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sábado, 14 de novembro de 2015

O que os jovens leem na Atenas do Sul


"Pelotas, Atenas do Sul", documentário de Douglas Ferreira dos Santos e Fernando Milani Marrera, buscou propor uma reflexão sobre o hábito de leitura dos jovens pelotenses na atualidade e o conhecimento dos mesmos sobre as produções literárias e dos autores locais. O método usado foi a aplicação de um questionário nos terceiros anos do ensino médio do Colégio Pelotense (público) e do Colégio Gonzaga (privado), para traçar um paralelo entre acesso, disponibilidade e procura das obras de escritores pelotenses.

As entrevistas mostraram quais os gêneros literários de maior procura e que fatores diminuem a leitura entre os jovens ou os fazem conhecer autores locais. Vítor Ramil é o autor mais reconhecido pelos jovens como pelotense (42%); o segundo mais citado é João Simões Lopes Neto (24%). A produção do Laboratório de História, Imagem e Som foi realizada para o I Seminário de Estudos Literários de Pelotas (setembro de 2012).

A Wikipédia remete o epíteto "Atenas do Sul" somente ao município de Itapetininga (SP), também conhecido como Terra das Escolas. No Rio Grande do Sul, atribui a São Gabriel os apelidos de "Atenas Rio-Grandense" e "Princesa das Coxilhas" (v. dados da prefeitura gabrielense e do historiador Cláudio M. Bento). A referência a Pelotas como "Atenas do Rio Grande" se encontra na pesquisa de Mário Osório Magalhães "Opulência e cultura na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul: um estudo sobre a história de Pelotas 1860-1890" (UFPel/Mundial, 1993). 

segunda-feira, 30 de março de 2015

Pré-escola pode prevenir dificuldade de aprendizagem

Professor Antônio Correa Candiota
Cursando mestrado em desenvolvimento motor, o professor de Educação Física Antônio Ricardo Correa Candiota propõe que as habilidades motrizes e sensoriais das crianças, se fossem bem diagnosticadas e bem preparadas nos níveis da educação infantil, poderiam prevenir muitos dos posteriores fracassos escolares devidos a "dificuldades de aprendizagem".

A proposta pode significar, implicitamente, que a própria escola ocasiona alguns desses fracassos e não os soluciona nunca, antes responsabiliza o aluno, a família e a sociedade. Repetentes, desadaptados, "preguiçosos" e analfabetos funcionais poderiam ser grupos minoritários numa Pátria Educadora.


Revertendo o insucesso escolar
Reportagem de Carlos Cogoy

Entre 2013 e 2014, o professor Antônio Ricardo Correa Candiota testou 643 alunos entre 4 e 6 anos, na região de Pelotas. Cerca de 40% foram considerados dispráxicos (v. definição de dispraxia), ou seja, com sinais específicos de dificuldades de aprendizagem. Do grupo, 83% apresentaram problemas no fator estruturação espaço temporal (portanto, nas noções de simultaneidade, ordem, sequência, duração de intervalos e ritmo). Tal déficit compromete a futura alfabetização. Explica o pesquisador:
A defasagem nesse fator influencia diretamente no processo de alfabetização da criança, na sua locomoção espacial, bem como no domínio dos gestos. Aparecem dificuldades na movimentação, bem como na utilização de folhas e cadernos. Ainda, profunda desordenação no futuro, por exemplo ao utilizar as linhas nos cadernos. Em relação ao ritmo, pode levar a rapidez ou lentidão. Já com a dificuldade de memorização auditiva, não consegue absorver o que lhe é narrado. Sem diferenciar sons, dificuldade também no reconhecimento dos sons das palavras.  
Outro fator preocupante diz respeito à lateralidade. Muitas das crianças avaliadas apresentaram lateralidade cruzada, ou seja, dominâncias laterais em lados diferentes. Casos como a dominância da mão direita e dominância visual do olho esquerdo. É o que autores denominam "assimetria funcional", que afeta o processo de alfabetização, autonomia da leitura, escrita e cálculo, ordenação da informação codificada, confundindo entre soma e subtração ou entre multiplicação e divisão. A escrita e os números são invertidos e, em casos graves, como se estivessem refletidos num espelho.
No 1º Congresso de Negros e Negras de Pelotas, Candiota explanou sobre o programa que oferece, orientando educadores para detectar as dificuldades, bem como as dicas para instigar o desenvolvimento psicomotor. Em 2014, o professor ministrou edições – em Pelotas e Rio Grande – da Jornada Pedagógica de Educação Psicomotora, que terá sequência no segundo semestre de 2015.

As etapas do Programa de Testagem do Perfil Psicomotor e suas Interferências nas Aprendizagens são, de acordo ao professor:
  • Identificar crianças sem as competências psicomotoras necessárias à aprendizagem.
  • Analisar crianças com dificuldades psicomotoras, observando nelas os componentes do comportamento psicomotor, e identificando o grau de maturidade motora. 
  • Sugerir, a partir da identificação das dificuldades psicomotoras, a aplicação de tarefas que visem minimizá-las, alavancando o sucesso na aprendizagem.
No Facebook o professor Antônio Candiota coordena a página Desenvolvimento psicomotor na escola, onde ele informa um endereço de contato. Confira mais declarações do pesquisador e especialista:
O Programa aponta o déficit psicomotor, que entrava as aprendizagens e o processo de alfabetização, que é o início de tudo. Mas as principais causas dos entraves são a falta de trabalhos específicos, ou seja trabalhos psicomotores, por parte dos profissionais da educação infantil, até porque os procedimentos didático-pedagógicos privilegiam muito mais o cognitivo, e muito menos o psicomotor, quando deveria ser ao contrário. 
Por outro lado, os cursos de formação dos profissionais que trabalham com crianças na educação infantil, como a pedagogia, em geral não enfatizam o desenvolvimento psicomotor nos currículos. E o pior é que temos auxiliares, trabalhando com os professores, que têm pouco conhecimento. São cuidadores sem habilitação para promover trabalhos específicos. 
Alfabetização deficiente leva, com certeza, aos insucessos na vida escolar. Hoje não temos evasão, em razão das obrigatoriedades jurídicas, que pressionam os pais a manterem as crianças estudando, ou na escola, mas mesmo assim, os terceiro e quarto anos estão ficando lotados. As crianças estão parando nestes anos, por conta das alfabetizações deficientes. 
Outro aspecto é que os processos são muito arcaicos, salvo a boa performance de alguns abnegados e responsáveis professores, que sempre buscam subsídios para melhoras. Sinto isto pois tenho alguns alunos que me procuram, falam comigo, da graduação e mesmo da pós-graduação. Eles necessitam de informações e subsídios. Mas estes são pequena parcela de interessados. Infelizmente, a sociedade é que logo estará sentindo o resultado dessa grave questão.
Fotos: DM (1), MelhorAmiga (2), DesenvolvimentoMotor (3)
Texto: Diário da Manhã

sábado, 21 de fevereiro de 2015

7ª campanha "Reciclando Materiais"

A campanha Reciclando Materiais busca reaproveitar os materiais escolares que, mesmo em condições de uso, eram jogados no lixo por quem desejava ter um material totalmente novo. A iniciativa foi criada em 2009 pelas irmãs Daniela Meine (diretora do Ágape, Espaço de Arte) e Denise Viana, que começaram arrecadando cadernos e lápis usados entre seus amigos e vizinhos. Em anos passados, o blogue informou sobre esta ideia pelotense que deu certo, nas postagens Reciclando material escolar (2012) e Reciclando materiais para estudar (2013).

