domingo, 31 de janeiro de 2010
A Imaggem morreu junto com Eric Rohmer
O ponto em rua movimentada (General Neto 639) era há tempos do mesmo dono, um professor aposentado do CEFET; esteve em outras mãos uns anos, também sem muito sucesso, e o proprietário havia decidido retomar o negócio. Ele vinha ampliando o acervo e optando pelos filmes mais seletos, aqueles que nas grandes locadoras só merecem um cantinho, junto com os documentários. Também havia títulos comerciais, musicais, infantis e até pornôs (numa pasta preta), mas a lei da selva foi mais forte.
O material passou agora, em grande parte, à Veja, a maior videolocadora de Pelotas (Gonçalves Chaves 1145 e General Osório 1288). No local, ficará uma vendedora de aquários (metáfora dos televisores).
Assim como os cinemas se ressentem com o aluguel caseiro de filmes, as locadoras em crise atribuem o mau negócio aos canais de satélite e cabo, à internet e à venda de DVDs (legal ou pirata).
O problema não ocorre somente no interior, onde já não existem salas de cinema. Até nas grandes cidades a locação de filmes evolui e se recicla. O próprio nome "videolocadora" já é coisa do passado, pois os vídeos (VHS - Video Home System) já desapareceram da maioria das locadoras (o que ninguém lamenta). Em Pelotas, ainda há alguns antigos em bom estado na Hobby Vídeo (Andrade Neves 2353).
Mas as pessoas ainda veem filmes e ainda é possível cativar clientes - com muita imaginação e talento comercial. O mais óbvio seria ampliar-se como videoclube, que é o princípio básico das locadoras. A maioria baixa os preços, mas ninguém pensa em exibir filmes grátis, servir pipoca e café na locadora, instalar jogos e internet, ou promover seminários e debates sobre cinema. Os comerciantes não são intelectuais. Quem vê caixa não vê poesia.
Talvez ao dono da Imaggem - um entusiasta do cinema mais do que um negociante - pudesse atribuir-se o traço contraposto: intelectuais não são comerciantes. Quem vê o coração, não lhe quer pôr um valor econômico.
Joari Reis, crítico de cinema (de pé, à esq.), foi o único que noticiou o fechamento da Imaggem, na sua coluna de domingo 17 de janeiro (leia).
Nos mesmos dias, o cineasta francês Eric Rohmer (abaixo à dir.) morria aos 89 anos de idade (veja notícia). A pronúncia em francês (ambas oxítonas): errík romér. Vários de seus filmes estavam disponíveis nesta locadora; por exemplo, "Conto de Verão (acima) e "O joelho de Claire" (abaixo à esq.).
Na cena inicial (vídeo abaixo) de "A colecionadora", os pés da protagonista "conversam" com a água, até que ela pára, intrigada, deixando o mar falando sozinho, para ouvir o distante ruído de um avião (anúncio indireto do segundo personagem do filme). Podemos ver também como o diretor se delicia com a anatomia da moça (atriz Haydée Politoff), nua e fragmentada como a personagem, e com as cores vivas de cada detalhe, fator importante pois La Collectionneuse (1967) é o primeiro filme em cores de Rohmer (veja crítica em inglês).
Se bem os dois fatos (na França e em Pelotas) não tenham tido influência mútua, a relação foi sugerida pelo professor Joari. A partir do dia 11, Rohmer viveria somente mediante suas obras, e elas não seriam mais vistas na Imaggem, pois também havia deixado de existir... Dois fins-da-linha para o cineasta; duas perdas para os cinéfilos pelotenses.
A irreparabilidade das falhas é uma ideia melancólica que alguns cinéfilos cultivam, desde que a decadência dos cinemas (as grandes salas; não o cinema como arte ou como indústria) nos impede ver os melhores filmes em tela gigante.
Mas com pensamentos lamentosos e saudosistas (variedade do sentimento de culpa), seguiremos asfixiando nosso prazer em ver filmes e nossa capacidade de gerar novas imagens.
Deixemos melhor legado às próximas gerações. Uma imagem morreu, mas surgirão muitas outras.
