quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Recital de formatura de Adrian Borges
Adrian Borges é natural de Jaguarão (RS) e em 2007 ingressou no curso superior de música da UFPel, onde é aluno de piano da Profª Joana Holanda. Já participou de diversas aulas magistrais (masterclasses) e em projetos de extensão do Conservatório, como solista ou como pianista de acompanhamento (veja um exemplo).
Como solista, Adrian já tocou com colegas em concertos coletivos, sendo este seu segundo recital como pianista único (o primeiro foi o Recital de Meio de Curso). É de se destacar que, ainda como estudante, interpretou uma obra para piano preparado: The Perilous Night, de John Cage (escute a peça tocada pelo autor).
Outro fato importante foi ter sido selecionado no Concurso 2010 "Jovens Solistas" da Orquestra de Câmara FUNDARTE (Fundação Municipal de Artes de Montenegro). Adrian foi um dos 15 instrumentistas escolhidos para a temporada 2011, e apresentou-se em 6 de outubro passado (veja a notícia).
O programa do concerto incluiu uma obra orquestral (Serenata em Mi Maior, de Dvorak) e duas atuações de solistas jovens: Fernanda Machado com o Concerto para Violoncelo em Dó menor, de Vivaldi, e Adrian Borges com o Concerto para Piano nº 12 em Lá Maior, de Mozart (no vídeo abaixo, Adrian toca o 1º movimento, Allegro. Veja também o Andante e o Alegretto final). O maestro Antônio Borges Cunha é o regente da Orquestra da FUNDARTE.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
A lagoa e seus barcos
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Decolagem desde Pelotas a Rio Grande
Para mostrar a quem nunca tomou um avião em Pelotas, um viajante filmou os dois minutos que dura a saída de um voo à cidade vizinha de Rio Grande, desde a decolagem em direção ao sul até a saída de território pelotense, ao cruzar o São Gonçalo próximo às doquinhas. Veja a Rodoviária no segundo minuto (1:31 - 1:35). No último segundo, vê-se o entroncamento do caminho da balsa, única forma de transpor o São Gonçalo antes da construção da primeira ponte, na década de 1960.
Tudo muito rápido para alguém que deseja conhecer ou reconhecer seus lugares urbanos. A viagem de dez minutos mal deixa apreciar as zonas semirrurais como o Povo Novo e a Quinta. Há 200 anos, quando ainda não havia a Freguesia de São Francisco de Paula, só se podia viajar com tempo bom; em dias de inverno e inundações, era impossível viajar à Vila de Rio Grande.
Um momento de cor na Bento Gonçalves
Foto: Facebook S. Maestrini
domingo, 27 de novembro de 2011
Corredor Arte reafirma seu papel terapêutico
Na primeira quinzena de novembro, o Corredor Arte expôs obras de duas artistas que começaram a pintar em função de problemas de saúde.
Dois anos atrás, Cleusa Maria Rosenhen de Carvalho fraturou o braço e, após o tratamento, o médico indicou-lhe, a modo de recuperação emocional, fazer algum tipo de terapia.
Desde então, ela vem frequentando a aulas de pintura no SENAT. Uma de suas obras (esq.) mostra um cuidado formal dirigido pelo pensamento, um conteúdo temático claro e definido, e uma inspiração na antropologia brasileira.
Cleusa diz que encontrou na arte "uma forma de aprender, de se ocupar e de encontrar os amigos".
— Não sabia que iria gostar tanto. A turma é muito boa, fiz amigos lá e não penso em deixar o grupo.
Lisabete Maciel Cardoso sofria de depressão, e há dez anos decidiu começar a pintar, sem professores. Segundo ela, o fato de não ter estudado pintura formalmente é o que mantém sua obra tão pessoal:
— Acho que perderia a minha essência, minha alma. Todos estes quadros são exatamente o que eu sinto, são eu mesma, sem nenhuma objeção dos outros.
Assim como a colega de exposição, esta artista autodidata começou a pintar e nunca mais parou. Para Lisabete, a arte é uma verdadeira “válvula de escape”, no sentido de uma ajuda necessária e saudável.
Uma de suas pinturas (dir.) revela que sua mente está menos concentrada nas análises formais e mais ocupada de refletir sobre suas próprias sensações, o que não deixa de ser uma boa técnica terapêutica para enfrentar a dor de modo produtivo.