O simples gesto de doar uma caneta ou uma borracha usada simboliza uma atitude de solidariedade, que se faz necessária em nossa convivência social.  A campanha quer chamar a atenção para o fato de que algo a ser desprezado por uma pessoa com posses é de muita utilidade para quem nada tem.

Com o lema "O que é lixo para uns é luxo para outros", a campanha a cada ano vem ganhando mais doadores e voluntários. Hoje, a divulgação ultrapassou os conhecidos e é feita pela mídia local, que passou a ser de fundamental importância para o crescimento das doações. As principais fontes são as famílias e escolas mais ricas, onde sempre sobra algum material ainda em condições de uso.

Aceitam-se materiais aproveitáveis, como cadernos com folhas em branco, canetas com carga pela metade, lápis sem ponta, folhas soltas, um jogo de canetinhas incompleto, e todo material que possa ser usado na sala de aula. A campanha somente não aceita livros didáticos, pois são determinados pelas escolas e seu uso é grupal.

O material recolhido é recuperado e limpo, cadernos são encapados, lápis são apontados, e tudo é reunido em conjuntos que serão doados a quem necessita estudar e não tem os recursos para comprar material novo.

O trabalho de recuperação e reciclagem é voluntário. As organizadoras convidam adultos e crianças que queiram colaborar com este serviço generoso e prazeroso.

Nestes últimos anos, a soma de muitos gestos tem ajudado bastante a muita gente disposta a aprender e estudar. Em 2012, as organizadoras da 4ª edição da Campanha confeccionaram mais de 400 kits, que foram distribuídos para entidades como a Casa da Prece, a Escola Ferreira Viana e o serviço de pediatria da Faculdade de Medicina da UFPel.

Em 2014, os beneficiados foram o Núcleo Rotary Vila Castilhos, a comunidade da Igreja do Porto e a Escola da Colônia Z3. Também foi entregue material reciclado para a assistente social Daniela Fossati, que trabalha diretamente com a população carente no CRAS Areal.

Em 2015 a campanha ganhou novos parceiros, que funcionam como pontos de arrecadação: a Farmácia Uso Indicado (Voluntários 1050) e a Doceria Márcia Aquino (Av. Bento Gonçalves 3295).

Faça uma vistoria em seus materiais e presenteie aquilo que não for usar mais. Pense que suas coisas não usadas não são lixo, e serão úteis para alguém. O centro das doações é a casa do Ágape (Anchieta 4480). A segunda-feira 2 de março é a data limite para entrega. Quem não puder entregar pessoalmente, ligue para 3028 4480, 8416 6762 ou 8464 5231.

Fotos: D. Meine

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

3ª Semana da Psicologia na UFPel

Michel Foucault protesta, em 1968, junto a Jean-Paul Sartre.
O curso de Psicologia da UFPel está organizando a 3ª Semana Acadêmica, a realizar-se de 17 a 21 de novembro de 2014, com o tema Psicologia em movimento: clínica, política e movimentos sociais. Em cada noite, dois temas serão tratados, dentro de um eixo de discussão. Antes das palestras, haverá oficinas (v. lista). Inscrições (R$ 15) na cantina da Leiga (Duque de Caxias 250) e informações na página da Semana Acadêmica.

A primeira edição foi feita quando a ainda única turma recém começara a funcionar. O anúncio saiu aqui no blogue, em outubro de 2011 (UFPel tem sua primeira turma de Psicologia). A 2ª Semana veio em 2013, com o tema "Saúde mental e diversidade" (v. programação).

O curso de Psicologia da UFPel ainda é bem novo, e está inserido na Faculdade de Medicina, Psicologia e Terapia Ocupacional. Desde o atual semestre de 2014, está em seu quarto ano de criação, devendo completar o currículo e o quadro de professores em 2016, quando a turma mais antiga entrar no último estágio profissional.
Fonte: Facebook

Eixos temáticos: Clínica  (segunda), Política (terça), Movimentos sociais (quarta-quinta).
POST DATA
13-11-14
  • As 4 oficinas serão realizadas no Ambulatório da Faculdade de Medicina, na sala de Intervenções do Núcleo de Neurodesenvolvimento da UFPel (atrás do campus da Leiga, em frente à rodoviária).
  • As oficinas serão nos 3 primeiros dias, antes das palestras: PSICODRAMA (segunda, 17-19h), SOMATERAPIA (terça, 16:30-17:30), APLICAÇÃO DE REIKI (terça, 18-19h) e MINDFULNESS (quarta, 17:30-19h). Esta última não aceitará pessoas atrasadas, para não prejudicar os exercícios de meditação, que requerem silêncio.

sábado, 26 de abril de 2014

Centenário do Direito

Praça Conselheiro Maciel nos anos 30, sede até hoje da Faculdade de Direito da UFPel
A Faculdade de Direito de Pelotas foi a segunda instituição do gênero a iniciar atividades no Rio Grande do Sul. Fundada em 12 de setembro de 1912, passou a fazer parte da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul em 1947, que foi federalizada em 1950. Desde 1969, integra a Universidade Federal de Pelotas. 

O documentário "100 anos de histórias", dirigido por Maciel Fischer e produzido por Natália Cabral, apresenta testemunhos de Aldyr Garcia Schlee, Alexandre Gastal, Carlos Alberto Chiarelli, Carlos Sica Diniz, Clóvis Russomano, Douglas Santin, Inezita Silveira, José Gilberto da Cunha Gastal, José Gomes Neto, José Luís Marasco Leite, Lia Palazzo, Luiza Katrein, Marcelo Fiss, Maria das Graças Pinto, Oscar José Echenique Magalhães, Paulo Lopes, Pedro Moacyr Pérez da Silveira, Rafael Machado, Renato Fleischmann, Rubens Bellora e Silvino Lopes Neto.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Curso de teologia para leigos

Sala quase lotada no curso de teologia para leigos
A Coordenação Arquidiocesana de Leigos e o Instituto de Teologia Paulo VI iniciaram, quarta passada (12-3), nova edição do Curso Intensivo de Teologia, agora em versão semestral. Cerca de 80 pessoas se inscreveram nesta primeira sessão, quase lotando o auditório do Campus II da UCPel.

Até 29 de junho, quatro módulos abordarão o tema geral: "A Palavra de Deus na Vida e na Pastoral", dirigido a agentes pastorais católicos, adultos e leigos (v. nota da Arquidiocese de Pelotas). Os temas foram pensados à luz da recente exortação apostólica Evangelii Gaudium (E.G., A Alegria do Evangelho), do papa Francisco, publicada em novembro de 2013.

