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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Poesia para namorados


Para lembrar o Dia dos Namorados, Nauro Júnior recordou no Facebook o poema "Briga", uma de suas "Andanças Imaginárias", com ilustração de sua jovem filha, Sofia Machado. O livro a quatro mãos apareceu na Feira do Livro de 2014 (v. nossa nota Nauro poetiza a vida).

Abaixo, a homenagem alusiva à modernidade: mesmo com a mais alta tecnologia, somada ao individualismo dos seus adeptos, o amor a dois sobrevive (no fundo musical, a primeira das Gimnopédias de Eric Satie, em tempo acelerado).


Nesta sexta (12-6), a Sociedade Música pela Música preparou um programa especial de música, luzes e cenografia, dedicado à paixão e aos namorados. O palco da Praça de Alimentação da Fenadoce 2015 se encheu de músicos que representaram o amor em diversos idiomas, apresentando canções de várias épocas e origens.

Segundo a notícia do evento artístico, que foi dirigido por Sérgio Sisto e Fernando Montini, "a criatividade foi a palavra-chave para o ambiente montado no palco: mesas de jantar, garçons, louças, roupas de gala" (v. texto completo com fotos de Marcel Streicher e clique nelas para ampliar).

PD 13 junho
Ainda na FENADOCE, uma declaração de amor foi feita em público, aproveitando a novidade e a notoriedade do recurso tecnológico "Realidade Aumentada" (v. notícia). O que deveria ser íntimo e real foi levado à publicidade e à virtualidade. Há um ano, mas não no Dia dos Namorados, outro jovem quis chamar a atenção no shopping pelo mesmo meio, sem tanto sucesso (v. nota neste blogue).

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

1000 curtidas para a Humanização

Grupo Medicação, desde junho de 2002 injetando alegria e esperança com as receitas do samba.
Na semana passada, o grupo de Humanização do Hospital Escola da UFPel festejou as primeiras 1.000 curtidas na página do Facebook. Criada em fevereiro de 2014 para divulgar as ações do grupo, a página transmite, em fotos, textos e vídeos, todo o carinho que os voluntários e os trabalhadores do hospital sentem pelos pacientes do Hospital.

Segunda (12-1) a página reunia 1072 curtidas.
A matéria mais recente da página, esta segunda (12-1), foi sobre o Grupo Medicação (acima), que encanta os pacientes com o samba toda quarta-feira, distraindo os internados de suas enfermidades.

Para chegar a mais pessoas, a página veicula campanhas como a de doação de fraldas e, ainda, as ações de Natal, a festa de final de ano, o Corredor Arte e iniciativas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.

Durante os Brechós Solidários, são postadas fotos de algumas peças que estão à venda; desse modo, quem comparecer já tem uma ideia do que está sendo ofertado.

Em agosto de 2014, a comemoração do 10º   aniversário do Mateus, paciente da oncologia, alegrou o coração de muita gente com a iniciativa, demonstrando o cuidado da equipe do setor (v. fotos).

Filipe Oliveira toca para Emanuelle, sua primeira filha.
A campanha do corte de cabelo para confecção de perucas para crianças com câncer também movimentou a página, trazendo muitas curtidas e mais doações para os pequenos (v. nota com fotos).

No entanto, a história que até hoje mais emocionou foi a do papai flautista (dir.). Aluno de Música na UFPel, Filipe Oliveira emocionou muita gente tocando flauta transversal para sua primeira filha, a recém-nascida Emanuelle, enquanto ela fazia fototerapia na incubadora. A foto teve mais de 600 curtidas (v. março de 2014).

O Pet Terapia, o Projeto Integralidade, o Carrinho da Leitura e tantos outros têm na página um lugar para suas fotos, mostrando a todos que os corredores do HE também contêm alegria.

As exatas 1.072 curtidas desta semana são o resultado do trabalho feito no hospital e, com um número cada vez maior, o Grupo de Humanização tenta levar para mais pessoas o cuidado que existe no Hospital Escola.

Projeto NATHOLL espalha sorrisos na Pediatria.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Loucos por futebol


Em setembro de 2013, a reportagem do Esportchê tomou esta foto num jogo do Farroupilha contra o Pelotas. Mostra o sr. Guilherme Silva Dias, torcedor conhecido como Trem, exemplo de amor e fidelidade ao clube conhecido como Fantasma do Fragata (v. Blog do Fantasma). Onde o Farrapo vai, lá está o guerreiro Trem com sua bandeira e sua força (v. comentário de um treino em agosto de 2013).

Em 2011, aos 69 anos, o ex-jogador mereceu reportagem completa do Correio do Povo. [POST DATA 29-10-15. Acompanhe a reportagem do Diário Popular sobre o torcedor Trem]

Ele também simboliza o fanatismo por futebol característico da equipe do Esportchê e, em geral, a solidão de muitos idealistas que persistem toda sua vida fazendo o que gostam ou necessitam. O Esportchê é um grupo jornalístico que cobre na internet o futebol gaúcho, mediante notícias escritas, fotos, debates e vídeos, usando um sítio virtual e diversas redes sociais. Os "esportchistas" se autodefinem como loucos por futebol e gaúchos de raiz, como mostram dia a dia e no vídeo de divulgação (abaixo), filmado em Pelotas.


Foto: Grêmio Atlético Farroupilha

domingo, 12 de janeiro de 2014

Satolapp Cultural busca crescimento


A agenda virtual Satolapp Cultural, criada em Pelotas em 2012, obteve sucesso na proposta de financiamento, iniciada há dois meses (v. proposta do crowdfunding no portal IdeaMe e no vídeo acima), a fim de construir uma segunda versão desse aplicativo de celulares (pronuncia-se satolép).

A meta de 29 mil reais foi alcançada em 45 dias, com a contribuição de 85 pessoas e 30 empresas, listadas no vídeo abaixo (v. Satolapp no Facebook e o sítio virtual do Satolapp).