Imagens: F. A. Vidal
Dona Luciana Reis
A notícia se difundiu pelas redes virtuais, a partir da meia-noite, e neste domingo o portal da UFPel colocou uma nota especial (leia). O Diário Popular reproduziu o texto, com foto de seu arquivo (veja). O velório se realizou no auditório do Museu, no qual uma das salas de exposições leva há vários anos o nome de Dona Luciana.
O MALG é uma unidade de extensão do Centro de Artes da UFPel e completou 25 anos há poucos dias (foi fundado em 7 de novembro de 1986). Uma exposição comemorativa - Jubileu de Prata do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo - será inaugurada justamente esta semana, e poderá ser dedicada à memória da estimada professora.
Com abertura em 27 de janeiro de 2010, a mostra Cartas e Pinturas de Leopoldo Gotuzzo - 1915-1955 recordou os 23 anos do MALG. Na ocasião, a professora doou ao acervo do Museu um retrato dela, executado a carvão pelo próprio Leopoldo Gotuzzo (veja nota). A foto foi tomada por Rejane Botelho, da Agência da Arte.
A Exposição dos 25 anos do MALG, citada acima, tem vernissagem esta quarta (30) às 19h e ficará aberta à visitação desde 1 de dezembro até 25 de março, de terça a domingo (inclusive feriados), das 10 às 19h.
Foto: R. Botelho
domingo, 20 de novembro de 2011
Parkour Roulant: atletismo sobre rodas
Na Dom Joaquim, no centro ou na periferia, Pelotas ainda é uma cidade imprópria para pessoas com deficiências físicas. Inclusive quem enxerga bem ou se move com facilidade precisa ter cuidado para andar por nossas ruas (veja o artigo Calçadas armadilhas). Na Professor Araújo encontra-se a calçada mais estreita do mundo, por onde só acrobatas podem caminhar (leia o post).
Os irmãos Ramon e Thomaz Ballverdu com o amigo Marcelo Silva, estudantes de publicidade, filmaram as dificuldades que os cadeirantes mais ousados sofrem numa cidade. Segundo o Diário Popular (edição impressa de sábado 19), os 3 amigos se inspiraram num vídeo que relacionou os buracos das ruas de Porto Alegre com um campo de golfe (veja a notícia, de maio passado).
O vídeo foi postado quarta (16) e está tendo a média de 4 mil acessos por dia (veja no YouTube). Diversos portais de notícias já o publicaram: o do Diário Popular (dia 17), o ClicRBS (veja os comentários no Pretinho Básico) e o Amigos de Pelotas. As tragicômicas imagens são de Pelotas mas se replicam pelo mundo moderno afora.
Como o vídeo é pura mímica, outros países entenderão a ideia na mesma hora, mas será difícil explicar a alguém de fora de Pelotas como pode um poste ocupar toda a calçada e a Prefeitura não corrigir a situação. Durante décadas.
Sim, aqui isso ocorre em algumas ruas do centro, não só nessa da foto (dir.). Só passa um pedestre de cada vez, e ninguém acha estranho.
Os autores do vídeo associaram o perigoso exercício com um "parkour sobre rodas". O nome é inventado e faz parte da sátira, pois o parkour é uma atividade atlética, enquanto esta frustrante exclusão anula os movimentos, expressão do insociável egocentrismo urbano.
No fundo, o que se busca é desenvolver atitudes mais humanas e inclusivas. Se este protesto não somente gerar reflexão sobre o que é a vida democrática e também conseguir mudanças físicas na cidade, terá sido uma fantástica campanha publicitária.
Sobre o mesmo tema, veja abaixo um vídeo jornalístico da TV Nativa, veiculado em janeiro de 2011.
POST DATA:
6-12-11 O portal Sedentário replicou anteontem o vídeo Parkour Roulant, dando link para esta postagem.
15-12-11 Um mês depois, "Parkour Roulant" registra 155 mil acessos (em média, cerca de 5 mil por dia).
Acompanhe a restauração do Casarão 8
Livraria da EDUCAT
Como o desconto de 20% já era feito na livraria (leia nota de 2008), este anúncio poderia significar que a promoção não é tão excepcional como parece, ou que implicitamente se pode esperar o fim dos descontos depois do dia 25 de dezembro.
Assim como em 2010, este ano a EDUCAT não participou na Feira do Livro (primeira quinzena de novembro), onde o aluguel de bancas custa caro aos livreiros, mas costuma trazer retornos nas vendas.