Os únicos requisitos são uma taxa de 10 reais e uma carta de apresentação (assinada por um pároco, presidente de Conselho Paroquial ou coordenador de Movimentos).  O sentido desta carta é que os catequistas e outros agentes de serviço pastoral percebam que não vão aprender teologia por conta própria, mas para sua comunidade.

Coordenador anima os leigos a dar vida nova à Igreja.
Na primeira sessão, o coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Pelotas, Padre Guilherme Panatieri, falou sobre a Prioridade Pastoral 2014-2015: revitalizar as comunidades paroquiais, dando força à iniciação cristã e à animação bíblica. A Arquidiocese, antes chamada "Diocese"

O presbítero também ministrou a 1ª aula do curso, explicando que, por problema no agendamento, o conteúdo da aula inaugural, que seria dada no dia 12 de março  pelo arcebispo Dom Jacinto (Prioridade Pastoral), será explicado mais amplamente daqui a duas semanas (v. programação abaixo).

Já entrando no 1º módulo (relação da Palavra de Deus com as experiências pessoais), foi explicado, com inspiração na experiência de Moisés, que precisamos tirar as sandálias com humildade e abrir-nos a ouvir e dizer as verdades como elas são, e assim será possível que tenhamos um encontro verdadeiro com Deus.

Veja a seguir os conteúdos destes 4 meses (programação corrigida), com os nomes dos professores e os trechos bíblicos tratados. Inscrições e informações no Secretariado Arquidiocesano (Sete de Setembro, 145).

Curso "A Palavra de Deus na Vida e na Pastoral"

1º Módulo:
Eu e a Palavra de Deus (Pe. Guilherme e Pe. Rômulo).
12/03 - Experiência de Deus - Êxodo 3, 1-6.
19/03 - A alegria do chamado - Lucas 1, 26-31.
02/04 - A escuta de Deus - 1ª Samuel 3, 2-10.
09/03 - Encontro com Cristo - Atos 9, 1-6.

2º Módulo:
A Palavra de Deus propõe uma ação (Maria Elizabete Gonçalves).
16/04 - Deus propõe ação - Êxodo 2, 16-18.
23/04 - Deus nos impulsiona ao serviço - Lucas 1, 39-45.
30/04 - Profetismo e discipulado - 1ª Samuel 3, 15-20.
07/05 - Deus nos chama a viver em comunidade - Atos 2, 42-47.

3º Módulo:
A Palavra de DEUS e o outro (Maria Beatriz Ferreira).
14/05 - Campanha da Fraternidade 2014 - Gálatas 5, 1.
21/05 - Dimensão Social da Evangelização - Atos 4, 32-35.
28/05 - Relacionamentos (ciúme, poder, sabedoria...) - Êxodo 4, 1-12.
04/06 - Família - Lucas 2, 41-52.

4º Módulo:
A Palavra de Deus e a Missão (Maria Suely Leitzke).
11/06 - A alegria do Evangelho" - João 16, 20-22.
18/06 - Discípulos Missionários da Palavra de Deus - João 4, 5,10, 34-41.
25/06 - Na crise do compromisso comunitário (E.G. Cap. 2) - Mateus 4, 1-4; 5-11.
02/07 - A transformação missionária da Igreja (E.G.) - Atos 3, 32-35.
09/07 - Avaliação e celebração de envio.

Encontro de Jesus com a samaritana e a descoberta da Água Viva (Evangelho de João, cap. 4) 
Fotos: F. A. Vidal (1-2), Living Water, pintura de Simon Dewey (3)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Volta ao Hipólito Leite


Nesta terça (11-2), a volta às aulas no La Salle Hipólito Leite foi um dia de festa e  brincadeiras. Quem recebeu pais e alunos na entrada, além da direção, funcionários e professores, foram artistas do grupo Conexão, com balões, malabares e pernas de pau. Foi cumprida a obrigação de iniciar o ano letivo, ainda num verão especialmente quente, e ao mesmo tempo foi valorizado o lado humano do ensino, unindo o útil ao agradável e em consideração do lema lassallista: "O conhecimento emociona".

A notícia saiu hoje no Facebook, com fotos na página da instituição. O sítio da escola informa que ontem (10) professores e educadores estiveram em Jornada Pedagógica, com a palestra “Como educar no século XXI: Desafios e Perspectivas”, oferecida pelo professor paulista Valther Maestro.

A rede lassallista internacional tem colégios pagos, para os níveis econômicos mais altos, e escolas gratuitas, destinadas a quem não pode pagar tão caro, mantendo a mesma qualidade de ensino.

A escola católica La Salle Hipólito Leite oferece educação fundamental desde maio de 1964 no bairro Cruzeiro do Sul, sendo a única unidade lassallista em Pelotas.
Fotos: Facebook

domingo, 14 de abril de 2013

Os mestres e a mística do Ginásio Pelotense

Segundo prédio do Ginásio Pelotense, utilizado desde 1903 até 1961 (foto anterior a 1912)

Colégio Municipal Pelotense foi fundado em 24 de outubro de 1902 pela Loja Maçônica Antunes Ribas, com o nome de Ginásio Pelotense. As aulas começaram em 1903, no casarão da rua Miguel Barcelos nº 563; ante o aumento das matrículas, a escola mudou-se, no mesmo ano, para o imponente palacete da Félix da Cunha nº 520 esquina Tiradentes, que já existia desde 1835 e segue de pé (hoje em uso pela UFPel). Municipalizado na década de 1920, o Pelotense recebeu denominação de Colégio em 1943. Permaneceu nesta sede por 58 anos, até 1961 (v. histórico escrito em 2001). 

O artigo Os professores como um diferencial competitivo, de Neves, Amaral e Tambara, realizou um mapeamento de professores do ensino privado em Pelotas no período 1875-1910 (Cadernos de História da Educação, vol. 11, nº 1, 2012, p. 165-188).

O ex-gato-pelado Rubens Amador não perdeu contato com sua turma do Ginásio egressa em 1946, e recorda os nomes dos professores que ajudaram a fazer a boa fama intelectual do Colégio. O texto abaixo compila recordações feitas por ele em artigos no Diário Popular, Diário da Manhã e Amigos de Pelotas. Veja outros dados históricos no post Figura do Gato-Pelado foi criada por Aldyr Schlee.


O Ginásio Pelotense que cursei
Um velho colega do então chamado “Gymnasio Pelotense” perguntou-me se eu não estava exagerando, quando lhe comentei, no café, que o nosso Pelotense era considerado uma das escolas de maior prestígio no País. Naquele tempo nós achávamos que só o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, famoso por seu corpo docente, se igualava ao velho Pelotense. Logo lhe perguntei se ele se lembrava dos nossos mestres naqueles distantes dias, e lhe refresquei a memória com um desfile de alguns dos professores que tivemos.

Nosso professor de Português era o grande Francisco de Paula Alves da Fonseca, inesquecível por sua didática. O nome Paula Alves é uma legenda no ensino do nosso idioma. Na matemática, seu irmão, o marcante professor Joaquim Alves da Fonseca, talento raro para ensinar. Ambos, exímios nas suas matérias.

