sábado, 30 de junho de 2012

Trezentas Onças 2012

O Prêmio Trezentas Onças 2012 será entregue na próxima quinta (5), segundo anunciou o Instituto João Simões Lopes Neto (veja nota). As onças deste ano irão para três personalidades destacadas na pesquisa e na difusão da memória e da obra do escritor pelotense (veja lista dos agraciados até 2011):
  • Donaldo Schüler, escritor e tradutor, doutor em Letras;
  • Henrique Medeiros Pires, radialista e segundo diretor do Instituto;
  • Valter Sobreiro Junior, dramaturgo e diretor de teatro com 50 anos de carreira.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Fotos que representam os 200 anos


O concurso de fotos da Loja Equilibrium para os 200 anos de Pelotas informou os dois ganhadores: o júri técnico escolheu o registro de Diego Cunha da Silva, retratando o Pontal da Barra abandonado (acima).

Por outro lado, o júri popular preferiu a fotografia noturna de Eduardo Lena, que sugere um ambiente de vida e progresso. Há duas semanas, este blogue destacou precisamente essa imagem como uma das mais significativas para o futuro da cidade (veja a nota). Reconhece o Grande Hotel ante o parque central de Pelotas? E a ponte iluminada que conduz à cidade matriz?
Imagens: DP

Cerveja dos 200 Anos

O empresário Valter Poetsch (foto abaixo à dir.) presenteou a cidade com um produto especial fabricado em sua microcervejaria, a Original Bier, instalada há 12 anos em Pelotas (veja uma lista do sítio Cervejas do Mundo).

O presente simbólico consiste em 200 garrafas da Cerveja dos 200 Anos, um de cujos exemplares foi entregue quinta (28) ao prefeito (veja notícia).

Adolfo Antonio Fetter recebeu o exemplar nº 011 (dir.) da cerveja pelotense, numa aparente homenagem ao partido de governo (Progressista), que na propaganda eleitoral é identificado com esse número.

O detalhe pode ser lido mais como uma homenagem pessoal, pois nem Poetsch pertence ao P.P., nem Fetter é candidato à reeleição. As campanhas para concorrer a prefeito e vereador começam, coincidentemente, no próximo dia 7 de julho, o aniversário de Pelotas (fundada como freguesia em 1812).

A cerveja especial comemora o bicentenário de Pelotas com um rótulo que apresenta a torre do Mercado Central, ao lado do número 200 (esq.). A verdade histórica é que essa torre só foi incorporada ao Mercado há cem anos.

O lançamento oficial será feito na reabertura do prédio do Mercado (outro dos presentes para o Bicentenário), que foi marcada para o dia dos 200 anos (7 de julho, às 10h). A previsão era para bem antes, mas o atraso fez a entrega coincidir com esta data simbólica (o que não significa que todos os detalhes da reforma estejam terminados).

Segundo a notícia oficial, a Cerveja dos 200 anos foi produzida com seis tipos de malte, de alta fermentação e 5% de teor alcoólico.

De modo parecido à fabricação do champanhe, esta cerveja foi produzida com fermentação dupla, sendo a última dentro da garrafa. Por esse motivo, a Cerveja dos 200 Anos vem numa garrafa do tipo champanhe, com rolha. A cor do líquido é avermelhada e o sabor é levemente amargo, características da red ale (veja uma lista de tipos de cerveja).

O sítio do Pelotas Treze Horas informou que a garrafa nº 13 seria entregue a Clayton Rocha (veja nota). Ainda não se sabe quem terá acesso às demais 198 garrafas.
Fotos: J. Tomberg

Vampiro de 200 anos chega a Pelotas

No início da Semana de Pelotas, estreia em nosso único cinema "Sombras da Noite", o mais recente filme de Tim Burton, inspirado na telenovela de terror inglesa Dark Shadows. Nesta versão semicômica (com intenção de fazer rir mas sem graça nem terror), podemos ver alusões irônicas a uma cidade de 200 anos.

Barnabas Collins (Johnny Depp) é um jovem de família europeia culta e rica que veio à América para prolongar a linhagem. A riqueza obtida com o comércio de peixe é tanta que uma cidade à beira-mar é fundada à base desta "freguesia" e o casarão da família (com uma torre parecida ao castelinho da Quinze) é tão grande que ninguém pode habitá-lo.

Barnabas é transformado em vampiro perto do ano de 1770 (casualmente, a época em que o rincão das Pelotas recebia refugiados da ocupação espanhola no porto de Rio Grande, núcleo militar e também pesqueiro; depois de 1780, começaria nesse rincão a atividade empresarial com o charque).

Por 200 anos, o moço fica num caixão encadeado e enterrado. Nesse tempo a família empobrece, e sobrevive à base da fama do passado, mais parecendo os malucos Adams. Em 1972 a cidade é como qualquer outra e não comemora bicentenário algum. O vampiro é liberado, tenta levantar de novo a riqueza familiar, vivendo no mesmo castelo, mas não consegue entrosar-se nos novos tempos.