A Editora da UCPel organizou, inclusive, um lançamento nesse período (esq.): "Manual da Puericultura", de professoras da Faculdade de Medicina (veja notícia). O evento foi realizado defronte à Livraria (entrada pela Gonçalves Chaves, 373), no Espaço de Convivência do Campus I.
Quinta (17) outro livro foi apresentado: "Compreensão da Responsabilidade Civil", do advogado José Luís Marasco Leite, professor por 25 anos no Direito e há 40 trabalhando na UCPel (leia notícia). Este lançamento foi feito em ambiente mais reservado e propício a uma palestra: o Instituto João Simões Lopes Neto, entidade que tampouco esteve na Feira do Livro em 2010 e 2011.
Desde 1988, a EDUCAT centraliza a publicação científica da UCPel, e atende também clientes externos. Por sua parte, o sítio web da Editora está atualmente em manutenção e sua página de apresentação está desatualizada (veja).
No interior da Livraria encontra-se o Memorial Dom Antônio Zattera (dir.), inaugurado em julho de 2007 (leia nota com biografia do homenageado). Ali se podem apreciar objetos pessoais, placas e troféus, vestimentas e documentos históricos do ex-bispo que fundou a Universidade Católica em 1960 e foi seu reitor, por cerca de uma década (1965-1977).
Fotos: UCPel (1-2) e F. A. Vidal (3)
sábado, 19 de novembro de 2011
Concurso de fotos da Igreja do Porto
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
O medo devora a alma
O Cineclube Zero 3 está debatendo o melodrama no cinema, no último ciclo mensal de 2011. Este sábado (19), será exibido o filme alemão O Medo Devora a Alma (1974), de Rainer Werner Fassbinder. No relato, uma viúva de 60 anos e um muçulmano de 40 iniciam um relacionamento amoroso, numa Europa conservadora e temerosa do avanço do Terceiro Mundo.
Na cena acima, a mulher apresenta o novo marido aos filhos adultos, como se ela mesma fosse uma adolescente esperando a acolhida familiar. A reação deles não é nada adulta nem acolhedora, e sim possuída pelo medo e pela raiva. O filme de Fassbinder reflete sobre a sociedade e o melodrama, mas alguns traços familiares podem levar-nos a pensar sobre nossas atitudes perante as mudanças, o amor e o crescimento pessoal.
A presença de um televisor entre as pessoas remete a uma cena de Tudo o que o céu permite (veja aqui), de Douglas Sirk (1955), em que o aparelho representa o desejo das crianças de serem vistas pela mãe, como num espelho familiar, e assim não venha a casar com o homem que ela ama.
A sessão começará às 15 horas, no auditório do Centro de Artes da UFPel (Alberto Rosa 62). A entrada é gratuita.
Professora recomenda dois clássicos
Grande Sertão: Veredas, do brasileiro João Guimarães Rosa, e Cien Años de Soledad, do colombiano Gabriel García Márquez, põem a nu a prostituição do Homem desamparado ante o poder e a corrupção.
Em Grande Sertão (escrito em 1956), as autoridades estão sempre à margem esquerda do rio por ocasião dos conflitos (na Bíblia, os filhos diletos estão à direita do Pai), mostrando situação atual. A travessia é a busca de valores a que todo ser humano procede a partir do estado de solidão.
Riobaldo, personagem central, diz que "o sertão é dentro da gente". Ponto central da travessia, Diadorim — homem/mulher? — é o núcleo da viagem circular de Riobaldo para dentro de si mesmo, em busca do eu. O sertão por fora é a luta com os Hermógenes e por dentro é luta com Diadorim, mistério impenetrável que planta nele a inquietação permanente.
É na arte que as formas pulsionais que movem o ser se apresentam de forma mais contundente, e a literatura é o espaço sagrado que permite compreender, através de representações (Carl Jung), a plenitude da vida. Lévi-Strauss vincula o estudo da narrativa à revelação do fundo ideológico do texto. E então se está a um passo da História e da sociedade.
Cem Anos de Solidão (1967) — aclamado pela crítica internacional como o "romance do século" — é o check-up do desmantelamento e da corrupção de um grupo social por alienígenas, iniciado no século XVI com a colonização da América pelos espanhóis. Denuncia uma situação peculiar, na qual a prostituição moral, cívica, econômica, política e cultural é permanente!