Quem nos ensinava Francês era um parisiense, o Dr. Jules Delanoy, engenheiro civil. Até hoje lembro como nos fazia repetir exaustiva e frequentemente: “In” em francês faz “Am”; “O-U” em francês faz U; na terminação E-T, o T é sempre mudo. E assim por diante.
Pintura do palacete Ribas nos anos 40, de autor desconhecido
No Inglês tivemos o professor Adolfo Souza, que trabalhara por 18 anos na Academia Militar de West Point, nos Estados Unidos. Era conhecido como Mister Souza, o brasileiro que falava inglês sem sotaque. Inclusive nosso professor de Educação Física era um suíço, chamado Roberto Müller. Outro estrangeiro era nosso professor de Canto Orfeônico, o maestro espanhol Valeriano Olivares, formado em Barcelona e autor de várias peças para piano.

No Latim, eram nossos mestres dois egressos da famosa Universidade de Coimbra: o Dr. Antônio Augusto Pinto, advogado português, que considerávamos homem da maior cultura, e, igualmente lusitano, Dr. Salvador Balreira, médico. No naipe brasileiro, o professor Felisberto Machado, que costumava falar em aula só em latim, explicando-nos os textos. O professor Machadinho, como o chamávamos, também era notável latinista.

Profissional de grande conhecimento técnico, o professor de Desenho, Dr. Benjamim Gastal, possuía curso em Seattle, nos Estados Unidos, aonde foi se aperfeiçoar na matéria, e lá esteve por um ano. Nos ensinou tudo sobre as colunas gregas, fazendo-nos desenhá-las. Nosso professor de Geografia era o Dr. João Mendonça, advogado, que tinha todos os mapas, com minúcias, em sua cabeça.

Havia ainda um mestre, professor Gregório Romeu Iruzun, advogado que servira na Marinha Mercante Britânica, na qual viajou pelo mundo, por vários anos. Nós o chamávamos carinhosamente de “Coringa”, porque, toda vez que faltava um professor, ele assumia seu lugar onde parara seu colega, na matéria que fosse: inglês, francês, história do Brasil ou universal, latim, ciências, geografia, português. Como poliglota que era, ensinou-nos que o habitante de Cádiz, na Espanha, é uma exceção; diz-se "gaditano".

Depois, no Curso Científico [Ensino Médio] encontrávamos, na matéria de Química, o Dr. Ceslau Maria Biezanko, cientista polonês que figura nos compêndios de entomologia por ter descoberto um inseto único, aqui no Rio Grande do Sul, que leva o nome científico de “Biezankóia Brasiliensis”, em homenagem a seu descobridor.
O Colégio Salis Goulart funcionou neste prédio por cerca de 40 anos.
Lembro ainda do Dr. Vicente Russomano, advogado, que lecionava História, homem de vasta cultura. Outro advogado que nos dava aulas de História era o Dr. Apody de Oliveira, grande conhecedor da matéria.

Em Ciências, dois então jovens, de vocações natas para o magistério, o doutor Francisco Louzada Alves da Fonseca e o doutor Afonso Motta da Costa, os mais recentemente falecidos desta lista de docentes de um período dourado da história do hoje Colégio Municipal Pelotense.

É com emoção e gratidão que evoco os nomes desses homens notáveis – médicos, advogados, engenheiros, músicos – que, embora fossem formados em áreas bem diversas, que não a pedagogia, achavam um tempo – dentro de suas profissões, que exerciam também – para serem professores por vocação, porque amavam a arte de ensinar.

O professor é como uma composição ferroviária: é preciso que passe, para que se tenha uma noção da sua grandeza! Com seus carismas e talentos intelectuais, esses mestres imprimiram ao nosso educandário uma marca registrada que se mantém viva até hoje! O que gera a mística em uma escola é sempre seu passado de glórias e a lembrança dos mestres inesquecíveis, por sua bondade e saber.

A mística do Pelotense atravessou os anos e, ainda hoje, continua viva naquela casa, atualmente na rua Marcílio Dias. Os professores de hoje por certo serão lembrados também, pelo amor com que ensinam aos seus alunos e por sua competência, quando o futuro chegar...Com isto desejo prestar homenagem aos professores e à direção de hoje, que receberam o bastão, no revezamento histórico do Pelotense e têm se saído tão bem.

Do Pelotense de que falo saíram grandes cabeças, conterrâneos que se destacaram nacionalmente pelos cargos importantes que exerceram, ou pelos livros reconhecidos que escreveram, nomes incorporados à história de uma Pelotas que sempre se destacou pela sua cultura. Esses vultos todos sintetizo no destacado nome do Dr. Mozart Victor Russomano, um antigo Gato Pelado, que teve como seus mestres no Velho Pelotense todos esses nomes que citei acima – segundo confirmou-me ele, em inesquecível conversa que entretivemos pouco antes de sua morte.

Os remanescentes da turma do Ginásio de 1946 já firmaram um pacto: o último, haverá de comparecer, de smoking, num derradeiro 24 de outubro, em um restaurante fino e – em silêncio – deverá beber uma taça de champagne relembrando em seu íntimo a cada um dos colegas que se foram, dos mestres e do Gymnasio Pelotense, sem dúvida o templo da mística, para nós.
Rubens Amador


O ex-gato-pelado José Duarte Bacchieri (1925-2005) passou a juventude em Pelotas, dos 9 aos 22 anos de idade. Começou sua carreira no Diário Popular e na Rádio Pelotense, foi vereador em nossa cidade (1952-1955), vindo a destacar-se em Porto Alegre como político, jornalista, empresário e historiador (v. uma biografia). No vídeo abaixo, trecho de entrevista com Flávio Alcaraz Gomes em 2004, em que menciona alguns dos professores do Ginásio Pelotense na década de 1940.


Fotos da web

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Reciclando materiais para estudar

O material é reciclado e organizado em kits.
A campanha “Reciclando Materiais” arrecada, durante as férias de verão, todo tipo de cadernos e blocos, lápis e canetinhas, pincéis, borrachas, estojos, tesouras, réguas, apontadores, mochilas, pastas e materiais de desenho e pintura.

Recebem-se também livros de literatura infantil e juvenil, mas não livros didáticos, que vêm pré-determinados para certos níveis e conteúdos.

Os materiais usados passam por uma recuperação, logo são organizados em kits (pacotes pessoais, como os da foto), distribuídos segundo faixa etária e educacional, e depois doados para escolas que os entregam a crianças e adultos carentes.

Em seu 5º ano, a campanha beneficente quer valorizar materiais que a maioria despreza. Um caderno pela metade, lápis de cor sem ponta, folhas soltas, uma tesoura sem fio são coisas de muita utilidade para quem deseja estudar mas não tem recursos para custear o material escolar. O que é lixo para uns, é luxo para outros, dizem as organizadoras Daniela Meine e Denise Viana.

Entrega até 1 de março: Espaço Ágape (Anchieta 4480, entre Dom Joaquim e Juscelino). Informações: 3303 2553, 3223 1631 e 3028 4480. Celulares 8416 6762, 8402 8878 e 8438 4480.

