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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Dona Loeci: três décadas de Café Aquários

Maria Loeci Cunha
Até hoje (31-12), Maria Loeci Cunha foi a funcionária mais antiga do Café Aquários. Por trinta anos ela atendeu, de domingo a domingo, no mais antigo e famoso café de Pelotas e agora se aposenta, aos 58 anos de idade. É praticamente o mesmo tempo de existência do Café.

Em abril de 2010, ela foi entrevistada por Nauro Júnior (v. blogue Retratos da Vida), quando já era a mais antiga. O repórter lhe perguntou quantos cafezinhos já havia servido em 27 anos de trabalho (número informado por ela na ocasião) e ela estimou em cerca de um milhão. Num café tão movimentado como o Aquários, este cálculo (100 xícaras diárias por 9860 dias) poderia ser considerado humilde.

Em janeiro de 2012, Nauro voltou a destacá-la (v. nota), mostrando o prêmio que dona Loeci recebera do programa Pelotas Treze Horas pela qualidade no atendimento. Premiar a pessoa em vez da empresa significa que a gentileza e a eficiência radicam nas atitudes do funcionário, aquele que fala diretamente com o cliente e o motiva a voltar mais vezes.

Os habitués do Aquários reconhecem em dona Loeci uma coisa que é pouco comum encontrar, nos dias de hoje: uma palavra de gentileza acompanhada de um sorriso, sinal de que a pessoa gosta do que faz e gosta de viver. A partir de hoje esta frase deverá estar em tempo passado.

Chegou o momento de retirar-se e há uma semana (28-12) o Diário da Manhã despediu-a com a notícia Funcionária se aposenta após 28 anos de trabalho. Parte da matéria jornalística dizia o seguinte:
Das lembranças que leva do antigo trabalho, ela destaca as amizades importantes que fez durante sua trajetória, das quais sentirá imensa saudade, assim como dos patrões Ramiro Rodrigues e Carmeno Rodrigues e dos gerentes Carlos Eduardo e da Dona Neusa.
Com todos esses anos de Café Aquários, Maria Loeci destaca os artistas e políticos que passaram por lá, e recorda que a maior mudança ocorrida no estabelecimento, com o passar dos anos, foi o aumento da rotatividade dos funcionários.
Para não sair perdendo, Nauro fez a despedida final incluindo-se na foto (desta vez no Facebook), agora com o proverbial sorriso de dona Loeci. 

Destaque individual 2011 na Categoria Atendimento Nota 10
Fotos: A. Assumpção (1), Nauro Jr. (2)

domingo, 15 de dezembro de 2013

"O Renascimento do Parto" já está em Pelotas


O documentário brasileiro O Renascimento do Parto será exibido em Pelotas, às 19h da segunda 16 e da terça 17, no CineArt (Shopping Calçadão). A organização do evento em nossa cidade é das mães e ativistas Tainã Soares e Tati Bastos. A entrada custa R$ 10.

O filme é um dos meios para criar consciência social sobre os benefícios do parto normal e os malefícios causados pela imposição das cesarianas nos hospitais.

Ainda não disponível em DVD nem na internet, já foi exibido em diversas cidades brasileiras, sempre buscando sessões especiais no circuito comercial, para dar mais visibilidade à campanha.

Após a sessão de estreia, será feito um debate com as profissionais Isane D'Ávila, psicóloga e doula, e Marilu Correa Soares, doutora em Enfermagem em Saúde Pública. Veja mais informação sobre o filme na postagem "O Renascimento do Parto" poderia vir a Pelotas, de 28-9-13.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A casa sobre pilotis

No campo, o tempo parecia distender-se. Os que viviam ali, os gaúchos, tinham a lentidão das plantas, falavam em espaços, o olhar sempre adiante. No horizonte aberto, onde tudo era exposição, os animais confundiam-se com as pedras. Era o presente adormecido nas coisas.

Diante dele, minha quietude revelava-se uma variante branda da impaciência. É preciso parar nas coisas para perceber devidamente o presente, e eu não sabia direito como fazê-lo. Suprimida a agitação da vida na cidade, restava a evidência de que eu nunca me permitira parar, nunca daquela maneira. Eu estivera evitando o presente o tempo todo em toda parte.
[Vitor Ramil, "Satolep", p. 157]


O presente adormecido das coisas terminou por se acomodar em minha quietude, que, por sua vez, abriu ao tempo distendido do campo o meu tempo todo em toda parte.

A consequência direta disso foi que, concluídas as filmagens, ao nos aproximarmos de Satolep em nossa viagem de volta, deixei-me atrair por uma casinha solitária erguida sobre pilotis na planície onde corre o Canal de São Gonçalo. Sua forma muito elevada destacava-se como mágica naquele terreno de vegetação predominantemente baixa e parelha, sobre o qual o céu era um domo perfeito.
[ p. 159]
Foto: Gustavo Mansur
V. foto de Cristiane Neves Casa solitária

domingo, 17 de novembro de 2013

Professora Loiva lança CD com poemas


Oh! bendito o que semeia
Livros… livros à mão cheia,
E manda o povo pensar!
O livro, caindo na alma,
É gérmen, que faz a palma,
É chuva, que faz o mar.

Antônio de Castro Alves, 1870
Poema O Livro e a América

A professora Loiva Hartmann apresenta hoje domingo (17-11), último dia da Feira do Livro, dois livros de poemas ("Eu falo de amor" e "Somos a chave de tudo?"), a antologia comemorativa dos 30 anos da União Brasileira de Escritores, onde participa com dois trabalhos, e o CD "Poesias", por ela produzido, contendo poemas dos dois livros mencionados acima.

