quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ator Carlos Simioni em Pelotas

Carlos Simioni, ator co-fundador do LUME (núcleo teatral de Campinas), ministrou por primeira vez em Pelotas a oficina "Da energia à ação". Alunos dos cursos de Teatro, Dança e Música da UFPel aprenderam formas de treinamento vocal e corporal, técnicas de emprego da energia e de expansão do corpo no tempo e no espaço (veja o anúncio), que o mestre de mímica ensina na UNICAMP e em viagens pelo Brasil.

Há dez anos, a jornalista e historiadora Marta Maia entrevistou Simioni para o sítio cultural Barão em Revista (leia o texto). Ao projeto Boca de Cena (abaixo), o ator fala desta experiência em Pelotas.


terça-feira, 29 de maio de 2012

Sarau na Biblioteca completa 2 anos


Hoje (29), a partir das 19h30min, o projeto Sarau Poético-Musical na Biblioteca Pública Pelotense comemora, com sua 21ª edição, seu segundo aniversário de funcionamento. Os encontros são um feliz casamento de palavra e melodia, ritmos e pensamentos, numa parceria de instituições de Pelotas e Jaguarão.

Pelo lado da Poesia, Carlos Rizzon conversa sobre os 5 autores destacados: Oswald de Andrade, Jorge Luis Borges, Juana de Ibarbourou, Gabriela Mistral e Augusto Roa Bastos. Eles representam, respectivamente, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Também declamam poemas próprios ou de outros autores: Stéfano Nascimento Fonseca, Cássia Camila Cavalheiro Fernandes, Romero Cavalcanti Castro, Mário Sampaio e Roberta Viel. Como de costume, o público presente também terá espaço para declamar poesia.

Na Música, Helio Ramírez, Régis Bardini e Alencar Feijó apresentam o trabalho Fortins de Jaguarão (veja parte do trabalho no blogue de Helio Ramírez).

Veja abaixo uma reportagem audiovisual de Bernardo Turela e Caio Lopes, feita para o programa Universo In Foco, sobre o 1º aniversário do Sarau Poético-Musical da Biblioteca Pública Pelotense, comemorado em maio de 2011.


sábado, 26 de maio de 2012

Filmagens na capela do hospital

Desde março o elenco e a equipe de filmagem de O Tempo e o Vento estão viajando por cidades gaúchas. Numa primeira fase, foram rodadas cenas em Pelotas, e por mais 40 dias o trabalho se concentrou em Bagé e arredores.

De novo em nossa cidade, hoje pela manhã (26) foi encenado o casamento de Luzia e Bolívar Cambará na capela do hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência (veja notícia).

O fotógrafo Nauro Júnior registrou várias imagens com os atores principais e alguns dos 30 figurantes: na foto maior o noivo esperando e na menor com a noiva (veja no seu blogue Retratos da Vida).

De tarde houve mais filmagens (na Charqueada São João), que seguirão até domingo (3), totalizando 20 dias em Pelotas. Com isso, todas as locações ficaram no Rio Grande do Sul.

Em 1985 a TV Globo realizou a minissérie "O Tempo e o Vento", inspirada na trilogia de Erico Verissimo. Agora o diretor Jayme Monjardim conta, em formato de longa-metragem, somente a primeira parte da história ("O Continente", 1949), relatada pela visão de Bibiana Terra.

Esta personagem é representada na velhice pela carioca Fernanda Montenegro, na meia-idade pela pelotense Janaína Kremer da Motta (veja seu perfil no portal IMDB e no sítio da Oficina de Atores) e na juventude pela paranaense Marjorie Estiano.

O roteiro é dos escritores gaúchos Tabajara Ruas e Letícia Wierzchowski, que em 2003 trabalharam perto de Monjardim quando ele dirigiu "A Casa das Sete Mulheres", também com locações em Pelotas.

Em 2013 "O Tempo e o Vento" irá às salas de cinema e posteriormente a Rede Globo o mostrará em forma de microssérie. Veja mais fotos e informações no blogue do filme O Tempo e o Vento.
Fotos: Nauro Jr.