Atualmente, os 2 mil aparelhos que já baixaram o Satolapp têm acesso a informação em 6 áreas culturais de Pelotas (v. post de julho passado, em que descrevemos o Satolapp Cultural):
  • Arte: exposições, galerias e museus (cobre alguns dos espaços existentes).
  • Cinema: filmes em cartaz nas salas comerciais (não inclui cineclubes).
  • Teatro: espetáculos diversos (eventos como peças teatrais e shows musicais).
  • Gastronomia: restaurantes, lancherias, cafés, doçarias (locais).
  • Noite: casas noturnas e bares que funcionam regularmente (incluindo lugares com shows).
  • Eventos: festas especiais, megaeventos, feiras artesanais, festivais e eventos itinerantes.
Este desenho com a marca Satolapp está sendo usado
em porta-copos e outros meios de divulgação.
A segunda versão do aplicativo, que trará mais duas áreas do agendamento cultural: Música (somente recitais e concertos) e Turismo (lugares como hotéis e pontos turísticos).

O lançamento desta versão mais ampla está planejado para abril de 2014 (v. cronograma), em data ainda sem confirmação.

O Satolapp não é nem será acessível pela internet. Para quem somente tem computadores a melhor forma de informar-se sobre os eventos culturais diários é pela Agenda Cultural deste blogue.

Diário Popular destacou o avanço desta iniciativa tecnológica, que está em mãos de profissionais recém formados que apostam no ponto forte de Pelotas: a produção artística e intelectual. Veja como eles apresentam o seu trabalho:
O Satolapp é um aplicativo criado para levar a charmosa cultura de Pelotas a um novo espaço: o Mobile.
É o encanto da clássica Satolep adaptando-se aos novos tempos. Mas que tal? E ainda dizem por aí que a cidade parou no tempo.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Rádio Federal homenageia Vinícius


Para celebrar o centenário de nascimento de Vinícius de Moraes, a Federal FM (107,9 Mhz, ouça aqui) está apresentando poemas do famoso escritor brasileiro, na voz da locutora Maria Alice Estrella, também poetisa. Este sábado (19-10) seria o aniversário nº 100 do Poetinha, parceiro histórico de Toquinho e Tom Jobim. Até domingo (20), entre 9h e 22h, dez poemas serão apresentados ao longo da programação, de hora em hora.

O projeto da rádio da UFPel também vai ao ar pela FM Cultura de Porto Alegre, graças ao convênio firmado (em 27-9) com a Fundação Cultural Piratini, a fim de promover o intercâmbio entre as duas emissoras. A Federal FM já está retransmitindo os seguintes programas da FM Cultura: Sessão Jazz, Contos do Sul da Terra, Conversa de Botequim, Contemporânea, e Na Trilha da Tela. O projeto "Vinícius de Moraes: 100 anos de poesia" é a primeira produção da Federal a ser veiculada na Cultura.



Em abril deste ano, um evento da Biblioteca Pública Pelotense destacou Vinícius como autor (escute-o como declamador no "Monólogo de Orfeu" na postagem: Sarau destaca Vinícius).

Confira outros poemas de Vinícius de Moraes no Facebook.


Imagem: UFPel

domingo, 6 de outubro de 2013

"Casa Brasileira" mostra Pelotas

Casa Brasileira é uma série sobre arquitetura ao modo brasileiro, transmitida pelo canal GNT aos domingos às 23h (e em 4 reprises). Cada edição entrevista um arquiteto e mostra como suas ideias são aplicadas numa obra – a casa – mediante o depoimento do seu cliente – o dono da casa. Como complemento, descreve também o bairro e a cidade em que se encontra a casa visitada. Atualmente na quarta temporada, o programa é dirigido por Alberto Renault para a produtora audiovisual Hungry Man Rio.

Vista para o Arroio Pelotas, da antiga Charqueada Santa Rita
O episódio de hoje (6-10) mostra o trabalho da designer de interiores Rosa May Sampaio, contextualizado em sua estância no município do Capão do Leão, que foi distrito de Pelotas até 1982 (v. trecho do programa). Esta edição do programa introduz uma fase de visitas ao Rio Grande do Sul e apresenta a entrevistada decorando sua própria estância, com depoimento da filha famosa Guilhermina Guinle. A família é carioca, há pelo menos 90 anos, e a casa é pelotense há uns 160.

Para falar da cidade como cenário da criação artística e arquitetônica, a produção incluiu a antiga charqueada Santa Rita, casarões do centro da cidade e um testemunho do músico Vítor Ramil. As filmagens foram feitas em Pelotas em junho passado.

Rosa May Sampaio
O conteúdo deste episódio é interessante para quem conhece Pelotas somente por fotografias, pois aqui está a oportunidade de ver o interior dos casarios e como moram seus habitantes. Também é de interesse para os pelotenses, pois até hoje não havia sido feita uma entrevista com esta família de ricos e famosos sobre como eles vivem e como decoram suas casas.

Rosa May de Oliveira Sampaio (v. detalhes no portal GeneaMinas) é formada em Letras pela PUC-RJ, em História da Arte pela École du Louvre, e em Arquitetura de Interiores pela ESPADE (v. perfil). Sua mãe é a fazendeira pelotense Antônia Berchon des Essarts Carvalho, conhecida como Antoninha Sampaio, hoje com 94 anos (v. nota sobre seu trabalho). As outras filhas são Maria Rita e Anna Luiza, também nascidas no Rio de Janeiro.

Esta rama dos Sampaio é conhecida da população pelotense mediante notícias de TV e colunas sociais, principalmente, pois não moram nesta cidade tão afastada do centro do país, e vêm mais a passeio e para visitar a avó, Dona Antônia. A atriz Guilhermina Guinle nasceu na classe alta carioca, com ascendência francesa pelo pai (v. Família Guinle) e pela avó (Berchon des Essarts) e inglesa pelo avô (Goodwin).

Aconchego e tradição na sala de jantar da estância de Rosa May Sampaio
Fotos: Estadão e GNT

domingo, 25 de agosto de 2013

Jornalistas de Pelotas já falecidos

Com a morte do ex-jogador e narrador esportivo Luiz Carlos Martinez, terça passada (20-8), o antigo repórter Nilo Dias Tavares escreveu uma lembrança de uns 45 radialistas e jornalistas pelotenses que morreram nas últimas quatro décadas (v. texto abaixo). Sobre Martinez, leia também o artigo de Sérgio Cabral no Diário Popular.