O filme não obtém seus próprios objetivos e pouco tem de original, exceto uma alusão ao Drácula inglês Christopher Lee (que atua no filme) e uma notória homenagem ao roqueiro gótico com nome de mulher: Alice Cooper cantando No More Mr. Nice Guy.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Múltiplos Olhares para Pelotas

Esta fotografia de Helena Schwonke e outras 60 formam a exposição Múltiplos Olhares, que pode ser visitada no Corredor Arte até 15 de julho próximo. Um grupo de 21 colaboradores do Hospital da FAU-UFPel participam desta mostra artística, que homenageia o aniversário nº 200 da Cidade de Pelotas, fundada em 7 de julho de 1812 como Freguesia de São Francisco de Paula, território pertencente à então Vila de Rio Grande.

Os fotógrafos são profissionais da saúde e administrativos que trabalham ou trabalharam no hospital: Adriane Reinhardt, Amilcare Vecchi, Ana Lúcia Brod, Ana Paula Lourençon, Artur Leão, Beatriz Ribeiro, Helena Schwonke, Isis Borges, Luciane Kickhöfel, Luis Fernando Barros, Maíra Vieira, Maria Helena Silveira, Marisangela Farias, Patricia Duval, Renata Zschornack, Shirley Gonçalves, Silvana Bandeira, Tanira Barros, Vanessa Garcia, Vera Levien e Vitor Hugo Lima.

terça-feira, 26 de junho de 2012

"No Manantial", conto comentado

Esta quinta (28) às 19h prossegue o ciclo "Contos Gauchescos", uma revisão desta obra de João Simões Lopes Neto, que foi publicada há cem anos.

Em ritmo quinzenal de março a dezembro de 2012, uma palestra para cada um dos 19 relatos desta série foi organizada pelo Instituto João Simões Lopes Neto em sua sede (D. Pedro II 810). Leia uma nota deste blogue sobre o conto "Duelo de Farrapos".

Nesta ocasião, o professor Gilnei Oleiro Corrêa falará sobre No manantial (clique para ler) e o Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana.

Mais informações no blogue do Instituto e no blogue Centenário dos Contos Gauchescos.

Leia o texto completo dos Contos Gauchescos, em transcrição da UFPel segundo a 9ª edição da Martins Livreiro (Porto Alegre, 1998).
Imagens da web

POST DATA: 29-06-12
Leia nota sobre a palestra de Gilnei Corrêa.

Produtora de som e música para filmes


A RAD Produções em Audiovisual é uma empresa que cria todo tipo de material sonoro (som direto, locuções, trilhas sonoras, jingles) para produtos audiovisuais como filmes de curta ou longa metragem, games, comerciais de TV, clipes e chamadas. As trilhas de filmes são feitas pelo núcleo de composição musical, chamado Nightmare Music. A RAD também faz produção musical e gráfica de bandas e artistas solo.

Máquina de descrever (acima) é uma inquietante vinheta dirigida por Roger Dutra sobre o poema existencialista de Daniel Moreira. Régis Dutra compôs a trilha sonora e representou o personagem. Lemúria (abaixo), do mesmo autor, na voz da soprano Daniela Moreira, é uma composição para o áudio de um comercial de carro. Sinta a freada no final.

O "Sobremesa Musical" de Pelotas

Sobremesa Musical é o grupo de alunos de Música-Licenciatura da UFPel que desde 2010 pretendem levar a arte musical a quem não tem direto acesso a ela. Em 2011 eles apresentaram no Restaurante Popular de Pelotas, literalmente, as suas sobremesas com voz e violão.

Em 2012 o projeto se ampliou (veja a notícia de maio passado) e agora marcam um recital no auditório do Centro de Artes (Alberto Rosa 62). Será às 18h de hoje (26), como um happy hour musical, e desta vez com a participação do percussionista Vitinho Manzke.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Transformação em Cena, vídeos para a UCPel

Para divulgar e melhorar a imagem de seus 29 cursos de graduação, a UCPel abriu o concurso de vídeos "Transformação em Cena", para que alunos e ex-alunos mostrem, por testemunho pessoal, as vantagens de ter recebido sua primeira formação profissional na Católica de Pelotas. Foram recebidos 23 vídeos que representam 11 cursos (veja todos eles no Facebook da UCPel).

Os resultados, entretanto, não dependem de um júri especializado em critérios audiovisuais e sim da indicação dos internautas no Facebook (pelo botão like), como num concurso de popularidade. Os três mais votados até hoje (25) ganharão um iPad. Veja a apaixonada criação de Ricardo Vinhas, da Comunicação Social-Publicidade e Propaganda (abaixo).

