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sábado, 16 de agosto de 2014

Catedral é fotografada em ângulo inédito


Por sua importância histórica e arquitetônica, a Catedral Metropolitana de Pelotas é ponto turístico, sede de encontros religiosos e eventos culturais, foco de pesquisas e cartão postal da cidade, pelo menos desde 1950, quando a última reforma ficou pronta. Criativos registros fotográficos já foram feitos, sempre tomados desde o chão, como seria óbvio.

Este sábado (16-08), mediante o uso de um drone (aparelho voador não tripulado), o Fly Camera Pelotas publicou as primeiras fotos aéreas da nossa Catedral desde baixa altura, o que um helicóptero ou mesmo um paramotor não poderia fazer. Os registros foram tomados desde a altura dos campanários (abaixo) até ligeiramente acima das cúpulas (acima).

Na página do grupo no Facebook também há fotos do interior do templo. Veja as primeiras imagens que o drone captou em Pelotas, em Amanhecer aéreo no Laranjal.


Fonte: Facebook

sábado, 10 de agosto de 2013

Catedral é o coração do nosso patrimônio


A Catedral Metropolitana São Francisco de Paula participará durante uma semana do Dia do Patrimônio (v. notícia). O evento busca estimular, em todo o país, a visitação pública aos prédios e espaços que mais caracterizam o patrimônio das cidades.

O Dia Nacional do Patrimônio é comemorado em 17 de agosto, em homenagem a Rodrigo Melo Franco, primeiro presidente do IPHAN, de 1937 a 1967 (leia sobre a origem da data). Em Pelotas, as comemorações se estendem este ano ao fim de semana de 17 e 18.

Em Pelotas, a Secretaria Municipal de Cultura coordena o programa de atividades, com cerca de uma centena de exposições, oficinas, concertos e visitas guiadas a lugares característicos da cidade (v. programação completa).

O maior templo católico de Pelotas foi o ponto de início de urbanização da Freguesia de São Francisco de Paula, fundada em 1812. Nestes duzentos anos, já passou por várias reformas, conservando-se sempre no que é considerado o "ponto zero" de Pelotas.

A Catedral receberá os pelotenses e visitantes do sábado 10 ao domingo 18 de agosto.
  • Na abertura (dia 10 às 15h), concerto com Coral e Orquestra Filarmônica da PUC-RS (Porto Alegre).
  • Ao longo dos nove dias (11-17h), visitação diária ao templo, com exposição de 15 painéis do pintor de arte sacra Emilio Sessa, italiano que colaborou com Aldo Locatelli na decoração interna da Catedral.
  • Horário de missas: 17h30 (sábado), 18h30 (2ª-6ª) e 19h (domingo).
  • No encerramento (dia 18 às 15h), Concerto Instrumental de Inverno, com orquestra local.

Fotos: UOL Viagem (1) e R. Lessa (2)

domingo, 23 de dezembro de 2012

"Nossa Senhora do Amor", livro sobre Locatelli

O pintor italiano Aldo Locatelli  é a inspiração central do novo livro de Manoel Soares Magalhães, a ser publicado em 2013. Hoje (23), em simbólico presente de Natal, o escritor pelotense antecipou, no seu blogue Cultive Lero primeiro capítulo desta obra, que é um romance fictício cheio de detalhes reais de Pelotas e seus personagens. 

O diálogo relatado ocorre entre Locatelli aos 34 anos de idade e Dom Antônio Zattera aos 50 (pessoas reais, situação imaginada, supostamente em 1949). Outros personagens históricos mencionados: Emilio Sessa, pintor assistente de Locatelli, e o padre Giordani, então pároco da Igreja de São Pelegrino.


Zattera (C) no Vaticano em 1950
O que se deve manter oculto é aquilo que não confessaríamos a nós próprios.

Com tal pensamento, Dom Antonio olhou pela janela o dia sombrio que se arrastava lá fora. Estatura mediana, rosto redondo, o religioso tinha nos olhos sua principal característica. Eram levemente piscos, denotando grande inteligência e perspicácia. À beira de completar cinquenta e cinco anos, Dom Antonio sentia-se em crise. De fé? Não necessariamente, afirmava de quando em quando. Parado à frente da janela, observava a chuva tamborilando nos telhados da vizinhança do Bispado. Chuva que começara forte às primeiras horas da manhã, mas àquela hora da tarde, pouco depois das quatorze horas, amainara.

O bispo esfregou as mãos frias, batendo levemente os pés no chão. O frio úmido subia-lhe pernas acima, entorpecendo-as. Não tinha na memória lembrança de inverno tão rigoroso em Pelotas. Coçou o queixo bem escanhoado, avaliando a situação na qual fora envolvido à revelia. Era o responsável pela vinda de Aldo Locatelli à cidade. Não podia, entretanto, responsabilizar-se pelos seus atos.

Seus dias na cidade talvez já estejam contados. O Pe. Eugênio Giordani ficou bastante impressionado com o trabalho de Locatelli, e por certo irá contratá-lo para decorar a Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul. Isso seria formidável! Mão às costas, dirigiu-se à mesa de trabalho, sentando-se. Ouviu passos no corredor. Seria ele? Que bom que fosse, pois desejava resolver aquela situação com a máxima urgência. Os mexericos que corriam pela cidade o estavam incomodando.

A porta se abriu, dando passagem a um jovem padre de olhar malicioso.

— Senhor, ele está aqui.

— Que bom! Faça-o entrar.

Aldo Locatelli (1915-1962)
Padre Afonso, com um meneio de cabeça, observando o recém-chegado com o canto dos olhos, deu passagem ao pintor italiano, cujo brilho intenso do olhar nuançava forte personalidade. Alto, rosto enérgico, como que talhado em pedra, cabelo escuro penteado para trás, parou em frente à mesa de Dom Antonio, levando as mãos às costas.

— Sente-se — disse o bispo, apontando uma das duas cadeiras postas frente à escrivaninha. Locatelli acomodou-se, cruzando pernas.

— Que bom que o senhor veio — comentou o bispo, olhando o artista fixamente.

Não gostava muito de fixá-lo de frente. Não que tivesse medo. Não fora educado para temer os homens. Fora, antes, disciplinado para conduzi-los, orientá-los na vida, indicando-lhes caminho do Senhor. Porém, temia que o artista enxergasse em seus olhos o que tentava, ao longo dos dias, esconder de si mesmo. Havia, entretanto, outros motivos para recear aquele olhar. O mundo da arte, quem sabe, com seu viés, seus labirintos, seus caminhos perigosos... Não; não temia olhá-lo assim de frente; todavia, melhor não fazê-lo repetidas vezes, pois o não-dito, o não-sabido eram coisas que ele não estava disposto a considerar. Até porque seu mundo era muito claro, muito explícito. Os mistérios a considerar eram os mistérios de Deus. Sim; estava apto a discorrer acerca dos desígnios superiores. Acerca de coisas escorregadias... nem pensar.

— Estranhei seu convite, Dom Antonio — disse Locatelli.

O bispo acomodou-se melhor, pois sabia que sua tarefa seria espinhosa.

— Ora, um estranhamento sem motivo — volveu o religioso, usando de subterfúgio para aliviar a tensão.

Ponto para o pintor, obrigando-o a agir de forma não usual. Locatelli sorriu, descruzando as pernas, tornando a cruzá-las outra vez. Desde que recebera o convite de Dom Antonio para um encontro, encontro não programado, desconfiava de suas intenções. Gostava do religioso. Desde que o conhecera na Itália, aprendera a respeitá-lo como um digno representante de Deus. Por essa razão entendia seus motivos, ainda que fossem absolutamente discutíveis. Acaso fosse outro bispo a convidá-lo para entrevista tão inusitada, não o atenderia.

— Fui comunicado de que há um probleminha na Escola de Belas Artes.

O pintor sorriu, mostrando os dentes serrilhados. O brilho do seu olhar tornou-se ainda mais intenso.

Batismo de Jesus (Catedral de Pelotas)
— Pelo que me consta, Dom Antonio, a situação na escola está normal.

— Normal? — perguntou o bispo, apertando as mãos uma contra a outra.

— Sim, normal.

O bispo engoliu em seco. Diacho de homem mais teimoso!

— Caro maestro — disse mansamente o bispo, medindo bem as palavras. — Respeito sua arte como ninguém. Até porque sou responsável pela sua vinda a Pelotas. O trabalho que o senhor realiza na Igreja é irretocável, o que demonstra, inegavelmente, a grandeza do seu talento. Entretanto, já não se pode dizer o mesmo do método de ensino empreendido na Escola de Belas Artes. Não é, digamos, nada ortodoxo.

— O senhor está se referindo aos nus artísticos?

Dom Antonio não esperava que o italiano fosse tão incisivo.

— Exatamente.

O pintor pôs-se de pé, dirigindo-se à janela, onde olhou as nuvens carregadas que o vento levava em direção ao sul. Bem que Emilio o havia prevenido quanto ao puritanismo daquela cidade. Trabalhar com nu artístico era por demais ousado, dissera-lhe o amigo. Não lhe dera ouvidos. Aliás, quase nunca dava ouvido a quem quer que fosse. Mercedes, sua esposa, tinha-o como um dos homens mais teimosos que conhecera. Mais ainda que seu velho pai.

Voltou-se para Dom Antonio, olhando-o firmemente.

— Trata-se de arte, dom Antonio. Arte!

— Uma arte ousada demais, o senhor não acha?

Locatelli aproximou-se da mesa, permanecendo de pé, olhando o religioso de cima a baixo. Tinha impressão de que o bispo, aos poucos, ia sumindo na cadeira. Poderia dizer a ele que seus dias em Pelotas estavam contados, que logo estaria em Caxias do Sul, abandonando a Escola de Belas Artes. Resolveu, porém, brincar com o religioso.

— Como o senhor imagina que eu trabalho, Dom Antonio?

"Expulsão do Paraíso" (Igreja de São Pelegrino)
Aquela cadeira, definitivamente, tinha pregos no assento, pensou o bispo, profundamente perturbado com o olhar do italiano. Gostaria de ter resolvido a situação de outra forma. Todavia, algumas paroquianas, respeitáveis paroquianas, o instaram a tomar medidas enérgicas, visando acabar com aquela sem-vergonhice.

— Não entendi a pergunta.

— Refiro-me, Dom Antonio, aos meus personagens, o Evangelista São Mateus, os anjos que cantam à entrada de Jesus em Jerusalém, São Pedro e São Paulo, e tantos outros, os quais, antes de se constituírem em pinturas sacras, foram inspirados em gente. Gente nua, Dom Antonio, de carne e osso... Com sangue nas veias!

O religioso indignou-se.

— O senhor inspira-se em modelos vivos. Até aí tudo bem. Mas levar à Escola de Artes esse método de estudo não lhe parece avançado demais para nossos costumes?

Locatelli deixou escapar nervosa gargalhada.

— Ora! Não estamos mais na Idade Média. Admito que existem algumas senhoras incomodadas... Um coro de poucas vozes, Dom Antonio! Não podemos sacrificar o estudo dos alunos por causa dessas poucas e preconceituosas pessoas.

Dom Antonio ficou de pé, levemente ruborizado. Tremiam-lhe as mãos, e um suor indesejado escorreu pelas têmporas. Que italiano desaforado! Mas, no fundo, tinha razão. Os modelos vivos são largamente utilizados nas escolas de arte. Indispor-se com Locatelli por causa de algumas senhoras escandalizadas não estava em seus planos. Todavia, a situação fora criada. Precisava, urgentemente, resolvê-la, até porque não desejava polemizar com aquele artista temperamental. Por essa razão, seria bom dar fim àquela desagradável entrevista.

Aproximou-se do pintor, pegando-o do braço, levando-o em direção à porta.

— Meu caro maestro — disse Dom Antonio, voz conciliadora. — Pense um pouco sobre o assunto.

— Pensarei, Dom Antonio — volveu Locatelli, sabendo de antemão que não faria nada para alterar a ciência de seu trabalho.

— Fico feliz — respondeu Dom Antonio, abrindo a porta, estendendo a mão ao muralista. — Até mais ver. Recomendações à senhora Locatelli.

O italiano apertou a mão de Dom Antonio; uma mão fria, úmida.

— Até outro dia, Dom Antonio.

Tão logo o artista deixou seu gabinete, o bispo afundou na cadeira. Padre Afonso entreabriu a porta.

— Deseja algo, Dom Antonio?

— Sim, padre Afonso... A paz que não existe na terra.