Imagens da web (3, 5-6), F. A. Vidal (1-2) e Roger-Picasa (4)
sábado, 30 de janeiro de 2010
Tarde úmida de um verão ambíguo
A sexta-feira não convencia um casal de turistas nacionais de estarem num dia de verão, enquanto os pelotenses sabiam que, pelo menos, não se tratava do inverno, época bem mais fria. A Praça Osório ficou vazia como de costume em dias de chuva; é o sol que atrai o público diurno, e o ar cálido que traz o noturno.
Além do peculiar estado de umidade, os reflexos na água contrastavam com uma difusa luminosidade no céu, normal para um pôr-do-sol mas estranha para um entardecer chuvoso. O azul não era do típico céu sem nuvens, mas de uma nebulosidade tão alta que refletia algo dos últimos raios do dia.
Foram esses raios que formaram um notório arco-íris ao leste, visível por alguns minutos até que a noite finalmente se impôs.
A curva luminosa natural fez uma bela composição com o edifício Everest (abaixo).
Da parte alta da Barão de Butuí (dir.) uma curiosa formação de nuvens - com uma forma de disco voador no meio - era a base branca do feixe de cores. Um espetáculo sem muitos espectadores naquele momento.
Fotos de F. A. Vidal
Cláudia Braunstein solta a voz
O grupo tem bom entrosamento e permite que cada um se expresse com liberdade para brilhar em cada instrumento, na combinação piano-baixo-bateria, tão típica do jazz. Neste caso, o repertório é totalmente brasileiro (e bem heterogêneo), o que ajuda na interação com o público.
Neste trio, Cláudia tem dois instrumentos: o teclado e a voz. Como professora e produtora musical, ela própria vinha, há muitos anos, promovendo a expressão emocional nas pessoas com quem trabalhava, sendo nos shows a acompanhante de solistas ou coros.
Há um ano decidiu dar o exemplo, assumindo sozinha o microfone. Hoje se vê como ela treina para, pouco a pouco, dominar a cena com voz e gestos, e afastar-se do teclado. À luz de seus talentos e seus estudos, a transição será desde uma pianista que canta a uma cantora que toca.
Nesta ocasião, Renato Popó foi substituído por Natanael na bateria (esq.), enquanto Vezo no baixo (dir.) deu o apoio harmônico - e às vezes melódico.
Os três confirmaram mais uma vez sua capacidade para entusiasmar o público mostrando que desfrutam do que fazem.
Fotos de F. A. Vidal
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Performance questiona a liberdade e a dignidade
Em 2009, ela representou um aspecto do conto de Simões Lopes Neto "Os cabelos da china" (veja a nota), como parte de uma exposição que resgatou trabalhos de um concurso artístico realizado em 2008. Os artistas plásticos realizam este tipo de atuações que jogam com o concreto e o simbólico, mas fico em dúvida se este gênero não deveria considerar-se parte das artes teatrais ou cênicas.
Ana utiliza seu próprio corpo como material para representar o uso e abuso que a mulher sofre na sociedade. O estímulo à reflexão - mais uma ação social do que uma obra artística em si - pode ampliar-se para a dor que todo ser humano sente na opressão e perda da liberdade, seja como indivíduo ou como grupo social.
Ao inaugurar-se a primeira grande exposição na Cotada, em outubro, ela mostrou graficamente outro aspecto desse sofrimento psíquico e moral oculto à consciência pública (ou consentido por todos, por motivos que passam ao debate).
Encadeou-se a si mesma no chão do último andar, num espaço aparentemente desenhado para esse fim, e ali permaneceu por vários minutos, à vista de todos, impossibilitada de libertar-se e de comunicar-se. O trabalho se chamou "Chave Mestra".
A provocação serve para debater sobre o uso social do corpo, sobre a opressão da alma e a escravidão humana, sobre a vitimização dos doentes e dos loucos, sobre a perda da vontade, dos desejos e da dignidade humana.
Foto: Guitavares (Flickr)
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Arranjos fotográficos de Kelly Wendt
Alguns pelotenses deixam suas casas em abandono por anos, antes de demoli-las. Ficam as fachadas de pé, e as portas são tapadas com tijolos e cimento, para assegurar à propriedade um prolongamento no tempo, e sinalizar, paradoxalmente, que ali não há casa alguma.
