista a 2ª estratégia - para facilitar uma rede da mais ampla diversidade, considerando que atualmente muito poucos brasileiros têm o hábito da leitura ou costumam ir a museus ou teatros. Diz o documento que o Estado também deverá regular as "economias culturais", no sentido de evitar as exclusões, a depredação e os monopólios comerciais.

O documento define a cultura antropologicamente, como o cultivar de três dimensões humanas: simbólica, cidadã e econômica. Nessas dimensões, mencionam-se as diversas linguagens artísticas (visuais, audiovisuais, circo, dança, literatura, música popular e música de concerto) e as manifestações culturais a ser incluídas (as várias línguas nacionais, as culturas populares, as culinárias regionais, e o desenho de moda e vestuário).

A proposta deve ser ainda mais divulgada, refletida e aperfeiçoada, em conjunto com os trabalhadores das artes, especialistas, gestores e as entidades comunitárias.

Neste blog, poderemos discutir algumas destas ideias e propor outras, em relação a Pelotas.
Imagens da web (MinC).

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Canção para Pelotas


Kleiton e Kledir Alves Ramil nasceram em Pelotas, passaram aqui a infância, mas ao sair do Científico se mudaram para Porto Alegre, onde foram estudar engenharia. A música falou mais alto, e eles se dedicaram a uma carreira de grande sucesso.
Os dois irmãos não dizem a idade em seu site oficial, mas a revelaram a crianças de Ribeirão Preto (leia a entrevista). Kleiton (esq.), o que gosta das loiras, é Leão, de 23 de agosto de 1951; Kledir (dir.), que prefere as morenas, é Aquário, de 21 de janeiro de 1953. Portanto, têm respectivamente 57 e 56 anos. Sua parceria discográfica completa 30 anos em 2010.
Suas músicas cantam o Rio Grande do Sul, sem nunca mencionar diretamente a cidade de origem (houve alusão em "Lagoa dos Patos"). Isso mudou com a música "Pelotas", apresentada por primeira vez no Teatro Guarani (23-09-07; veja o vídeo), reapresentada com arranjo instrumental em dezembro de 2008 na praça Coronel Osório, e ainda à espera de uma gravação em estúdio.
Por enquanto, somente há os vídeos feitos pelo público, de onde tentei tirar a letra, pois também não está disponível na internet. São doze quadrinhas em 3 grupos de 4, com rimas um pouco forçadas e um romantismo ingênuo, mas emociona em certos trechos. Peço aos leitores que ajudem a corrigir o que segue, e assim teremos a letra completa, enquanto a versão em estúdio não sai.


Caminhando por Pelotas / lembrei de quando eu nasci,
um quarto da Santa Casa / o palco do Guarani.
Contei paralelepípedos / a caminho da escola,
somei ladrilhos hidráulicos / paredes de escaiola.

Pião, bolinha de gude / pandorga, ioiô, gibi,
bici, carrinho de lomba /eu sou o mesmo guri.
Comi tanta pessegada / fios de ovos, bem-casados
e pastéis-de -santa-clara / que fiquei cristalizado ["açucarado", em 2007].
E voei até a praça / passei no Sete de Abril;
os pardais faziam festa / naquela tarde de frio.
Tomei um café no Aquário / bem quente pra ver se aquece;
agradeci: "Obrigado" / a moça disse "Merece".
Andei a pé na Avenida / entrei na Boca do Lobo
e fui até a Baixada / pois era dia de jogo.
E naveguei pelo Porto / Fragata e Areal,
Três Vendas e São Gonçalo / e praias do Laranjal.
É muita guria linda / eu fico até espantado
nunca vi tanta beleza / por cada metro quadrado.
O vento nos teus cabelos / desenha uma escultura
como a Fonte das Nereidas / nos braços da arquitetura.
Terra de todos meus sonhos/ Princesa do Sul bonita
o meu amor não tem fim / como uma rua infinita.
Pelotas, minha cidade / lugar onde eu nasci,
ando nos braços do mundo / mas sempre volto pra ti.

Fotos: site Doces de Pelotas (fios de ovos),
F.A.Vidal (Laranjal)
Flickr (Miss Pelotas 2008 Bruna Peter).