Outros vídeos destacáveis são os de Taísa da Silva Bastos, que explica formalmente as qualidades da Pedagogia ao modo de uma pedagoga, e Pablo Itturiet, que gera uma vibração coletiva pela Fisioterapia, mediante a música e o movimento. A contraposição entre eles é a que existe entre razão e emoção; a semelhança que os unifica é a total identificação com seu curso.
Por outro lado, parece-nos que o trabalho de Bruno Schuch (vídeo abaixo) apresenta as diversas ideias necessárias de seu curso de Jornalismo e consegue também equilibrar e integrar o racional da profissão e os sentimentos que o levaram a ouvir o chamado vocacional. Em somente um minuto, ele sintetiza as qualidades da Universidade e apresenta o projeto Pelotas Memória, que apoia e dá continuidade às pesquisas de Nelson Nobre Magalhães.

domingo, 24 de junho de 2012

O Chimarrão de Vítor com Juliana


A cantora nativista Juliana Spanevello recordou sexta (22) em seu blogue o primeiro encontro que teve com Vítor Ramil por ocasião da nominação ao 22º Prêmio da Música Brasileira (leia o post).
Em junho de 2011 ela foi indicada como melhor Cantora na categoria Regional, junto com Margareth Menezes e da Elba Ramalho. Os candidatos a Melhor Cantor Regional foram Gilberto Gil, Renato Perreira e Vítor Ramil (veja a lista completa).
Para noticiar a nominação dos gaúchos, Zero Hora reuniu os dois na casa de Vítor em Pelotas, e eles cantaram "Chimarrão" (álbum Delibab) com música de Ramil sobre poema de João da Cunha Vargas. O fotógrafo Nauro Júnior registrou e Thiago Tieze editou o vídeo acima, com imagens ilustrando frio, na praia do Laranjal.
A distinção entre MPB, regionalismo e world music não é clara, especialmente em Ramil, que já compôs um samba, milongas brasileiras e música sem identificação regional alguma. No entanto, esta canção não esconde o seu arraigado amor pelos costumes gaúchos, tanto na letra como na melodia. Só faltou à dupla, para passar o frio e parecer mais gaúcha, uma cuia com mate e água bem quente.

Chimarrão
(V. Ramil / J. C. Vargas)
Velho porongo crioulo,
Te conheci no galpão,
Trazendo meu chimarrão
Com cheirinho de fumaça,
Bebida amarga da raça
Que adoça o meu coração.
Bomba de prata cravada,
Junto ao açude do pago,
Quanta china ou índio vago
Da água seu pensamento
De alegria, sofrimento,
De desengano ou afago.
Te vejo na lata de erva
Toda coberta de poeira,
Na mão da china faceira
Ou derredor do fogão,
Debruçado num tição
Ou recostado à chaleira.
Me acotovelo no joelho,
Me sento sobre o garrão
Ao pé do fogo de chão,
Vou repassando a memória
E não encontro na história
Quem te inventou, chimarrão.
Foi índio de pêlo duro,
Quando pisou neste pago,
Louco pra tomar um trago,
Trazia seca a garganta,
Provando a folha da planta,
Foi quem te fez mate-amargo.
Foste bebida selvagem
E hoje és tradição,
E só tu, meu chimarrão,
Que o gaúcho não despreza
Porque és o livro de reza
Que rezo junto ao fogão.
Embora frio ou lavado,
Ou que teu topete desande,
Minha alegria se espande
Ao ver-te assim meu troféu,
Quem te inventou foi pra o céu
E te deixou para o Rio Grande.

sábado, 23 de junho de 2012

Psicólogo entra no Fórum contra violência

A nota oficial saiu ontem (22): a Prefeitura Municipal disponibilizou um psicólogo (Francisco Antônio Vidal, de costas na foto) para atender homens acusados de violência doméstica. O serviço gratuito faz parte do projeto municipal Fórum de Discussão Permanente da Violência Doméstica e Familiar (veja notícia).

Iniciado em 2011, o Fórum se origina numa parceria entre três secretarias municipais (S. de Igualdade, S. de Cidadania e Assistência Social, e S. de Educação e Desporto), a Delegacia da Mulher, a Brigada Militar e a ONG Gesto, onde cada entidade contribui com palestras relacionadas ao tema.

Esta quinta às 14h30min, com a presença (na foto, a partir da esq.) da Delegada Lisiane Moraes Mattarredona, da Secretária Elizabeth Marques Dias (SMCAS) e do Secretário José Valdoir Ribeiro (SIS), foi oficializado o atendimento com o psicólogo da SMCAS, que também participará em algumas palestras do Fórum.

Por exemplo, na SMED o projeto contra a violência "Bullying, um mal social" é coordenado pela professora Simone Maraninchi Leite Lima, que esta terça (19) palestrou sobre bullying a pais e alunos da Escola Olavo Bilac, no Fragata (foto abaixo).

Desde 2011 o Fórum debate sobre violência, bullying, uso de drogas, abuso sexual e outros problemas de convivência social, mediante palestras realizadas -de março a dezembro- em escolas urbanas, suburbanas e rurais de Pelotas.

A violência tem muitas raízes e funciona como um tumor maligno, corroendo a adaptação social, as vinculações pessoais e até mesmo o desejo de viver.