A maior destas vítimas foi o casarão Duarte, vizinho ao castelo Simões Lopes, liquidado pelos vizinhos do bairro, após 80 anos de existência (veja a nota).
Neste espaço, o saguão da Prefeitura, as vitrines de Kelly Wendt se assemelhavam a aquários vazios, atraindo a vista pelos brilhos e reflexos (dir.).
Este formato quadrangular permitia também associar a imagem com os quarteirões da cidade, onde essas casas mortas habitam seu limbo. Por outro lado, podiam comparar-se a brilhantes ataúdes a contrastar com a escuridão fotografada.
A transparência do suporte deixou deste modo as fachadas totalmente nuas, como no dia-a-dia nem sempre nos damos conta. Na Félix da Cunha ainda hoje há uma fachada em bom estado de conservação, que tapa um grande estacionamento (veja a nota).
Os vasos e bancos, e até o assoalho do saguão pareciam integrar-se visualmente ao conjunto (esq.); afinal, os donos de casa não precisavam ser convidados.
Outra metáfora visual ocorreu na contraposição com o balcão de atendimento ao público (dir.). A semelhança das formas parecia dizer algo indiretamente, a ser interpretado com reflexão e calma.
A artista não esqueceu que o fundo dos "aquários" também faria jogo de reflexos com as luzes e imagens externas, suscitando mais associações e simbolismos (abaixo).
Em crítica sobre esta exposição (leia), Paulo Gomes observa que a fotógrafa é uma flâneuse (observadora poética) e seu ateliê são as ruas da cidade, onde ela se vale de técnicas modernas para registrar corpos aleijados, cegos e mudos, testemunhas de um passado que se esvai em vagas lembranças.
Fotos de K. Wendt (1) e F. A. Vidal (2-5)
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Memorial revisa a "Arte no Sete"
A inauguração ocorreu em 1º de dezembro passado, recordando mais um aniversário do Sete de Abril, fundado em 2 de dezembro de 1833, um dos mais antigos no Brasil ainda em funcionamento.
O Sete ao Entardecer abre espaço a talentos musicais, novos ou consolidados, em apresentações semanais de março a novembro. Os músicos e grupos podem candidatar-se, mas o Teatro também convida alguns artistas, para fazer uma lista o mais heterogênea possível.
É o projeto mais antigo, iniciado há uma década com o nome de "Música ao Entardecer". Toda terça-feira às 18h30min, o público sabe que poderá ouvir diversos tipos de música, durante uns 45 minutos.
O Cena Literária são apresentações mensais, no foyer do Teatro, de esquetes teatrais que facilitam a interação entre artistas e plateia.
Com dois anos de vida, o projeto Sete Imagens - também mensal, mas na sala principal do teatro - mostra sete filmes de curta-metragem produzidos no Estado, promovendo debates entre os criadores e o público.
O primeiro ano começou bem, com curtas pelotenses, mas ampliou-se em 2009 a autores de outras cidades gaúchas, o que trouxe problemas para trazer os artistas aos debates. O maior sucesso destes encontros foi com o filme Estacionamento (veja o filme), da produtora Moviola, em julho de 2008 (veja nota sobre o evento).
Imagens da web
Terezinha Futebol Clube, 66 anos
A ideia fixa era formar um time de futebol que congregasse os jovens negros da comunidade, já que o time existente não permitia a participação de pessoas “de cor”.
Walter Silveira (dir.) estava lá, faz 66 anos, e hoje ainda é membro do conselho do Clube. Ele relembra com emoção aqueles momentos, especialmente o amigo Manoel Gomes, que foi fundador, sócio e zelador do Terezinha. Diz o seu Walter:
"A paixão do Manoel era o Terezinha Futebol Clube. A maioria daqueles que amavam o clube não estão mais entre nós, como o massagista Jaime Motta, o cabo Jorge Siqueira e o Neife Bolônia".
O Terezinha Futebol Clube inicialmente teria as cores do manto da padroeira do bairro e da agremiação: branco e marrom. Contudo, devido à escassez de recursos, as camisetas apenas brancas receberam uma fita marrom para homenagear a Santa Terezinha.