 A primeira equipe pelotense de futsal (E.C. Pelotas): Luiz Carlos Martinez, goleiro (esq.)
Luís Rosa (Rosinha), Fernando Viana (Vianinha), Aldrovandro Dutra,
Luís Carlos Oliveira (Joca), Paulo de Souza Lobo (Galego) e Aldrovandro Loureiro (Gringo)
Em 1957, o Pelotas começava a sua história no futebol de salão da cidade. Formou a sua primeira equipe para praticar um esporte que fora trazido para Pelotas pela Agremiação Pelotense de Esportes. Na então cancha de asfalto, onde hoje está a Churrascaria Lobão, o áureo-cerúleo passou a jogar o futebol de salão, esporte que mais tarde daria muitas glórias ao clube da avenida Bento Gonçalves. [Revista "Pelotas 90 anos", citada pelo blogue Museu Virtual do Futebol]

Imprensa pelotense de luto

Certamente Deus está pensando seriamente em montar lá em cima uma emissora de rádio e quem sabe também um jornal, pois já foram tantos os amigos da imprensa escrita e falada de Pelotas que partiram desde que saí da cidade em setembro de 1975, que passa essa ideia. E lá se foram 38 longos anos.

Em 2011 visitei a cidade pela última vez e tive a oportunidade de conversar com o amigo e grande narrador esportivo, Luiz Carlos Martinez. E hoje fiquei sabendo de seu falecimento ocorrido ontem em sua residência, na rua Anchieta, centro da cidade. Uma grande perda para toda a sociedade pelotense, pois se tratava de uma pessoa muito querida.

Luiz Carlos Martinez tinha 88 anos e morreu após uma parada cardíaca. O velório aconteceu no Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula, e o sepultamento às 19 horas, no Cemitério do Fragata.

Nesse derradeiro contato que tive com Martinez, lembro bem, eu estava acompanhado dos amigos Luiz Carlos Knopp, ardoroso torcedor do E.C. Pelotas [radialista João Carlos Knopp também morreu em 2012, v. nota de falecimento] e do repórter esportivo de meus tempos de rádio, Amir Cury. Como não poderia deixar de ser recordamos boas coisas de uma época que ficou só nas nossas lembranças.

Eu trabalhei com o Martinez na Rádio Pelotense, logo que a emissora se mudou para o Cine-Rádio, na Andrade Neves. Tínhamos uma bela equipe esportiva, comandada por mim, graças à bondade do saudoso Luiz Castro, que era o diretor da emissora. Os narradores eram o Martinez e o Brauner. Um dos comentaristas era eu. Às vezes também narrava um jogo ou trabalhava de repórter. O Renato Carvalho era um dos repórteres.

O estúdio da Pelotense em 2012
(foto de Helena Schwonke)
Aos domingos à noite, 22 horas, o Brauner, o Martinez e eu apresentávamos o programa “Resenha Esportiva Mesbla”. Quase sempre o Romeu Machado dos Santos, o “Machadinho”, que era o nosso plantão esportivo, também participava noticiando os resultados dos campeonatos de outros países.

O Brauner ria por qualquer coisa, principalmente quando o Machadinho entregava os resultados do campeonato argentino, com jogos do Huracán Buceo [antigo time uruguaio] e os gols do artilheiro “Cullione”. Eu também não resistia e caía na risada. Quem salvava a situação era o Martinez, que se mantinha sério.

Além de extraordinário profissional do rádio, Luiz Carlos Martinez foi um grande goleiro de futebol de salão, tendo conquistado muitos títulos pelo E.C. Pelotas. Aproveito para lembrar de alguns colegas da imprensa de Pelotas, não só da esportiva, que deixaram imensa saudade:
  • Jair Rodrigues, que foi narrador junto com Paulo Correia, na Rádio Pelotense, nos tempos da Félix da Cunha;
  • Phidias Galo, comentarista esportivo; 
  • Armando Leite Goulart, comentarista esportivo;
  • Honório Sinott, editor de esportes do Diário Popular;
  • Eliseu de Mello Alves, jornalista do Diário Popular e pesquisador;
  • Álvaro Piegas, repórter policial do Diário Popular [v. artigo neste blogue];
  • Irajá Nunes, brilhante jornalista [v. relato neste blogue];
  • Fernando Cunha, narrador da Rádio Universidade e repórter do Diário Popular:
  • Ernane Cavalheiro, colunista do Diário Popular e pai do jornalista Mairo Cavalheiro;
  • Victor Hugo Horta, colunista do Diário Popular;
  • Gilson Tilmann, repórter da Rádio Cultura;
  • Paulo Ribeiro, repórter da Rádio Pelotense;
  • Heriberto Reis do Nascimento, comentarista da Rádio Cultura;
  • Edmar Alan, repórter da Rádio Cultura;
  • Petrucci Filho, narrador da Rádio Cultura;
  • Romeu Machado dos Santos, o Machadinho, plantão esportivo;
  • Ramão Barros, fotógrafo do Diário Popular;
  • Dinei Avelar, plantão esportivo; 
  • José Alan, comentarista esportivo [v. nota de óbito];
  • Deogar Soares, marcou época na Rádio Tupancy [v. nota neste blogue];
  • Antônio Carlos Alves, narrador esportivo [v. nota de falecimento]; 
  • Rubens Coutinho, repórter da Rádio Cultura;
  • Luiz Castro, diretor da Rádio Pelotense; 
  • Clayr Lobo Rochefort, diretor do Diário Popular [v. reportagem neste blogue];
  • Izabelino Tavares, meu irmão; 
  • Geraldo Fagundes, locutor da Rádio Tupancy;
  • Bernardo Hobuss, repórter esportivo;
  • Abrahão Gonçalves, repórter esportivo das rádios Pelotense e Tupancy;
  • Barreto Pinto, o "homem da saudade";
  • Aires Pastorino, o homem do "Balcão Musical Mesbla", na Rádio Tupancy;
  • Imagem do site E-Cult
  • Émerson Vieira, repórter da Rádio Pelotense;
  • Miguel Tarnak da Rocha, o maestro Rochinha, da Rádio Pelotense;
  • José Carlos Sica, diretor da Rádio Pelotense;
  • Paulo de Souza Lobo, o "Galego" [foto maior acima], foi comentarista esportivo da Rádio Pelotense, além de notável técnico de futebol;
  • Ivan Aune, narrador de turfe; 
  • Caio Vieira Juruá, cronista de turfe;
  • Elias Bainy, jornalista e repórter de turfe;
  • Vilmar Tavares (foto à dir.), fotógrafo dos jornais Diário Popular e Diário da Manhã [citado neste blogue] e
  • José Salimen Júnior, de vitoriosa carreira na imprensa de Porto Alegre.
A lista é imensa. Com certeza faltaram muitos nomes, o que se deve à memória já desgastada pelos 72 anos de idade deste colunista. E também porque certamente não fiquei sabendo de todos os colegas amigos que já se foram.
Nilo Dias