Carruagens fúnebres em restauração


Em novembro passado, a jornalista Maíra Lessa reporteou para a RBS-Pelotas sobre carruagens fúnebres. Num depósito municipal, alunos e professoras do Bacharelado em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis (do Instituto de Ciências Humanas da UFPel) estudam duas delas, doadas à Prefeitura em 1989, tendo em vista um projeto maior de restauração de obras sacras, no valor de 700 mil reais. Em 2003, o projeto ainda estava emperrado em burocracias (v. notícia).

A informação acima já fora dada em agosto pelo Diário Popular (veja a notícia). Na época, a formanda Luciane dos Santos Machado desenvolvia o trabalho de conclusão de curso "A presença de iconografia maçônica nos ornatos das carruagens fúnebres de Pelotas", com a orientação da professora Luíza Fabiana Neitzke de Carvalho.

O tema fora pesquisado anteriormente por Fernanda Brauner Ferreira, na monografia da especialização em Patrimônio Cultural "Carruagens fúnebres: pensando a conservação de um patrimônio cultural pelotense" (UFPel, 2003), com orientação de Mario Osorio Magalhães (leia seu artigo de agosto de 2011 Carruagens e carros fúnebres).

As duas que restam na cidade são a Carruagem Nobre (preta, vinda do Rio de Janeiro em 1853) e a Carruagem dos Anjinhos (branca, trazida da Europa em 1861), ambas fotografadas por Paulo Rossi em agosto passado (acima).

Após ser desativado, o primeiro desses carros teve três reaparições: levando os restos mortais de D. Pedro I no Sesquicentenário da Independência (Porto Alegre, 1972), com os despojos do general Osório (Pelotas, 1993) e como figurante na minissérie de TV "Incidente em Antares" (Pelotas, 1994). Estas últimas informações sobre as duas carruagens encontram-se no Dicionário de História de Pelotas, de Loner, Gill e Magalhães (UFPel, 2010, p. 43-44).


Fotos: P. Rossi (1), blogue Satolepto's (2) e Nauro Jr (3)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Névoa em Pelotas

O veranico de maio trouxe a Pelotas noites frias e doses grandes de umidade, que em forma de nevoeiro se alojaram ao anoitecer e ao amanhecer em diversos pontos do centro, da periferia e da praia.

Durante a noite de quarta (23) para quinta (24), Odyr Bernardi registrou imagens que ele descreveu no Facebook como "fog pelotense criando luzes bizarras e um tanto sinistras". Na rua solitária, o imaginativo fotógrafo viu na luz do poste uma nave-mãe extraterrestre.

Contrastes entre luzes fracas e amplas trevas são típicos de nossa zona de banhados, e originam associações entre Pelotas e uma misteriosa Dark City (um dos nomes da gótica Nova Iorque).

Ambientes deste tipo definem-se como ateus, pois aqui a iluminação, simbolismo espiritual, não provém das alturas celestiais, mas de irrisórios faróis humanos.
Foto: O. Bernardi

Hino do Bicentenário de Pelotas

Em 10 de fevereiro passado, foi escolhido o Hino do Bicentenário da Cidade de Pelotas, entre 38 músicas inéditas concorrentes. A vencedora foi Pelotas, 200 Anos, de Marco Aurélio Morales do Nascimento (veja sua página no sítio de compositores Clube Caiubi). Somente 3 meses depois a organização veio fazer o lançamento do resultado, liberando letra e música para divulgação (veja notícia de 3 de maio).

O corpo de jurados esteve composto pelo vice-prefeito, Fabrício Tavares (coordenador da programação dos 200 Anos de Pelotas), e os músicos Daniel Zanotelli, Eduardo Varela, José Francisco da Luz e Osmar Edy Pereira Cardoso. O concurso foi promovido pela Coordenação dos 200 Anos em parceria com o Curso de Produção Fonográfica da UCPel (veja a notícia de fevereiro).

A primeira estrofe (leia abaixo) fala diretamente da beleza da Igreja Anglicana do Redentor (esq.), templo centenário que coberto de hera muda de cor em cada estação do ano.

Uma alusão indireta ao Café Aquários recorda o agrado de conversar com os amigos, querendo arrumar o mundo num dia, sem hora para terminar. De fato, o local concentra os maiores conversadores (homens) da cidade, há cerca de 55 anos.