O Fórum é centralizado pela Coordenadoria da Mulher da S. de Igualdade (Deodoro 464), onde o psicólogo atenderá, desde 3 de julho, não só a homens agressores mas às pessoas que pedirem hora (3227 2349).
Fotos: J. Rivero (1), F. A. Vidal (2)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pêssegos em calda nos 200 anos

A ICALDA fabricou uma edição limitada das Conservas Cantarelli para presentear aos clientes e homenagear os 200 anos de Pelotas. A cidade é considerada como a maior produtora de pêssegos no Brasil e os produtores locais estão em busca da Indicação de Procedência Geográfica para os "pêssegos de Pelotas", pelo menos desde 2009 (veja nota de 2011).

O projeto para destacar o bicentenário e a produção de frutas foi idealizado pela artista plástica Maria Medeiros, incluindo a criação de um rótulo especial para as latas, com fotografia de Norma Alves.

A imagem mostra um aspecto do Mercado Público, hoje em processo de reforma. A renovação total do antigo prédio, iniciada há três anos, era outro dos presentes para os 200 anos e já se encontra em sua etapa final.

A edição especial destas conservas foi apresentada nesta quinta à noite (21), no centro comercial Zona Norte, aos visitantes da nova exposição de fotografias da Galeria Mirar, que também homenageia o aniversário de Pelotas.
Fotos de F. A. Vidal

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A personalidade da Rua Quinze de Novembro

Neste programa da TV Câmara, André Christ apresenta os fortes traços urbanos e históricos da velha rua Quinze de Novembro: a Catedral do Redentor, o Mercado Público, a Prefeitura Municipal, a Biblioteca Pública, o quiosque de Nelson Nobre, a Doçaria Pelotense, o Café Aquários, o Bar Cruz de Malta, o Clube Brilhante. O nome atual se deve ao governo republicano, mas a Quinze já era a rua principal desde o início do século XIX, com os nomes sucessivos de Rua dos Canários e Rua São Miguel. Se a reportagem fosse mais longa, veríamos a Livraria Mundial, o Diário Popular, a Catedral de São Francisco de Paula, o Colégio Gonzaga, o Ateliê Giane Casaretto, a livraria Monte Cristo, o Asilo de Mendigos. E das épocas passadas: o castelinho do Major Vidal, a Confeitaria Brasil e a Padaria Nogueira, a Livraria Universal e o Bazar Edison, o Bar do Willi, o Hotel Aliança, a Opinião Pública, o Castelinho do Saber (hoje Escola Erico Verissimo). Parece que tudo em Pelotas aconteceu e segue acontecendo em torno a esta rua: o comércio, a política, a cultura, as tradições, as festas. No vídeo dirigido por Matheus Gomes, testemunhos da moradora Maria Zambrano, o bispo anglicano Renato Raatz e o historiador Mario Osorio Magalhães. O texto de Luiz Caminha (diretor da TV Câmara) é narrado por Maria Alice Estrella. No carnaval de 2002, a Escola de Samba Rosa Imperial usou a Rua Quinze como tema-enredo (v. notícia).

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quindim e merengue saíram do ovo

Ana Cecília Romeu Rodrigues, publicitária e escritora gaúcha, morou em Pelotas e dedica à cidade de sua infância esta crônica alusiva aos doces e ao sentido da vida a dois. Apareceu primeiro em 2011 no seu blogue Humor em Conto e em junho de 2012, por alusão à FENADOCE, no Diário Popular.

Passei toda minha primeira infância na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, terra de doces maravilhosos, com receitas de origem açoriana em sua maioria. Sempre que me lembro dessa época, me vem à memória o sabor desses doces, que não encontrei nem nos famosos austríacos.

Mais tarde, me peguei em alguns momentos questionando sobre o que acontecia com a parte do ovo que não era aproveitada para fazer os tão deliciosos quindins. Feitos de gema, todos amarelinhos e suculentos. Mas, e a clara, onde ficava? Cheguei à conclusão do óbvio: faziam merengues, delícia composta de clara.

Refleti a partir daí sobre relacionamentos de uma forma geral. Pensei que, quando temos algum tipo de parceria emocional com quem quer que seja, é como se cada um fizesse um tipo de doce. Um faz o quindim; o outro, merengue. Os dois aproveitam do mesmo ovo e complementam a sobremesa.

Mas em que momento duas pessoas passam a ignorar a receita óbvia dos doces e não querer mais essa parceria tão proveitosa matematicamente? O que faz com que duas pessoas não queiram mais dividir seus quindins ou seus merengues com o outro, não se completarem, nem quererem provar a culinária alheia?

Tive algumas experiências desastrosas. Amizades que se foram por causa de um detalhe ínfimo. Na verdade, é como se eu fizesse os quindins e a outra pessoa resolvesse fazê-los também ou vice-versa. Ainda houve a resistência em trocar para os merengues. Sobraram muitas claras de ovo e ninguém para fazê-los.

Orgulho, falta de companheirismo, traição, incompreensão... Tudo pode acabar com a parceria de doces e, às vezes, é por puro detalhe. Mas seria amizade verdadeira? Não resistiu a uma parceria tão lógica?

