sábado, 28 de março de 2009

Conjunto musical Os Velascos

Na década de 1960, Pelotas viu nascer e crescer um grupo musical de adolescentes admiradores do pop rock e da Jovem Guarda: Os Velascos. Cinco irmãos homens começaram tocando por brincadeira, em festas de amigos no bairro Nossa Senhora de Fátima. Na época, "brincadeira" também significava: balada, festa de dançar. O primeiro a entusiasmar-se foi Luiz, que estudava saxofone na Sociedade Musical União Democrata; ele levou Paulo e Jorge, que pegaram o trombone e o trompete. Já bateria e guitarras elétricas eram tidas como "barulho"; hoje, consideram-se soft music.

Muitos gostavam de carnaval, mas esta gurizada entre 9 e 20 anos já começou com versões de músicas americanas e italianas, cantando e tocando. Cada um pegava mais de um instrumento: guitarra, trompete, saxofone, teclado e bateria; além de obter um som diversificado, eles iam trocando a formação. Como eram só homens, tinham uma especial harmonia que se refletia na música; a admiração do sexo oposto era incondicional.

Na foto à direita (clique nas imagens para aumentar), os cinco irmãos: Jorge (bateria), Paulo (baixo), Darci (guitarra), Luiz (saxofone) e Miguel Arcanjo (teclado).

O primeiro degrau à fama foi num programa de calouros na Rádio Cultura, quando usaram o nome por primeira vez. Vieram os pedidos para tocar em toda a cidade: nas domingueiras da Teles e da Ramiro, em boates e clubes sociais - do centro, da periferia e do interior do município. Em 1967, estavam animando seu primeiro carnaval, no Clube Sul-América, do bairro Areal. Todos os gêneros estavam cobertos.

O segundo passo foi em 1970, quando os convites já provinham de outras cidades e foi necessário ampliar-se: compraram melhores instrumentos e vieram mais 4 músicos: Paulo Lima e Ita (guitarras), Tony Del Ponte (teclado) e Nelson Brisolara (trompete). Daí em diante a superbanda se apresentou até em Santa Catarina, Uruguai e Argentina. A brincadeira foi levada a sério por uns 16 anos, até 1978, e teria durado mais se as necessidades familiares e profissionais não existissem para os irmãos Velasco.

Três décadas depois, eles conservam alguma ligação com a música, e decidiram voltar a tocar. Organizaram um show especial no bar João Gilberto, há dois meses, e o entusiasmo das lembranças renasceu, tanto no público como neles mesmos. Eles se reapresentam na próxima sexta-feira (3) no Teatro Sete de Abril, e em maio, num jantar bailável no Clube Diamantinos.

O repertório é dos anos 60 e 70: Roberto e Erasmo Carlos, Renato e seus Blue Caps, Os Incríveis, The Fevers, e músicas de Carlos Santana e Domenico Modugno.

O grupo Os Velascos não gravou discos, mas terá um DVD depois do show no Sete (é preciso se adaptar aos tempos). Será muito aventurado profetizar que esta gravação dos 5 Incríveis pelotenses vai se esgotar rapidamente?

Já que o conjunto não tem ainda gravações, ilustrei este post com uma d'Os Incríveis que é tocada pelos incríveis Velascos: "Molambo", música bem brasileira (de Meira e Mesquita, 1953), que ganhou roupagem pop, como se fosse americana. Dentro das opções que o YouTube relaciona, a melhor é a 10: "O Milionário" (esta sim, americana).
Imagens fornecidas por Jorge Velasco.

6 comentários:

Anônimo disse...

"Muitos gostavam de carnaval, mas esta gurizada entre 9 e 20 anos já começou com versões de músicas americanas e italianas, cantando e tocando".Pelo contrário, Splash viu os Velascos surgirem a partir do carnaval, o pai do grupo era o famoso "Abdala", do Bloco do Abdala, onde os jovens começaram, todos gostando muito de carnaval. No entanto, como o carnaval eram 3 dias por ano apenas, os jovens resolveram fazer uso do dom musical em um segmento que fazia sucesso na época, os conjuntos musicais. Abdala, era um pessoa muito conhecida, pedalava sua bicicleta emitando canto de pássaros, mexendo com todos que passavam pela rua. Splash não contesta, mas viveu esta história.

Francisco Antônio Vidal disse...

"Todos os gêneros estavam cobertos".
Não que eles não gostassem de carnaval, mas que não desenvolveram repertório nessa área, pelos seus dons e pela maior riqueza e beleza do pop internacional (em relação à música de carnaval). Mesmo que tivessem começado experimentando com marchinhas e forrós, a evolução natural os levaria a maiores elaborações.

Anônimo disse...

OI!! NEU NOME É VOLNEI FRANCISCO CAMPELLO RODRIGUES E FIQUEI MUITO FELIZ EM REVER AS IMAGENS DE MEUS ANTIGOS AMIGOS,OS VELASCOS, COM OS QUAIS EU CONVIVÍ POR UM BOM TEMPO NO PERÍODO DA MINHA ADOLESCENCIA.ÉRAMOS VIZINHOS NO BAIRO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA O UQE FACILITAVA MUITO O NOSSO CONTATO DIÁRIO QUANDO ELES ENSAIAVAM.MUITOS BAILES E FESTAS FIZEMOS JUNTOS.HOJE DEPOIS DE MUITO ANDAR PÓR ARES DE VÁRIOS PAÍSES DO MUNDO EU FIXEI RESIDENCIA EM PORTO ALEGRE ONDE ATUO COMO ARTÍSTA PLÁSTICO.PARABENS AOS "MENINOS" POR TEREM VOLTADO A ATIVA.UM ABRAÇO!! Email: campelloart@gmail.com

velasco@ disse...

Prezado Volnei, com os meus cumprimentos e em atenção as palavras postadas no Blog, gostaria de agradecer-te pelo comentário a respeito da familia e do conjunto musical Os Velascos. As coisas boas do passado jamais esquecemos, dos bons e velhos amigos, dos bons e velhos tempos da jovem guarda no Brasil. Lembro como se fosse ontem. Aqueles ambientes que frequentávamos eram sadios, saudáveis, o povo se divertia, brincava, dançava, enfim era uma época de convivência harmoniosa.Podemos dizer que vivemos uma época de ouro. Sem violências e muito coisa ruim que existe hoje. Mas valeu parceiro, me alegro que estejas de volta a este país maravilhoso. Em breve vamos marcar um encontro e recordar os bons e velhos tempos. Até breve!

Odilon Ferreira disse...

Os velascos foi um dos melhores conjuntos do Brasil, mas a mídia nacional, não deu o real valor, pois eles tinham tudo para terem obtido tal reconhecimento;Parabéns por estarem de volta,fazendo com que, esta nova geração tenham oportunidade de reconher tal valor cultural de Pelotas,que se faz presente nos Velascos. Odilon Ferreira - Radialista e Jornalista.

Valda disse...

Curti muito os Velascos, éramos vizinhos e ouvia os ensaios, ficava sempre a vontade de quero mais