Detalhe de "Juízo Final e cenas do Dies Irae" (Igreja de São Pelegrino) 
Fotos: UCPel (1), A. Neutzling (3), Blog Cleberson (4-5)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sagrado Coração de Jesus, a paróquia do bairro do Porto

A paróquia do Sagrado Coração de Jesus, conhecida em Pelotas como a Igreja do Porto, está em plena comemoração do seu centenário. Em 1 de novembro de 1912, dois anos após a criação da Diocese de Pelotas, o bispo Dom Francisco de Campos Barreto fundou novas paróquias, desmembradas das já existentes.

Mesmo com o templo em reformas, a novena está sendo feita com o compromisso e o entusiasmo dos fiéis, com um altar sem imagens, algumas janelas com vidros quebrados e o forro sem colocar. Veja notícias no blogue da paróquia.

Na missa de ontem (21), perto das 20 horas, o padre Antônio Reges Brasil fez notar a beleza do vitral da porta de entrada, iluminado pelo sol da tarde e somente visível para um observador interno. De fora não se veem formas nem cores, pois a luz provém justamente do exterior e projeta para dentro esta imagem, única nesta apresentação em duas partes móveis (quando as portas se abrem, o conjunto fica separado e oculto) e ao alcance das mãos.

A figura representa a terceira aparição de Jesus a Margarida de Alacoque, na França, em 1675. Foi após estas aparições que se estendeu a devoção católica ao Sagrado Coração de Jesus (Sacré-Coeur, no original).
Foto: F. A. Vidal

domingo, 5 de dezembro de 2010

Luzes de Deus

A Catedral São Francisco de Paula expõe até hoje (5) doze obras de artes visuais inspiradas no principal templo católico de Pelotas, reformado pela mitra diocesana em 1948 e reinaugurado no Natal de 1950. A homenagem é dirigida à Diocese de Pelotas, que este ano completou o centenário.

A série foi organizada pelos professores da UFPel Nicola Caringi Lima e José Luiz de Pellegrin. Os artistas plásticos escolhidos foram: Nauro Júnior, Paulo Rossi, Graça Marques, Arlinda Nunes, Lisarb Real, Maria Alice Castilhos, Helena Pinto Ferreira, Hayly Couto, Rogério Baungarten, Graça La Falce, Clarice Magalhães e Túlio Oliver.

Em nossa Catedral, nunca se usou fazer exposições, além da obra artística que ela já é em si mesma e dos quadros, estátuas, vitrais e afrescos que ela contém. A música é a arte mais comumente em exibição no templo, especialmente em casamentos, quando se apresentam destacados cantores líricos e instrumentistas. Cada Natal, também há um espetáculo de corais e orquestras (costume mais americano), mas nada se faz de música sacra na Quaresma (costume mais europeu). O deste ano será na sexta 17 de dezembro, às 20h.

Ao entrar-se pela nave lateral esquerda, a primeira obra a ser notada é a de Nauro Cardoso Machado Júnior, fotografia intitulada "Luzes de Deus".

No meio de um temporal noturno de verão, com chuva e relâmpagos, Nauro conseguiu o incrível flagrante: o perfil da Catedral contra o céu tempestuoso, cortado por uma espécie de frase divina, onipotente e terrível. Algum anjo lhe teria avisado que Deus falaria aquela noite, usando a Catedral como tribuna?

Só um maluco iria se molhar na chuva para tirar fotos dos prédios ou do céu. No entanto, a foto foi para a capa de Zero Hora na edição de fim de ano, em 31 de dezembro de 1997. Em 2009 ele voltou a fotografar raios (veja a foto).

A mesma foto nos recebe pelo lado de dentro da Catedral, onde revemos as luzes externas de Deus, que agora está mais calmo e otimista, falando-nos pelos vitrais, lâmpadas e reflexos. O anjo nos revela pela mensagem de treze anos atrás, que Ele esteve ontem irado, no meio da noite, e hoje nos acolhe mediante as luzes do dia, que percebemos no interior do nosso templo.
Fotos: F. A. Vidal (1) e Nauro Jr. (2)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Festival de Flores no pátio da igreja

Até hoje (19) às 19h o público pelotense pode visitar o 14º Festival de Flores na Catedral do Redentor, da Igreja Anglicana (veja nota de 2009). A entrada é a normalmente usada, e a saída indicada é pela porta lateral. Tanto o interior do templo como o pátio podem ser visitados e é possível sentar-se nos bancos do Jardim Quieto São Francisco de Assis (acima) e meditar.

