Gene Vincent e os seus marujos, em 1957 |
Por sugestão de um radialista da Mayrink Veiga (v. histórico segundo Sueli Gushi), o nome em inglês foi tomado do quinteto de Gene Vincent and His Blue Caps (dir.); os "quepes azuis" era como os marinheiros americanos eram conhecidos na época (v. vídeos caseiros em que eles contam sua história).
Cantando em português e mesmo sem chapéus azuis, os adolescentes fizeram sucesso com versões brasileiras de músicas americanas. Desde 1962, os sucessos dos Beatles ficaram conhecidos no Brasil como se fossem músicas dos Blue Caps.
Mas também houve composições originais, em parcerias de Renato Barros com outros cantores e autores, como Roberto Carlos, Erasmo e Raul Seixas. A sonoridade particular deste quinteto se caracterizou sempre pela guitarra com saxofone e harmonias vocais estilo Beatles (veja o sítio oficial da banda).
Renato e os seus, em 1968 |
A antiguidade grupal pode ser comparada com os americanos The Platters (1953), sem nenhum integrante original, e os brasileiros Golden Boys (1958).
A banda do Renato supera em duração outros grupos famosos ainda existentes, como The Beach Boys (1961), The Rolling Stones (1962) e, no Brasil, Os Incríveis (1963) e The Fevers (1964). Numa das edições de 2012 do programa Sarau, da Globo News, eles recordaram músicas desses 52 anos de estrada.
O pelotense Darci começou como guitarrista dos Velascos, ainda com 15 anos de idade, agitando nos solos das músicas do mexicano Carlos Santana, como Evil ways, Oye como va, Samba Pa Ti e Soul Sacrifice. Também foi trompetista e contrabaixista, nos anos 70. Depois migrou para Recife, e de lá, convidado por Renato Barros para integrar os Blue Caps, mudou-se em 1989 para o Rio de Janeiro, onde vive com sua família. Ele é o tecladista do grupo, além de apoiar nos vocais, e em todo esse tempo praticamente não veio a Pelotas.
Renato em 2012, com Amadeu, Cid, Darci (centro) e Gelson |
Segundo informação do Darci, uma apresentação do "Renato" em Porto Alegre, na sexta (23), viabilizou a vinda da banda a Pelotas. Quem conheceu os grandes momentos do rock-pop-romântico, que marcou toda a época conhecida no Brasil como "anos de chumbo", reviverá partes importantes de sua vida com músicas que não saem da memória.
Uma das músicas típicas do Renato foi composta por Raul Seixas, que até 1972 assinava como Raulzito. "Obrigado pela atenção" é uma radical despedida, de alguém decepcionado que não voltará atrás. Há mais de 40 anos eles cantam esta letra e nunca se atreveram a pô-la em prática.
Eu tenho pra lhe falar muitas coisas, meu bem,
Que você nem pensou em poder escutar.
Eu confiei em você e você me enganou
e agora me pede pra não te deixar.
Eu agradeço pela atenção que você dispensou.
Muito obrigado e aquele abraço, porque eu já vou.
Eu estava apaixonado e por isso, talvez,
eu não enxergava o que você fez.
Não, não me peça desculpas chorando baixinho,
pois nessa armadilha eu não caio outra vez.
Imagens da web (1-2) e DP (3)
Um comentário:
PAULO VELASCO escreveu o seguinte comentário:
Um dos maiores expoentes dos tempos da Jovem Guarda, Renato Barros e os Blue Caps continuam na estrada, imunes ao passar dos anos. É impossível falar da música pop brasileira, sem citar esse grupo que tanto sucesso fez com as músicas que marcaram época como “Feche os Olhos”, “Ana”, “Primeira Lágrima”, entre tantas outras.
A trajetória desses músicos se confunde com a própria história da música popular brasileira e de gerações que permanecem fieis “Aquelas tardes de guitarra, sonhos e emoções”, como descreve os anos 60. Roberto Carlos.
Com Darci Velasco nos teclados, Amadeu Signorelli G/baixo, Gelson Moraes na bateria, Cid Rodrigues Chaves no vocal e sax e a lenda viva que é Renato Barros na guitarra e vocal, os Blue Caps prometem um verdadeiro “revival” dos seus maiores sucessos.
pelotascultural.blogspot.com.br/2012/11/minicurso-de-arteterapia.html
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