Em CAS há um pilar: la tatarabuela ignorada, testemunha onisciente das ruínas de uma civilização. Através da sabedoria secular dessa mãe-prostituta, García Márquez recria o mito do tempo circular, o mesmo tempo circular da viagem de Riobaldo em Grande Sertão.
Comparação
Cremos que a obra de Rosa lhe é superior: contestando a sociedade que prostitui o indivíduo, pela corrupção do que nele há de mais intocável — sua intimidade e dignidade humanas. Diante desta sociedade, Rosa não capitulou e, para exprimir a necessidade de revirilização do Homem, nos deu Grande Sertão, a apologia da coragem. O sertão lhe pareceu o único espaço do mundo moderno em que a vida não é impessoal.
Obra impregnada de determinantes filosóficos, éticos, psicológicos, políticos, além da genialidade na recriação linguística, em J. G. Rosa — como em Beethoven, Goethe, Rembrandt, Bach, Mozart — as coisas são eminentemente estéticas, acontecem sub species religionis (sob aspecto da religião). Buscavam a beleza eterna, perenidade ideal que lhes saciasse a sede de infinito.
Nesses exponenciais da cultura ocidental, a inserção do feminino permite observar o essencial: a comunhão irredutível dos princípios masculino/feminino. E que as deformações havidas em seus papéis históricos, tiveram sempre em seu bojo interesses ideológicos de poder.
Importância social da leitura
A função social da literatura se manifesta na experiência do leitor, na expectativa da prática de sua vida: pré-forma sua compreensão de mundo, resultando nas várias formas de comportamento social. Portanto, o professor de Literatura é agente essencial à construção de uma consciência crítica e democrática.
Participar de uma Feira do Livro significa ter tido professores de Língua e Literatura semeando conhecimento em mentes ávidas do mesmo. A existência mesma de uma feira dedicada à escrita é uma homenagem a esses seres ainda não valorizados por muitos agrupamentos humanos, pequenos em si mesmos.
Especialista em Metodologia da Leitura e Produção Textual
Fotos cubanas e libres, até 14 de dezembro
Cuba Libre é a mais recente exposição de Eduardo Dévens, que inaugurou sexta (11) a nova Galeria Mirar, idealizada pela artista plástica Norma Alves no Centro Comercial Zona Norte, e dedicada exclusivamente à arte da fotografia.
A amostra inclui 30 imagens principais, um painel de 30 miniaturas, uma sucessão de mais de trezentas imagens exibidas num televisor e uma fotografia gigante que serve de cartão postal da Galeria (abaixo), junto à qual os visitantes podem ser fotografados.
Em junho passado, passeando por três cidades cubanas (La Habana, Cienfuegos e Trinidad), Eduardo (dir.) registrou centenas de imagens em poucos dias. O exercício de percepção e criatividade foi um desafio para a sensibilidade e a presença de espírito deste médico com vocação artística.
Cada um desses registros impressiona o espectador das mais inesperadas formas: pela rica composição estética, pelo interesse antropológico, pela diversidade interna do país visitado, por semelhanças sugeridas com o Brasil, por efeitos variados de sombra, cor e movimento, e pelos bem-humorados títulos.
Eduardo Dévens é atualmente o curador do Espaço Arte Chico Madrid, na Sociedade Sigmund Freud. Outros de seus trabalhos como fotógrafo estão expostos em anteriores postagens aqui no blogue.
A visitação de Cuba Libre é gratuita, e segue por quatro semanas, de terça a sexta (10-12h e 14-18h) e sábados (9-12h), com venda das fotos em vários tamanhos.
Imagens: E. Dévens (1) e N. Alves (2)
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Pinturas de Carmen Garrez
terça-feira, 15 de novembro de 2011
RBS desativa sítios de notícias locais
Caro leitor: a partir de 1-11-11 este site não será mais atualizado.
Agradecemos sua participação e audiência.
Você pode continuar acompanhando o noticiário pelo clicrbs.
Este aviso (dir.) foi colocado há duas semanas em 9 sítios de notícias hiperlocais da RBS, agora desativados. O projeto em fase experimental começou a ser desmontado aos poucos este ano em Pelotas, que foi onde havia iniciado, em dezembro de 2009.
O blogue Coletiva dos Vales publicou a notícia dia 3, referindo-se somente aos 2 sítios do Vale do Rio Pardo (veja o post). A Revista Coletiva.net se referiu ao projeto em conjunto (leia a nota).