Por outro lado, vemos amizades que nunca terminam, como tenho com uma amiga que mora no Uruguai, coisa de mais de 30 anos. Uma briguinha aqui e ali, mas o tempo não apagou quase nada e modificou muito pouco.

Há também casamentos indissolúveis ou aquelas pessoas que nutrimos maior respeito e sabemos que é recíproco, mas muitas vezes nem as conhecemos direito. Mas nesses momentos, sim, a parceria quindim-merengue está sendo construída.

Como diz um provérbio romano: "Se for roseira, florescerá". Se for para dar certo, a parceria dará, se for para não dar... No que completo: quindim só combina com merengue. E merengue, só combina com quindim.
Fotos: A. C. Romeu

terça-feira, 19 de junho de 2012

INSERTE: aprender a usar a internet após os 40


Dois especialistas em informática iniciaram, no Bairro Fragata, um ousado e generoso projeto: ensinar o uso de internet a adultos com mais de 40 anos. Beatriz Ribeiro e Eberton Barboza fundaram a Inserte Escola de Informática e, em somente 10 sessões, mostram o uso prático de navegadores, como utilizar mecanismos de busca virtual e o uso de e-mail com envio e recebimento de arquivos.

Neste mês de junho começam a segunda e a terceira turma, precisamente nesta quarta (20), numa sala da Escola Freinet equipada com dez computadores (foto acima). A primeira turma funcionou em maio passado com pouca publicidade mas com dedicação aos alunos totalmente personalizada.

Por exemplo, Claudenir (dir.) aos 56 anos não conhecia o uso de internet e quis experimentar esta aventura de aprendizagem. Ele declarou o seguinte após o curso, a modo de testemunho:

Através da INSERTE, tive oportunidade de ter acesso ao mundo digital, onde pessoas com a minha idade foram pacientemente treinadas e hoje usam a internet para manter contato com familiares e amigos que moram longe.
Beatriz (51) é Analista de Sistemas e trabalha há 32 anos na área de Informática, desenvolvendo e implantando software (programas especiais de computação).

Em 2012 Beatriz criou a Inserte, e atualmente também faz Mestrado em Educação e tem o cargo de Gerente de Desenvolvimento e Tecnologia da FAU. Em seu trabalho ela observou a dificuldade de quem tem mais de 40 anos para lidar com a tecnologia, não importando a área ou o grau de instrução. Ela diz que as pessoas querem aprender a fazer amizades, relaxar conversando com alguém que está longe, ver sites interessantes.

Assim surgiu a ideia de fazer algo básico onde se pode levar o próprio equipamento e aprender a USAR, o que tem maior importância na fase da vida, dos 60 anos em diante, em que as pessoas se aposentam, têm mais tempo livre e podem melhor utilizar suas experiências de vida.

Eberton (35) tem formação técnica em Informática e trabalha há anos dando aulas de Windows, Word e Excel. Ele tem o conhecimento, e acreditou na ideia de Beatriz, que consiste em ensinar com toda a paciência, explicando e reexplicando quantas vezes for necessário.

O curso da Inserte custa R$60 pelas 15 horas-aula, em 10 sessões. Duas turmas serão atendidas nas quartas e sextas-feiras (17h e 18h30min), no recinto da Escola Freinet (Av. Duque de Caxias 99, defronte à antiga Laneira).

A Escola Freinet de Pelotas foi fundada há 25 anos (leia reportagem), à base de uma filosofia criada no início do século XX pelo francês Celestin Freinet (1896-1966), que propunha que a escola devia estar ligada à vida e ao trabalho, para melhor educar crianças e adultos. Segundo a Associação Brasileira para Divulgação da Pedagogia Freinet, Pelotas é a única cidade gaúcha onde algumas escolas e professores trabalham com esta linha (veja a lista).
Imagens: B. Ribeiro

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Carla Domingues grava comercial em Florianópolis

Músicos e maestro da Camerata Florianópolis e a cantora lírica Carla Domingues (gaúcha, formada no Conservatório de Música da UFPel) participaram no clipe publicitário "I can fly", criação da produtora porto-alegrense Batuque (música de Henrique Kurz) para o projeto SIMPHONIA da WOA Empreendimentos Imobiliários, com imagens da Ilha de Santa Catarina.

A empresa catarinense diz que a marca surgiu em 2009: "WOA remete ao voar dos pássaros e, consequentemente, à construção de seus ninhos. É também homenagem aos patriarcas das empresas que a formaram: Walter, Orlando e Antônio Koerich, três irmãos que apostaram em Santa Catarina e na capital catarinense em meados dos anos 50".

Avendano Júnior viveu para o cavaquinho

Joaquim Assumpção Avendano Júnior não toca mais cavaquinho, após 50 anos de música e 73 de vida. Sua morte foi anunciada sexta (15) pela internet, primeiro nos sítios do jornal Zero Hora e do Diário Popular, num tom de forte tristeza pela perda do artista, com saúde debilitada há meses.