Doe o material que não mais lhe serve, até 1 de março.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Vestibular 2013 da UCPel

Vestibular 2013 na UCPel: duração total de 4 horas
O sítio da Universidade Católica anuncia para este domingo (2) um intenso exame vestibular, que faz a admissão de alunos para o ano acadêmico 2013.

A seleção tem mais de 4900 candidatos e por primeira vez as provas são feitas em 4 prédios (UCPel realiza o Vestibular mais concorrido dos últimos tempos).

A demanda por Medicina mostra um significativo aumento: 36 candidatos por vaga, um salto importante em relação aos vestibulares anteriores. O de 2012 teve 21 candidatos e o de 2011, 22. Os anos prévios foram de 19 (2010), 15 (2009) e 12 (2008). O segundo curso mais demandado é Engenharia Civil (hoje, 4,5 candidatos por vaga, razão que também tem aumentado).

Curiosamente, em dezembro de 2008, a notícia institucional foi a mesma de dezembro de 2012: Católica realiza o maior vestibular dos últimos anos. Na época, 3 mil candidatos disputaram vagas para o ano 2009, o que indica um importante crescimento nestes 4 anos: 60% no total de candidatos e de 140% na disputa por Medicina.

Vestibular na UCPel em 1978: 16 horas de provas
Atrás, o Reitor Carlos Alberto de Souza Vianna (1977-1980)
Com a evolução do ENEM e a seleção universitária, as provas na UCPel têm sido menos exigentes, hoje somente com uma prova de redação e um teste de 50 questões. Além disso, a Universidade tem feito maior publicidade e tem atendido de modo personalizado os pais de vestibulandos (veja nota de 2010).

Hoje os familiares são recebidos de modo exclusivo, com café da manhã e informações sobre a Universidade e sobre a cidade de Pelotas (v. notícia atual). Também os preços têm aumentado de forma gradual, pois a instituição é particular, desde seu nascimento em 1960.
Fotos: UCPel

POST DATA
3-12-12
Dois falsos candidatos foram presos ontem (2), após prestarem a prova, repetindo situação sofrida no Vestibular 2012 com duas jovens vestibulandas. O Diário Popular reporteou a informação no mesmo domingo (o portal da Globo noticiou hoje, segunda)
Veja o gabarito da prova.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ressurge o Diocesano, 30 anos depois

Antigos funcionários e alunos do Colégio Diocesano promovem o primeiro encontro de ex-participantes e simpatizantes  para este sábado (1) à noite no Clube Caixeiral (confirmar pelo 9983 9066). O educandário católico foi extinto em 1981, faz exatamente 31 anos, e ainda as lembranças dos pelotenses se voltam a ele.

O Colégio Diocesano foi criado na década de 1950 por Dom Antônio Zattera para ser a escola da diocese para as crianças a partir dos 10 anos de idade, especialmente as mais carentes do bairro do Porto. Após a reforma completa da Catedral, o bispo se dedicou aos projetos educacionais. O Colégio foi construído precisamente ao lado da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, sede paroquial. O Diocesano teve uma ascensão, em tamanho, qualidade e em mística institucional, até chegar a ser declarado Colégio de Aplicação da Universidade Católica.

Atual Campus II da UCPel
Mas a década de 1980 o encontrou deficitário em muitos aspectos, dos quais era responsável o bispado. Em 1981 a Universidade assumiu o controle e verificou a situação financeira e administrativa.

Analisando prós e contras da grande empresa educacional da Mitra, o bispo Dom Jayme Chemello, o reitor da UCPel (Paulo Brenner Soares) e o diretor do Colégio (Wallney Hammes) decidiram fechá-lo para sempre.

Em 1982, o prédio passou a ser usado como campus II da Universidade, albergando cursos em expansão, como Psicologia e Jornalismo. As informações desta nota provêm de entrevista com José Cruz em 2010 e do livro "UCPel 30 Anos", do pe. Léo Poersch (EDUCAT, 1991).
Imagens: Rejane Botelho (1) e blogue Lumarcolin (2)

Minicurso de Arteterapia

O Espaço Ágape traz novamente a Pelotas a professora Angélica Shigihara, artista, arteterapeuta e pesquisadora argentina radicada no Brasil. Na tarde desta sexta (30) e manhã de sábado (1) ela ministra o minicurso teórico-prático de Arteterapia com a temática Tempo de parar e mudar.

Este curso breve (6h) trata sobre o tempo que precisamos para obter qualidade em nossos atos, nossos trabalhos e nossos relacionamentos, à base de atividades da área da Educação Artística, de tipo prático, teórico e reflexivo. Está dirigido a todos os interessados em conhecer sobre Arteterapia, sejam da área da saúde, da educação ou da arte.

A Arteterapia utiliza recursos artísticos em serviços terapêuticos, baseando-se no fato de que o processo criativo pode ajudar a reconciliar conflitos emocionais e estimular a autopercepção e o crescimento pessoal. Além de apoiar o processo da terapia emocional, a Arte também pode ser usada na avaliação de indivíduos, casais, famílias e grupos, pois favorece o autoconhecimento, valendo-se da expressão não verbal, da linguagem plástica e da criatividade.

No Instituto da Família, em Porto Alegre, Angélica é uma das coordenadoras do curso de especialização em Arteterapia. Veja mais sobre ela no seu blogue Arteterapia Creatividad (bilingue). Informações sobre o curso em Pelotas: Ágape, Espaço de Arte: Anchieta 4480, fone 3028 4480 (estudantes R$ 100 e profissionais R$ 120).

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Joquim, segundo Vítor

A canção "Joquim" [djôukin] foi composta por Vítor Ramil para o disco "Tango" (1987), à base da americana "Joey" (1976), com letra de Jacques Levy e música de Bob Dylan (veja a letra original, uma versão em inglês e uma adaptação cantada em italiano). Na época, esta música foi polêmica, por defender o ponto de vista de um bandido nova-iorquino, Joey Gallo (1929-1972).

O gaúcho Joaquim Pedro Salgado Filho, Ministro da Aeronáutica em 1943,
homologou o avião "Cidade de Pelotas", construído por Joaquim Fonseca.
Na transcriação (reconstrução criativa adaptada a outra situação), Ramil usou a mesma estrutura musical para exaltar e mitificar o pelotense Joaquim da Costa Fonseca Filho (1909-1968), não precisamente um criminoso, nem sequer um rebelde político.

O Joaquim histórico foi um mecânico e aviador autodidata, científico adiantado a seu tempo, e hoje esquecido e desconhecido da maioria.

Escudado nesse desconhecimento real e injusto, o texto de "Joquim" idealiza o inventor (a começar pelo apelido inventado do herói e de sua cidade), numa verdadeira ficção biográfica. A imagem de revolucionário político, injustiçado por ditaduras, é um mito heroico criado pelo compositor, numa fusão de figuras como Graciliano Ramos e outros intelectuais perseguidos. O paralelismo entre Joey/New York e Joquim/Satolep sugere com sutileza, também, que as duas cidades possam ser sentidas como espaços imaginários de traços frios e escuros (metrópole = cidade-mãe).