Há dois anos a RBS começou a desenvolver um grande projeto online, em que cada cidade do interior teria uma comunidade virtual de leitores-repórteres, coordenada por um jornalista, com a assessoria de um conselho de colaboradores.
Com a curadoria de Bianca Zanella, Pelotas começou como teste e serviu de apoio para a segunda fase, quando cidades próximas (Canguçu e Camaquã) reproduziram esse modelo de jornalismo web. Após 4 meses foram fechados.
Em 2010 foram designados mais jornalistas para Rio Grande e outras cidades do Estado (Gramado foi a última, em maio de 2011). O projeto expandiu-se a Santa Catarina (primeiro Itajaí, seguiu-se Chapecó, e Criciúma seria a terceira).
No entanto, em janeiro deste ano o sítio pelotense deixou de postar no Facebook, Bianca foi transferida em maio (veja nota) e, no primeiro dia de novembro, o Twitter RBSPelotas e o próprio ClicPelotas deixaram de ser atualizados. A maioria dos outros sítios também foram desativados nessa data: Rio Grande, Livramento, Erechim, Bento Gonçalves, Lajeado, Gramado, Santa Cruz e Uruguaiana (confira cada um clicando nos nomes).
Até este momento, o ClicRBS ainda segue funcionando em Passo Fundo, Santo Ângelo e Santa Rosa, mas todos eles foram retirados do menu principal da RBS. Em Santa Catarina continuam Itajaí e Chapecó.
Um dos planos da RBS era contar com um jornal impresso em Pelotas, que inserisse a cidade em sua grande rede de meios de comunicação. A empresa não revelou seus planos, mas pode-se presumir que o aparente retrocesso se relacione com um futuro avanço de um projeto maior (rede Globo ou multinacional) para desenvolver jornalismo hiperlocal no interior do Brasil.
Se Pelotas não contar com uma rede local unida de jornalismo, os grandes capitais externos que ocupam todos os espaços tirarão proveito de nossa tradicional fragmentação e os veículos pelotenses ainda existentes se verão reduzidos a uma mínima expressão.
POST DATA (25-11-11).
A partir desta terça (22), os sítios de Santo Ângelo e Santa Rosa ficaram desativados e suas notícias ficaram centralizadas no novo ClicRBS Noroeste Missões.
Trio Piano Class
Uma dessas ocasiões especiais será esta quarta (16), quando o casal de músicos formará por primeira vez o trio Piano Class com seu filho Henrique Castilho Machado, em três desempenhos sucessivos. Com somente 6 anos de idade, Henrique tem mostrado inusual talento e interesse para o piano e já se apresentou, como aluno do pai, em pelo menos três recitais da escola, em Pelotas e Rio Grande.
O programa anuncia um concerto de piano com as seguintes partes:
2 Júlio Machado - Infância pianística
3 Fernanda Castilho - Cenas
Quarta 16 de novembro, no Centro Português 1° de Dezembro (Andrade Neves, 2042), com entrada gratuita.
No vídeo, a Fantasia em fá menor para piano a quatro mãos, de Franz Schubert, gravação ao vivo em 22-10-2009, em Rio Grande (RS).
Fernanda Castilho & Júlio Machado: Fantasia em fá menor, de Schubert by pianoclass
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Poema ácido sobre a morte da inocência
Sobre este trabalho, a professora Loiva Hartmann escreveu o seguinte:
A palavra em quaisquer de seus suportes: esse é o insight do talento de Nathanael Anasttacio. Multimidiático, percorre quaisquer desses caminhos com desenvoltura. Seus poemas têm a energia e a indignação do jovem diante de uma sociedade em desestruturação. Ou será que sempre foi uma grande farsa e, hodiernamente, diante de tantos meios de exploração da realidade, a farsa está mais exposta?
A literatura é o reflexo da trajetória de um povo. E o jogo proposto por NAnasttacio, numa linguagem despojada e atrevida, própria dos jovens, desnuda o escrevinhador engajado em sua realidade, com a coragem necessária para a denúncia, mas, com a ternura característica que traduz o talento literário. Convido o prezado leitor a me acompanhar nessa prazerosa leitura.
