sábado, 7 de maio de 2011

Professora e aluna no Corredor Arte


No mês de abril passado, Doroti de Ávila Zanuncio e Graciele Souza (esq.) expuseram obras suas no Corredor Arte do Hospital da FAU-UFPel. Elas são professora e aluna, e se conheceram num ateliê realizado na Igreja Santa Tecla, no município do Capão do Leão.

O trabalho desse grupo de pintura tem um sentido comunitário, pois pelo pagamento dos alunos gera benefícios para famílias carentes, e também tem um efeito terapêutico sobre os aprendizes, mediante a expressão e a criatividade. Neste caso, é a primeira vez que as obras são expostas num espaço público de arte.

Hoje com 78 anos, Dona Doroti vem dedicando-se à pintura há uns quinze anos, desde que se aposentou como pedagoga; ela iniciou na arte uma nova carreira que primeiro a transformou em aluna, e novamente em professora dos mais jovens.

Por outro lado, Graciele pinta há apenas um ano e meio, e veio a descobrir o talento nestas aulas. Um espectador desavisado não poderia distinguir facilmente as 13 obras da aluna, colocadas entre as 16 da professora, nesta mostra do Corredor.

A julgar pelos quadros em exposição, poderia dizer-se que elas têm interesses semelhantes e talentos de nível parecido; não é difícil ver que elas dialogam em aprendizagem mútua e amistosa, apoiando-se em comentários, elogios e críticas construtivas.

Ambas pintam figurativos, e temos como exemplo: "O Crepúsculo" (esq.) e o quadro que representa uma casa à beira do lago e seu reflexo (sem título, abaixo).

Os dois são exercícios técnicos que mostram o esforço de cada artista, exercido para obter efeitos especiais como a profundidade e o sombreado. Um se concentra no detalhismo intelectual do preto-e-branco; o outro se revela mais emotivo e até ingênuo, mas sua qualidade criativa maior está na busca de um reflexo com distorções de forma e de cor. O da aluna é este último, é preciso especificar.

As duas também se aproximam ao abstrato, em exemplos que podem apreciar-se nas primeiras imagens deste post: Doroti mostra grande capacidade de síntese em "O Veleiro", enquanto Graciele usa novamente a força passional do vermelho em formas que sugerem organicidade, num jogo vivo entre geometria e espontaneidade, rigidez e movimento, ordem e desordem, saúde e doença.
Imagens: Completa Comunicação (1-2-5) e F. A. Vidal (3-4)

Nenhum comentário: