Casa Brasileira é uma série sobre arquitetura ao modo brasileiro, transmitida pelo canal GNT aos domingos às 23h (e em 4 reprises). Cada edição entrevista um arquiteto e mostra como suas ideias são aplicadas numa obra – a casa – mediante o depoimento do seu cliente – o dono da casa. Como complemento, descreve também o bairro e a cidade em que se encontra a casa visitada. Atualmente na quarta temporada, o programa é dirigido por
Alberto Renault para a produtora audiovisual Hungry Man Rio.
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Vista para o Arroio Pelotas, da antiga Charqueada Santa Rita |
O episódio de hoje (6-10) mostra o trabalho da
designer de interiores Rosa May Sampaio, contextualizado em sua estância no município do Capão do Leão, que foi distrito de Pelotas até 1982 (v.
trecho do programa). Esta edição do programa introduz uma fase de visitas ao Rio Grande do Sul e apresenta a entrevistada decorando sua própria estância, com depoimento da filha famosa Guilhermina Guinle. A família é carioca, há pelo menos 90 anos, e a casa é pelotense há uns 160.
Para falar da cidade como cenário da criação artística e arquitetônica, a produção incluiu a antiga charqueada Santa Rita, casarões do centro da cidade e um testemunho do músico Vítor Ramil. As filmagens foram feitas em Pelotas em junho passado.
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Rosa May Sampaio |
O conteúdo deste episódio é interessante para quem conhece Pelotas somente por fotografias, pois aqui está a oportunidade de ver o interior dos casarios e como moram seus habitantes. Também é de interesse para os pelotenses, pois até hoje não havia sido feita uma entrevista com esta família de ricos e famosos sobre como eles vivem e como decoram suas casas.
Rosa May de Oliveira Sampaio (v. detalhes no portal
GeneaMinas) é formada em Letras pela PUC-RJ, em História da Arte pela École du Louvre, e em Arquitetura de Interiores pela ESPADE (v.
perfil). Sua mãe é a fazendeira pelotense Antônia Berchon des Essarts Carvalho, conhecida como Antoninha Sampaio, hoje com 94 anos (v.
nota sobre seu trabalho). As outras filhas são Maria Rita e Anna Luiza, também nascidas no Rio de Janeiro.
Esta rama dos Sampaio é conhecida da população pelotense mediante notícias de TV e colunas sociais, principalmente, pois não moram nesta cidade tão afastada do centro do país, e vêm mais a passeio e para visitar a avó, Dona Antônia. A atriz Guilhermina Guinle nasceu na classe alta carioca, com ascendência francesa pelo pai (v.
Família Guinle) e pela avó (Berchon des Essarts) e inglesa pelo avô (Goodwin).
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Aconchego e tradição na sala de jantar da estância de Rosa May Sampaio |
Fotos: Estadão e GNT
4 comentários:
Parabéns pelo trabalho! Realmente, esta é a tradição que deve ser admirada, conhecida e preservada. Nossos jovens devem conhecer de perto a literatura dessa tradição, a fim de ter noção da grandeza que é o alicerce desta região. Construido com trabalho, qualidade e mantendo a tradição.
Assisti no canal GNT, o documentário Casas Brasileiras, com precioso detalhamento e entrevista com as atuais herdeiras. Ver Antoninha, Rosa May, e Guilhermina, sucessão feminina da família, e que não só preservam como vivem o dia a dia familiar da estância quando estão em Pelotas (Capão do Leão). Muito linda as casas, a paisagem movediça do belíssimo gado pastando, a peonada, a paisagem extraordinária. Revigorante e delicioso!
Sugiro acrescentar à reportagem, o vídeo. Certamente será muito assistido. Meu abraço
Prof.ª Loiva Hartmann
Esta é parte da tradição europeia dos mais ricos, atualmente o jet set pelotense. Foi o que a Globo destacou nesta ocasião, introduzindo uma fase de visitas ao Rio Grande do Sul (cada novo programa sai domingo às 23h). "Casa Brasileira" mostra o trabalho de arquitetos nacionais, e secundariamente o entorno das casas e dos criadores. Pelotas foi a porta de entrada desta temporada.
Lamentavelmente a Globo não deixa na internet os programas (meia hora cada um), mas pode ser visto o vídeo de divulgação (link "trecho do programa", no segundo parágrafo do texto).
Reitero meu encantamento pelas coisas do Sul, tão singela e belamente descritas por Rosa May e Guilhermina.
João Simões Lopes Neto ateve-se à linguagem da peonada, sua vida rústica e imaginário fecundo. Mas, ao elaborar Artinha de leitura, cartilha para ensino da escrita e da leitura e apresentá-la ao Conselho Estadual de Instruçâo Pública, ligado à Secretaria do Interior do RS. A cartilha destinava-se às escolas urbanas e rurais do RS!
Depois de vários passos, a resposta no então diário oficial: ... "não podendo o Estado impor a ortografia seguida pelo autor, deve ser reparado o trabalho por estar em desacordo com o regulamento e não obedecer ao critério do ensino. (...) Data: 25.07.1908. Trecho retirado da obra de L.A. Fisher, 2013. Isso
Há várias outras criações de Simões, como a coleção Brasiliana, de postais, altíssimo nível, o que denota sua excelente condição social. Ambos os extremos fazem parte da paisagem social do Sul.
Sugestão: de Borges de Medeiros para cá, em vez de abobrinhas universitárias, que tal pesquisas sobre os excelentes projetos elaborados através do tempo e não aproveitados pelo Estado do RS? Pelo Brasil? O que está por trás, sempre, é não haver vontade política e esclarecimento suficiente, necessário, de quem está em postos de comando.Conheci Simões Lopes estudando João Guimarães Rosa. Não o conheci como tradicionalista, mas como um dos bons escritores brasileiros.
Guimarães Rosa, perguntado sobre quais seriam os dez melhores escritores brasileiros, citou apenas sete: dentre estes, Simões Lopes. Esse foi meu caminho para esse admirável patriota, cidadão brasileiro de escol, que, como tantas outras grandes inteligências, não tinha talento empresarial, digamos assim.
Mesmo esse pequeno trecho do vídeo de Casa Brasileira, me remeteu ao caro Simões. Patrícios, leiam, conheçam, alimentem-se do que temos de melhor: as coisas do Sul!
Da elite ao trabalhador, da cidade ao campo, tudo caprichadamente iluninado pelo Cruceiro do Sul!
Prof.ª Loiva Hartmann
O programa é muito bem feito e cuidadoso nas imagens/montagem/textos. Rever o céu azul do sul, tão peculiar, beijando a vegetação típica da minha infância e memórias foi o que me mais valeu.
ANASTTACIO N.
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