Capa do CD Poesias, de Loiva Hartmann
O disco funciona como um audiolivro, gravação que permite às pessoas ler um livro sem usar os olhos, e também como um CD de música, pois os poemas trazem todos o fundo em piano de Richard Clayderman. Os textos trazem ideias românticas, filosóficas e psicológicas, e podem ser ouvidos para meditação em casa ou andando de carro ou ônibus.

A ideia é uma nova forma de promover a cultura da poesia, muito a propósito do lema "Poetize sua vida", que esta Feira utilizou, numa homenagem aos 160 anos de nascimento do escritor Lobo da Costa, destacado poeta romântico.

Como ativa promotora da leitura e da educação, ela evoca os versos de Castro Alves, citados no epígrafe deste post, para celebrar mais uma edição da Feira do Livro e para estimular a todos aqueles que estimulam a cultura literária. Em email ao editor do blogue, ela declarou:
A sociedade de Pelotas está reaprendendo a visitar e a conviver no Mercado, pela mão dos livros! Isso é o Paraíso. Cumpriu-se a profecia de que vale a pena preservar o passado para solidificar o presente. Estamos todos de parabéns.
Contracapa do CD
O CD Poesias contém 80 minutos de gravação na voz do locutor Otávio Soares, recitando 23 trechos das obras "Eu falo de amor" e "Somos a chave de tudo?", de Loiva Hartmann.

O trabalho foi gravado na Rádio Federal FM e editado pela Captação Eventos. Disco e livros estão à venda na Livraria Mundial.

Loiva Hartmann,  professora e poetisa radicada em Pelotas, é patrona deste blogue desde junho passado e integrará a Academia Pelotense de Letras desde 7 de dezembro deste ano.
Imagens Banco da Poesia (1) e L. Hartmann (2-3)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O "Vovô" de Santos vai à TV aberta


O curta-metragem “As Memórias do Vovô”, realizado pelo curso de Cinema da UFPel, com direção da professora Cíntia Langie, será exibido este sábado (16-11), às 12h30min no programa Curtas Gaúchos da RBS/TV.

O documentário relata a vida e obra de Francisco Santos e recria o filme dele de 1913 "Os Óculos do Vovô", filmado em Pelotas. Inclui depoimentos dos professores da UFPel Guilherme da Rosa, Ivonete Pinto, Lanza Xavier, Luís Rubira, e também do crítico Joari Reis.

Veja mais nos posts deste blogue Resgatando os óculos do vovô (abril de 2012), sobre o filme pioneiro do cineasta português, e As memórias do vovô e seus óculos (julho de 2013), sobre o documentário feito pela equipe da UFPel.


Fonte: UFPel e Facebook

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Cães na entrada do shopping

Ontem (13-11) às 14h, dois cães permaneciam na entrada do shopping, barrados pela segurança, sem poder compartilhar com seus irmãos humanos no interior do hipervalorizado centro comercial pelotense. Não esperavam esmolas em alimento; somente mendigavam companhia e inclusão. Mesmo longe da área central, eles chegaram ali e talvez transmitam a novidade deste espaço a outros vagantes da cidade. Fica assim marcado o moderno lugar com este traço da cultura local (a tolerância à vagabundagem), relacionado à acomodação e ao autodesprezo.

Os espaços urbanos como igrejas, lojas e clubes atraem os mais necessitados, e o sistema está pensado para impedir sua entrada a partir da porta, deixando-os ali em máxima visibilidade. Os bichos de rua simbolizam a baixa autoestima da população, a falta de destino e a desunião social, como dizendo que a cidade é uma grande selva ou um hospício aberto, e não um espaço para o desenvolvimento de todos.

Os defensores dos animais promovem a adoção e a vacinação destes seres, para que eles sigam coabitando com os humanos no mesmo espaço, partindo da ideia de que o amor é universal e pode incluir a todos. Mas mesmo havendo a boa vontade de todos, um segmento rebelde insistirá em acomodar-se na passividade e mostrar-se como excluído.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Comprando shoppings

Shopping Pátio Paulista tem até teatro e biblioteca. Não é dos maiores de S. Paulo (v. descrição no site).
Ex_trans _gei _rismos

Cultura do prazer particular
LÁ ... NO PONTO DISTANTE/ESTRANGEIRO

Na vitrine, trajes vendidos;
dentro deles, pessoas compradas
Coisas importadas ao falar

Estacionar onde já foi cinema
Escutar/acordar/cheirar
Lá ... Onde gritam que o silêncio impera

Nossas palavras nos faltam
Comunicação ecossistemática/OFENSA
Estágio/escolha/apoteose

Hipotéticos/metafóricos

Extravasar ... usando/comprando marcas

Vazão cultural em outra língua
Explico que são três de nós
Explicas como se navega ...
Linguagem marítima/solidão/transbordante

De nós náuticos
De nós náufragos

Estética/mágica ... centros de compras
Psicologia das recompensas

Os shoppings têm a mesma aparência, mas diferentes almas, conforme quem sejam as pessoas envolvidas.

Livraria no Shopping Pelotas, espaço para o pensamento
A estrutura das compras cercando-nos em língua importada. Espaço planejado. Etiquetas. Padronização. Higienização: seja ela humana; ou dos valores humanos.

O fácil movimento por entre corredores que simulam ruas e suas lojas ostentadas/ostentatórias. Luxo. Riqueza e glória. O melhor traje traduz quem o veste e serve para informar quem vê sobre quem passa. E corredores apinhados de passantes, afoitos por serem notados, em seus estresses particulares/consumistas. Tudo pista de contramão.

Centros de compras ou “Shopping Centers” mostram/revelam o desenvolvimento de uma região/local/espaço. Refletir os modismos à moda dos grandes centros. E esses que se reinventem; pois, a cultura local se infiltra e ramifica nas estruturas importadas/soltas/arregimentadas, criando uma paisagem urbano/humana/social inconfundíveis.

A estrutura de um shopping em Pelotas não é diferente de um Shopping em São Paulo. O que muda são as coordenadas geográficas e as pessoas envolvidas no processo de compras. Este é o diferencial.

ANASTTACIO N.
correspondente (SP)
Limpeza, brilho, silêncio, educação, segurança - tudo o que falta na cidade está no shopping.
O menos visível é como a cultura pelotense se infiltra nesse padrão e faz o Shopping Pelotas.
Fotos: N. Anasttacio (1-3), F.A. Vidal (4-5)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Corte da FENADOCE 2014

Corte 2014: Princesa Ana Carolina, Rainha Mylena e Princesa Letycia
Mylena Dornelles Hermes foi eleita nesta quinta (7-11) Rainha da 22ª FENADOCE (o Diário Popular deu a notícia na mesma noite). Ela havia sido a mais votada pela internet e por suas colegas de concurso (v. nota sobre as candidatas).

As princesas da corte 2014 são Letycia Rosa Grill e Ana Carolina Madruga da Rosa. Já no primeiro dia de reinado (8-11), as três jovens visitaram a 41ª Feira do Livro, no Mercado Central.

Letycia, Mylena e Ana Carolina 
A Rainha Mylena está com 18 anos (n. 22-6-95), tem 4 anos de experiência nas passarelas, é catarinense de Joinville, cursa o 2º semestre do curso de Meteorologia na UFPel e representou no concurso o Salão Hair Tech (v. ficha do concurso e perfil Facebook).

A Princesa Ana Carolina tem 20 anos (22-2-93), estuda Enfermagem na UFPel e representou a Lordi Design (v. ficha e perfil no Facebook). Foi Garota Verão Pelotas em 2012, estava concorrendo por terceira vez à Corte da FENADOCE e é a única pelotense neste grupo.

A Princesa Letycia tem 21 anos (31-1-92), formou-se este fim de semana no Bacharelado em Turismo na UFPel e inscreveu-se no concurso pela Daisul Veículos (v. ficha).

No Facebook, Letycia se descreve como porto-alegrense, mas o jornal de São Lourenço do Sul diz que ela é desta cidade (v. nota), talvez por ter morado lá. Segundo o histórico familiar, ela é filha do médico e político pelotense Jorge Alberto Duarte Grill, atual vice-governador gaúcho e ex-prefeito de São Lourenço e Cristal.

Letycia, Mylena e Ana Carolina
Fotos: FENADOCE

sábado, 9 de novembro de 2013

Figuraça e livro de graça na praça

Ezequiel tomou a Vanguarda
Por segunda vez nesta Feira do Livro, Márcio Ezequiel autografa uma obra literária. Neste domingo (10-11) às 18 horas, ele assinará "Agenda, o livro dos dias", trabalho que lançou na Livraria Vanguarda do Shopping Pelotas (dir.), há poucos dias, na quarta 30-10.

Ele não somente dará autógrafos e dedicatórias: os primeiros leitores a chegar também receberão grátis um exemplar do livro. A "Agenda" custa R$ 20 e vem com apoio do fundo municipal Procultura.

Seu anterior lançamento na Feira foi esta sexta (8-11), com a coletânea "Dark City: figuras e figuraças de Pelotas", por ele organizada. A maioria dos 18 coautores esteve presente na ocasião. Este domingo (10) também será a segunda oportunidade para quem perdeu a sessão de autógrafos de "Dark City". Agora, no entanto, somente com o organizador.

Márcio é porto-alegrense radicado em Pelotas há 3 anos. Ao preparar "Dark City", convidou outras figuras e figuraças para assinar o livro e passou a ser com isso mais um dos personagens históricos de Pelotas.
Foto: F. A. Vidal

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dekorart no Corredor

Imagens de uma Pelotas antiga filtradas pelo olhar "pop art" de Cláudio Soares
Até o dia 18 de novembro estão em exposição no Corredor Arte do Hospital Escola UFPel trabalhos de alunos e professores de pintura do Atelier Dekorart, estabelecido há 15 anos em Pelotas com cursos de pintura em tela e madeira e distribuição de materiais para pintura artística.

Releitura de Bouguereau, por Giovana Mendonça 
A mostra é um conjunto de 14 obras em óleo ou acrílica sobre tela com temáticas diversas, mas tendo em comum cores vibrantes e técnica apurada.

Flores, paisagens, abstratos, figuras humanas levam a cada observador uma significação diferente. Neste espaço, os pacientes e seus acompanhantes têm a oportunidade de buscar o conforto, a compreensão ou simplesmente a distração, diante desse momento difícil que é a internação hospitalar.

Segundo informam os professores do ateliê, os alunos também se valem da pintura como lazer e como terapia. Hoje em dia, a arte expressiva é um necessário "remédio" contra o stress, útil para aliviar a pressão do dia-a-dia e recuperar o bem-estar.