As várias licenças poéticas e dados não reais, contidos na letra, são explicados por Sérgio Luiz Peres de Peres na dissertação de mestrado Uma História de Invenções: memória, narrativa e biografia em Joaquim Fonseca  (UFPel, 2009). Do mesmo autor, há um resumo biográfico (real) no artigo O Faz-Tudo Voador.

Vítor Ramil apresentou esta música no "Tangos e Tragédias", personificando o Barão de Satolep, outra de suas criações à base de mitos pelotenses. Abaixo da letra completa, confira a experiência artística de outro pesquisador em busca da verdade do Joaquim engenheiro e inventor.

Satolep, noite, no meio de uma guerra civil, O luar na janela não deixava a baronesa dormir, A voz da voz de Caruso ecoava no teatro vazio: Aqui nessa hora é que ele nasceu, segundo o que contaram pra mim.
Joquim era o mais novo, antes dele havia seis irmãos. Cresceu o filho bizarro com o bizarro dom da invenção. Louco, Joquim louco, o louco do chapéu azul. Todos falavam e todos sabiam quando o cara aprontava mais uma.
Joquim, Joquim  Nau da loucura no mar das ideias 
Joquim, Joquim  Quem eram esses canalhas que vieram acabar contigo?
 Muito cedo ele foi expulso de alguns colégios e jurou: “Nessa lama eu não me afundo mais”. Reformou uma pequena oficina com a grana que ganhara vendendo velhas invenções. Levou pra lá seus livros, seus projetos, sua cama e muitas roupas de lã. Sempre com frio, fazia de tudo pra matar esse inimigo invisível.
A vida ia veloz nessa casa no fim do fundo da América do Sul: O gênio e suas máquinas incríveis, que nem mesmo Júlio Verne sonhou, Os olhos do jovem profeta vendo coisas que só ontem fui ver.
Uma eterna inquietude e virtuosa revolta conduziam o libertário.
Dezembro de 1937, uma noite antes de sair, chamou a mulher e os filhos e disse: “Se eu sumir procurem logo por mim”. E não sei bem onde foi; só sei que teria gritado a uma pequena multidão: “Ao porco tirano e sua lei hedionda nosso cuspe e o nosso desprezo!”
Joquim, Joquim  Nau da loucura no mar das ideias 
Joquim, Joquim  Quem eram esses canalhas que vieram acabar contigo?
 No meio da madrugada, sozinho, ele foi preso por homens estranhos. Embarcaram num navio escuro e de manhã foram pra a capital. Uns dias mais tarde, cansado e com frio, Joquim queria saber onde estava. E num ar de cigarros, de uns lábios de cobra, ele ouviu: “Estás onde vais morrer”.
Jogado numa cela obscura, entre o começo do inferno e o fim do céu, Foi ali que, depois de muitas histórias, a mulher enfim o encontrou. E ele ainda ficou ali por mais dois anos, sempre um homem livre apesar da escravidão, As grades, o frio, mas novos projetos, entre eles um avião.
O mundo ardia na guerra quando Joquim louco saiu da prisão. Os guardas queimaram os projetos e os livros, e ele apenas riu, e se foi. Em Satolep alternou o trabalho com longas horas sob o sol, Num quarto de vidro, no terraço da casa, lendo Artaud, Rimbaud, Breton.
Joquim, Joquim  Nau da loucura no mar das ideias 
Joquim, Joquim  Quem eram esses canalhas que vieram acabar contigo?
 No início dos anos 50, ele sobrevoava o Laranjal Num avião construído apenas das lembranças do que escrevera na prisão. E decidido a fazer outros, outros e outros, Joquim foi ao Rio de Janeiro, Aos órgãos certos - os competentes de porra nenhuma -, tirar uma licença.
O sujeito lá responsável por essas coisas lhe disse: “Está tudo certo, tudo muito bem. O avião é surpreendente, já vi, mas a licença não depende só de mim”. E a coisa assim ficou por vários meses, o grande tolo lambendo o mofo das gravatas Na luz esquecida das salas de espera, o louco e seu chapéu.
Um dia alguém lhe mandou um bilhete decisivo e, claro, não assinou embaixo. “Desiste”, estava escrito, “muitos outros já tentaram e deram com os burros n´água. É muito dinheiro, muita pressão, nem Deus conseguiria”. E o louco cansado, o gênio humilhado voou de volta pra casa.
Joquim, Joquim  Nau da loucura no mar das ideias 
Joquim, Joquim  Quem eram esses canalhas que vieram acabar contigo?
 No final de longa crise depressiva, raspou completamente a cabeça E voltou à velha forma com a força triplicada por tudo o que passou. Louco, Joquim louco, o louco do chapéu azul, Todos falavam e todos sabiam que o cara não se entregava.
Deflagrou uma furiosa campanha de denúncias e protestos contra os poderosos. Jogou livros e panfletos do avião, foi implacável em discursos notáveis. Uma noite incendiaram sua casa e lhe deram quatro tiros. Do meio da rua ele viu as balas chegando lentamente.
Os assassinos fugiram num carro que, como eles, nunca se encontrou. Joquim cambaleou ferido, alguns instantes, e acabou caído no meio-fio. Ao amigo que veio ajudá-lo, falou: “Me dê apenas mais um tiro, por favor. Olha pra mim, não há nada mais triste que um homem morrendo de frio”.
Luciano Boeira é um professor que ensina Física cantando, em Porto Alegre, e compõe músicas cujas letras são resumos de capítulos da matéria. Ele pesquisou com seus alunos sobre a vida real de Joaquim Fonseca e publicou artigos e um resumo sobre o que descobriu (veja as postagens no seu blogue Cantando a Física e no seu canal YouTube). Imagem: Galeria de Joquim no Flickr

POST DATA 17-3-13
Veja uma biografia de Joaquim da Costa Fonseca Filho.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Transformação em Cena, vídeos para a UCPel

Para divulgar e melhorar a imagem de seus 29 cursos de graduação, a UCPel abriu o concurso de vídeos "Transformação em Cena", para que alunos e ex-alunos mostrem, por testemunho pessoal, as vantagens de ter recebido sua primeira formação profissional na Católica de Pelotas. Foram recebidos 23 vídeos que representam 11 cursos (veja todos eles no Facebook da UCPel).

Os resultados, entretanto, não dependem de um júri especializado em critérios audiovisuais e sim da indicação dos internautas no Facebook (pelo botão like), como num concurso de popularidade. Os três mais votados até hoje (25) ganharão um iPad. Veja a apaixonada criação de Ricardo Vinhas, da Comunicação Social-Publicidade e Propaganda (abaixo).

