Adão Pereira iniciou a formação musical em 1938, ainda criança, e prosseguiu no Conservatório estudos de violino e, paralelamente, de piano, nos anos 40 e 50. Ainda como estudante, organizava concertos e turnês com a Federação de Alunos de Pelotas.
Formou-se como violinista em 1953 e como pianista em 1955, tendo como professores de piano: Milton de Lemos, Benedicto de Souza Lima e Darry Prietto da Silva. O excepcional fato de dominar dois instrumentos tão diferentes pode considerar-se como um indicador de alto talento musical.
Com a aposentadoria de Olga Fossati como professora de Violino, seu aluno Adão Pereira passou a lecionar os dois instrumentos no Conservatório, ainda que por curto tempo. Criou e dirigiu grupos de câmara, coros e orquestras em Pelotas. Em 1958, foi bolsista no Curso Internacional de Férias, hoje chamado Seminário de Música Pro-Arte de Teresópolis (RJ).
Nesse ano, a convite do regente da OSPA Pablo Komlós, transferiu-se para Porto Alegre, onde se desempenhou como violinista por 25 anos. De volta a Pelotas, dirigiu a nossa Orquestra Sinfônica em sua segunda fase, de 1978 a 1984 (tinha sido o spalla, na primeira fase).
Como na internet não se encontra informação sobre ele, pesquisamos os dados acima em dois livros, ambos da doutora em Musicologia Isabel Nogueira:- "El pianismo en la ciudad de Pelotas (RS, Brasil) de 1918 a 1968", p. 157 (UFPel, 2003);
- "História Iconográfica do Conservatório de Música da UFPel", p. 150 e 190 (Palotti, 2005).
Um artigo editorial homenageou o Maestro na edição de julho do Jornal da Lagoa (fundado em 2010, no Laranjal). No breve texto, a dra. Iria Pureza Duarte destaca que o professor Adão também foi dedicado organista.
Nascido em ambiente musical, desde cedo Adão Pereira acompanhava - ao órgão da capela da Beneficência - sua irmã, a soprano Suzana Pereira. Mais tarde, fez curso de Violino e de Piano, foi músico da OSPA e, em Teresópolis, fez curso de Regência com o Maestro Koellreutter [1915-2005].
Nascido em ambiente musical, desde cedo Adão Pereira acompanhava - ao órgão da capela da Beneficência - sua irmã, a soprano Suzana Pereira. Mais tarde, fez curso de Violino e de Piano, foi músico da OSPA e, em Teresópolis, fez curso de Regência com o Maestro Koellreutter [1915-2005].
Em Pelotas, Adão foi o primeiro organista a dedilhar o órgão que até hoje está na Catedral São Francisco de Paula. Nos áureos tempos da primeira Orquestra Sinfônica de Pelotas [1949-1963], maestro Adão foi o spalla (primeiro violino). O músico exerceu também atividades didáticas no Conservatório Municipal e, paralelamente, criou vários grupos musicais sob sua regência.
Descanse em paz, Maestro Adão Pereira! A Princesa do Sul comovida agradece a este filho ilustre que fez vibrar com seus acordes a alma pelotense.
Íria Machado Pureza Duarte
Imagem tomada de I. Nogueira (2005)
5 comentários:
Fiquei muito triste com a noticia... E mais triste ainda de saber tanto tempo depois... O maestro era uma pessoa muito carismatica, de uma simpatia imcomparavel... Lamento muito ele ter nos deixado e lamento ainda mais por não terem feito as devidas homenagens que ele merecia. Que nossa cidade passe a reconhecer os filhos de valor que tem!!!!
Pois é, um sintoma da cidade que não valoriza suficientemente o que tem de melhor. Mas não é com má intenção, é porque há poucas pessoas preocupadas disso, e muitos talentos a serem destacados. Por isso tantos deles vão embora e não voltam (lei da vida).
Tambem quero registrar meu reconhecimento, mesmo que tardiamente, ao professor Adao. Fui aluno do Conservatorio de Musica por alguns anos e o o maestro Adao era a respeitavel, e sempre alegre figura, a quem saludavamos pelos corredores. Grande perda para a cultura de Pelotas.
A falta de homenagens me fez recordar outra imensa perda que Pelotas teve este ano, a incomparavel professora Edith Barreto, do curso de Letras da UFPel.
Quando fiquei sabendo da sua morte, escrevi um pequeno texto em homenagem no meu blog. Deixo o link aqui para registro.
http://deiticos.blogspot.com/2010/09/alguem-pra-chamar-de-mestra-requiem.html
Os testemunhos me fazem pensar que cada pessoa tem homenagens no fim da vida como um artista é aplaudido no fim da apresentação.
Algumas vezes o público está ligado e os aplausos soam unidos e oportunos, no momento certo.
Mas pode acontecer que o público esteja fragmentado e a mensagem deixada pelo "artista" seja recebida e entendida aos poucos. Também ocorre que certos artistas se retiram do palco muito tarde e outros muito cedo. Mas se vieram ao mundo foi para dizer alguma coisa a alguém.
É com muito carinho ao querido prof. Adão que escrevo este humilde recado. Raras são as pessoas que como ele se entregam a uma paixão e fazem dela a sua vida, transformando tudo e todos em arte. Arte artística e arteira, daquela que só traz alegria.
Professor, obrigada por todo o seu apoio e carinho. Obrigada pela oportunidade de conviver com o senhor como aluna, colega e amiga. Espero poder continuar a sua obra para que todos possam alegrar-se ao fazer música e ler "até mosquinhas na partitura". Até um dia.
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