Nilo Dias Tavares
Pesquisador e jornalista aposentado, nascido em Dom Pedrito (RS), em 3 de abril de 1941. Trabalhou nas empresas Caldas Júnior e RBS, em rádios, jornais, revistas e TV. Desde 1999 mora em Brasilia, onde trabalhou nas assessorias de imprensa do Ministério de Minas e Energia, da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica e da Confederação Nacional de Municípios. Mais sobre Nilo no blogue Minha vida, minha história.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Satolapp acompanha o Sete


Em 30 de julho, o aplicativo Satolapp Cultural já tem mil seguidores e segue em desenvolvimento para divulgar o cenário cultural pelotense. Há uma semana, a equipe publicou a foto acima e anunciou que acompanhará o andamento da reforma do Teatro Sete de Abril, a sala mais antiga do Estado (inaugurada em 1834), desativada há 3 anos e meio.

Como o processo de reforma recém está começando, esperam-se novidades para os próximos dois anos, pelo menos (o Mercado precisou de quatro anos para reabrir, e ainda não retomou o ritmo normal). A expectativa é de que o Sete de Abril volte a fazer brilhar a vida da cidade e seja cada mais valorizado pelo povo pelotense.

POST DATA

20-8-13 Jornal ZH noticiou: Dilma anuncia verbas para o Sete de Abril.

23-8-13 Satolapp Cultural postou a foto abaixo.


4-9-13 Diário Popular reporteia as reformas: Hora de tirar dúvidas sobre o Sete de Abril.

Fotos (1-2): Facebook

sábado, 20 de julho de 2013

Poesia no Bar, 14ª noite


No vídeo acima, registro de Rodrigo Elste para a 14ª edição do projeto Poesia no Bar, realizada em 18 de maio no restaurante Madre Mia! (Santa Cruz 2200, Pelotas). Na ocasião, poetas residentes em Pelotas e convidados (Rio Grande, Jaguarão e Porto Alegre) declamaram suas obras, Ju Blasina recitou Bukowski e foi lançada a Revista Mandinga, sítio virtual focado em arte e literatura, criado por Daniel Moreira e Ediane Oliveira (v. fotos de Camila Hein).

Os autores apresentados no vídeo são: Álvaro Barcellos, Daniel Moreira, Duda Keiber, Ediane Oliveira, Gabriel Borges da Silva, Israel Mendes (P.Alegre), Jorge Braga, Ju Blasina (R.Grande), Junelise Martino, Márcio Ezequiel, Martim César Gonçalves (Jaguarão), Rogério Nascente, Sérgio Christino, Valder Valeirão, Vicente Botti e Vinícius Kusma.

Poesia no Bar nasceu em Pelotas, no inverno de 2010, para introduzir literatura mensalmente às noites urbanas, usualmente cheias de música, conversa, comida e bebida. A ideia do músico uruguaio Vicente Botti foi distribuir marca-páginas em restaurantes, lugar onde não se costuma ler. Os marcadores trazem frases e poemas de novos autores, especialmente os regionais, despertando assim novos sentidos (luzes, sons, sabores) para a poesia literária, de modo poético. O projeto também organiza e apoia outros eventos que expandam e fortaleçam a poesia (mais informações no E-Cult).

A 15ª noite de Poesia no Bar foi ontem (19) em Jaguarão, no restaurante do Hotel Sinuelo (v. álbum de fotos).

Texto e imagens: Facebook
Música do vídeo: "Better Things", de Massive Attack (áudio completo)

sábado, 13 de julho de 2013

TV Nativa noticiou os 201 anos (7-7-13)


O vídeo acima mostra parte do noticiário do meio-dia da TV Nativa, na segunda-feira 8 de julho de 2013, sobre os acontecimentos de domingo, quando foi celebrado o aniversário nº 201 da cidade de Pelotas. Neste 3º bloco, notas sobre o 20º Piquenique Cultural, o 2º Dança Pelotas e a grafitagem do tapume ante o Sete de Abril, além do quadro "Pense nisso", com Ricardo Pierobom (o 4º segmento traz notas da área política).

A TV Nativa de Pelotas é um canal aberto que esteve vinculado à Rede Record até 1 de julho passado, e iniciou um novo caminho como veículo com programas próprios, especialmente de notícias regionais (v. histórico da emissora na Wikipédia), só faltando mudar o nome do canal de vídeos no YouTube.

Há uma semana, o blogue Exorbeo comentou que a Zona Sul gaúcha havia ficado sem acesso à Record. Por seu lado, a empresa de Cláudio Omar Haubmann ainda pretende ampliar sua presença até Porto Alegre (v. nota).

POST DATA
13-2-14
Segundo notícia de hoje no Diário Popular, a TV Nativa desativou seu projeto jornalístico em Pelotas.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Satolapp Cultural

Reportagem de Pâmela Morales; imagens de Bruno Böhm (ouça a música).