De acordo com a organização do Corredor Arte, estão atraindo a atenção do público os trabalhos de Cláudio Soares em pop art (v. imagem superior) e uma releitura do quadro de 1880 "Vênus defendendo-se de Eros" (v. quadro original), do pintor francês William-Adolphe Bouguereau, elaborada por Giovana Mendonça (dir.).

Detalhe de "Rosas"
Merecem atenção também a "Constelação", acrílica sobre tela de Cláudio Soares, por sua sugestão em preto e branco de luzes e movimentos no fundo escuro do céu noturno, e as "Rosas" de Loiva Krüger (abaixo), que atraem por seu jogo de sombras sobre cores e pela transparência das minúsculas gotas d'água (esq.).

Estão expondo os professores Cláudio Soares e Giovana Mendonça e os alunos Beatriz Borges, Fabiana Mendonça, Ivanir Póvoa, Loiva Krüger, Mariângela Bettin, Marlise Campos, Neusa Jaekel e Zara Drago.

"Rosas", óleo sobre tela de Loiva Krüger
Texto e imagens: Completa Comunicação

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Isabel Nogueira grava CD de canções

A pianista Isabel Porto Nogueira prepara seu primeiro CD, "Vestígios Violetas", com canções em espanhol e português. Com formação no Conservatório de Música da UFPel, ela concluiu doutorado na Espanha com uma tese sobre o pianismo em Pelotas. Em 2002 assumiu a direção do Conservatório, seguindo até janeiro de 2013, quando a unidade foi assimilada aso Centro de Artes. Hoje é professora na UFRGS, em Porto Alegre.

Isabel Nogueira canta Vestígios Violetas
Há cerca de dez anos, Isabel começou a pesquisar no cancioneiro latino-americano, chegando a produzir um pequeno espetáculo poético-musical sob o conceito da Memória da Melancolia, muito próximo à Estética do Frio (de Vítor Ramil).

Comprometendo-se mais e mais com essa pesquisa, converteu-se em bailarina e em intérprete dessas canções em espanhol, realizando assim o antigo sonho de ser uma cantora popular. Quando ainda morava em Pelotas, apresentou em diversos shows algumas dessas músicas, com acompanhamento em violão de Pedro Diazz, mostrando-se dona de belo timbre, excelente presença cênica e envolvente expressividade vocal (v. resenha de Tangos e Canções).

O repertório "Violeta" é tão diversificado como a América Latina, incluindo produção de compositores brasileiros novos, como Juliano Guerra, e consagrados, como Vitor Ramil, Marcelo Delacroix, Déa Trancoso e Gilberto Oliveira. As músicas em espanhol são de Chabuca Granda, Fernando Cabrera, Violeta Parra, Homero Manzi, Sassone e Bocazzi, Fito Páez e Eduardo Darnauchans.
Foto: Lígia Motta

Candidatas à Corte da FENADOCE 2014

Esta quinta (7-11) será feita a escolha da Corte Real da 22ª FENADOCE. Rainha e princesas sairão deste grupo de 30 candidatas para representar o megaevento e a cultura pelotense ante o resto do Brasil. Na fase preparatória, a organização pediu que as meninas votassem entre elas, e as mais votadas foram Mylena e Raissa.

Nesta reportagem em vídeo do Diário Popular, 28 candidatas se apresentam a si mesmas, em ordem alfabética. Para conhecê-las melhor e votar (até quarta 6-11), clique aqui.


POST DATA
11-11-13
Veja a nota Corte da FENADOCE 2014.

domingo, 3 de novembro de 2013

TRIZ: três grandes nomes em única apresentação


O grupo Triz, formado pelos músicos André Mehmari (piano), Chico Pinheiro (violão) e Sérgio Santos (voz e violão), está numa turnê nacional, patrocinada pelo programa Natura Musical. Sua primeira apresentação em Pelotas forma parte da 41ª Feira do Livro, este domingo (3-11) às 21h (ingressos a R$ 10 no Teatro Guarani).

O projeto Triz surgiu em 2011, quando Sérgio convidou André e Chico para comporem juntos. Por separado eles já eram músicos prestigiados, juntaram os caminhos de solistas (ao contrário dos grupos que se dissolvem) e deram certo desde o início. O resultado é classificável como jazz brasileiro, transitando entre o popular e o erudito. A ideia se converteu num CD, em setembro de 2012, que o trio vem divulgando pelo Brasil.

Santos, Pinheiro e Mehmari, união experimental de carreiras solo
André Mehmari faz canções e música instrumental; já compôs para a OSESP e para o Quinteto Villa-Lobos, entre outras destacadas agrupações. Destaca-se como pianista, mas também canta e domina vários instrumentos. No gênero popular, gravou com Hamilton de Holanda e a cantora Ná Ozzetti.

Sérgio Santos compõe, canta e toca violão. Já lançou seis álbuns, sempre mesclando a MPB a outros estilos. Suas criações já foram interpretadas por Alcione, Fátima Guedes, Lenine, Dori Caymmi, Milton Nascimento, entre outros grandes nomes. Seu último lançamento solo, “Litoral e Interior” (2010), teve uma música indicada ao Grammy Latino como melhor canção brasileira.