POST DATA 
Maio de 2009 
Confira o post Pelotas e suas belezas, com imagens e áudio do DVD Autorretrato (2009).
Maio de 2012
Abaixo, clipe de 2011 com a música "Pelotas", do mesmo DVD.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pelotas, Estação das Luzes

A Secretaria Municipal de Cultura organizou, mediante sua diretoria de Artes Visuais, a mostra de fotos denominada “Pelotas, Estação das Luzes”, exposta até ontem (25) no Centro Cultural Adail Bento Costa (dir.).

Em novembro passado, quando a cidade iluminava suas praças e ruas pelo Natal e Ano Novo, o Secretário de Cultura e o Prefeito pensaram em valorizar esse espírito mediante um prêmio de fotografias, que poderiam ir a uma exposição e até a uma publicação impressa. O concurso se destinaria a fotógrafos amadores e profissionais, e o tema estaria dado pelas luzes de Pelotas.
Os resultados saíram dia 28 de janeiro, e sete dias depois os prêmios e certificados foram entregues pela Comissão Julgadora da SeCult: diretor Samuel Sacramento, assessor Mauro Lindemann, jornalista Felipe Gertum e fotógrafa Maria do Carmo Lessa.
Durante fevereiro, ficaram no recinto da SeCult 22 fotos de 6 autores: Matheus Ávila de Oliveira (1º lugar), Eduardo Rickes (2º lugar), Suzana Oliveira (3º lugar), Francisco Vargas (menção honrosa), Paulo Vitor Santos e Isabel C. S. Vargas.
Com poucos recursos, uma boa ideia pode ser executada em pouco tempo, o que deve ser modelo para outras iniciativas. No entanto, o que se observou na exposição pode servir de referência para não se cometerem erros tão básicos: fotos próximas demais deixando metade da sala vazia, inadequadas dimensões dos trabalhos para uma exposição, a identificação de cada imagem ficou de leitura pouco clara, e o evento teve pouca publicidade e pouca visitação.
O site da Prefeitura informou de cada fase do concurso oportunamente, mas ao saírem os resultados divulgou-se uma foto (esq.) tão pouco nítida do trabalho ganhador, que parecia inacreditável que ele tivesse obtido o primeiro prêmio. Com minha simples máquina, consegui uma foto algo melhor (dir.) da imagem de Matheus de Oliveira "Mil Luzes", em referência às árvores iluminadas na praia do Laranjal.
Em suma, um resultado global insatisfatório para o público, denotando o amadorismo... dos organizadores.
Fotos de F. A. Vidal.

Três médicos notáveis

Em 8 de janeiro de 2009, o blogue de Paulo Gastal Neto publicou esta informação relevante para nós, pelotenses:

Reconhecimento

A PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) concedeu o título de "patrono" da instituição a um ilustre pelotense: O Dr. Francisco de Paula Amarante Neto. O Dr. Francisco de Paula é decano do Centro de Ciências Biológicas e Medicina da PUC-RJ e um renomado otorrinolaringologista. Uma referência na especialidade.

A curiosidade é que o homenageado é filho do Dr. Rubem Amarante Filho, que conta com 102 anos de idade. O Dr. Rubem vem a ser filho do Dr. Amarante
[...] que foi provedor da Santa Casa e um médico que marcou época no seu tempo, na primeira metade do século passado.

Os doutores Francisco de Paula Amarante Neto, com 80 anos, e Rubem Amarante, com 102 anos, são verdadeiras "lendas vivas" do ensino superior voltado a área da saúde e merecidamente reverenciados pela instituição carioca. Aqui em Pelotas, não deu nota nos jornais!


Como dizia um "velho" amigo jornalista: Cuidado: Povo que não tem memória perde referências! [Confira a nota original aqui].

O dr. Francisco de Paula Amarante Neto seria o do meio na foto (esq.), de acordo a informações do site da PUC-Rio. Um ex-aluno que leu esta nota diz: é o da esquerda.

O dr. Rubem da Costa Leite Amarante (sem "Filho") fez 102 anos em janeiro, fundou em 1953 a Escola Médica da PUC-Rio, e a dirigiu por quase uma década. É membro da Academia Nacional de Medicina.

Em Pelotas, conhecemos mais o dr. Francisco de Paula Amarante como nome de rua. Em 1946, foi criada escola municipal em sua homenagem, no Capão do Leão, distrito pelotense na época.
Foto da web (PUC-RJ).