Internautas mais críticos do que amigos questionaram a segunda estrofe, do ponto de vista histórico (leia os comentários): as pelotas não teriam transportado guerreiros, sob pena de desfazer-se elas em sua fragilidade. Mas a letra especifica que a tal luta era de longo prazo, "para conquistar riquezas, progresso e educação".

E os "usurpadores cruéis" quem teriam sido? Os espanhóis que ocuparam Rio Grande, os farrapos, os charqueadores, os capitalistas dos frigoríficos? Poderá ser uma licença poética, mas para quem ouve perguntas de turistas é importante ter alguma clareza além do mistério e das lendas que rodeiam 200 anos de fantasmas e contradições. Seja a canção um estímulo para conhecer-nos melhor em nossos defeitos e qualidades (clique no botão play para ouvir).


PELOTAS, 200 ANOS
Marco Aurélio M. do Nascimento

É teu bicentenário, Pelotas!
Saio feliz pelas ruas e olho em volta.
O tempo mudou tua cara, teu corpo,
mas não mexeu com teu coração:
Princesa não perde a nobreza, inspira poesia e canção.

I
Como é bom andar pelas calçadas e olhar teus casarões,
A igreja lá da Quinze, que continua vaidosa
Mudando a cor da roupa em todas as estações,

Abraçar amigos de tanto tempo que sempre foram de fé,
Com quem me encontro todo dia à tardinha,
Tentando mudar o mundo, num papo lá no café.

II
O teu nome com orgulho foi tirado de uma rude embarcação
Que transportou guerreiros numa luta incessante,
Para conquistar riquezas, progresso e educação.

Ah, Princesa! Usurpadores cruéis levaram bens materiais,
Mas tua alma linda, tua cultura e tradição
Ninguém conseguiu roubar nem conseguirá jamais.

Fotos: F. A. Vidal (1) e PelotasVip (2)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ode à loucura em 7 versos

NECESSIDADES

Mate a fome com nacos de romã
E sacie a sede em talhadas de céu

Caminhe sobre rajadas de vento
E mergulhe em coágulos de sol

Brinque de cirandar no cume das nuvens
E como sonho de chuva fertilize a terra

O que resta é ilusão

Manoel Soares Magalhães
Imagem: Vento, de Van Gogh
Visite a página de Manoel Magalhães

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cem anos da paróquia da Luz

O professor e artista Jonas Klug escreve o seguinte, hoje (23) no Facebook, sobre a paróquia da Luz, que comemora atualmente o centenário de sua fundação (ocorreu em abril de 1912). Ele começa recordando as subdivisões da cidade em bairros e "zonas", especialmente as do Centro de Pelotas .

Lembrei disso ao ver, hoje, um cartaz (esq.) convidando para a novena comemorativa à festa da Padroeira e ao centenário da criação da Paróquia de Nossa Senhora da Luz, que denomina a "zona" onde eu morei por dezoito anos.

O "arrabalde da Luz" formou-se em torno de uma pequena ermida erguida em 1824 — então bastante fora da área urbana — por promessa de um certo capitão de barco José Fernandes da Victoria Santos, que teria recuperado milagrosamente a visão após dois anos de quase total cegueira.
Obtendo licença para pedir esmolas para a obra com o auxílio de um amigo, conseguiu a doação de um terreno particular, e levantou-se a capela, pequena e humilde, para abrigar a imagem da Padroeira, vinda de Portugal.

Nos meus guardados encontrei um "santinho" centenário (tem uma oração, atrás, mas sem data). A estampa (dir.) reproduz uma aquarela muito primitiva, mas que retrata mais ou menos fielmente a imagem — impresso, portanto, especialmente para Pelotas.
(...) Esse costume de imprimir gravuras que retratassem fielmente uma determinada imagem (em escultura) muito venerada pelo povo é muito ibérico.

(...) As cores que a escultura original apresenta na policromia são branco, no vestido, e celeste, no manto, mas não quer dizer que não tenha sofrido alguma repintura nos seus 288 anos de existência. Ou, talvez as cores desta aqui sejam uma licença tomada pelo aquarelista, inclusive porque o vermelho ou o rosado (a luz do fogo) são tradicionalmente associados à Senhora da Luz ou da Candelária.