Chico Pinheiro é violonista autodidata, atua como profissional desde os 15 anos e tem fortes influências jazzísticas. Seu quarto disco, “There's a Storm Inside” (lançado no Brasil como "Flor de Fogo", em 2010), já foi divulgado em 35 países.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

41ª Feira do Livro começou rompendo esquemas


Começou ontem (31-10) a 41ª Feira do Livro de Pelotas, montada, por primeira vez em sua história, no recinto do Mercado Central, restaurado nos últimos cinco anos e ainda não ocupado por comerciantes. Rompendo também com uma tradição, os organizadores escolheram a jovem poetisa Angélica Freitas como patrona, e o artista gráfico Odyr Bernardi como orador.

O discurso de Bernardi foi uma animação gráfica sem palavras, ato também inédito em qualquer cerimônia pública. A inauguração foi realizada na Tenda Cultural João Simões Lopes Neto, montada no Largo Edmar Fetter. No post Vestido de gala para Feira do Livro, Manoel Magalhães destacou a beleza do prédio centenário, ornado com iluminação colorida.

Em Pelotas a criação artística tende a predominar sobre os sucessos financeiros, pelo menos desde a decadência das charqueadas no início do Século XX. A cidade tem boa quantidade de escolas, museus, galerias e salas de espetáculos, mas não se destaca na indústria ou no comércio. O centro comercial Zona Norte é diariamente ocupado por ateliês e exposições, e agora o Mercado, que ameaçava fracassar em sua vocação, se enche de livros e intelectuais. Veja aqui a programação de oficinas, debates e espetáculos (no final as sessões de autógrafos, que serão às 18h de cada dia até 17 de novembro).

A grande pergunta desta edição da Feira é se o público aceitará bem a mudança de lugar – do redondo da praça para as proximidades das peixarias. Veja o comentário de Manoel no blogue Cultive Ler:
Ao ser anunciada a retirada da Feira do entorno da Fonte das Nereidas, causou o maior rebuliço no meio livreiro. A Câmara Pelotense do Livro imediatamente protestou, considerando a mudança nada auspiciosa.

Muita discussão seguiu-se, inclusive com a ameaça dos livreiros de não participarem do evento este ano. Após discussões acaloradas, decidiu-se pela montagem da estrutura da feira no Mercado Central, numa saída estratégica, para tentar agradar gregos e troianos.

Tentar, apenas, já que sabemos tratar-se de missão impossível.


POST DATA
2-11-13
Diário Popular diz hoje: Mudança para Mercado agrada visitantes da 41ª Feira do Livro.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

4 livros em lançamento


Como costuma ocorrer com o início da primavera, a Feira do Livro traz novas obras e novos autores à praça da literatura local. Em 2013, no entanto, um desacordo entre os organizadores quanto ao local da Feira exigiu um replanejamento de atividades, na última hora. O evento se realizará, a partir desta quinta (31-10), no Mercado Central recém reformado, que será ocupado pelos livreiros durante duas semanas.

A improvisação não está impedindo os lançamentos de livros, mas parece ter tirado o ritmo à divulgação, ainda não atualizada no Facebook nem no blogue do evento. As informações estão fluindo pelo portal da Prefeitura, cujas matérias são reproduzidas pela imprensa e alguns blogues.

Por outro lado, nem todos os títulos serão lançados na Feira, diluindo levemente a força e a unidade do tradicional evento. Mesmo faltando ainda a informação oficial sobre as sessões de autógrafos, vejam algumas obras que aparecerão nos próximos dias. Destaco aqui 4 autores: o único pelotense é a estreante (mulher), que já é sucesso de vendas no Brasil. O texto de todos eles é em prosa, mas seu conteúdo se encontra próximo da poesia, essa arte de traduzir em palavras a criatividade da vida.


Quarta 30 de outubro
"O livro dos dias", de Márcio Ezequiel, não é uma agenda.
19h30, Shopping Pelotas

Márcio Ezequiel apresenta sua nova obra: Agenda, o livro dos dias, crônicas sobre efemérides nacionais e internacionais. Tomando o formato visual de uma agenda e com o pretexto dos significados das datas comemorativas, o escritor aborda temas polêmicos como racismo, ateísmo e homofobia, sem perder o seu estilo leve e irônico.

Historiador de formação, o autor havia enveredado pela narração de contos e minicontos, essas pequenas histórias de ficção, supostamente distantes da realidade objetiva. Com este livro (e com o próximo que lançará na semana seguinte), ele se define mais claramente como um cronista de nosso tempo e de nosso lugar, confirmando sua vocação para a História.

Márcio ainda provoca o leitor com elementos de subjetividade, sugerindo com exemplos autobiográficos que nossa vida é que passa voando, como as páginas de um livro. Na Feira do Livro, ele autografará novo livro na sexta 8 de novembro e a Agenda dia 10.


Quinta 31 de outubro
16h, Shopping Pelotas

Tristão Alencar Pereira Oleiro lança sua terceira coletânea de crônicas: "Imagens do Cotidiano". Natural de Valparaíso, cidade paulista, o escritor radicou-se em Pelotas e hoje é considerado um autor gaúcho (v. minibiografia). A sessão de autógrafos será na Livraria Vanguarda do Shopping Pelotas.


Sexta 1 de novembro
18h, Mercado Central

Mel Fronckowiak autografa em Pelotas seu primeiro livro: “Inclassificável – Memórias da Estrada”, da Rubra Editora, crônicas de suas experiências como atriz, cantora, poetisa e ídolo juvenil a partir da novela Rebelde (v. nota do site RG).

Melanie começou estudando Jornalismo, passou à modelagem e logo ao acelerado mundo da TV (v. postagem De modelo a ídolo). O livro teve pré-venda pela internet e foi lançado no Rio de Janeiro em agosto passado. Desde então, a moça pelotense vem numa turnê pelo país, com sucesso de vendas devido a sua fama e ao milhão de seguidores no Twitter.