A Agência Pulp Mídias Sociais criou o aplicativo para celulares Satolapp Cultural, novidade tecnológica que estimula os pelotenses a conhecer e frequentar a vida cultural da cidade. O Satolapp (pronunciado satolép) dá acesso gratuito à programação local em 6 áreas: Arte, Teatro, Cinema, Gastronomia, Noite e Eventos (veja no Google Play). O lançamento foi realizado em 12 de junho passado, no Theatro Guarany, durante o show de Tiago Iorc.

A Agência Pulp localiza-se no prédio da UCPel e está formada por jovens profissionais pelotenses formados na produção de mídias sociais para empresas. Eles pretendem ampliar sua agência a outras cidades gaúchas, mas antes disso querem deixar aqui um serviço que beneficie a cidade que os formou. A direção geral é de Matheus Corbelini e o design digital é feito por Rafael Ferreira e Arthur Cunha. Participam também Alan Santos Gonçalves, Henrique Ferreira e Eduardo Mancini da Silva.


O Satolapp (v. página no Facebook) é uma agenda dinâmica, que inclui espetáculos, feiras, festas, exposições, desfiles e outros eventos. As informações são acessíveis somente em smartphones e tablets que tenham baixado esse programa, de forma parecida a como este blogue divulga a programação cultural – somente na internet – na página Agenda Cultural de Pelotas.

Segundo um artigo de Graça Vignolo de Siqueira (Diário da Manhã, 27-6-13), a Agência Pulp já está trabalhando no Satolapp Cultural 2.0, que terá mais duas seções: Música e Turismo. A receptividade tem sido boa: somente no lançamento foram feitos 500 downloads.

Tradicionalmente os jornais impressos eram os que mais faziam a função de informar a população sobre os espetáculos. Hoje a tecnologia permite que as pessoas fiquem sabendo o que acontece no mundo sem se levantarem de suas cadeiras, e é preciso que alguém mostre que é interessante sair de casa, caminhar pelas ruas, conhecer novos aspectos da cidade e fazer relações pessoais ao vivo. É para isso que foram criados sítios como o E-Cult, a Agenda Cultural deste blogue, e o aplicativo Satolapp Cultural.


POST DATA
18-7-13
TV Pampa Sul reporteou hoje sobre o Satolapp (v. vídeo).
30-5-15
A equipe do Satolapp não pôde continuar o trabalho para manter o aplicativo e optou por desativá-lo de modo permanente. A informação foi posta no Facebook em 5 de maio, sem maiores detalhes; ao parecer, alguns integrantes da equipe seguirão juntos em novos projetos. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

"Náufrago" será filmado

Nauro Jr. não publicou em seu blogue nem no Facebook. Preferiu dar a notícia ao Diário Popular, que a publicou esta segunda (11): "Náufrago de um mar doce" vai virar longa-metragem. Mas quem leu a coluna do Mansur sexta (8), no mesmo jornal, soube antes.

O escritor-fotógrafo vinha guardando o segredo desde dezembro, quando Henrique de Freitas Lima, que dirigiu Concerto Campestre, soube do livro e, mesmo sem lê-lo inteiro, pediu ao escritor a preferência para filmar a história. O cineasta também dirige a produtora Cinematográfica Pampeana.

Nauro aceitou e contrapropôs que a comunidade pelotense participasse na construção do filme. Assim, o roteiro será feito por Rafael Andreazza, diretor da Moviola Filmes, que fará a coprodução. Alunos de Cinema da UFPel também serão convidados a participar.

Algo interessante desta novidade, guardada por dois meses como segredo pelos envolvidos, é que o fotógrafo de Zero Hora em Pelotas aparece na primeira página do outro jornal da cidade (dir.) e ainda tem uma página inteira, só para ele, bem no centro da edição (fotos de Moisés Vasconcellos).

Afinal de contas, Nauro foi o autor local que mais vendeu na Feira do Livro em 2012, e em toda a história da Feira. Já está preparando a 2ª edição do Náufrago, acrescida de um novo desenho de Pablo Conde e de um mapa da Lagoa dos Patos. Como contou na entrevista ao jornal, Nauro vai divulgar o livro nas escolas para que sirva como incentivo à leitura e ao pensamento. Ele quer que as crianças entendam o valor do estudo e da iniciativa, parecido a como o personagem do livro optou pela vida.
Podemos passar por grandes dificuldades, mas a gente tem que reagir, e a educação é de extrema importância nisso.
Sobre esta epopeia do escritor que escreve com luz veja os posts Nauro escreve um livro de palavras (com um trecho do livro), Nauro traz um pouco de luz a este mundo (com testemunhos pessoais do autor) e Nauro autografa em Porto Alegre.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Prefeito Leite entrou no Sete de Abril


Prefeito, vice-prefeita, secretária de cultura e assessores visitaram o Teatro Sete de Abril, interditado em março de 2010, para ver com seus próprios olhos a situação estrutural e as decisões a serem tomadas. Tudo era já sabido, pelas informações prévias dos técnicos, mas a visita mostrou à comunidade o interesse pessoal do prefeito pela reabertura do teatro, o que significa a vontade política de que as coisas aconteçam (dizem os fazendeiros que o gado engorda sob o olho do dono).

No governo Fetter, a Prefeitura emitiu alguns vídeos de fundo publicitário, para promoção dos serviços municipais. Com o governo Leite, a mesma Assessoria de Comunicação (ASCOM) está produzindo vídeos jornalísticos de um minuto com notícias diretamente relacionadas com o prefeito, o que tem também um sentido de divulgação mas se faz mais cotidiano e verossímil.

Quanto ao Sete de Abril, Fetter Jr. avançou na comunicação com o Ministério da Cultura no último ano de seu governo, mas sempre foi claro que seu interesse era pelo prédio e não pelas atividades culturais nem pelos artistas. Ainda em 2010, eu mesmo me dirigi, máquina fotográfica em mão, à direção do Teatro para pedir uma visita de conhecimento, em nome da comunidade, e a diretora Annie Fernandes me explicou que os procedimentos eram demorados e não era possível nem necessário que o público visitasse o interior do Teatro, e muito menos tomar fotos. Essa era a postura do governo Fetter, de não vibrar com a ansiedade das pessoas pelo estado de seu teatro.