Embora atualmente, em Pelotas, se comemore em maio, a data oficial da festa é 2 de fevereiro, em pleno verão europeu, onde provavelmente substituiu alguma comemoração pagã de fertilidade da terra.

Como N. Sra. dos Navegantes acabou se implantando no dia da Candelária (2-2), provavelmente por essa razão a festa da Luz, aqui, deva ter sido transferida para o encerramento do mês de Maria.
Em 1899 foi demolida a primeira ermida e começada a graciosa igrejinha (abaixo) que veio a se tornar Matriz da nova "freguesia", desmembrada da Catedral pelo primeiro bispo, D. Francisco de Campos Barreto em 1912.


Infelizmente, no final dos anos 1960, foi demolida, sob argumento de seu tamanho pequeno, para dar lugar à atual igreja (abaixo), de um modernismo do pior gosto. Felizmente sobreviveu a quase bicentenária imagem de Nossa Senhora, testemunha silenciosa das selvagerias do progresso.

Depois arrumaram esse terreno que aparece meio baldio aí na frente (acima) e foi plantada uma alameda de palmeiras, era uma pracinha cuidada. Por dentro tinha uma espécie de mezanino em toda a volta, como um teatro, o altar mor era singelo mas gracioso, com Nossa Senhora bem no alto, entre S. Francisco e Sto. Antonio (leia o post completo de Jonas Klug).

Os seguintes dados históricos foram tomados do livro "Centenário da Diocese de Pelotas", de Mendes e Alves [Pelotas, 2010, p. 136-140].

Em 1932 a paróquia foi entregue aos cuidados dos padres franciscanos, que em 13 de abril desse ano instituíram a Trezena de Santo Antônio de Pádua, celebrada até hoje em 13 terças-feiras seguidas.

Em 1943, a pedido do bispo Dom Antônio Zattera, os freis capuchinhos assumiram a paróquia. Encontraram a instituição beneficente do Pão dos Pobres de Santo Antônio e em 1947 a mudaram para o terreno em frente à igreja, fundando ali o Instituto Pão dos Pobres (desde 1991, Escola Nossa Senhora da Luz).

Em 1967 foi lançada a pedra fundamental da nova matriz, sendo pároco o padre José Schramm.

Imagens: J. Klug (2), Arquidiocese de Pelotas (1, 3) e F. A.Vidal (4)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mural urbano sobre cimento, em moldura elétrica

Os rabiscos urbanos, em mãos de certos artistas, derivaram na pintura mural de rua, sem perder os traços de rebeldia e crítica. Exposta à intempérie e sem uma autorização formal, o graffiti artístico pode deixar sua mensagem por horas, dias ou anos. Esta pintura, que se encontra ante um terreno abandonado na rua Doutor Cassiano próximo à Quinze de Novembro, já tem uns meses.

Sua grandiosidade e seu cromatismo em preto e branco pretende sintonizar com a paisagem urbana, tapetada de cimento, antenas, grades e cercas elétricas, que neste caso protegem um terreno vazio. De fato, ela mesma foi feita sobre a parede de cimento que fecharia um portão de uma suposta casa.

No entanto, essa grandeza contrasta duramente com a pequenez dos rabiscos não artísticos ao seu redor e com a humanidade das pessoas que circulam diante dela, fantasmas que ficaram ausentes na pintura e na fotografia.
Foto de F. A. Vidal

POST DATA: 30-05-12
Veja na ZH de hoje como o fotógrafo Nauro Júnior focou esta pintura com seu olho jornalístico.

sábado, 19 de maio de 2012

Poeta Cortázar é encontrado na praça


ENCONTRO COM CORTAZAR

Encontrei-o no banco da praça.

Início da manhã.
O sol ainda se espreguiçava, lancetando as tijoletas quebradas.

Mãos no bolso, caminhava apressado.
Foi quando vi Cortázar.

Tristemente abandonado no banco da praça.
Pelo jeito passara a noite por ali.

Aproximei-me.
Seu estado era péssimo.

"Histórias de Cronópios e de Famas", estava escrito na capa.
Olhei para os lados.