Associada por sua imagem à beleza e à rebeldia adolescente, Melanie aposta agora em seu talento com as palavras, mostrando como uma pessoa pode se reinventar ao longo da vida e parecer "inclassificável", única e original como a poesia.


Sábado 2 de novembro
18h, Mercado Central

O fotógrafo jornalístico Nauro Machado Júnior apresenta seu primeiro livro de fotografias: "Pelotas em imagens", da Satolep Press (v. resenha no Diário Popular). Ele e a esposa Gabriela Mazza criaram esta marca editorial para divulgar autores locais, a partir do sucesso do seu primeiro livro solo (sem fotografias), "Náufrago de um mar doce".

Agora, Nauro homenageia a Pelotas que o acolheu e o apaixonou, de modo explícito, com a arte que o caracteriza há vinte anos. Cerca de 300 fotos cheias de belas cores, harmônicas composições e inesperados ângulos, obra que equivale a uma grande declaração de amor a esta cidade. "Pelotas pela janela" é o título de uma seleção de fotos deste livro, que ficará em exposição no Mercado durante a Feira do Livro.


Imagens: Facebook e Banda Rebeldes.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Hora da Prosa, os escritores vão ao shopping

30 mil livros, espaço para eventos literários, seção infantil e o Shopping como fundo
A Livraria Vanguarda criou a Hora da Prosa para aproximar os escritores a seus públicos, e os clientes ao novo espaço do Shopping Pelotas, aberto há três semanas. O objetivo é promover o encontro entre as obras, os autores e os leitores, em sessões de autógrafos e palestras informais.

Os convidados para a primeira Hora da Prosa, hoje sexta (25-10), são três pelotenses: a poetisa Angélica Freitas, o desenhista Odyr Bernardi e o músico Vitor Ramil, a partir das 19h (v. nota no Diário Popular).

Trata-se de artistas de projeção nacional, segundo o jornalista Ronaldo Bressane, que visitou Pelotas há seis meses (v. reportagem Estética do Frio).

O local comporta maior público que a loja Vanguarda da rua Gonçalves Chaves, e é um dos mais espaçosos na cidade para este tipo de eventos. O ambiente é comercial mas focado ao intercâmbio e aprendizagem da leitura e da literatura (v. nota da LPM Uma livraria de vanguarda em Pelotas).

O conteúdo intelectual e afetivo será posto pelos autores que estiverem presentes, contando sobre seu trabalho e respondendo perguntas dos leitores.

O cenário convida a um coquetel cultural, rodeado de livros, conversas e imaginação. As melodias sem amplificação pretendem ser somente o fundo acústico para a participação ativa do público. Há uma seção infantil, em que as crianças se sentem livres para folhear os livros e ouvir histórias, criando uma mentalidade mais aberta e crítica.

 Desde que foi aberto o Shopping, já estiveram autografando 3 autores gaúchos, ainda sem o momento de fala com o público:
Como a Vanguarda não participará da próxima Feira do Livro, que por primeira vez será realizada em bancas do Mercado Central recém reformado, haverá uma inevitável comparação e competição entre as atividades literárias deste novíssimo Shopping e as do velho Mercado.


Imagens: F. A. Vidal (1),  Facebook (2-3)

POST DATA
26-10-13
Na tarde de ontem (25), ainda antes do início da primeira Hora da Prosa, a Prefeitura anunciou (v. notícia) que Angélica Freitas foi escolhida Patrona da 41ª Feira do Livro e Odyr Bernardi, orador oficial.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Destaque para os "Britânicos em Pelotas"

A Irlanda é parte geográfica das Ilhas Britânicas, mas só foi
parte do Reino Unido da Grã-Bretanha de 1801 a 1922.
O portal regional GIGALISTA publicou ontem (22-10) uma revisão da nossa reportagem Ingleses em Pelotas (junho de 2011), que passou a ser, faz um ano, a mais visitada das postagens deste blogue sobre Pelotas. Já foi acessada umas 5 mil vezes, sendo que um post nosso bem visitado por pelotenses chega a ter entre 100 e 600 visitas.

A assessoria jornalística do portal sugeriu justamente esse texto, para inaugurar a colaboração mútua. Espera-se a aparição de uma nota por semana.

A nota revisada ganhou o título Britânicos em Pelotas, para destacar, entre os imigrantes europeus, um grupo de irlandeses que chegou a Pelotas ao redor de 1850, constituiu a Colônia Dom Pedro II e a dissolveu poucos anos depois.

Essa minipesquisa foi feita com a modesta intenção de preparar outro post, sobre a atuação inglesa no Atlântico Sul na Segunda Guerra: A batalha do Graf Spee no Rio da Prata (texto de Rubens Amador). Graças ao notório interesse dos leitores ao longo do Brasil, essa pesquisa prévia se transformou numa coleção de dados sobre imigrantes britânicos. Os primeiros que contribuíram foram o pesquisador Joaquim Dias e o historiador Mario Osorio Magalhães.

Freyre abordou o tema em 1948.
A GIGALISTA é um portal informativo da Zona Sul, criado em 2007, e funciona como um almanaque ou uma guia telefônica comercial (as clássicas páginas amarelas).

Traz também notícias da região e opiniões de colunistas (os outros dois são, atualmente, os vereadores pelotenses Marcus Cunha e Vicente Amaral).