Despindo-me de tudo que acreditava
Meu psiquiatra fala que é um processo natural
Eu acho de muito mau gosto a piada
A violência com que o viver me pegou
Um toque áspero e um perceber estranho
Uma sensação de medo profundo
Medo de que nada aconteça
Medo de que os culpados sejam os inocentes de ontem
Medo de que tudo que me foi ensinado esteja errado
A beleza do que havia visto um dia ... sumiu
Enterrada sob camadas de leituras sensoriais possíveis
E só agora vejo isto ...
E então percebo que minha pureza não resistiu
Fui me distorcendo de tal forma
Que o que é feio passou a ser belo
E o passar dos entendimentos foi crescendo
Tornando a realidade uma estante vazia
Quem mais não viu ?
Pois todas as testemunhas disseram estar dormindo
Enquanto meus olhos eram rasgados e o mundo vinha invadindo
Ninguém viu ... ouviu ... ou refletiu sobre isso
Sobra para a vítima o silêncio sobre o ocorrido
Se seus olhos não tivessem sido abertos
Como enxergar o que se deixou para trás ?
As malas
A chave na porta
O carro na calçada
Quem era livre ... hoje em dia não é mais isento
E a inocência sinceramente ... era o que dava beleza
A esse caos insano
A violação dos padrões aceitos
Quando se polui as normas e transgride as regras dos modos
Sem nunca desconstruir a regra do tempo
O que nasce ao seu tempo ... tem o tempo de evoluir
E na minha inocência
Só queria mudar o mundo ...
Aquele mundo que só existia
... na minha ignorância
Fotos da web
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Obras de Graça sobre papel
Fotos: E. Dévens
domingo, 6 de novembro de 2011
Releitura de Van Gogh, por Marlene Kerr
São 15 pinturas sobre tela, em técnica mista, que em outubro de 2010 participaram na 23ª Semana de Arte e Cultura, em Rio Grande (veja nota da Prefeitura). Os trabalhos são releituras semiabstratas da obra “Lírios” (imagem inferior), de Vincent Van Gogh (1853-1890), considerada hoje entre as dez pinturas mais caras já vendidas (veja a lista).
Na série “Cor e Vida”, a artista pelotense escolheu detalhes do quadro de Van Gogh e criou uma sequência de novas pinturas, usando também cores alegres e vibrantes, em consonância com o estilo do holandês.
Por outro lado, rompendo a proximidade com a natureza - traço característico do quadro "Lírios" - Marlene introduz inovações como elementos geométricos e combinações de cores mais variadas e complexas. Assim ela declarou à reportagem da UCPel:
— Cada obra é um pequeno recorte das releituras. São algumas formas e composições que misturo à emoção e às cores, gerando uma nova peça. Os quadros foram feitos de acordo com os momentos vividos.
Marlene Kerr é Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes de Pelotas (1956), onde foi aluna de Aldo Locatelli. Em suas obras, utiliza variados materiais e técnicas: tinta acrílica, lápis, colagem de papéis, tecidos, pedacinhos de sabonete e técnica de textura com papel arroz.
É conhecida como artista, professora de artes plásticas e ex-diretora do Centro Municipal de Cultura Inah Emil Martensen (veja nota). Exerceu como professora em escolas públicas e particulares de Rio Grande, sem deixar de dedicar-se à criação e às exposições.
Nos últimos trinta anos, já participou em 5 coletivas (Pelotas, Buenos Aires, Porto Alegre e Los Angeles-EUA) e 5 mostras individuais (Canela 1984, Porto Alegre 1984, Madri 1989, Pelotas 1995 e Rio Grande 2010).
Imagens: F. A. Vidal (1-2)
sábado, 5 de novembro de 2011
Edição de livros em Pelotas
Sobre as editoras e gráficas pelotenses na década de 1920, veja também o artigo de Nádia Miranda Leschko Estudo de mapeamento da indústria gráfica em Pelotas (publicado no 4º Seminário de Memória e Patrimônio, UFPel, 2010).
Carl von Koseritz |
Primeiro, porque das tipografias dos jornais foi que saíram os primeiros livros. É bastante provável que a mais antiga obra editada em Pelotas tenha sido Resumo de História Universal, também o livro de estreia do professor alemão Carl von Koseritz (dir.) [1830-1890; veja biografia segundo a ARL]. Foi impresso em 1856 na tipografia de O Noticiador, o segundo jornal em circulação na cidade (Tipografia Luiz José de Campos).