O Terezinha vencia campeonatos e era o orgulho da comunidade negra da Zona Norte. Mas, além de ser um time de futebol, o TFC era uma sociedade de negros, onde as famílias confraternizavam e fortaleciam sua identidade racial, numa época em que o racismo era lei em Pelotas.
Na Santa Terezinha, o Grêmio Esportivo Sul Brasil representava a comunidade branca. E o maior empenho do Terezinha Futebol Clube era disputar com o Sul Brasil e vencê-lo. Subconscientemente, a vitória era sobre o preconceito e o prêmio, a valorização étnica.
Fotos de Josiane Maciel (1; 3; 4)
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Falta de boas imagens turísticas
Realmente o pelotense não estima sua cidade o suficiente para cuidá-la e, menos ainda, para transformá-la em ponto turístico a ser visitado todo o ano. Nosso grande acontecimento é a Fenadoce, em junho; outros eventos (agrícolas e literários) geram interesse regional. As praias e alguns roteiros atraem turistas, mas deles não temos muita consciência.
Nossa agenda artística é movimentada mas não tem coordenação. Os pelotenses pouco vão aos concertos musicais, às galerias de arte e aos pontos turísticos. Por isso eles fecham nas férias e os turistas não podem também visitá-los.
Por outro lado, os sítios de internet que dispõem dados sobre pontos turísticos de Pelotas apresentam imagens pequenas demais para motivar um possível turista: Secretaria de Turismo, Hotel Jacques Georges, Curi Palace Hotel.
As maiores fotos estão na galeria da UFPel e do Pelotas Convention.
O blogue Conheça Pelotas também tem fotos grandes, mas não muito numerosas (20 postagens em 12 meses).
O Amigos de Pelotas destaca habitualmente as ações do Tholl e as boas imagens do Laranjal (última foto abaixo), sem deixar de protestar pelos problemas.
Um especialista em turismo denunciou o problema, seu artigo foi publicado em dois meios de comunicação (Pelotense, conheça Pelotas!), mas não teve repercussão.
Por seu lado, um jovem italiano apaixonado por Pelotas pede que cuidemos nossa cidade e promovamos mais a aproximação com os visitantes (leia nota).
Se já não conhecemos nossa cidade o bastante para que os turistas se entusiasmem, reclamamos bastante de nós mesmos e descuidamos da higiene, da conservação e da divulgação.
Já que o leitor fez a denúncia, é uma pena reconhecer hoje que os turistas que chegam por aqui ainda ficam insatisfeitos com os serviços e o atendimento. Alguns prédios estão em ruínas, sejam casarões antigos ou shoppings abandonados. O centro comercial da cidade se encontra atrasado uns 40 anos em relação a outras cidades do Estado. Teatros, clubes, hospitais, escolas e igrejas não estão abertos à visitação permanente.
A Biblioteca Pública (foto acima) tem bom atendimento, mas faz poucos eventos. Restam os museus e galerias de arte, mas raramente contam com mediadores e guias.
Somente enfrentando esta realidade é que poderemos entendê-la e melhorá-la, na medida de nossa vontade.
Imagens: PPT anônimo (1-2), F. A. Vidal (3) e Laureano Bittencourt (4)
domingo, 24 de janeiro de 2010
Visão parcial de nossos edifícios e nossa história
Nesta imagem (clique nela para ampliar), os edifícios mais notórios são dois: à direita, a Catedral do Redentor, do século XIX, ponto turístico que nos orgulha, e à esquerda um que nos envergonha, shopping em ruínas nunca terminado, a maior bugiganga do mundo (veja foto).
Bem pequeninho no extremo esquerdo, o Hotel Manta, erigido nos anos 50. O volume amarelo, à direita do relógio do Mercado, é o Paço Municipal, construído no século XIX para a Câmara, quando sob o Império não havia "prefeitos" e o chefe do Executivo era o mesmo do Legislativo.