Ao modo de um veículo impresso, o sítio não admite interação com o leitor. Por isso, se quiser comentar ou perguntar, escreva no post deste blogue (link acima, na primeira linha), que em dois anos já ganhou 77 comentários.


Imagens: DepositPhotos (1), Americanas (2)

sábado, 19 de outubro de 2013

Sábado, o dia do descanso de Deus

Neste sábado, há um poeta que completaria 100 anos se fosse eterno. Sempre achei estranhas estas efemérides de nascimento, quando se comemoram aniversários longevíssimos. Cem anos do fulano de tal. Cento e sessenta daquele outro. Sei lá. Fica com uma cara de tarde demais, mas celebremos porque amanhã é sábado. Estamos aí pro que der e vier. Pro amor e pra desilusão, afinal de contas é o centenário do poetinha da paixão (v. artigo completo Enquanto dure, por Márcio Ezequiel).
Sobre o Poetinha do Brasil, leia neste blogue:
Sobre o Poeta de Pelotas:

Acompanhe a letra de Dia da Criação.

O Poetinha faria 100 anos, resenha de Paulo Virgílio e comentário de Manoel Magalhães.
Poema Ausência, na voz de Maria Alice Estrella.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Santa Casa de Misericórdia

[...]

A Santa da casa
O resultado desse medo
A casa e suas paredes

Santíssimas ... infestadas de vezes

Cada prece que paga um preço
Desde o começo
Dos ancestrais que traímos
Trás em nós o poder de a sós ...

Resistirmos à sonolência dos anos

Assistirmos ao que convoca
A santíssima arte/contato/paróquia/profano

E mais um corpo entrega-se ao eterno dormir
Há de vir o que não veio

A santa da casa e a casa santa dela
Floreio de poesia sem manuseio

[...]

Santa Casa de Misericórdia,
torres da capela (Pelotas)
Cresci nos corredores da Santa Casa de Pelotas. Literalmente. Minha mãe, enfermeira, levava-me aos encontros de fim de ano das equipes. Festas natalinas, visitas à capela, correria junto às outras crianças no pátio interno.

Uma experiência única da minha infância. Cresci, e algumas vezes, fui à capela.

Gosto da atmosfera daquele hospital em específico. A arquitetura interna/externa da Santa Casa. Seus corredores largos e sussurrantes. A proximidade da vida e da morte. O contato entre os que sorriem e os que ansiosamente esperam. Tão próximos da salvação. Isolados. Esperançosos. Profundamente desanimados. Demasiado persistentes.

Ao levar meu companheiro a uma consulta oftalmológica na Santa Casa daqui de São Paulo, deparei-me com memórias.

Muitas memórias que moram na similaridade e nas diferenças. O espaço que nos circula, permeado por cultura, decodificada, por nossa cultura de mundo. Então esta cultura pelotense permanece presente.
Nathanael Anasttacio (SP)

Fotos: N. Anasttacio (SP, 14-10-13), Suzy Alam (Pelotas, 2007)
Mais fotos de Pelotas: Santa Bela Casa

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Rádio Federal homenageia Vinícius


Para celebrar o centenário de nascimento de Vinícius de Moraes, a Federal FM (107,9 Mhz, ouça aqui) está apresentando poemas do famoso escritor brasileiro, na voz da locutora Maria Alice Estrella, também poetisa. Este sábado (19-10) seria o aniversário nº 100 do Poetinha, parceiro histórico de Toquinho e Tom Jobim. Até domingo (20), entre 9h e 22h, dez poemas serão apresentados ao longo da programação, de hora em hora.

O projeto da rádio da UFPel também vai ao ar pela FM Cultura de Porto Alegre, graças ao convênio firmado (em 27-9) com a Fundação Cultural Piratini, a fim de promover o intercâmbio entre as duas emissoras. A Federal FM já está retransmitindo os seguintes programas da FM Cultura: Sessão Jazz, Contos do Sul da Terra, Conversa de Botequim, Contemporânea, e Na Trilha da Tela. O projeto "Vinícius de Moraes: 100 anos de poesia" é a primeira produção da Federal a ser veiculada na Cultura.



Em abril deste ano, um evento da Biblioteca Pública Pelotense destacou Vinícius como autor (escute-o como declamador no "Monólogo de Orfeu" na postagem: Sarau destaca Vinícius).

Confira outros poemas de Vinícius de Moraes no Facebook.


Imagem: UFPel

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Fotos de bandeiras de oração


Nesta terça-feira (15-10) às 20h o Espaço Arte Chico Madrid abre a mostra “Varal de Orações”, fotografias da artista Norma Alves. A exposição seguirá até 15 de novembro, em horário comercial, na sede da Sociedade Científica Sigmund Freud (Rua Princesa Isabel, 280 conj. 302).

Norma visitou em três ocasiões o Templo Budista Khadro Ling, localizado em Três Coroas (a 91 km de Porto Alegre). Trata-se do único templo tibetano na América do Sul, fundado em 1995 pelo lama Chagdud Tulku Rinpoche.

A artista se apaixonou pelo colorido do local, pela intensidade do budismo tibetano e pelas ligações que sentiu com a arte e com a espiritualidade. Elemento especial para a fotógrafa, que tem uma predileção pelos varais ao vento, foram as bandeiras tibetanas de orações (ou cavalos de vento), oferecidas para que as preces sejam levadas e recitadas pelo vento por longas distâncias.