Antes, em 1852, o prof. Antônio José Domingues mandara imprimir vários poemas na Tipografia Imparcial, de Cândido Augusto de Melo, ou seja, nas oficinas de O Pelotense, o primeiro jornal de Pelotas. Só que, editados em folhas soltas, esses poemas não chegaram a constituir um livro [veja Relação de jornais existentes na Biblioteca Pública Pelotense, de Garcia e Loner, s/d].
Capa original (Livraria Universal, 1910) |
Temos um exemplo disso no final do século: de autoria de Paulo Marques, o folhetim Vênus ou O Dinheiro, veiculado no jornal Onze de Junho entre setembro e novembro de 1881, transformou-se em livro em 1885, editado sob a chancela da Biblioteca Pública Pelotense.
E sabe-se que duas das principais obras do maior escritor pelotense, João Simões Lopes Neto – Contos Gauchescos e Casos do Romualdo –, antes de assumirem o formato de livro foram publicadas na imprensa: respectivamente, no Diário Popular e no Correio Mercantil.
No ramo específico da indústria editorial, duas empresas dominaram o mercado pelotense - e praticamente o mercado rio-grandense - no último quartel do século XIX:
- a Livraria Americana: de propriedade de Carlos Pinto & Cia., foi fundada em 1875, estabelecendo filiais em Porto Alegre (1879) e Rio Grande (1885); e
- a Livraria Universal: de propriedade de Echenique & Cia., foi fundada em 1887, expandindo igualmente seus negócios até Rio Grande e Porto Alegre.
Foi a Universal [dir.; esquina da Sete de Setembro com Quinze de Novembro] que lançou as primeiras edições [em livro] do Cancioneiro Guasca, dos Contos Gauchescos e das Lendas do Sul, do citado Simões Lopes Neto (Casos do Romualdo só seria editado postumamente, pela Globo, de Porto Alegre).
Substituindo a Americana e a Universal, ainda na primeira metade do século XX, as principais livrarias de Pelotas passaram a ser a Livraria do Globo (filial da de Porto Alegre, então uma das maiores casas editoriais do Brasil) e a Livraria Mundial, fundada em 2 de agosto de 1935 e ainda em atividade.
Livraria Universal nos anos 20. A esquina da Quinze com Sete ainda é famosa, mas pelo café e pelos doces. |
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
O autorretrato de Kleiton e Kledir
O álbum Autorretrato (2009) é um documentário musical (veja ficha técnica) com 13 canções recentes de Kleiton e Kledir Ramil. O estilo é o tradicional da dupla: romântico, regionalista, bem-humorado, simples para cantar, dançar e memorizar (veja uma crítica).
Na música Autorretrato, os irmãos definem uma amizade espiritual: descrevem-se a si mesmos e mostram como é bom ser tão diferentes um do outro, como dois mundos que dialogam em apoio mútuo permanente. Cinquentões assumidos, eles não escondem que são da época dos carros DKW e das motonetas Lambretta. A dupla está em turnê nacional com as músicas deste álbum, e na próxima quarta (9) apresenta-se no Teatro Guarani.
11 anos do Corredor Arte
No Fotojornalismo a fotografia costuma representar o que está escrito, como uma extensão da notícia, e também pode contar a história sozinha, deixando o texto como um simples complemento.
As 12 imagens escolhidas para esta exposição homenageiam essa capacidade artística do fotojornalista, que deve ter um acentuado sentido para perceber as composições visuais, os detalhes em relação ao conjunto e a importância do momento presenciado.
Esses talentos praticados cotidianamente no jornalismo são também uma contribuição à saúde, quando ajudam a abrir os olhos e a alma de quem sofre ou está com os sentimentos à flor da pele.
Quem passa pelos corredores de um hospital pode beneficiar-se da renovação de cores e formas, na medida em que se abre à vida e à esperança. Aqui se misturam, por exemplo, a ansiedade da mãe que espera dar à luz com a alegria de outra que leva o seu bebê para casa.
As pessoas que aqui se tratam e se recuperam são convidadas pelo Corredor Arte a deter-se um momento, meditar, comentar, encontrar-se, apoiar-se. Como uma paisagem de sentimentos silenciosos, as imagens facilitam a calma interna daqueles que se dispõem a buscar uma saída para seguir vivendo.
O que era uma simples passagem transformou-se num espaço de encontro, tanto para os pacientes e seus familiares, como para os funcionários do Hospital-Escola da FAU-UFPel.
Imagens: Completa Comunicação