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Prefeitura prepara os 200 anos

No site da Prefeitura, seção Notícias (26-01-2009), lemos:

Foi dada a largada para [...] o bicentenário de Pelotas que acontece no dia 7 de julho de 2012. O poder público pretende articular intensa programação, desde já, para marcar os dois séculos de fundação da cidade. A prefeitura quer receber idéias sobre projetos que possam ser discutidos e viabilizados também no período que antecede à data histórica. As festividades culminarão, no primeiro semestre de 2012 com eventos comemorativos em praticamente todos os finais de semana [...] que possam contar com a participação da iniciativa privada, universidades, Exército, Brigada Militar, entidades e associações.
A Prefeitura Municipal se define como articuladora das ideias da comunidade e das atividades que os próprios pelotenses queiram realizar.

Como expliquei há uns dias (veja o post), celebramos em 7 de julho a criação da freguesia de São Francisco de Paula (inicialmente dependência da paróquia de Rio Grande) e o reconhecimento do Rei, em 1812. Nesse dia foi fundada a matriz eclesial, mas o embrião de cidade recém começava a gestar-se, e só viria a nascer realmente com nossa independência em relação à Vila de São Pedro do Rio Grande. Essa autonomia foi declarada pelo Imperador do Brasil em 1830 e finalmente efetivada em 1832. Três anos depois, veio a promoção da Vila à condição de Cidade.

Somente uma placa recorda o primeiro centenário de nossa qualificação como Cidade (esq.): encontra-se no frontispício da Biblioteca Pública Pelotense, à esquerda de quem entra. (Clique na imagem para vê-la aumentada).
O Brasil foi "fundado" pelos portugueses em 1500, mas só existe como país desde a declaração de 1822. O povo comemora essa fundação, mas a festa oficial só pode ser feita sobre os dados históricos da independência legal. A cidade vizinha de Rio Grande, de onde Pelotas se originou, também celebra sua idade a partir da instalação urbana, em 1737, e não de sua qualificação como Vila (1750).
Este blog quer festejar com orgulho o crescimento de Pelotas, mas sobre os dados de sua história verdadeira. O que comemoraremos em 2012 é o início da fundação de nossa cidade. Se formos progredindo desde esse ano - bicentenário de nossa Freguesia (reunião de "fregueses", do latim hispânico fíli eclésie) - veremos em 2030 um novo renascimento, mais real do que sonhado.
Foto de F. A. Vidal. Imagem: site da Prefeitura.

Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo

O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo existe desde novembro de 1986, como parte do Instituto de Artes da Universidade Federal de Pelotas. Mas é somente nos últimos seis anos que ele funciona na atual sede, na rua General Osório 725, esquina General Neto.

Começou numa casa da rua Félix da Cunha, que se fez pequena para as necessidades do MALG. Em 2000 pensou-se na mudança para a antiga Faculdade de Agronomia, mas o centenário prédio requeria ainda total restauração, e o Museu terminou indo para o casarão Alsina, comprado em 1951 por Léo Zilberknopp, que o aluga para a UFPel.
A diretora do museu desde 2006 é a professora Raquel Schwonke, que fez inovações internas, como a Sala de Pesquisa, a reformulação da Sala do Patrono e um Auditório reequipado, agora pelo lado da General Osório (foto abaixo).
O trabalho de conservação do acervo envolve o problema permanente da climatização da Reserva Técnica (há obras com mais de cem anos). O MALG também passou a abrir nos domingos, sendo seu "feriado" agora nas segundas-feiras. Estive ali no último sábado de carnaval às 19h, mas não havia outros visitantes, o que facilitou a tomada de fotos. Como entidade universitária pública, o MALG não cobra entrada.

A casa do MALG foi construída em 1876 por Francisco Alsina, espanhol que chegou a Pelotas em 1860 com sua família. O uso do prédio era residencial na parte de cima, e destinado a lojas comerciais no piso térreo.
Em 1926 o casarão foi doado ao Asilo de Meninos Desvalidos (fundado em 1922), o que modificou totalmente sua estrutura e funcionamento. A doação não foi de agrado de uma parte dos descendentes, que com os anos o comprou de volta. José Alsina Lemos se determinou a ocupá-lo mas faleceu enquanto o reformava, e sua viúva finalmente o vendeu em 1951, ao atual dono.
Houve recentemente uma restauração completa da casa, a cargo do arquiteto Fernando Caetano. Pode-se notar o cuidado extremo nos detalhes, como as escaiolas do andar de cima (dir.), a sacada que dá para a rua Osório (esq.) e o terraço dos fundos, não acessível aos visitantes.
Fotos: F. A. Vidal.