Vazio.
Enfiei o volume embaixo do braço e segui meu caminho.
Manoel Soares Magalhães

Fotos da Praça Coronel Pedro Osório: Flickr (1) e blog Viaje por Pelotas (2)
Conheça no Facebook a nova página de Manoel Magalhães

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Festas exaltam o alcoolismo

Hoje em dia, as assim chamadas "baladas" costumam durar da meia-noite ao amanhecer e, como não é novidade desde que as festas existem na história humana, normalmente são bem regadas a álcool.

No entanto, as festas públicas atualmente não só liberam as bebidas mais pesadas, somadas a estimulantes, mas também as anunciam como parte essencial da questão, como se o convite fosse para alcoolizar-se e não para algum tipo de encontro social ou por algum motivo de alegria.

Além de anunciar o preço da cerveja, vodca e uísque, cada festa já vem com o álcool incluído no próprio nome, como se pode ver nos exemplos deste fim de semana em Pelotas, todos bem universitários, recolhidos num recinto da UCPel:
  • TEQUI-LEIGA (da Boate da Leiga): dose dupla de tequila a cada hora!

  • MARAJÁS DO TRAGO (os reis da dependência química legalizada)

  • ALCOÓLICOS AGRÔNOMOS (festa etílica que mistura os engenheiros com os anônimos).

Estes casos são simplesmente parte do folclore urbano que nossa sociedade tolera, mas a verdade é que o abuso de drogas e os traços psicopáticos têm plena liberdade não só na periferia mas em pleno centro. A maior demonstração disso se vê quando se fiscalizam os bares noturnos da área universitária: nessas horas nem sequer a Brigada Militar evita que os bêbados bem vestidos agridam os fiscais, de palavra ou de fato.
Imagens: F. A. Vidal

Abstratos da coleção do MALG

Hoje (18) o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo da UFPel abre a mostra "Abstração no acervo do MALG", com curadoria do professor Lauer Alves Nunes dos Santos. O convite virtual traz o quadro de Inah D’Ávila Costa "Em Tempo de Rio Grande", em tinta acrílica sobre eucatex. Será uma boa oportunidade para admirar o avançado estilo da artista pelotense.

Os outros autores são: Anaizi Cruz Espírito Santo, Berenice Unikovsky, Cynthia Luz, Eliane Leite, Eliane Santos Rocha, Gisa D'Ávila, Graça Marques, Harly Couto, Lenir de Miranda, Lígia Costa, Mário Röhnelt, Paulo Damé, Robert Smith-Primm, Sônia Moeller, Trindade Leal, Wilson Miranda, Zeca Nogueira, Zunilda Klauss Correa.

Visitação na vernissagem (18-21h) e desde amanhã (19) até 10 de junho, no horário habitual do Museu (de terça a domingo, 10-19h).

Doroti Zanuncio e alunas

De 7 de maio a 1 de junho a Galeria de Arte da UCPel expõe “Despertando a Criatividade”, 27 quadros abstratos e figurativos de Doroti de Ávila Zanúncio e alunas (veja notícia) .

Há um ano a professora mostrou a avançada aluna Graciele Souza (veja a nota Professora e aluna no Corredor Arte). Agora a coletiva é de cinco: Doroti, Graciele e as iniciantes Hélida Lourenson, Mara Regina dos Santos e Maria da Conceição Vaghetti Cuba.

Depois de aposentada como professora (graduou-se pela UCPel), Doroti dedicou-se a ensinar pintura de modo solidário, e com vistas a uma terapia ocupacional, tanto dela como das alunas, e revertendo em benefícios à comunidade. Anteriormente ela fez mostras individuais nesta sala (veja notícia de 2008); alguns de seus trabalhos podem ser vistos no seu blogue Minhas Pinturas.
Foto: F. A. Vidal

quinta-feira, 17 de maio de 2012

La Guerrilla, graffiti em quadros

Hoje (17) à noite inaugura-se a mostra coletiva "La Guerrilla", a segunda exposição na galeria de arte JM. Moraes (e em Pelotas) que apresenta obras do gênero "grafite urbano". A anterior foi "Lá da Rua", em março de 2011 (veja a nota).