Outros vídeos destacáveis são os de Taísa da Silva Bastos, que explica formalmente as qualidades da Pedagogia ao modo de uma pedagoga, e Pablo Itturiet, que gera uma vibração coletiva pela Fisioterapia, mediante a música e o movimento. A contraposição entre eles é a que existe entre razão e emoção; a semelhança que os unifica é a total identificação com seu curso.
Por outro lado, parece-nos que o trabalho de Bruno Schuch (vídeo abaixo) apresenta as diversas ideias necessárias de seu curso de Jornalismo e consegue também equilibrar e integrar o racional da profissão e os sentimentos que o levaram a ouvir o chamado vocacional. Em somente um minuto, ele sintetiza as qualidades da Universidade e apresenta o projeto Pelotas Memória, que apoia e dá continuidade às pesquisas de Nelson Nobre Magalhães.

terça-feira, 19 de junho de 2012

INSERTE: aprender a usar a internet após os 40


Dois especialistas em informática iniciaram, no Bairro Fragata, um ousado e generoso projeto: ensinar o uso de internet a adultos com mais de 40 anos. Beatriz Ribeiro e Eberton Barboza fundaram a Inserte Escola de Informática e, em somente 10 sessões, mostram o uso prático de navegadores, como utilizar mecanismos de busca virtual e o uso de e-mail com envio e recebimento de arquivos.

Neste mês de junho começam a segunda e a terceira turma, precisamente nesta quarta (20), numa sala da Escola Freinet equipada com dez computadores (foto acima). A primeira turma funcionou em maio passado com pouca publicidade mas com dedicação aos alunos totalmente personalizada.

Por exemplo, Claudenir (dir.) aos 56 anos não conhecia o uso de internet e quis experimentar esta aventura de aprendizagem. Ele declarou o seguinte após o curso, a modo de testemunho:

Através da INSERTE, tive oportunidade de ter acesso ao mundo digital, onde pessoas com a minha idade foram pacientemente treinadas e hoje usam a internet para manter contato com familiares e amigos que moram longe.
Beatriz (51) é Analista de Sistemas e trabalha há 32 anos na área de Informática, desenvolvendo e implantando software (programas especiais de computação).

Em 2012 Beatriz criou a Inserte, e atualmente também faz Mestrado em Educação e tem o cargo de Gerente de Desenvolvimento e Tecnologia da FAU. Em seu trabalho ela observou a dificuldade de quem tem mais de 40 anos para lidar com a tecnologia, não importando a área ou o grau de instrução. Ela diz que as pessoas querem aprender a fazer amizades, relaxar conversando com alguém que está longe, ver sites interessantes.

Assim surgiu a ideia de fazer algo básico onde se pode levar o próprio equipamento e aprender a USAR, o que tem maior importância na fase da vida, dos 60 anos em diante, em que as pessoas se aposentam, têm mais tempo livre e podem melhor utilizar suas experiências de vida.

Eberton (35) tem formação técnica em Informática e trabalha há anos dando aulas de Windows, Word e Excel. Ele tem o conhecimento, e acreditou na ideia de Beatriz, que consiste em ensinar com toda a paciência, explicando e reexplicando quantas vezes for necessário.

O curso da Inserte custa R$60 pelas 15 horas-aula, em 10 sessões. Duas turmas serão atendidas nas quartas e sextas-feiras (17h e 18h30min), no recinto da Escola Freinet (Av. Duque de Caxias 99, defronte à antiga Laneira).

A Escola Freinet de Pelotas foi fundada há 25 anos (leia reportagem), à base de uma filosofia criada no início do século XX pelo francês Celestin Freinet (1896-1966), que propunha que a escola devia estar ligada à vida e ao trabalho, para melhor educar crianças e adultos. Segundo a Associação Brasileira para Divulgação da Pedagogia Freinet, Pelotas é a única cidade gaúcha onde algumas escolas e professores trabalham com esta linha (veja a lista).
Imagens: B. Ribeiro

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Hotel já é Escola

Após reformas, o antigo Grande Hotel já é o novo local do curso de Hotelaria, um dos 94 em funcionamento na Universidade Federal de Pelotas (leia nota oficial). Trata-se de um curso novo (veja definição), ligado também ao Centro de Integração do MERCOSUL.

O prédio foi terminado em 1928, e recebeu visitas de políticos e artistas famosos; em 1950, de uma destas janelas, o ex-presidente Getúlio Vargas olhou para a praça e saudou o povo apostado à sua espera (leia a crônica Um encontro com Getúlio Vargas).
Foto: Facebook

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

João Affonso Corrêa de Almeida, gramático de dois idiomas

Nesta crônica, Rubens Amador compartilha um dado cultural que repousava há tempos em sua memória e que veio à tona ao passar pela casa da antiga escola João Affonso Corrêa de Almeida, no Parque Dom Antônio Zattera nº 500.

Naquele domingo ensolarado eu vinha pela rua Andrade Neves, cerca de onze horas da manhã. Nas proximidades do Asilo de Mendigos, ao passar pela hoje Academia Pelotense de Letras (dir.), por associação, lembrei-me de um velho amigo, chamado Epitácio Torres, hoje delegado de polícia aposentado. Homem muito inteligente, autor de uma vintena de livros e professor de inglês, viveu por quatro anos com sua família nos Estados Unidos.

Desde os tempos de ginásio, quando nos conhecemos, estabelecemos uma grande amizade que dura até hoje. Possuo a foto do Kennedy que foi Ministro da Justiça Americana, entregando-lhe o seu diploma, na Academia de Polícia de Chicago, onde concluiu seu curso.

Pois a associação de ideias veio porque um tio seu, o professor João Affonso Corrêa de Almeida, emprestara seu nome por muitos anos à escola que ali existiu por décadas, até as bandeirantes ocuparem o prédio da hoje Academia. E aqui vai um fato histórico que poucas pessoas conhecem; eu, soube-o pelo meu querido e grande professor de português no Ginásio Pelotense, Francisco de Paula Alves da Fonseca (1893-1986).

Certo dia, em aula, contou-nos ele que fora contemporâneo e aluno do professor João Affonso, o qual — e aqui a revelação importante — foi o ÚNICO pelotense que escreveu uma gramática francesa e outra do idioma português.

Para os que gostam de história da cidade, posso informar que o professor João Affonso nasceu em 1854 e morreu em 1914, aos 60 anos. Ao subir num bonde (naquela época, puxado por alimárias), caiu fulminado por um infarto. Quando me encontrava defronte à casa da hoje Academia, lembrei-me das coisas que acabo de narrar.
Rubens Amador
Foto 1: H. Borba (Panoramio)

Helena Neves, Giane Amaral e Elomar Tambara pesquisaram sobre o ensino privado no final do século XIX, em nossa cidade (ver o artigo Professores, a alma do negócio? As propagandas impressas dando visibilidade à atuação docente em Pelotas, 1875-1910).

Entre duzentos nomes de professores, citam a atuação de João Affonso Corrêa de Almeida, de 1879 em diante: como professor — no Ateneu Pelotense e no Colégio Pelotense (anterior ao Ginásio Pelotense, fundado em 1910) — e como diretor do Colégio Sul-Americano, em 1886. Não mencionam as gramáticas do professor João Affonso.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Escritor visita seus leitores

Hohlfeld veio a Pelotas como escritor participante do projeto estadual Autor Presente.
O jornalista e político porto-alegrense Antônio Carlos Hohlfeldt esteve em Pelotas há um mês, para participar do projeto pedagógico Autor Presente, da rede estadual do ensino. Nessa atividade, os alunos estudam a obra de um escritor mediante a leitura de seus livros, durante vários meses, e terminam o ano com um encontro pessoal com o autor.