Um pouco atrás, em azul, o edifício da Associação Comercial, onde se encontra o Café Aquários desde a década de 1950 - e houve um cinema até os anos 20, o Ponto Chic. O Grande Hotel, visto por trás, também substituiu um cinema na mesma década, o Polytheama.
Nossa cidade pode não parecer muito sorridente ou produzida (para os tempos de hoje), mas tem alguns "cartões postais" e muitas histórias que contar.
Foto: F. A. Vidal (dezembro 2009)
sábado, 23 de janeiro de 2010
Diretoria 2010 do Conselho de Cultura
A nova executiva precisará do firme apoio da comunidade pelotense e muito jogo de cintura para fazer funcionar a lei de apoio cultural, redigida na prefeitura e recém aprovada pela Câmara de Vereadores. Segundo Henrique Pires, um dos poucos que já leu o documento, seria criada uma comissão de especialistas - paralela ao Conselho - para avaliar os projetos culturais apresentados, e esta lei parece complicar a interação entre os avaliadores, os conselheiros, os artistas e os produtores. Daí a necessidade de mais astúcia do que paixão nesta longa luta pela cultura.
Imagens da web
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Jovem italiano cultiva amor por Pelotas
O sentimento tão aberto e profundo deste rapaz radica no temperamento latino e numa específica paixão por uma garota pelotense, pela qual ele nutre amor platônico. Sem deixar de pensar nela, como ele mesmo diz, com o tempo a cidade também foi entrando em seu coração. Hoje ele é um apaixonado e comprometido fã de Pelotas.
Aprendeu português escutando música brasileira e tentando se comunicar com a garota e sua família. Como os idiomas são parecidos, ele se faz entender muito bem, e mesmo por escrito pode-se ouvir, nas palavras dele, aquele tom musical e carinhoso, tão característico do italiano. Permito-me transcrever sua opinião ao mesmo tempo crítica e amorosa sobre nossa cidade (ele assina com seu nome, mas pediu não divulgá-lo pois seus gestos são gratuitos e não buscam elogio ou retribuição).
Pelotas è uma cidade linda, mas pouco valorizada de seus cidadãos. Alguma gente nao tem rispeito dela, sujada da seus mesmos cidadãos (não todos). Mas isso è um mal bem comun em muitos lugares do mundo, Italia tambem.
E' dificil encontrar noticias turisticas bem feitas quando se chega na cidade, e bem dificil em ingles. Se è serio, e nao soamente propaganda politica, por Pelotas de se candidatar como polo turistico para a copa 2014, muitas coisas se necesida fazer.
Eu nao ganho nada com a pagina sobre Pelotas, meu amor è verdadeiro e de graça por Pelotas e certo eu vou voltar pra là, porque fica no meu coracao.
Y.
O amigo italiano convida a todos a entrar nessas páginas e a deixar comentários de apoio, para que pelotenses e visitantes conheçam as belezas de Pelotas, ajudando a cuidar de seu espaço e sua cultura com amor e respeito. Se entendermos seu espírito, saberemos construir algo melhor, num lugar que nem todos aprendemos a amar: tratando as pessoas com gentileza, deixando os lugares limpos, dispondo informação em inglês, organizando eventos e abrindo espaços turísticos. Atrás deste grito de amor, ouvem-se aqui vozes de dura crítica contra Pelotas, que só distraem do essencial e não conseguem gerar mudanças.
O vídeo abaixo é uma de suas canções preferidas (mais uma sutil declaração de amor, "Te amo e ponto final"), cantado pelo rapeiro Jovanotti, com músicos italianos e os arranjos do brasiliano Sérgio Mendes.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
400 postagens, as mais comentadas
- o leitor pode votar mais de uma vez na mesma opção (se for em acessos consecutivos),
- pode votar em várias opções (no mesmo acesso de página) e
- pode apagar seu voto se clicar duas vezes na mesma opção (por esse motivo, algumas podem estar agora com menos pontos).
- Poetisa escolheu Pelotas para viver (14 votos), sobre Beatriz Araujo (dir.)
- Mulheres de Carmen Araújo (10 votos) - Estava em 1º lugar, em agosto passado (imagem acima).
- Cultive Ler, locadora de livros (7 votos), sobre a atividade de Manoel Soares Magalhães (abaixo).
