Maria Clara é natural de Pelotas, formada em desenho e artes plásticas pela UFPel e com graduação em Artes Visuais pela URCAMP. Participou de cursos e de exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior, e obteve premiações em diversos salões de artes plásticas.
Nas artes plásticas, as figuras humanas não são em si coisa nova ou rupturista, mas a forma de pintá-las pode ser instigante ou mesmo incômoda. Por exemplo, pela acentuação de traços físicos (nariz, olhos, mãos) , pela sugestão de psicopatologias (depressão, apatia, sadismo) ou por identidades confusas (homem/mulher, criança/velha).
O imaginário de Maria Clara mostra seres humanos com corpo e cabeça, mas com características indefinidas ou anômalas. A artista diz o seguinte, conforme a informação dos organizadores:
Através da minha obra grito, vocifero, desafio o pré-estabelecido e provoco os conservadores.
Procuro mexer com o público, romper com a figuração tradicional que se faz como um corpo aberto ao diálogo que interage.
Pinto emoções, me ocupo da tragédia e do absurdo...
A mensagem se refere às doenças ou à imaturidade mental que cada pessoa contém em seu interior, e não à aparência social, que impõe o uso de máscaras. Por fora mostramos caras amáveis, harmônicas e adaptadas às expectativas dos demais, mas por dentro a pessoa pode estar chorando, odiando ou buscando-se a si mesma. As figuras sugerem parte dessas incômodas tarefas sem resolver e se constituem menos em descrições de nossas belas construções do que em denúncias do que falta que o ser humano melhore.
Imagens: divulgação
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