Hohlfeldt visitou a turma do 5º ano da Escola Estadual Doutor Antônio Leivas Leite, no bairro Três Vendas (leia notícia). As crianças, com idades entre dez e 11 anos, haviam lido "O caso do contrabando no Taim", publicado em 1993.

Na história, um policial federal investiga a aterrissagem, na zona entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, de um pequeno avião, proveniente do Uruguai, e, com ajuda de funcionários da Estação Ecológica do Taim, descobre que se trata de contrabandistas a serviço de uma joalheria de Porto Alegre.

Noventa exemplares deste romance juvenil estão disponíveis hoje na Estante Virtual, entre 3 e 15 reais.

Para esta pesquisa, os estudantes foram conhecer o Taim e até mesmo alguns deles tiveram seu primeiro contato com a leitura, graças a este método. As tarefas de usar a imaginação na leitura e o sentido prático na pesquisa da realidade integram habilidades da inteligência verbal, emocional e social, o que ajuda a desenvolver mentalidades mais abertas e com sentido crítico.
Foto 1: M. Vasconcellos

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

UFPel tem sua primeira turma de Psicologia

Neste segundo semestre de 2011, começou a funcionar o esperado curso de Psicologia da UFPel. Anunciado pela Faculdade de Educação em 2009 (leia nota), o assunto foi protelado para o ano seguinte (veja o anúncio). O projeto original dava ao curso um perfil cognitivista e comunitário, em contraste com o elitismo que se observava na UCPel, que há 35 anos vem formando psicólogos na Zona Sul.
Prédio principal da Medicina da UFPel há 50 anos
Há cerca de um ano, o novo projeto da UFPel passou às mãos da Medicina, e há dois meses sua primeira turma de 50 alunos tem aulas no campus da Av. Duque de Caxias nº 250. A tradicional e bem-afamada Leiga contém um dos melhores cursos de pós-graduação da América Latina, o doutorado em Epidemiologia (com inscrições abertas até 17 de novembro).
A Psicologia da UFPel vem a ser o terceiro curso em Pelotas (junto ao da Católica e o da Anhanguera) e o quinto na região (também é oferecido pela Anhanguera de Rio Grande e pela FURG).
A nova escola, tão nova que ainda não está anunciada no portal da Universidade, agora anuncia sua Primeira Semana Acadêmica, com duas palestras e três mesas de debate, desde hoje até sexta (28). A programação inclui, cada noite, uma apresentação artística às 19h, uma atividade expositiva até 20h30, intervalo e debate final até 22h (veja detalhes no blogue do evento).
O auditório da FAMED tem espaço para 200 pessoas, mas, como era previsível, só estão presentes os estudantes, que com o tempo aumentarão, a partir da atual base de interesse e da crescente mística de grupo. O encontro serve para a motivação interna dos alunos e para a divulgação do curso na comunidade local.
O encontro, aberto a todos os interessados, começou hoje com a mesa-redonda "Psicologia/anti-loucura?", com as participações da psicóloga Suzana Curi Jorge (professora do curso) e do formando Cláudio Drews, da Anhanguera de Pelotas.
Terça (25), o tema "As interfaces da Psicologia na prática" será tratado pelos psicólogos Fanny Martins Salles e Augusto Duarte. Quarta (26), a mesa "Mentalidade caótica na contemporaneidade" terá as opiniões do psicanalista José Francisco Rotta Pereira, da psicóloga Maria Luiza Rivoire Montenegro e do doutor em Filosofia Clademir Luís Araldi.

Quinta e sexta, haverá palestras: "Relações de poder da Psicologia na saúde", com Maria Luiza Montenegro, e "As três Ecologias: subjetividade humana, meio ambiente e relações sociais", com o professor de Filosofia Augusto Amaral.

POST DATA
A segunda Semana Acadêmica da Psicologia da UFPel foi realizada em julho de 2013 (v. programa).
A terceira Semana Acadêmica da Psicologia está programada de 17 a 21 de novembro de 2014.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Visconde da Graça em nova fase

O artigo abaixo, publicado no Diário Popular há uma semana, agradece pelos 40 anos em que o Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça foi administrado pela Universidade Federal de Pelotas.

Inaugurado em 12 de outubro de 1923 como Patronato Agrícola Visconde da Graça, a instituição foi mudando de prenome (Aprendizado Agrícola; Escola Agrotécnica), sempre mantendo como sobrenome o título de João Simões Lopes (Filho), barão e visconde pelotense (1817-1893), dono da antiga Estância da Graça.

A sigla que foi adotada pelo ouvido popular - e ainda durará por muitíssimo tempo - foi a do Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça (nome oficial desde 1975): CAVG.

O novo nome "Campus Pelotas/Visconde da Graça do IF-Sul" mantém por força o patrono consagrado, mas somente ficará nos documentos oficiais, sem nunca poder ser pronunciado por quem viveu a mística do popular cavegê.

Durante 40 anos, o então Colégio Agrícola Visconde da Graça foi vinculado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), tendo como base o decreto nº 62.178 de 25/1/1968, que estabelecia a transferência das escolas de ensino técnico para as universidades.

O CAVG [e outras escolas e faculdades] deram alicerce à UFPel como as primeiras unidades acadêmicas da Instituição [veja detalhes no Projeto Político-Pedagógico de 2009].

Neste período [1969-2009], já havia o termo de Cooperação Técnica entre Brasil e República Federal da Alemanha, assinado em 1963, e ratificado pelo convênio entre a UFPel e o governo alemão, em maio de 1968, que ampliou e modernizou as instalações e os setores produtivos/pedagógicos da escola.

O CAVG, que neste mês completa 88 anos , passou por todas as reitorias da UFPel. Foram inúmeras as ações e os projetos conjuntos, durante quatro décadas, nas áreas de gestão, ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil, envolvendo direção, estudantes, servidores técnicos-administrativos e docentes.

Em outubro de 2009, a comunidade do CAVG, por maioria, entendeu aderir ao modelo dos institutos federais, que estabelece um novo formato ao ensino técnico e tecnológico.

Dessa feita, o CAVG migra da UFPel para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IF-Sul) passando a se denominar Campus Pelotas-Visconde da Graça [veja o sítio web].

Em que pese o CAVG ter saído da UFPel, entendo que essa parceria deva ser destacada. Assim, expresso a enorme gratidão que sinto pela UFPel e agradeço, indistintamente, aos servidores docentes e técnicos-administrativos e dirigentes da UFPel que, nesses 40 anos, apoiaram e auxiliaram o CAVG a ocupar um importante espaço no cenário educacional brasileiro.

José Leonel da Luz Antunez
ex-diretor do CAVG/UFPel
hoje professor do IF-Sul, campus Pelotas Visconde da Graça