34 Gotuzzos no Museu

O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, da Universidade Federal de Pelotas, em comemoração a seus 22 anos, está expondo em três de suas salas 34 quadros de seu patrono, a maioria em PVA sobre tela, datadas entre 1915 e 1971, das 120 que o MALG possui na coleção Leopoldo Gotuzzo, entre pinturas e desenhos. O conjunto se formou, primeiro, com uma doação do autor à Escola de Belas Artes e com outra parte disposta por testamento, para formar um museu.
Leopoldo Gotuzzo nasceu em Pelotas em 1887; seu primeiro professor, Frederico Trebbi, aconselhou-lhe estudar em Roma, o que fez em 1909. Morou em Madri e Paris, radicando-se no Rio de Janeiro em 1919, onde faleceu com 96 anos de idade. Viajou pela Europa, pintando e expondo; aos 80 ainda estava em atividade.
Até 24 de março, encontram-se no piso superior do Museu: 8 quadros de flores e 4 retratos, entre os quais o autorretrato, de 1934 (acima).
Nas duas salas do piso inferior, há 14 paisagens e 7 nus, entre os quais "As Pérolas" (1925), talvez o nu mais sensual e sedutor de Gotuzzo. O título já informa indiretamente a nudez total da modelo. A jovem está coberta somente com um colar de pérolas, numa postura entre espreguiçando-se duvidosa e exibindo, muito à vontade, as partes mais sensíveis ao erotismo, como o pescoço, ventre e seios.
Não consegui uma boa foto do conjunto (dir.): o flash causa reflexo e a sua falta altera a coloração. É de notar um corte nos pés, certamente após a colocação da moldura. Resgato aqui o detalhe do torso (esq.), onde se nota bem, no aspecto formal, o talento de Gotuzzo para as cores, as texturas e a luminosidade.
Fotos: F. A. Vidal.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A casa mais antiga de Pelotas

Sob este título, Mario Osório Magalhães escreveu em 2004 no Diário Popular (veja o artigo) algo que ninguém parecia saber nem valorizar: a existência de uma casa com 200 anos, razoavelmente bem conservada.

Se alguém ficou sabendo da "novidade", ninguém pareceu dar-lhe valor, pois a casa continua no mesmo lugar sem mudanças. Nem foi demolida, nem restaurada.

Conta o historiador pelotense que nessa casa, atual rua Major Cícero de Góes Monteiro número 201 (entre Félix da Cunha e Anchieta), morou a família de Antônio José Torres. Daí um dos primeiros nomes da Major Cícero (até 1869): rua do Torres. Quando da criação da Freguesia de São Francisco de Paula, em 1812, esta casa era uma das duas que já existiam no primeiro loteamento (entre a Bento Gonçalves e a General Neto), no qual foi construída a primeira igreja, no mesmo lugar onde hoje está a Catedral.

O mais surpreendente é que esta casa resista ao nosso clima sem desmoronar, enquanto outras mais novas literalmente caem aos pedaços. O fato é único em Pelotas, e talvez em todo o Rio Grande do Sul.

Uma restauração se faz urgente, não só pela antiguidade do material físico, mas por seu sentido histórico: ali se discutiram a localização da futura igreja e os limites da primitiva Pelotas, a que dependia da Vila de São Pedro.
Pedro Luís Prietto dá mais detalhes urbanísticos e históricos desta casa, no site da ONG Viva o Charque (veja o artigo), do qual provém a primeira foto deste post (abril de 2005).

As outras duas fotos são da mesma casa hoje à tarde (23): a fachada em deterioração (compare-se com a imagem superior) e um detalhe da soleira (esq.).
Fotos de F. A. Vidal.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Porquês e paraquês de um projeto cultural

Em 2008, o novo ministro da Cultura brasileiro, Juca Ferreira, apresentou a segunda edição do Plano Nacional de Cultura (PNC), um importante instrumento para o desenvolvimento humano em nosso país, que tem um ministério especial para a Cultura há poucos anos. O documento está disponível na internet, e espera por novas contribuições.