Nesta ocasião, Jotape Pax, Bero, Ges e Veiz trazem quadros no estilo rabiscado e desenhos caricaturizados, ao redor de uma crítica ao modo de vida atual. Os artistas trazem personagens e temáticas urbanas para dentro da galeria e, de contrabando, as angústias caóticas do que se vive nas ruas, nos ambientes fora do aconchego do lar.

A diferença entre este grafite de galeria e o velho graffiti de rua é que este expõe somente em espaços abertos e de modo clandestino, em protesto explícito contra o modo de vida estabelecido, e sujeito a que as obras sejam apagadas pelos proprietários de casas e muros, ou deteriorados sob o efeito da imtempérie.

Os mesmos artistas organizaram a vernissagem na galeria do Ágape Espaço de Arte (Rua Anchieta 4480) num formato que permite recordar ao máximo o clima de agitação e contravenção que inspira normalmente o graffiti, com música de acompanhamento e muitos detalhes que confirmam esse clima. A visitação pode ser feita desde amanhã (18) até o sábado 9 de junho (10-12h).

O seguinte texto, assinado pelos quatro expositores, explica o sentido do tema e do título "La Guerrilla".

É tempo de mudanças. Gerações se cruzam em meio a multidões aceleradas. Apressadamente dirigem os olhares que procuram encontrar um filete de céu azul em meio à fumaça e à desordem. [...]

É tempo de conflitos. Meus heróis já não vivem mais e minhas referências são ilusórias. É preciso correr, lutar e buscar forças naquilo que ainda me resta.

A vida e suas trincheiras me fizeram um homem frio. O amor está em mim mas à espera por um resgate verdadeiro e caloroso. Finco minha bandeira em solo inimigo, e a partir daqui sou eu e mais ninguém. Minha dádiva vem de algo que nem eu mesmo consigo ver. Tenho medo de seguir adiante, mas de jeito algum olho para trás.

Tudo é instintivo. Vivo em meio ao devaneio metropolitano, minha selva é puro concreto e aço. Tento não desistir, mas minha visão agora turva não me deixa escolhas a não ser lutar cego e sem direção.

É tempo de sobrevivência e sei que, se eu não aceitar esta guerra contemporânea, neste meu mundo jamais haverá paz.
Jotape Pax, Bero, Ges e Veiz
Imagens dos quadros: F. A. Vidal

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cobertura do Festival

Recém iniciado o quarto ano de existência, o blogue realizou, por primeira vez, uma cobertura mais detalhada de um acontecimento cultural, o Festival de Cinema e Animação Manuel Padeiro. Além das notas escritas pelo editor, sobre o evento em geral e alguns dos filmes, o estudante de Cinema Nathanael Anasttacio gravou entrevistas que revelam aspectos dos bastidores do Festival.

O material editado rendeu três vídeos de 20 minutos cada um, que serão postados aqui no blogue. O primeiro, que será publicado esta semana, traz a visão de professores do curso de Cinema, como Liângela Xavier (acima) e Ivonete Pinto (dir.). Os seguintes mostram os testemunhos de cineastas e do público.

Mantendo o objetivo de mapear o capital cultural de Pelotas, mediante notas informativas e críticas, o blogue também pretende estimular o pelotense a participar e atuar na vida de sua cidade, não só presenciando os eventos mas também compartilhando sua opinião sobre o que aqui acontece.

Assim, com os 200 anos de Pelotas, iremos mostrando mais detalhes de nossa vida cultural para envolver os habitantes e visitantes com esta cidade que tem, desde suas origens, fama de riqueza criativa e de adiantar-se a sua época. Os historiadores registraram os avanços culturais do século XIX, e nós registramos aqui os avanços atuais, que a história reconhecerá no futuro.
Fotos: F. A. Vidal

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Amanhecer laranjense de outono

Este sábado (12) ao amanhecer, o morador do Laranjal levantou-se cedo para admirar o panorama exclusivo de sua rua sobre a figueira e a Lagoa dos Patos. Fotografou-a e a compartilhou no Facebook com quem não tem a mesma sorte. Uma rua sem ladrilhos nem brilhantes, mas com o sabor e a magia dos símbolos como personagens ocultos... a árvore na frente do sol, a luz ainda fraca, as fantasias e projetos, as laranjas míticas em volta.