Imagens de F. A. Vidal
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Jardim de Recortes: reciclagem de Madu
Foi um processo lúdico de resgate e reciclagem do meu processo criativo.
Se não der certo, posso colocar fora e refazer.
Este ano tive que produzir muito, mas para os outros. Agora senti necessidade de expor o que eu produzia para mim.
Imagens: Corredor Arte
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Única esquina do mundo sem vértice
Trata-se de um ponto de vendas da "Esquina da sorte", bem no meio da quadra entre Santa Tecla e Saldanha Marinho (veja o post). O pequeno espaço comporta um brechó de roupas - parecido aos do camelódromo que está justamente defronte - e funciona também como lotérica.
Quem observar com cuidado o mapa urbano de Pelotas encontrará o curioso paradoxo de que essa "esquina" está no lugar certo: bem nesse ponto, a Lobo da Costa deveria cruzar com a Santos Dumont, se esta se prolongasse ao sul da Praça Cipriano Barcelos.
De fato, a Santos Dumont começa na João Manoel e se interrompe na Uruguai. Reaparece aqui, de modo fictício, como se bordeasse o lado oeste da praça - a mesma que o povo conhece como Praça do Pavão ou dos Enforcados - e continua a partir da Marechal Floriano até entroncar com a Fernando Osório.
Dois anos depois, a simbólica esquina - entre duas garagens (esq.) - ainda não teve a sorte de ser dobrada, mas não perde a esperança. Aos poucos, nossas ruas serão recuperadas e a cidade perderá estas simpáticas contradições.
Fotos de Rubens Filho (1) e F.A. Vidal (2)
domingo, 17 de janeiro de 2010
Recital de graduação de Washington Rodrigues
Em 2007, obteve o 3º lugar em sua categoria no concurso nacional Orestes Farinello, em Anápolis (GO), e em 2008 foi premiado duas vezes num concurso em Osasco (SP): primeiro lugar em seu grupo e melhor intérprete de música brasileira.
Com perseverante esforço, Washington foi progredindo notoriamente, sob a orientação do professor Dr. Marcelo Cazarré. Mesmo dominando repertório clássico e romântico (com destaque ao Schubert mais livre dos Improvisos), seu espaço natural é a música brasileira, mostrando toda sua energia física - aliada ao temperamento sensível - nas "Manchas" do gaúcho Luiz Cosme.
Apesar de que o curso forma solistas, alguns pianistas atuam muito bem como acompanhadores. É o caso de Washington, que expressa um especial entusiasmo no papel secundário, mostrando em primeira importância o sentido da música, em apoio à expressão de um trecho coral spiritual ou de um solo das cantoras Raquel Pereira, Teresa Ferlauto e Luthiene Bittencourt.
Na formatura, os músicos devem cumprir repertório, mas podem evidenciar suas preferências; o conjunto do recital mostra o que o graduando sabe fazer nesse ponto da formação e configura as linhas futuras de sua carreira.
Foi o que se vislumbrou no programa desta noite: Sonata nº 15 em Ré, 4 movimentos ("Pastoral") de Beethoven, Prelúdio e Fuga XXIV de Bach, Improviso opus 90 nº 4 de Schubert, Seis Prelúdios de Francisco Mignone, Valsa do Fausto de Gounod, de Franz Liszt. Mesmo com uma boa capacidade de rendimento nos autores europeus, o pianista mostrou uma especial segurança nos trechos brasileiros, denotando seu perfil artístico. Em agradecimento aos entusiastas aplausos, Washington acrescentou a "Dança Ritual" de Joaquín Turina e um apaixonado "Como é grande o meu amor por você", cantado pelo tenor João Ferreira Filho.
Na falta de vídeos que ilustrem o desempenho do pianista, ouçamos um dos trechos escolhidos para este recital: o segundo movimento da Sonata "Pastoral", na interpretação do austríaco Friedrich Gulda (1930-2000).
Fotos: Divulgação UFPel (1) e F. A. Vidal (2-3)
sábado, 16 de janeiro de 2010
Poesias de Manoel Magalhães
Experimente esta outra:
A vida só existe porque o beijo tem gosto de morango.