A exposição de flores é um costume anual da comunidade anglicana pelotense, e tem sido elogiada e solicitada por fiéis e turistas. Há venda de produtos dentro do templo, como orações, artesanato, flores e doces.
Foto de F. A. Vidal

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vitral de Pentecostes

Domingo (15) a Diocese de Pelotas completou cem anos de fundação. A propósito da designação de Dom Jacinto Bergmann, publiquei uma nota sobre os cinco bispos diocesanos (leia). Para marcar o centenário, colocarei algumas obras de arte relacionadas com a Catedral de São Francisco de Paula.

O maior templo de Pelotas foi totalmente reformado quando a Diocese católica completava 40 anos. O financiamento proveio de quermesses e doações, organizadas pelo bispo. Dom Antônio Zattera entregou a nova Catedral em dezembro de 1950, na Missa de Natal. O altar de mármore foi inaugurado em agosto de 1951.

Entre os grandes vitrais, o que me parece mais interessante é o que representa o Pentecostes cristão, em que Deus se doa ao coração dos homens (Atos dos Apóstolos cap. 2). A imagem se encontra do lado norte do templo, próximo ao altar principal.

Nesta cena, os apóstolos aparecem reunidos em torno a Maria, quando os visita o Espírito Santo, representado por uma pomba (pela descrição de Mateus 3, 16). São doze homens, pois Judas já havia sido substituído por Matias (segundo Atos 1, 26). O dia de Pentecostes celebra-se 7 semanas após a Páscoa, na mesma data tanto para o judaísmo como para todas as denominações cristãs.

Os vitrais foram colocados em 1933 (leia histórico da Catedral) e restaurados em 2005, à base de contribuições da comunidade. Seguindo um costume da classe alta pelotense, os nomes dos doadores ficam expostos em cada obra e em cada restauração, como se fossem os autores. Em todo caso, não se pode dizer que essa prática tão humana infrinja o ensinamento de Jesus (segundo Mateus 6, 3), pois não se trata de uma esmola.
Imagens: F. A. Vidal

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Capela central da Universidade Católica

Nesta segunda-feira (3 de maio) concluí o trabalho escrito para o pós-graduação que iniciei em março de 2008 na Universidade Católica. O curso de mestrado em Saúde e Comportamento tem uma década de existência e minha dissertação teve o número 141.

Durante dois anos estive pesquisando em torno a como apresentar a análise fatorial de uns resultados do WISC-III, a 3ª escala Wechsler de inteligência para crianças. Pelotas é o principal centro nacional de estudo desse teste, coordenado por minha orientadora, a doutora em psicologia Vera Lúcia Figueiredo.

No exame oral, expus 25 minutos (tinha direito a 30) e logo os professores da banca usaram mais 50 minutos para suas avaliações (também tinham direito a 30, quinze minutos cada). A decisão deles foi aprobatória, com exigência de modificações no texto escrito. As contribuições críticas da doutora Elizabeth do Nascimento, pesquisadora do WAIS-III em Belo Horizonte, foram muito valiosas para melhorar o meu trabalho, que a Católica exige publicar em revista especializada.

Às 18h, assisti à missa na capela do campus I, convidado por minha irmã Maria Eliana, religiosa que colabora na pastoral da universidade. O padre Germán Varela (dir.), que conduz estas missas, faz atendimento espiritual e é professor na UCPel de disciplinas sobre psicologia religiosa. Há duas missas por semana: segundas-feiras 18h e quartas 8:15.
Sendo recinto católico, a capela tem altar e sacrário, mas a única imagem é uma escultura do Cristo crucificado. A pequena construção foi feita há cerca de uma década, com os bancos colocados em forma circular, o que facilita a proximidade sonora e visual. No entanto, a aparência externa é quadrada (abaixo).

A capelania universitária tem serviços pastorais - como atendimento espiritual, minibiblioteca e aulas de violão - e funciona num prédio vizinho à capela.
Excepcionalmente, fiz esta autoalusão para explicar o parêntese que abri nestas semanas, deixando o blogue sem informação - mesmo estando a cidade em várias atividades culturais.
Fotos: UCPel (3) e F. A. Vidal (1-2)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Festival de Flores na Igreja Anglicana

A Diocese Anglicana de Pelotas organizou o 13º Festival de Flores, que em 2009 coincidiu com o centenário da inauguração do templo pelotense que é considerado um dos cartões postais de nossa cidade.