Ao fundo o dia que raia, atrás de nós a noite que retrocede, e no meio do caminho esta passagem entre os dois mundos, que lembra a comunicação entre o ambiente intrauterino dos sonhos e a vida real dos desafios e das frustrantes esperas. É gostoso passar a noite na cama quentinha, mas também é motivador ir olhar essa luz que convida a explorar as infinitas opções de criatividade do mundo exterior.
Foto: Rafael Andreazza

domingo, 13 de maio de 2012

Um salve às mães

No dia internacional das mães, Madu Lopes homenageia com sua arte todas essas "fadas maiores" que nos acompanham desde que nascemos e que inspiram nosso próprio lado criativo e acolhedor.

Madu pinta mulheres e seus símbolos, principalmente pelo lado mais luminoso, mas costuma descrevê-las como seres solitários e melancólicos. Talvez como mães em potência ou sem o complemento com o masculino.

Nesta imagem, tomada do Facebook, ele mostra seu habitual conhecimento da essência feminina, com os habituais elementos de natureza, de espiritualidade, de sensorialidade, de paixão e - neste dia especial - de maternidade realizada. O fruto numa das mãos alude àquela "árvore da vida" que, no Jardim do Éden, não estava proibida (Gênese 2, 9).

Veja outras informações sobre o trabalho deste talentoso artista plástico nos posts Retrospectiva de Madu Lopes e Nova produção de Madu Lopes.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estreia hoje o curta Bad Bitch

Nesta quinta (3), o Cine Art inclui em sua programação comercial o curta Bad Bitch, realizado em Pelotas por alunos de Cinema e de Teatro da UFPel (veja nota de 5 de abril neste blogue). Somente duas sessões para este filme de 20 minutos: 20h e 20h40min.
Todo o filme se inspira no antigo cinema B, misturando elementos da cultura pop americana, no estilo de Quentin Tarantino. A trilha sonora saiu de uma parceria com a banda local Vade Retrô e alunos de Produção Fonográfica da UCPel.
Conforme a equipe declarou ao Diário Popular (edição impressa de 30-4-12), este é o primeiro curta pelotense a ser exibido neste cinema da rede Arcoiris, e já existe uma continuação encaminhada, Bad Bitch 2. Para quem não conseguir uma das 240 entradas de hoje, anunciou-se uma exibição em junho, no Cineclube Zero3.
Foto: F. A. Vidal


POST DATA: 5 maio
O cinema lotou nas duas sessões, que começaram com atraso por um problema técnico. Ninguém se moveu dos assentos até o fim dos créditos, quando então a última cena "desenterrou" a personagem, do mesmo modo que em Kill Bill, de Tarantino (
leia a notícia escrita por Max Cirne).

terça-feira, 1 de maio de 2012

Puertas y Ventanas, fotos universais

O médico veterinário Luiz Paiva Carapeto expôs a série de fotos Puertas y Ventanas, durante o mês de abril, na Galeria de Arte da UCPel (leia a notícia). As 15 imagens não sofreram manipulação digital, exceto uma que foi feita com a técnica HDR, destinada a valorizar cores e tons de claro e escuro.

Carapeto fotografa desde criança, mas o retorno à arte é recente, em função de um longo tempo concentrado na profissão (veja notícia de 2011).

O hobby se transformou em proposta artística e já rendeu várias exposições individuais, como a série de fotos em torno à Lagoa dos Patos (veja a instigante foto Eu e Tu).

O nome em espanhol da atual mostra alude à variedade internacional e à universalidade das portas e janelas, uma sutil alusão à função delas como fronteiras. Há imagens tomadas no Uruguai (à direita, a Fortaleza de Santa Teresa), Espanha e Brasil (abaixo, detalhe de uma janela não identificada).

Em Pelotas, destaca-se a envelhecida porta de um bar, que Carapeto acredita ser o mais antigo da cidade. Lamentavelmente, não pôde tomar fotos do lado de dentro, pois o dono não o deixa entrar para esse fim. Mas, como ele espera, ainda conseguirá registrar o ângulo mais íntimo daquela porta.
Fotos: Facebook (1) e F. A. Vidal (2)