De acordo ao site IBGE Cidades, em 2007 nossa cidade tinha 339.934 habitantes. O Rio Grande do Sul tem 496 municípios; o Brasil, 5565. Pelotas é o maior centro da Zona Sul do Estado, a qual inclui 23 municípios, de acordo com a mesma notícia (esta distribuição pode variar segundo diversos critérios).
Um pouco atrás na lista, Rio Grande pode considerar-se uma irmã ou rival, com uma concentração populacional pouco mais alta que a metade de Pelotas (196.337 habitantes).
Em degrau abaixo, as cidades entre 100 mil e 10 mil habitantes, lideradas por Canguçu (56.064), São Lourenço do Sul (43.388), Santa Vitória do Palmar (31.605) e Jaguarão (28.244). As outras deste grupo: São José do Norte (26.116), Encruzilhada do Sul (25.154), Capão do Leão (24.458), Piratini (21.180), Arroio Grande (18.748), Pinheiro Machado (13.152).
As restantes, pela ordem, ficam abaixo dos 9 mil habitantes: Santana da Boa Vista, Pedro Osório, Herval, Amaral Ferrador, Cerrito, Morro Redondo, Chuí, Aceguá, Turuçu, Arroio do Padre e Pedras Altas (2.638).
A questão populacional e a econômica vão muito ligadas, e os prefeitos tentam solucionar as questões financeiras e mais básicas dos seus municípios, em geral pressupondo que com tranquilidade econômica as iniciativas artísticas surgirão. No entanto, a valorização e o desenvolvimento cultural são bem mais afetivos e menos matemáticos. E os economistas ainda não se dão conta de que o individualismo capitalista não é a única opção de desenvolvimento. Exemplos de contradições entre economia e cultura não faltam entre nós:
- Rio Grande tem museus, teatro municipal, conservatório de música e cinema, mas sua população prefere vir a Pelotas fazer compras, divertir-se ou estudar.
- A Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo de Santa Vitória apoia atividades culturais com músicos e escritores locais, mas a cidade não tem uma só livraria, pois os vitorienses não se interessam pela leitura.
- Enquanto São Lourenço tem ricas tradições, Chuí se reduz a um ponto comercial de fronteira.
- Jaguarão tem uma Casa de Cultura organizada pela Secretaria, enquanto Pelotas ainda não tem a sua.
- Parte dos músicos de nossa Orquestra Filarmônica provém de Rio Grande (foto acima).
Sendo "capital" da Zona Sul (sabe-se que a riqueza gerou aqui maior desenvolvimento da arte e da literatura), deveríamos ter Conselho de Cultura municipal - com casa própria -, mas a nossa Prefeitura foca muito mais nos aspectos racionais e físicos. Por outro lado, a Câmara de Vereadores não tem a menor iniciativa na área cultural, refletindo como "casa do povo" uma pobre formação de nossa gente nesta área. Uma boa ideia seria que os municípios tomassem uma atitude mais cooperativa do que competitiva, considerando que, como o Diário faz notar, a Zona Sul tem 900 mil habitantes, como um todo.
Imagens: site Blig (quadro "Operários", de Tarsila do Amaral) e Fenadoce
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