Esse grande projeto nacional tem um sentido maior neste momento de crise mundial, onde os possíveis investidores precisam de mais estímulos e fundamentos para apostar na cultura. O orçamento do país inclui 0,6% para cultura, mas as atividades dessa área já representam 7% do PIB. Nos próximos dias comentarei algumas das informações contidas no PNC.

O blog Em busca da ignorância perdida, de Jorge da Cunha Lima (ex-diretor da TV Cultura), dá os parabéns ao ministro e justifica a importância do documento com vários porquês (veja o post). Parece óbvio ou vago o que diz, e ainda com muitos termos negativos, mas vejamos como fica se transpomos essas ideias a Pelotas.

Precisamos de um projeto cultural devido a muitos "porquês":

  • porque os valores artísticos nacionais [em Pelotas], não consagrados no mercado comercial da arte, são ainda desconhecidos;
  • porque o acesso à cultura ainda é privilégio de uma minoria absoluta da população;
  • porque não cultivamos os valores nacionais [em Pelotas] nem selecionamos os valores universais;
  • porque as instituições culturais destruidas pelo Collor [capitalismo?] ainda patinam na burocracia do desmanche;
  • porque não existem geografias culturais solidárias, capazes de maximizar os recursos criativos e institucionais de cada [de nossa] região cultural;
  • porque não existem sistemas nacionais [em Pelotas] para organizar os arquivos, os museus, as bibliotecas e os centros culturais;
  • porque ninguém ainda entendeu que não existe educação sem cultura numa nação [numa Pelotas] que se respeita;
  • porque a comunicação privada nos priva de qualquer nível cultural e a comunicação pública se debate na falta de gestão e de recursos.
Essas queixas bem-intencionadas escondem os objetivos propostos. Transformemos os lamentos em frases positivas. Precisamos de uma política cultural nossa para conseguir:
  • conhecer e reconhecer nossos valores e talentos,
  • incluir o máximo de pessoas no acesso às criações culturais,
  • cultivar nossa identidade local, no contexto da cultura universal,
  • dar liberdade aos criadores e fortalecer as entidades culturais,
  • configurar uma geografia cultural solidária, que maximize os recursos da região,
  • instituir um Sistema Regional de Cultura, que articule as instituições e suas atividades,
  • vincular educação e cultura, saúde e cultura, felicidade e cultura,
  • aumentar a 2% o orçamento municipal designado à cultura.

Imagens proporcionadas pelos artistas:
"Charqueada", de Manoel Soares Magalhães.
Ândrea Rodrigues, do Estúdio Unidança.

Contrastes arquitetônicos

Paulo Gastal Neto, o mesmo jornalista do post abaixo, fotografou prédios da cidade para mostrar contrastes entre arquitetura nova e antiga. É fácil encontrar em Pelotas vários casarões do século XIX ao lado de edifícios relativamente novos.
Gastal publicou cinco fotos quarta-feira (18) em seu blog (veja o post), aparentemente com a intenção de continuar numa segunda parte. Mesmo ele não dando informação alguma sobre os prédios, considero como uma contribuição em forma de pequena amostra fotográfica.
O conceito é muito interessante do ponto de vista gráfico ou estético (para deliciar-se visualmente com cores, formas e ângulos), e ainda mais pelo lado histórico e arquitetônico, na comparação de épocas, autores e proprietários. Ignoro se alguém teve esta ideia antes, mas fica o registro dela e a possibilidade de seguir explorando-a artisticamente.
Minha reflexão é que estas comparações não teriam sido possíveis sem a demolição de boa parte de nossos prédios: onde há edifícios modernos antes houve casas antigas.
A foto acima é do moderníssimo Centro Empresarial Albert Einstein, na Sete de Setembro 160, construído em conjunto com uma casa antiga, sua vizinha, que parece estar adiante dele. Os dois formam realmente uma unidade de opostos, que a foto não aproveita (a entrada ao edifício está no térreo da casa).
A seguir, o Teatro Guarani (1920) e o edifício Montreal (2005), de 10 andares residenciais, que está a uma quadra de distância, numa composição de diálogo visual, com o mais antigo com leve predominância.
À direita, o antigo Grande Hotel (1928), totalmente sobrepujado pelo Barão de Jarau, que é mais alto mas não tanto. Se o fotógrafo tivesse deixado o Grande Hotel em primeiro plano, teria obtido um ângulo bem mais favorável aos dois, mais imponente e contrastante.
Abaixo, o antigo Asilo de Órfãs, de meados do século XIX, com sua torre de 3 andares igualando-se (em tamanho e em forma) ao edifício residencial de 12 pisos, na Gonçalves Chaves com Barão de Butuí.
É assim como Pelotas luta internamente com seus próprios valores e tendências: uma conservadora e outra inovadora.
Poderão elas algum dia unir-se sem anular-se?
Fotos: Blog PGNeto.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Um blog miscelâneo, em tonalidade masculina