Em 2013, o novo prefeito vem mostrar que, pelo menos, tem a mesma ansiedade. Veja a notícia Prefeito faz visita técnica com texto e 7 fotos. Os jornais diários da cidade foram chamados para que a população conhecesse o estado do Teatro, e ambos fizeram reportagens especiais.

Com o descuido, a madeira apodrece e a cultura se ressente.
O Diário da Manhã seguiu o tom otimista da ASCOM, com a manchete: "Recuperação do Theatro começa em 60 dias". Um parágrafo na capa esclarece que o prédio foi aberto "para visita da imprensa". O jornal fez matéria própria, com fotos especiais (o de praxe é veicular as notícias emitidas pela Prefeitura).

Veja as fotos de Eduardo Beleske para Zero Hora.

O Diário Popular usou um tom trágico e alguns trocadilhos teatrais: Theatro Sete de Abril vive o drama real do abandono. 

Abaixo da manchete de capa, a chocante fotografia de Marcel Ávila faz o "resumo da ópera": a preciosa casa está caindo aos pedaços, e piora a cada dia. Seria por isso que a gestão anterior não deixava ninguém entrar?

Na edição impressa, o título da reportagem frisa que a falta de manutenção estraga o material, dia a dia: "Os efeitos da interdição crescem e aparecem".

Próximo a um tom poético (impróprio neste caso), o editor web do Diário introduziu nessa manchete uma rima e duas palavras simbólicas: Os efeitos da interdição crescem no silêncio e na escuridão. O sítio do jornal abunda em fotos mas o conteúdo não atribui responsabilidade a ninguém; no máximo, o apodrecimento do Teatro se deve ao clima de Pelotas e à demora da burocracia. Portanto, bola pra frente.
Foto: M. Ávila (DP)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Edson Luís passa à TV Câmara

Edson Luis Planella deixa o Linha Aberta
O jornalista Edson Luís Planella (está no Facebook) é uma das vozes que identifica a R.U., Rádio Universidade Católica de Pelotas, especialmente como narrador de futebol. Há uma semana ele fez o último "Linha Aberta" de 2012 e nos primeiros dias de suas férias foi chamado para coordenar a TV Câmara (confirmado por Edson).

A notícia foi dada ontem (4) por seu substituto Wolney Rosa de Castro, que aceitou voltar ao programa somente por janeiro. Como Wolney se define já "aposentado", a Rádio terá que achar outro apresentador para o espaço das 10h ao meio-dia.

Em 2012, Edson Luís convidou-me a falar aos ouvintes sobre minha área de trabalho, a psicologia. Cada quarta, de junho a dezembro, enfrentei as suas inteligentes e improvisadas perguntas sobre o comportamento das pessoas, principalmente em relação à violência doméstica. O contato inicial  tinha sido feito em maio, numa visita ao programa de duas gerentes municipais (Denair Rosa, da Casa de Passagem/SMCAS, e Maria José Garcia, de Projetos Especiais/SIS), as quais divulgavam informações sobre o Fórum de Discussão Permanente sobre Violência Doméstica e Familiar, no qual participei de maio a dezembro.

Fernanda Puccinelli, anterior coordenadora da TV Câmara, passou a ser a jornalista da presidência da Câmara Municipal, segundo informação do Diário da Manhã de hoje (5). Antes dela, estava o jornalista Luís Antônio Caminha, que agora é o assessor de comunicação do prefeito Eduardo Leite.
Foto: F. A. Vidal

POST DATA
7-01-13
Diário da Manhã de hoje diz que Fernanda Puccinelli é a jornalista "responsável por toda a comunicação do Legislativo, inclusive da TV Câmara".

sábado, 22 de dezembro de 2012

O vampiro Pelotudo volta ao caixão

Este é o último post do Amigos de Pelotas, que encerra atividades nesta quarta (19/12). 
[...] Depois de idas e vindas, muitas hesitações, decidimos que o Amigos de Pelotas vai deixar de existir. Seu falecimento ocorrerá no princípio de janeiro. Dias depois nascerá outro espaço, com outros nome e eixo editorial. 
Felizmente, minha disposição para começar no novo projeto é maior que a saudade que já sinto do Amigos de Pelotas.  
Foi uma experiência inesquecível para mim. No fim das contas, a jornada, iniciada lá em 4 de abril de 2008, até que foi divertida. Abração.

Com essas palavras, o blogue noticioso-satírico Amigos de Pelotas parou de publicar esta quarta (19), após 4 anos e 8 meses e meio na internet. Estava nesse dia com cerca de 4 milhões 670 mil acessos e segue mantendo a média de uns 2 mil por dia. Rubens Amador Jr. anunciou que tirará o blogue totalmente do ar em janeiro e abrirá a seguir um novo sítio jornalístico, com linha editorial ajustada às razões que o levaram a fechar o projeto do Amigos.

As principais razões para este corte foram as seguintes, em suas palavras: "Pelotas mudou", haja vista os resultados das eleições municipais e na reitoria da UFPel, e "eu mudei", aludindo a perdas e decepções pessoais recentes. Com essa renovação de dentro e de fora, o estilo ultracrítico do blogue deixa de ser funcional ao amadurecimento. Algo assim como um adolescente revoltado e combativo que precisa mudar de roupagem quando consegue evoluir na direção do repouso e do equilíbrio.

Outros dois motivos que não mencionou são a incomodidade com o modelo de blogues do Google, com limitada capacidade (centenas de posts vinham sendo deletados desde 2008, de um total ao redor de onze mil postados até hoje), e a permanente agressividade de uma ala do público leitor, amarrada à fase rebelde e que, paradoxalmente, impede as melhorias mentais e sociais. Este grupo foi comparado por um ex-colunista com um "bando de moscas esvoaçantes", persecutórias e onipresentes. Trazer a Pelotas tantas críticas, nojos e perplexidades foi como mexer num ninho de vespas.

