
Os carros chegavam à esquina provenientes do sul, leste e oeste, mas não era comum haver ali acidentes. A Prefeitura retirou, então, a sinaleira, mas apareceram problemas pelo excesso de veículos.
Dois meses depois, a medida oficial foi inverter o trânsito naquele trecho da Lobo da Costa, deixando-o centro-bairro (esq.), ao leste.

Os que vêm do sul, pela Félix da Cunha (dir.), sabem que a preferência é sua e não param, enquanto os que vêm saindo do circuito da Praça Osório percebem vários sinais de detenção.
Este sábado (29), um ciclista e um motoqueiro cruzaram-se rapidamente (dir.); se os dois tivessem a mesma velocidade, o choque teria sido feio.

Na primeira foto desta sequência (esq.), uma senhora espera pacientemente que os carros passem pela faixa preferencial, pintada ali expressamente para que ela não precise esperar.

O veículo é uma arma, além de meio de transporte, e quem anda a pé fica intimidado e impotente;

Somente após a passagem de Sua Majestade o motorista (esq.), pode o ser humano sentir-se à vontade no espaço urbano; afinal, ele sabe cuidar de sua segurança.
Fotos de F. A. Vidal
3 comentários:
O "gênio" que projetou a desnecessária e feia (para dizer o mínimo) obra em frente ao Guarani, com reflexos no entroncamento citado, ainda não se apresentou a público.
Gostaria de saber quem é o autor deste horrendo projeto de dilapidação do patrimônio histórico.
A obra foi projetada e executada pelo Executivo, com seus próprios arquitetos e engenheiros, contratados pelo Município.
Pelo que se tem informado, a intenção da mão única foi preservar os antigos prédios das vibrações de trânsito pela Lobo da Costa, aumentadas pelo ritmo das formaturas e shows no Guarani. As calçadas amplas têm a finalidade de que o povo se adone do espaço, deixando os carros como "visitantes" (já se vê o que ocorre pela Félix). Por essa lógica, deveríamos ter aqui um novo calçadão. A retirada da sinaleira seria pelo escasso trânsito (diminuído pela mão única). Quanto à estética, nenhuma coerência seria possível, pois os prédios já são de épocas diferentes (século XIX e XX). Já critiquei aqui as luminárias, mais adaptáveis a um parque com árvores, e diferentes dos faróis da praça Osório.
É difícil aceitar, mas nem tudo pode ser conservado 100% e é necessário certo grau de renovação. Para ver as mudanças, as fotos nos ajudam: assim era este lugar em 1900, assim ficou em 1920, assim foi em 1950, assim estava em 1970 etc.
Havia no local uma coerência de quase cem anos.
O Guarani é o mais novo dos prédios e tem quase noventa.
Era a única área importante da cidade sem alterações significativas.
Não importa o estílo dos prédios.
O local tinha um ar bucólico (no sentido de gracioso), que foi desmanchado sem nenhuma necessidade a não ser a de uma administração a querer intervir para aparentar presença.
A despulpa de vibrações de trânsito é risível, pois para evitá-la bastava uma corrente e suporte e uma placa "proibido trânsito de veículos ...)
Aos poucos Pelotas vai perdendo sua identidade visula, ficando parecida com outras tantas cidades sem importância.
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