O pelotense Paulo Gastal Neto iniciou em julho de 2006 um blog chamado, tautologicamente, Paulo Gastal Neto, trazendo notas pessoais, notícias e comentários.

As suas opiniões são claras e marcantes; nem sempre muito originais, mas costumeiramente polêmicas, às vezes politicamente incorretas. Seus assuntos preferidos são o futebol, culinária, política e cinema. Num estilo franco e provocador, ele expõe sempre seus amores e ódios com total liberdade de expressão e com bom humor. Conta hoje pouco mais de 7800 acessos.

Resgato dele o amor por Pelotas e o desejo de contribuir com coisas positivas para a cidade, cujas falhas ele não deixa de reconhecer.

Gastal (46 anos) é repórter e apresentador da Rádio Universidade, com programas diários às 7h30 e 19h. Ele tem outros dois blogs, somente sobre futebol em Pelotas: o Futebol, com notícias (desde junho de 2007), e o Bola Branca (desde outubro de 2006), com sua coluna semanal no jornal Diário da Manhã de Pelotas (sem site).

Em 28 de julho de 2006 ele escreveu:
Hoje é o Dia Nacional do Combate ao Colesterol!
Vou comemorar comendo uma picanha bem gorda!


No dia seguinte, postou outra radical afirmação:
Sou contra a pena de morte até para crimes hediondos.
Abriria, talvez, uma ou outra exceção, um ou outro caso quem sabe: Uma delas seria para o grupo “É o Tchan”. Não há outra saída para se reiniciar um processo de renovação da música brasileira senão exterminá-los.

Fotos: Blog PGNeto.

Bicentenário de Pelotas, já?

Sabemos que Pelotas é bem antiga, e teve seu maior desenvolvimento no século XIX. Seu bicentenário, portanto, será no século XXI, mas em que data exatamente? Para determinar o dia da festa, basta saber quando a cidade passou a ter vida independente (hoje diríamos: quando foi fundado o município).

O site da Prefeitura Municipal informa no item História [todos os grifos seguintes são meus]:
A Freguesia de São Francisco de Paula, fundada em 7 de Julho de 1812 por iniciativa do padre Pedro Pereira de Mesquita, foi elevada à categoria de Vila em 7 de abril de 1832. Três anos depois o Presidente da Província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, outorgou à Vila os foros de cidade, com o nome de Pelotas.

Se nos orientarmos pelos verbos, acharemos que Pelotas foi fundada em 1812, sendo depois elevada a outras condições posteriores à de sua criação. Sigamos agora os substantivos do ato de fundar: Freguesia, Vila, Cidade.

Em 1812 apareceu a Freguesia, passou a haver uma igreja e seu pároco, mas nada de governo próprio. A autorização foi do Rei de Portugal, D. João VI, estabelecido no Rio de Janeiro desde 1808. A partir de 1812, podiam registrar-se os nascimentos aqui mesmo, celebrar-se casamentos e funerais, além das missas e sacramentos - já sem necessidade de viajar 60 km. Havia um capitão-mor, muitas casas esparsas, mas com uma igreja haveria uma comunidade. Mantinha-se a dependência política de Rio Grande, que já era Vila desde 1750. O sentimento deve ter sido de liberdade e progresso, e ainda com a autorização do próprio Rei; é o que o 7 de julho recorda.

Em 1832, a freguesia passou a ser considerada Vila, com a desejada autonomia; desse ano data a primeira Câmara de Vereadores - o decreto imperial, no entanto, era de 1830. A Vila foi "qualificada" como Cidade junto com Rio Grande, em 1835 - ambas mereciam essa honra por ter resistido leal e bravamente à invasão espanhola, no fim do século anterior.