No entanto, seu legado como intérprete perdura e suas composições inéditas ainda serão gravadas e divulgadas, como é o caso de "Liberdade" (acima), em homenagem ao bar onde tocou desde os anos 70, e "Voltei" (vídeo abaixo). Foi naquela década, ainda de dureza política no Brasil, que um grupo fundou em Pelotas esse espaço de encontro e liberdade.

Em 1976 Avendano tomou contato com Waldir Azevedo (1923-1980), que lhe ensinou seu estilo e teve nele um discípulo e um amigo (veja mais no blogue Waldir Azevedo).

O paulista Roberto Barbosa (Canhotinho, do Demônios da Garoa) foi talvez o mais famoso intérprete continuador, mas Avendano foi também compositor e com sua humildade e introversão não quis ter maior evidência.

O LP "Falta Você" (Pelotas, 1983), ao parecer o único disco de Avendano Jr. (clique na imagem para ampliar), é posterior ao falecimento de Waldir, justamente em homenagem ao mestre que lhe deu o conhecimento e o destaque no cavaquinho (veja uma nota).

Os instrumentos historicamente usados pelo mestre foram doados a seus discípulos, e a Avendano coube ganhar como herança simbólica o mais recente deles.

A Wikipédia não o menciona em parte alguma, mas quem o conheceu pessoalmente destaca sua importância no contexto criativo da música brasileira. Em julho de 2009, o jovem bandolinista gaúcho Rafael Ferrari visitou Pelotas e escreveu sobre Avendano no YouTube:
O Avendano é uma figura das mais importantes na música do Brasil, especificamente no choro, pois tira do cavaquinho um som que eu só vi o Waldir Azevedo tirar.

Ele (...) continuou um legado - que pouquíssimos cavaquinhistas seguiram - que foi o de tocar com a pegada no estilo do Waldir, tirando um som potente do cavaquinho, coisa que o instrumento basicamente não tem!

A Moviola Filmes homenageou o músico publicando o vídeo - editado quinta-feira passada - As mãos imortais de Avendano Jr. Em 2011, já havia destacado o papel de Avendano num dos anúncios (foto acima à dir.) do documentário "O Liberdade" (veja o post). Neste ele aparece tocando "Mimoso"; no trailer principal (veja a nota), a música de fundo é "Não me queiras mal".

Desde ontem (17) ficaram colocadas na coluna direita do blogue duas músicas de Avendano Jr.: "Onde você estiver", tocada por ele (composta após a morte de Waldir Azevedo) e "Assim traduzi você", na gravação de Waldir Azevedo em 1976 (dedicada por Avendano à esposa Rita). Conheça mais sobre Avendano Jr. em suas páginas do MySpace e do YouTube.

POST DATA
Fevereiro de 2014
Mesmo sem seu líder histórico e após um período de fechamento do Bar Liberdade, o Regional Avendano Júnior apresenta-se às quintas no Pub 372 (Quinze de Novembro 372) e no Bar Liberdade às sextas e sábados, segundo informação do Diário Popular.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A orla antes e depois da aurora

Norma Alves viu a orla do Laranjal antes do raiar do sol, cinzenta e enevoada, como se já não houvesse vida sobre a terra (acima), e momentos depois iluminada num renascer pós-apocalíptico (abaixo).

O reflexo na água suscitou dois efeitos visuais: uma ilusão de deslocamento das estacas e uma impressionante sugestão de cruz solar sobre a lagoa, como se um poder divino centralizasse a distribuição do caminho sobre as águas.
Mais fotos no Facebook de Norma Alves

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A "Esquina 22" há cem anos

Há cem anos, num contexto de riqueza cultural e econômica (simultâneo à Belle Époque europeia), Pelotas tinha bispado, ensino médio para ambos os sexos, escolas superiores (Agronomia, Direito e Odontologia), clubes sociais e esportivos, porto fluvial e estação ferroviária. Em 1912 a cidade celebrava seu centenário talvez de forma adiantada, pois sua real autonomia político-administrativa somente chegou com a elevação a Vila, bem depois da fundação da freguesia de São Francisco de Paula, em 1812, data da primeira urbanização.


Segundo o Correio do Povo, os preparativos do centenário estavam encaminhados um mês antes (veja nota deste blogue). A notícia da semana passada, pesquisada no jornal de 1912, incluía uma foto da nossa popular "Esquina 22" (Quinze com Sete), onde, até a década de 1950, ficava a Livraria Universal, de Guilherme Echenique, que editou diversos autores pelotenses (veja nota sobre livrarias em Pelotas e significados de sobrenomes bascos).

Acima, o postal colorido artificialmente, editado ao redor de 1910 pela Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson. A imagem foi reproduzida do sítio comercial EBAY, por meio do qual uma livraria argentina vendeu o impresso por 40 dólares. Casualmente, os irmãos Echenique, donos da Universal, também descendiam de argentinos.

No mesmo postal, vê-se no fundo a arborização da Praça da República (Coronel Pedro Osório, hoje). A foto foi tomada numa tarde de sol forte, provavelmente perto das 15h.