O Blog do Noblat indicou o Amigos de Pelotas em 2010
O primeiro post dizia simplesmente o seguinte:
Amigos, 
depois de 22 anos morando fora de Pelotas, resolvi voltar. Transito pelas pedras da cidade há um mês, um pouco perplexo com a paisagem.  
Algumas cenas me parecem surreais, como as matilhas de cães abandonados que vagueiam pelas ruas, sob olhares complacentes, como se vacas fossem e estivéssemos habitando em Bombaim.  4/04/2008 11:25:00 AM

Um mês depois (14-5-08), o mesmo espanto com a decadência e o abandono evoluiu para uma postagem com humor e uma imagem ilustrativa (abaixo), inclusive autoalusiva aos pelotenses que retornam e à cidade decadente que atrai mendigos.

Cães de todos os lugares migram para Pelotas

Assim que perceberam que, em Pelotas, a prefeitura e boa parte da população tratam os cachorros como se fossem vacas sagradas da Índia, uma matilha interminável de cães de vários pontos do País se vem deslocando para a cidade.

No momento, encontram-se nas imediações de Camaquã, mas logo estarão desfilando ou dormindo no calçadão.

Com o tempo, o blogue publicaria longas entrevistas e reportagens, além de reiterativas denúncias contra as pequenas e grandes corrupções dos governantes e dos habitantes. Com maior ou menor acidez, a ironia e o sarcasmo marcaram a linha editorial, deixando em segundo plano a gentileza e o carinho pela cidade que nos viu nascer e crescer.

Junto com diversos colaboradores que assinavam com seus nomes, ou mesmo com pseudônimos, o incansável editor expressou suas críticas mediante personagens por ele criados, com inspiração em pelotenses: Lolita Naja, o cachorro Arrastão, o sábio João, o ponderado Sérgio Estanislau (homenagem a Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta), o colunista Pelotino, o bobão Jocilei e outros. Escritores reais e fictícios agora se calam e ficarão arquivados na memória pessoal e coletiva, para que novas vozes surjam.

O colunista Pelotudo D'Almas, atualização do Conde Drácula (na imagem do ator Bela Lugosi) ilustrou a elegância centenária e o hipócrita oportunismo dos ex-ricaços locais que o editor, pelotense de nascimento, de coração e de criação, quis satirizar para abrir os olhos dos leitores (o artigo abaixo saiu em 18 de abril de 2012). Ele volta ao caixão subterrâneo de nosso inconsciente, para de vez em quando assombrar nossos sintomas sociais e nossas eventuais autocríticas. Mas a cidade seguirá no divã, em interminável análise.

Se todo esse esforço e talento não transformaram a cidade totalmente, pelo menos geraram reações dentro e fora de Pelotas, na esquerda e na direita, entre universitários ou donas-de-casa, na internet e em veículos impressos, inclusive dando origem, indiretamente, a outros blogues, como o Cultive Ler, os escritos de Cláudia de Lira  e este próprio "Pelotas, Capital Cultural", vozes que dão tons diversos no coral de uma cidade que busca reinventar-se e redefinir os pesos de seu passado.

Chupar sangue é uma arte

Pelotudo: 200 anos chupando sangue alheio

Pelotudo D'Almas
Para o Amigos

Como você sabe, tenho a idade de Pelotas. Na verdade, sou um pouco mais velho, já que nasci em outras paragens abastadas. Logo, há mais de 200 anos eu vivo de chupar o sangue dos outros.

Sempre me dei bem nessa minha incontrolável obsessão. Nunca fui apanhado. Em dois séculos, jamais conseguiram enfiar uma estaca no meu coração, apertar um crucifixo contra o meu peito ou me surpreender com um jato de luz do sol. Uma vez um promotor do Ministério Público tentou, mas não conseguiu me enrolar num cordão feito de alho.

A necessidade fez com que eu aprendesse a me defender. Logo assimilei uma lei importante na vida de todo vampiro: "Primeiro eu, depois eu, depois os outros".

Nem mesmo em minhas viagens a Paris e a outras capitais desse mundo louco eu deixei de cravar meus afiados dentes nos pescoços disponíveis para chupar minha cota diária de sangue, que tanto me faz bem.

Sou um vampiro em paz com minha condição. Pouco a pouco imprimi método à minha rotina alimentar, procurando fazer de cada sugada um momento de arte. Esse rigor me transformou num aristocrata, algo que refinei quando mudei-me para Pelotas. Aqui aprendi que chupar sangue pode ser uma virtude.

Em toda minha longa vida, por exemplo, nunca fiz como esses vampirinhos emergentes de hoje, que denunciam a proeminência de seus pontiagudos caninos por causa de seu deslumbre, alumbre ou desbunde, tanto faz.


* Pelotudo tem mais de 200 anos. Gosta muito da cidade. Sempre que pode, brinda a ela com Bloody Mary. Mora num caixão hidráulico, no subsolo do Mercado Público.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"O mate do João Cardoso" fecha o ciclo centenário

Chega ao fim esta quinta (13) o ciclo de palestras  "Contos Gauchescos 100 anos da escrita, 100 anos de leituras", organizado pelo Instituto João Simões Lopes Neto para comemorar o centenário dos contos primeiramente publicados por Simões desde 1912 (leia o livro completo Contos Gauchescos).

Donaldo Schüler, "300 Onças" 2012
No 19º e último encontro da série, o escritor e professor Donaldo Schüler (esq.) falará sobre “O mate do João Cardoso” (leia o texto completo do conto). No vídeo abaixo, dados biográficos do escritor, que foi premiado em 2012 com uma das Trezentas Onças (v. nota neste blogue).

Ao longo do ano, nas 18 palestras anteriores, foram propostas novas interpretações acerca dos Contos Gauchescos. Entre análises históricas, literárias, filosóficas e geopoéticas, diversos estudiosos - inclusive alguns de fora de Pelotas - lançaram diferentes olhares sobre a obra centenária do escritor pelotense (v. nota do blogue do Instituto). Agora finalmente chegou a vez do Mate do João Cardoso.

Desenho de Bruno Campelo
para "O mate do João Cardoso"
Curiosamente, o conto que mais esperou a vez, no ciclo que durou vários meses, foi aquele que se refere aos mates prometidos pelo personagem mas que demoravam muito a chegar. Segundo o próprio escritor, o tal caso gerou uma expressão antiga, não dicionarizada, que se refere a algo que é muito anunciado mas nunca chega a acontecer: "coisa tão demorada como o mate do João Cardoso".