Um artigo do Diário Popular (7-07-2002) esclarece o significado das datas históricas. Foi criada uma igreja num local próximo às charqueadas, o qual ganhou o nome de
Freguesia de São Francisco de Paula - título meramente religioso: ainda estava vinculada ao vizinho município.
Em 7 de dezembro de 1830, decreto do imperador Dom Pedro I eleva a freguesia à condição de vila - o que a desliga do Rio Grande. Porém, sua instalação como tal (Vila de São Francisco de Paula) só ocorre em 1832, dia 7 de abril, com a instituição da primeira Câmara Municipal.

Apesar dos dados históricos, tem sido costume marcar a fundação da cidade em 1812, e por consequência celebrar os aniversários de Pelotas no dia 7 de julho. Daí que já estejamos preparando o Bicentenário para 2012, que por coincidência será o último ano da administração atual.
Imagens: Wikipédia e Flickr (Gutemberg).

Milton de Lemos, finalmente em reforma

O salão Milton de Lemos leva o nome do diretor mais destacado do Conservatório de Música de Pelotas, que veio do Rio de Janeiro em 1923, aos 25 anos de idade, para dirigir a escola fundada em 1918. Aposentou-se depois de exercer essa função por 31 anos, seguiu trabalhando em Porto Alegre mais um tempo, e finalmente foi morar em sua terra natal, onde faleceu em 1975.

O prédio ocupado pelo Conservatório já era antigo quando de sua fundação. De 1939 a 1941, enquanto o professor Milton de Lemos era o diretor de ensino, a administração da escola fez uma reforma geral, incluindo a fachada, ampliando-se para 350 pessoas a capacidade do auditório. Na época, todas as aulas e espetáculos foram transferidos para a Biblioteca Pública Pelotense.

Em janeiro passado, as cadeiras colocadas há 68 anos começaram a ser retiradas, e deverão ser substituídas - após licitação pública, o antes possível este semestre - por móveis modernos, cômodos e silenciosos. A mudança estava pensada para o verão passado mas foi sendo adiada. Até 1969, o Conservatório era municipal, e sua sede física também; nesse ano, a escola (não o prédio) foi integrada à Universidade Federal de Pelotas e desde então sofre a inevitável burocracia nacional, com o entrave adicional de que sua casa depende da Prefeitura.

Na comemoração dos 90 anos, em 18 de setembro passado, a diretora Isabel Nogueira confirmou a renovação das velhas cadeiras. Além dos famosos rangidos, elas tinham a paradoxal característica de, mesmo pregadas no chão, fazer um forte ruído ao cair seu assento móvel, ferindo às vezes o sacrossanto silêncio dos concertos mais solenes.

Na mesma celebração dos 90 anos, o professor de Composição Rogério Constante apresentou o Estudo Eletroacústico nº 8, alusão bem-humorada ao ranger das cadeiras, um trecho eletrônico de sonoridades elaboradas por um programa computacional.
Ao ser executada no salão em penumbra, essa música dialogou com o ruído real da velha madeira, causado pelos mais leves movimentos dos espectadores ao sentar-se, acomodar-se ou levantar-se. Nessa verdadeira homenagem de despedida, o ranger foi incluído como elemento musical concreto, de certa forma compensando em nossa memória a incomodidade do inoportuno ruído.

Hoje, as cadeiras se foram para sempre e estão sendo recuperados e retocados o forro, o assoalho e as paredes. Por alguns meses, ali não haverá exames nem recitais.

Também nesse 18 de setembro, o reitor Antônio César Borges anunciou (dir.) que o prédio da antiga alfândega faria parte da Universidade, para salas de aula, depósito de materiais e arquivos e, eventualmente, para apresentações artísticas – mantendo a sede da Félix da Cunha e o Salão Milton de Lemos para os concertos.
Em diálogo privado, ele me comentou que não se opõe a que o Conservatório ocupe - além do segundo andar - o piso térreo da casa da Félix da Cunha, de propriedade municipal, o que, segundo ele, somente depende de boa-vontade e de acordos políticos.
Fotos: F. A. Vidal.