Na foto da Universal (dir.) pode-se distinguir — numa inscrição horizontal em cor clara, abaixo da cobertura da esquina — o lema da livraria: SINE LABORE NIHIL (sem trabalho, nada se consegue).

Nesta crucial esquina, onde cresceu a literatura e a intelectualidade, hoje se encontra a frequentada Doçaria Pelotense, fazendo jus ao título pelo qual a cidade é conhecida: Capital Nacional do Doce.

Concurso de fotos libera as 12 melhores

A Loja Equilibrium liberou há dez dias as 12 fotos selecionadas para concorrer ao prêmio de melhor Fotografia para homenagear os 200 anos de Pelotas (veja a notícia).

As vencedoras serão duas: a preferida do público e a escolhida pelos jurados, os fotógrafos Jeff Münchow, Juliano Kirinus, Nauro Júnior, Paulo Rossi e Carlos Recuero. Nesta fase, eles já escolheram o primeiro ganhador (que será revelado no final).

Duas das concorrentes aparecem nesta nota: um ângulo romântico do assim chamado Trapiche do Valverde, atualmente interditado e em obras, e uma visão noturna do coração da cidade. A primeira representa a percepção de um futuro nebuloso a partir de um presente delicado e envelhecido; a segunda vislumbra um renascimento futuro, grande e luminoso, como cabe a um município metropolitano. Os autores não podem ser identificados, para não influir na escolha popular.

O público pode votar (mais de uma vez) no sítio virtual da loja, até a próxima sexta (15). Cada vencedor ganhará um porta-retratos digital e o direito de expor sua foto num outdoor por duas semanas.

domingo, 10 de junho de 2012

Três graus abaixo de zero

Os gaúchos sabem que o frio mais duro vem com o Minuano e frentes polares que avançam da zona patagônica ao norte do continente. Nem todos os anos é igual, mas o gelo costuma chegar em junho e julho, quando os termômetros se aproximam e às vezes vão abaixo de zero grau.

No entanto, a primeira onda de frio de 2012, que veio com junho, castigou o Brasil inteiro com os piores frios dos últimos 50 anos (veja a notícia). A imagem acima, de Paulo Rossi, ganhou a capa da edição impressa do Diário Popular e a seguinte foi publicada por Nauro Júnior (veja outras em seu blogue Retratos da Vida).
Fotos: P. Rossi (1), Nauro Jr (2)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Casa Grande e Senzala pelotenses

O jornalista e escritor Manoel Soares Magalhães reapresenta dez telas da série “No tempo das charqueadas”, que estreou em 2010 no Corredor Arte (veja nota). Exposta na sede da Sociedade Sigmund Freud, a mostra deverá chegar até os primeiros dias de julho, quando Pelotas comemora o bicentenário da Freguesia de São Francisco de Paula, origem da cidade.

Em quadros como o da figura acima, o artista expõe a proximidade entre a senzala e a casa grande no contexto do desenvolvimento pelotense, algo que poucos artistas e historiadores ousaram mencionar nestes 200 anos. O próprio Manoel diz que escolheu o modo primitivo e colorido da arte naíve, pouco conhecido no Rio Grande do Sul, para abordar este tema tão pouco estudado e doloroso para a comunidade pelotense.

Retratando aspectos da época de ouro de Pelotas (aproximadamente 1850-1900), o escritor que pinta se faz relator histórico e psicólogo do inconsciente coletivo da cidade. O inusitado da abordagem naíve, que cria o paradoxo da visão ingênua sobre a dureza da vida, lhe deu liberdade para narrar as contradições entre beleza e sofrimento, ostentação e espiritualidade, maldade e sensibilidade, a terra e a divindade, a humanização e a desumanização das pessoas. “No tempo das charqueadas”, portanto, revela-se ingênua e, ao mesmo tempo crítica, levando a refletir sobre a riqueza e, ao mesmo tempo, a crueldade na vida do pelotense no século XIX.

Abertura quarta (13) a partir das 19h30min. Visitação de segunda a sexta em horário comercial. Espaço de Arte Chico Madrid, Rua Princesa Isabel, 280, sala 302.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Notícia do centenário em 1912

Cada dia o Correio do Povo recorda notícias de um século atrás, e hoje (6) dá um maior espaço ao anúncio da celebração do centenário de Pelotas, a iniciar-se daí a 30 dias, em julho de 1912.

O texto é transcrito pelo jornal com a grafia da época (clique na imagem para ampliar).

No próximo mês de julho, será festivamente comemorado, em Pelotas, o centenário dessa cidade. O programa das festas está, em linhas gerais, assim organizado:

Sábado 6 de julho, recepção na Intendência;

Domingo [7], salvas de 101 bombas, em vários pontos da cidade; músicas tocarão o hino nacional; colocar-se-á uma urna com jornais do dia, selos, moedas, ata etc.

Domingo [14], que coincide com o aniversário da queda da Bastilha, encerramento das festas: romaria ao cemitério e deposição de flores.