As bandeiras de oração (v. nota no Blog do Maragão) convidam à meditação interior, à solidariedade com os seres vivos e à sintonia com o universo. Numa visita à exposição, que tem a curadoria do coordenador cultural da Sociedade, Eduardo Devens, será possível sentir parte dessa beleza e dessa paz que a artista vivenciou e quis compartilhar. Veja a reportagem de Max Cirne Bandeiras ao vento.

domingo, 6 de outubro de 2013

"Casa Brasileira" mostra Pelotas

Casa Brasileira é uma série sobre arquitetura ao modo brasileiro, transmitida pelo canal GNT aos domingos às 23h (e em 4 reprises). Cada edição entrevista um arquiteto e mostra como suas ideias são aplicadas numa obra – a casa – mediante o depoimento do seu cliente – o dono da casa. Como complemento, descreve também o bairro e a cidade em que se encontra a casa visitada. Atualmente na quarta temporada, o programa é dirigido por Alberto Renault para a produtora audiovisual Hungry Man Rio.

Vista para o Arroio Pelotas, da antiga Charqueada Santa Rita
O episódio de hoje (6-10) mostra o trabalho da designer de interiores Rosa May Sampaio, contextualizado em sua estância no município do Capão do Leão, que foi distrito de Pelotas até 1982 (v. trecho do programa). Esta edição do programa introduz uma fase de visitas ao Rio Grande do Sul e apresenta a entrevistada decorando sua própria estância, com depoimento da filha famosa Guilhermina Guinle. A família é carioca, há pelo menos 90 anos, e a casa é pelotense há uns 160.

Para falar da cidade como cenário da criação artística e arquitetônica, a produção incluiu a antiga charqueada Santa Rita, casarões do centro da cidade e um testemunho do músico Vítor Ramil. As filmagens foram feitas em Pelotas em junho passado.

Rosa May Sampaio
O conteúdo deste episódio é interessante para quem conhece Pelotas somente por fotografias, pois aqui está a oportunidade de ver o interior dos casarios e como moram seus habitantes. Também é de interesse para os pelotenses, pois até hoje não havia sido feita uma entrevista com esta família de ricos e famosos sobre como eles vivem e como decoram suas casas.

Rosa May de Oliveira Sampaio (v. detalhes no portal GeneaMinas) é formada em Letras pela PUC-RJ, em História da Arte pela École du Louvre, e em Arquitetura de Interiores pela ESPADE (v. perfil). Sua mãe é a fazendeira pelotense Antônia Berchon des Essarts Carvalho, conhecida como Antoninha Sampaio, hoje com 94 anos (v. nota sobre seu trabalho). As outras filhas são Maria Rita e Anna Luiza, também nascidas no Rio de Janeiro.

Esta rama dos Sampaio é conhecida da população pelotense mediante notícias de TV e colunas sociais, principalmente, pois não moram nesta cidade tão afastada do centro do país, e vêm mais a passeio e para visitar a avó, Dona Antônia. A atriz Guilhermina Guinle nasceu na classe alta carioca, com ascendência francesa pelo pai (v. Família Guinle) e pela avó (Berchon des Essarts) e inglesa pelo avô (Goodwin).

Aconchego e tradição na sala de jantar da estância de Rosa May Sampaio
Fotos: Estadão e GNT

sábado, 5 de outubro de 2013

Granizo grátis na primavera

Escura multidão de nuvens veio do sul e desparramou água fria e gelo picado.
Nesta sexta franciscana (4-10), a Mãe Natureza e a Irmã Chuva se deixaram cair nas zonas sul e leste do Estado. Nuvens carregadas trouxeram vento e água, e lançaram abundante granizo em certos pontos, como Pelotas, São Leopoldo, Esteio, Teutônia, Veranópolis, Caxias do Sul e Bento Gonçalves.

Granizo acumulado é fenômeno raro (Pablo Torres)
Em Pelotas, a chuva alagou alguns focos costumeiros ao longo da cidade. O fenômeno de água com gelo entupiu calhas num campus da UFPel, deixando-as como geladeiras (v. notícia).

As pedrinhas caíram em maior volume no centro da cidade e bairros próximos (Porto e Simões Lopes), chegando a acumular-se umas sobre outras. A maioria delas derretia, mas às vezes virava gelo, durando até o dia seguinte.

Segundo os bombeiros de Pelotas, as pedrinhas não passavam do tamanho de ervilhas (leia em ZH Granizo atinge Pelotas). O estranho foi que a temperatura geral no chão sempre esteve entre 10 e 15 graus, bem longe do ponto natural de congelamento, o zero.

Granizo em Pelotas (Horacy Fagundes)
Na esquina do Café Aquários, o vento derrubou palmeiras e deixou as ruas desertas por uns minutos, prendendo o público nas lojas. Habitualmente os pelotenses andam sem guarda-chuvas e se molham na chuva, sabendo que ela não machuca e dura poucos minutos. Mas desta vez o granizo castigou os mais atrevidos.

Alguma "chuva de pedra" ocorre quase todos os anos, mas, em vez de admirar o acontecimento natural, nos queixamos por percalços mínimos ou nos assustamos, como se o mundo fosse acabar com a interrupção da rotina. Reações desproporcionadas ocorrem por aqui quando surge algo muito diferente (por exemplo, inauguração de um shopping, ou mudança de lugar da Feira do Livro).

Por uns minutos, a chuva pegou forte e danificou até carros (Nauro Júnior)
Fotos: De Olho no Tempo (1, 3), Metsul (2), Nauro Jr (4)