O mundo feminino de Graça Antunes

A galeria de arte da Universidade Católica de Pelotas iniciou suas exposições de 2009, há uma semana, com uma série de 15 quadros de Maria da Graça Jardim Antunes, artista múltipla, que há quase trinta anos se dedica à criação, docência e divulgação da pintura, desenho, gravura, cerâmica e escultura.

Sob o título “Mundo Meu”, Graça Antunes apresenta suas já clássicas mulheres gordas e aspectos desse mundo, intensamente feminino, sensual e apaixonado, mas também com ação, decisão e evolução.

Na época em que Graça teve o último de seus quatro filhos, ao redor de 1980, ela pintava grávidas, mas foram diversificando-se, sem perder os grandes volumes: passaram a ser mães-moradas, moças-enamoradas, geradoras de vida, robustas, sedutoras.

Vestidas ou seminuas, delas brotam cores, emoções, gestos, amores, sensualidade. Mulheres que despertam paixão, que sabem o que sentem e que agem de acordo. "No mundo da lua" (em detalhe, acima) mostra uma dessas ousadias: subir por uma imensa escada e construir na imaginação o mundo interno - acolhedor e natural.

As quatro estações têm um magnetismo que nos faz ficar olhar detidamente cada figura. Em "Inverno" (esq.) as roupagens são sugestivas, com seus volumes e texturas. A postura da personagem, os galhos das árvores, o lago congelado, tudo nos faz sentir o ar frio, e nos leva a um recolhimento físico.

O "Vilarejo do sonhos" (esq.) é outra versão, mais aterrissada, dessa atitude sonhadora e realista ao mesmo tempo, que busca a paz e a felicidade. Lá está a escada, em busca da lua. As casas se reúnem para sonhar juntas, sugerindo o inconsciente coletivo.

Tomei as fotos com flash, mas a luminosidade que se vê num canto das figuras é causada pelas lâmpadas da galeria, focadas de cima ao acaso, alterando a percepção correta dos quadros.

Há dois anos, uma reportagem destacou o trabalho de Graça em faiança, um tipo de cerâmica branca (abaixo, foto na contracapa do Diário Popular). Ela faz trabalhos por encomenda, como namorados, papais-noéis, bonecos de profissões. Mas são as gordinhas que inundam seu ateliê, no shopping Zona Norte. Atualmente, Graça Antunes é presidente do MAPP (Movimento dos Artistas Plásticos de Pelotas), associação criada em junho de 2000.

“Mundo Meu” fica até 12 de março na UCPel. A galeria, que renova expositores quinzenalmente, pode ser visitada, das 8h às 22h, no campus I, com entrada pela Gonçalves Chaves e pela Dom Pedro II.
Fotos de F. A. Vidal e site do DP.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Pelotas durante 12 meses

A Impresul Artes Gráficas e Editora, empresa porto-alegrense fundada em 1968, imprime há onze anos seu calendário promocional com paisagens do Estado, em parceria com a Portfólio Design.

A edição 2009 ficou ilustrada com imagens de Pelotas, seus prédios históricos e belezas naturais, sob o olhar do fotógrafo Raul Krebs (dir.), destacado profissional do Estúdio Mutante, professor universitário e talentoso pesquisador.

Ele veio conhecer Pelotas por este trabalho, e aqui usou duas máquinas fotográficas: uma com todos os avanços tecnológicos, e outra do tipo mais primitivo, sem lentes, de um modelo projetado por Leonardo da Vinci. O projeto gráfico pertence a Marília Vianna (da Portfólio Design, que assume o layout do calendário).

A notícia oficial é que o prefeito Adolfo Antônio Fetter Jr. recebeu um exemplar do calendário e foi representado pelo atual Secretário de Cultura, Mogar Xavier, no coquetel de lançamento, dia 21 de janeiro, no restaurante Épico, na Capital. De acordo com o site da prefeitura, há a intenção de fazer uma exposição com o material, doze fotografias da melhor qualidade estética e gráfica.

A imagem no Laranjal (esq.) é do mês de abril. O sebo (acima) ficou em julho.

Parte da tiragem do calendário - que é brinde para os clientes da Impresul - é posta à venda ao público, com benefício para o Instituto do Câncer Infantil (em 2008, com fotos da Serra Gaúcha, foram 400 exemplares à venda). Contato com o ICI-RS, para compra do calendário: 51-3331.8704.
Fotos da web (Impresul e ZH).