POST DATA
8-11-14
Confira A vida só existe porque o beijo tem gosto de morango.
O olho da Cotada
Pintura em parede, de Matheus Lanzetta (2009) |
Se esse prédio tivesse um olho, ele seria assim:
Foto de F. A. Vidal
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Violonista Gahuer Carrasco
O vídeo acima pertence ao primeiro DVD de Gahuer, Pasión y Romance, gravado no Teatro Guarani em maio de 2008. O acompanhamento no cajón, de Lyber Bermúdez, é uma exclusividade desta apresentação, não repetida em outros shows de Gahuer. Compare a versão de John Williams, em solo de violão. Ouça também o texto original para piano na interpretação do espanhol Luis Fernando Pérez (abaixo).
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Conselho do Pelotas Mais
Seguindo a segunda fase do projeto, 28 pessoas foram chamadas para ser a cara visível da comunidade de leitores-repórteres que alimentam o portal; dos 22 que chegaram ontem, somente quatro são mulheres.
Alguns já têm blogues próprios ou alguma experiência com jornalismo, oscilando entre os 20 e 50 anos de idade. Todos assinaram um contrato de colaboração, onde consta que não haverá remuneração nem vínculo de trabalho; os textos e fotos deverão ser inéditos e exclusivos do Pelotas Mais, mas poderão ser citados em outros sítios, posteriormente.
O grupo produzirá matérias mais qualificadas, ao conhecer as regras básicas do projeto, e os demais leitores seguirão colaborando como até agora (cada dia chega uma centena de colaborações, e nem todas cumprem requisitos de redação). Com repórteres mais conscientes e ativos, as matérias irão melhorando e poderão eventualmente ser usadas em outros meios, como a TV e o jornal Zero Hora.
Rosane Tremea (esq.), coordenadora de sítios hiperlocais da RBS, diz que em Porto Alegre os homens são minoria nos conselhos de bairros. A jornalista, que veio para supervisionar esta experiência inédita no interior do Estado, explicou os objetivos do projeto: fazer que a comunidade se aproprie deste instrumento mediante o compartilhamento de informações sobre a vida da cidade.
Bianca Zanella Ribeiro (dir.), coordenadora e responsável pela publicação de conteúdos, também motivou os colaboradores a melhorar o funcionamento do portal; quando buscar notícias, o repórter poderá e deverá identificar-se como representante do Pelotas Mais. O fotógrafo Nauro Jr., da Zero Hora, não se limitou a registrar o encontro em dezenas de imagens, mas também transmitiu com palavras seu entusiasmo com os progressos desta iniciativa.
Dia 14 de dezembro, o novo veículo foi anunciado ante representantes da sociedade pelotense, reunidos no mesmo salão (leia notícia da RBS, e nota neste blogue).
Minutos após as 18h, João Paulo Célia, gerente executivo, deu a palavra ao gerente de produto, Marcelo Rech, que explicou os objetivos do projeto, centrados em dar notícias da cidade e seus bairros, feitas pelos leitores. A filosofia é mais de colaboração do que de competição (apesar de que já existem projetos pelotenses parecidos, como o Diário Popular e o Amigos de Pelotas, portais jornalísticos locais e interativos).
Na mesma reunião, Marta Gleich, diretora de internet da empresa, descreveu o Pelotas Mais e as funções de sua "curadora de conteúdo", Bianca Zanella. Outro pelotense que trabalha na RBS, Eduardo Loréa, falou do blogue Desgarrados de Satolep, fundado por ele para enriquecer este sítio local, com jornalistas que moram fora daqui e sentem saudades da terrinha e dos tempos passados. Na foto (acima à esq.), Marcelo, Eduardo, Marta e Bianca.
Naquela noite, também Nauro Jr. testemunhou sua participação no projeto, em nota no seu blogue Retratos da Vida (v. dia 14-12-09).
Sintomaticamente, não havia jornalistas de fora da RBS, e no dia seguinte nenhum jornal impresso nem eletrônico deu a notícia.
Fotos de F. A. Vidal
POST DATA
Em maio, a empresa mudou o nome do sítio para ClicRBS Pelotas.