
A jovem rio-grandina cursou paralelamente Comunicação Social na UCPel, formou-se em 2006 e tem participado, nos últimos dez anos, em diversas iniciativas em música popular, como o Quinteto Libertango e a Camerata Novitango. Em cada recital ela também mostra sua vocação comunicadora, explicando ao público cada peça interpretada.

Por estar acostumado a esta música, pareceu-me que não era necessário aligeirar este programa (pelo menos, não no Conservatório), pois estas obras falam por si próprias:
Sonata opus 26 de Beethoven (Andante com variações - Scherzo - Marcha fúnebre - Allegro);
Rondó a Capricho, de Beethoven ("Fúria sobre a perda de uma moeda");
Alma Brasileira, de Villa-Lobos (Choros nº 5);
Rítmica de Tango, de Jaurés Lamarque Pons (Moderato - Tango canção - Tango milonga);
Balada nº 1, de Chopin.
Após uma peça fora de programa (Escorregando, de Ernesto Nazareth), a formanda entregou placas de homenagem a seus pais, à professora Cecy Galli, à professora Sodrelina Hallal, aos críticos Francisco Vidal e filho, ao músico Possidônio Tavares e a dois colegas pianistas. Tomou a todos de surpresa (meu pai e eu inclusive) com seu carinhoso gesto, já no início formal de sua carreira.

Nos últimos cinco anos tenho observado o crescimento artístico de Laira, tanto no aperfeiçoamento técnico como na postura ante a plateia, cada vez mais sólida e autoafirmativa. Ela sabe levar a sério o que toca, mas também sabe brincar e alegrar-se com quem ouve, em amorosa consideração do público. Outro de seus talentos é o de compor melodias, que esperamos que ela expusesse com mais frequência.
Para ilustrar esta nota, escolhi a peça "Escorregando", tocada por um jovem não identificado. Não encontrei nenhuma versão que respeitasse as fermatas escritas por Nazareth (pausas que Eudóxia de Barros sempre destaca). É um dos trechos preferidos de Laira, que gosta de fazer a fermata final com um gesto brincalhão.
Fotos de F. A. Vidal
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