Os estabelecimentos industriais se associarão às festas, apitando todos, ao mesmo tempo, às 5 horas da tarde de 6 de julho, assim encerrando o século da atividade fabril.


Cem anos depois, o nosso triunfalismo se limita às glórias do passado e ninguém recorda essa ligação forçada com a Revolução Francesa (14 de julho), ao parecer uma ideia somente válida no Centenário de Pelotas.

Muitas das incomodidades vividas na atualidade pelotense, larvadas nas últimas décadas de estagnação, ofuscam em parte a alegria do bicentenário, especialmente com certos atrasos nos preparativos, mas não impedem que se cultive otimismo para os próximos cem anos.
Reprodução CP (6-6-12): F. A. Vidal

terça-feira, 5 de junho de 2012

Novo doce: Dona Berola


Nesta FENADOCE, a doceira pelotense Dona Berola foi homenageada com a criação de um novo doce. Veja outros vídeos na Guia do Doce de Zero Hora.

Lua cheia na praia

Observar a lua nascer no mar é um privilégio de quem mora na orla, seja que isso aconteça na hora do pôr do sol ou já em noite escura. Na fase de lua cheia esse espetáculo é ainda melhor, mas apreciar o diálogo luminoso entre o céu e a água, no frio de outono e no silêncio da natureza, é somente para quem uma atitude espiritual de recolhimento, uma boa máquina fotográfica e um casaco apropriado.
Foto de Rafael Andreazza

domingo, 3 de junho de 2012

"Um Método Perigoso", perto de Pelotas

"Um método perigoso", de David Cronenberg, conta a história de Sabina Spielrein, paciente russa de Carl Gustav Jung, e do conflito entre este e Sigmund Freud, na Europa da primeira metade do século XX (veja uma nota que escrevi em 2010).

O filme entrou em cartaz este fim de semana no cine Dunas Cassino, em sessões da noite (21:15), sábados e domingos também às 17h (veja programação). Apesar de que o Dunas se encontra no município vizinho de Rio Grande, a uns 70 km de Pelotas, não perdemos a esperança de poder vê-lo em nosso ainda único cinema, se bem as duas salas usam diferentes critérios de distribuição.

Pelo menos neste feriadão de Corpus Christi haveria uma oportunidade de ir ao Cassino pelo dia, ou optar pela saída fácil de comprar aqui mesmo o DVD pirateado (leia o provocador artigo Pelotas, a cidade que merece filmes piratas), do rio-grandino Felipe Nóbrega.


sábado, 2 de junho de 2012

Foi no mês que vem


A carioca Beatrice Mason canta "Foi No Mês Que Vem", de seu álbum de estreia "Mosaico" (veja os créditos do vídeo). A música apareceu antes no álbum Tambong (2000), do compositor pelotense Vitor Ramil, e será reeditada no seu próximo projeto, que terá justamente o nome dessa canção (conheça a proposta).

Beatrice [bêa-trítche] exerceu como advogada por 13 anos e converteu seu talento ao canto da música popular brasileira (leia uma análise crítica e artigos). Ela diz no Facebook que Ramil é um de seus compositores favoritos e que vale a pena pesquisar e ouvir suas canções. Desfrute nesta letra as confusões temporais e verbais, que induzem novas sensações inconscientes.


Foi no mês que vem

Vitor Ramil
Vou te vi, ali deserta de qualquer alguém
Penso, logo irei; que seja antes minha que de outrem
Quando o vento fez do teu vestido um dom que Deus te deu
Claro que eu rirei, ao vendo o que outro alguém não viu

Vou andei, e me chegando assim te cercarei
Digo, aqui tô eu, que te amo e às tuas pernas quero bem
Já que estamos nós, te sugeri-me então o que fazer
Claro que eu beijei, ao tendo o que outro alguém não quis

E tudo isso foi no mês que vem
Foi quando eu chegar, foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo foi no mês que vem
Foi quando eu chegar, na hora em que eu te quis


Vou fiquei, no teu chegado e tu chegada ao meu
Penso, grande é Deus, um paraíso prum sujeito ateu
E pensando assim farei aquilo que o teu gosto quis
Claro, eu já ganhei de volta tudo o que eu quiser

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vitor Ramil lançará álbum duplo


Vitor Ramil lançará um livro com 60 partituras de clássicos seus e o álbum duplo "Foi no Mês que Vem", com 30 dessas músicas (todas anteriores ao álbum Delibab), em formato de voz e violão. Neste vídeo ele explica como realizará essa ideia, mediante o sistema do financiamento coletivo, em que os próprios fãs compram o material por antecipado e recebem pequenos privilégios em contrapartida (pode-se pagar desde R$ 10 até 30 mil).

Até hoje (1 de junho) ele já levantou 50% dos R$ 60 mil estipulados e ainda restam 2 meses (veja como colaborar com o projeto de Ramil no portal Traga Seu Show). O lançamento está projetado para agosto ou setembro próximo.