No breve relato, Blau Nunes descreve os traços de João Cardoso (falador, enrolador) e aproveita de mencionar a data do primeiro jornal editado em nossa cidade, O Pelotense. Antes de existirem jornais, já havia jornalistas, e os noticiários eram na hora do mate... mesmo que não houvesse mate.
Bom velho, muito estimado, mas chalrador como trinta e que dava um dente por dois dedos de prosa, e mui amigo de novidades.  
Também... naquele tempo não havia jornais, e o que se ouvia e se contava ia de boca em boca, de ouvido para ouvido. Eu, o primeiro jornal que vi na minha vida foi em Pelotas mesmo, aí por 1851.
Segundo os pesquisadores Monquelat e Marcolla, o aludido João Cardoso do conto de Simões Lopes foi inspirado em João Cardoso da Silva, que teria sido o verdadeiro pioneiro das charqueadas em nossa região, em vez de Pinto Martins. A teoria foi apresentada no livro "Desfazendo Mitos: Notas à História do Continente de São Pedro" (Pelotas, Livraria Mundial, 2012).


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Melanie Fronckowiak, de modelo a ídolo




A pelotense Melanie Nunes Fronckowiak começou há cinco anos, sendo estudante de jornalismo, uma carreira de modelo, por sugestão especialmente do amigo Gustavo Vara, e não parou de destacar-se na mídia, graças a seu desplante e talentos artísticos. Hoje com 24 anos, ela é a nossa maior celebridade, com milhares de fãs em todo o Brasil e 989 mil seguidores no Twitter (Xuxa Meneghel e Juliana Paes têm 1 milhão 200 mil, cada uma, e a presidente Dilma cerca de 1 milhão 700 mil).

O fotógrafo Gustavo Vara é o autor do clique acima, numa das vindas de Melanie à cidade natal. O Café Aquários é tradicional centro masculino, onde menos se toma café e mais se fala de política, futebol e meteorologia. Para entrar ali, uma mulher precisa de coragem e/ou paciência, e a foto mostra a boa adaptação da moça ao ambiente (note-se o pouco interesse dela no café e a atenção posta em alguma conversa).

Em 2012, Mel modelou para a VB Girls
Como modelo, Melanie participou em publicidade e em concursos de beleza (foi Miss Mundo Rio Grande do Sul 2007 e "mais belo bumbum" da marca Sloggi em novembro de 2008). Na foto à direita, uma atuação no Ceará em 2012 para a grife paulista VB Girls (v. fotos para a revista virtual VB Girls e um vídeo com bastidores da produção).

Antes da atual fama, ela teve uma pequena participação na novela de horário nobre "Viver a Vida" (2009-2010), como parte do elenco de apoio da Globo (o vídeo foi tirado do ar). Chegou a sambar no programa do Jô, convidada para falar da experiência como modelo e "miss bumbum" (v. vídeo). Na época, não havia estudado teatro e ainda se notava o sotaque gaúcho. Hoje ela puxa um erre carioca (v. último vídeo abaixo, de dois dias atrás).

Sem experiência em teatro nem canto, a ousada jovem foi selecionada em 2011, entre 600 candidatos, para protagonizar a novela juvenil Rebelde (v. descrição na Wikipédia). Trata-se de um modelo iniciado na Argentina em 2002 (Rebelde Way), que desde então já foi replicado em vários países (Brasil, México, Chile, Portugal, Índia e Itália).

Em cada país, o esquema produz dois grandes ganchos com o público: um programa de TV com cerca de 400 capítulos, com duração de dois anos, e um grupo musical estilo adolescente, cujos cantores são os mesmos protagonistas da novela. Há mais detalhes no blogue da novela Rebelde, que também tem um portfólio de notícias sobre Melanie.

Mesmo com a audiência da novela em baixa, os atores passam por uma superexposição na mídia e nas redes sociais, que continua após o programa sair do ar. Treinados para atuar na TV e para fazer shows musicais, o elenco brasileiro é idolatrado ao longo do país e agora também no México, pois esta adaptação é dublada e passada lá, por acordo com a produtora Televisa.

O fenômeno é artificialmente criado, mas também surfa na onda das necessidades adolescentes e na tendência internacional das bandas juvenis, em alta no Japão e na Coreia do Sul. Mas assim como os fenômenos de audiência dos realities, estas celebridades sabem que se trata de um trabalho e que, cedo ou tarde, eles terão que reformular suas carreiras e seguir projetos próprios, saindo da adolescência prolongada.

Roberto Justus, Melanie Fronckowiak e Leandro Lapagesse
Na Pelotas real, Melanie é a filha da psicóloga Berenice e neta da ex-vereadora Diosma Nunes, mulheres reconhecidas na cidade como profissionais do serviço social e público. O pai, André, mora em Porto Alegre.

A menina é outra pelotense que saiu para poder crescer e volta com a satisfação de uma fantasia encaminhada, a da rebeldia, uma que Pelotas não permite em seu controlado território. Mas não é qualquer um que chega a esta situação: viajar por todo o Brasil dando autógrafos, ter várias menções na Wikipédia (inclusive é a mais jovem na lista de pelotenses destacados nesse portal), e tudo isso sendo rebelde na medida certa. Cada pelotense que faz sucesso nos suscita uma reflexão sobre nossa sociedade local, sobre nossos medos, desejos e vaidades.

Ontem (3-12) ela foi uma das convidadas no programa de madrugada de Roberto Justus, para falar justamente do assédio dos fãs (no vídeo abaixo, minutos 4:40–12:45 e 41:08 até o final). Mencionou Pelotas várias vezes, mas o interesse do canal e o do apresentador se dirigiam mais a si mesmos e ao tema do dia, a idolatria.

Veja outra entrevista com Melanie no programa Hoje em Dia (1-3-11), o PDF completo da revista VB Girls e outras fotos dela no sítio Papai Chegou. Veja neste blogue mais algumas mulheres Pelotenses Destacadas.

Fotos: G. Vara (1), R. Deieno (2) e A. Chahestian (3)