A iniciativa tem um sentido ecológico e espiritual, favorecendo a meditação sobre nossa relação com Deus e com a Criação, da qual o ser humano é parte.

A inspiração do evento se baseia no Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis (leia o original em dialeto úmbrio), considerado patrono da ecologia moderna, dado o seu amor pelos animais e pela natureza. Não se poderá negar que um dos objetivos é reaproximar os fiéis e atrair pessoas novas, crentes ou não, como foi a intenção de Cristo.

Por alguns dias, a igreja se enche de arranjos florais que emprestam cores, perfume e leveza a um ambiente gótico-céltico, de estilo arquitetônico que lembra a Europa de séculos passados. Também soam no templo músicas de suaves melodias e até se apresentam alguns cantores e instrumentistas.

Este ano, a atividade em Pelotas transcorreu de 17 a 20 de outubro, abrindo à comunidade em geral o seu salão de chá e o acolhedor pátio, onde cantam pássaros e mora um simpático cãozinho chamado Júlio César.

O santo italiano viveu no século XII, quando ainda havia comunhão oficial entre a Igreja da Inglaterra e a de Roma. A separação ocorreu no século XVI, mas os desacordos vinham de muito antes. A Igreja Episcopal Anglicana é considerada a religião cristã inglesa desde o século III.

No dia de fechamento do Festival de Flores, que já é plena primavera, a centenária igreja estava com sua profusa hera totalmente verde (dir.), em sintonia com o Festival, como convidando a todos a comungar do amor pelas coisas naturais, obra do Criador de todos nós.
Fotos de F. A. Vidal (20-10)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Centenário da Catedral do Redentor

A Catedral Anglicana do Redentor - conhecida popularmente como "igreja cabeluda", pela vegetação que cobre sua fachada - está celebrando o centenário, pois o prédio foi inaugurado em 17 de outubro de 1909.

O templo é considerado um dos cartões postais de Pelotas, e nele realiza-se há 13 anos o Festival das Flores, por coincidência no mês desse aniversário. Este ano, prolongou-se do sábado 17 até terça 20. Veja a notícia no blogue da Diocese Anglicana.

A organização gaúcha Defender, que trabalha em prol da conservação do patrimônio arquitetônico, publicou o seguinte:

A Catedral Anglicana do Redentor, de estilo gótico, conquistou a admiração dos habitantes e de quem visita Pelotas. Conforme o livro ‘Catedral do Redentor’, de Oswaldo Kickhofel, no dia 28 de março de 1908 foi escriturada a compra do terreno de Francisco de Paula Guerreiro. O pároco e engenheiro civil John Gaw Meem fez o projeto arquitetônico. O lançamento da pedra fundamental ocorreu em 21 de outubro de 1908, na programação do 10º Concílio, realizado em Rio Grande, e a inauguração, em 1909, no 11º Concílio, já na Paróquia do Redentor (leia a notícia).

Esta é a descrição que se lê no site da Prefeitura (leia):

A Catedral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil é conhecida como a “Igreja Cabeluda”, por sua característica de ser coberta por uma hera que muda de cor, conforme as estações do ano.

Na Primavera, a Igreja adquire tom verde claro muito bonito; no Verão, perde as folhas e aparecem somente as raízes, em tom cinza; em maio, muda para o rosa-avermelhado, partindo para o grená e, a seguir, o marrom
.

Construída em estilo Gótico-Céltico, abriu suas portas ao público em 1892. Sua torre possui 27 metros de altura. Os vitrais vieram de Nova Iorque, apresentando motivos com símbolos e textos bíblicos.

Observação idiomática:

Ainda se lê a identificação pela Rua General Teles: Exedra da Egreja do Redemptor. Há cem anos, essa era a grafia para "Êxedra da Igreja do Redentor" (uma êxedra é um pórtico ou espaço de entrada).
A forma "igreja" (do grego ekklesia = assembleia) impôs-se no início do século XX. No entanto, é uma deformação fonética devida à vulgarização, enquanto "eclesial" e "eclesiástico" respeitaram a pronúncia de origem.
Em 1988, a paróquia foi elevada a Diocese Anglicana de Pelotas e a "igreja" passou a ser a Catedral do Redentor.
Fotos de F. A. Vidal