A Catedral São Francisco de Paula expõe até hoje (5) doze obras de artes visuais inspiradas no principal templo católico de Pelotas, reformado pela mitra diocesana em 1948 e reinaugurado no Natal de 1950. A homenagem é dirigida à Diocese de Pelotas, que este ano completou o centenário.
A série foi organizada pelos professores da UFPel Nicola Caringi Lima e José Luiz de Pellegrin. Os artistas plásticos escolhidos foram: Nauro Júnior, Paulo Rossi, Graça Marques, Arlinda Nunes, Lisarb Real, Maria Alice Castilhos, Helena Pinto Ferreira, Hayly Couto, Rogério Baungarten, Graça La Falce, Clarice Magalhães e Túlio Oliver.
Em nossa Catedral, nunca se usou fazer exposições, além da obra artística que ela já é em si mesma e dos quadros, estátuas, vitrais e afrescos que ela contém. A música é a arte mais comumente em exibição no templo, especialmente em casamentos, quando se apresentam destacados cantores líricos e instrumentistas. Cada Natal, também há um espetáculo de corais e orquestras (costume mais americano), mas nada se faz de música sacra na Quaresma (costume mais europeu). O deste ano será na sexta 17 de dezembro, às 20h.
Ao entrar-se pela nave lateral esquerda, a primeira obra a ser notada é a de Nauro Cardoso Machado Júnior, fotografia intitulada "Luzes de Deus".
No meio de um temporal noturno de verão, com chuva e relâmpagos, Nauro conseguiu o incrível flagrante: o perfil da Catedral contra o céu tempestuoso, cortado por uma espécie de frase divina, onipotente e terrível. Algum anjo lhe teria avisado que Deus falaria aquela noite, usando a Catedral como tribuna?
Só um maluco iria se molhar na chuva para tirar fotos dos prédios ou do céu. No entanto, a foto foi para a capa de Zero Hora na edição de fim de ano, em 31 de dezembro de 1997. Em 2009 ele voltou a fotografar raios (veja a foto).
A mesma foto nos recebe pelo lado de dentro da Catedral, onde revemos as luzes externas de Deus, que agora está mais calmo e otimista, falando-nos pelos vitrais, lâmpadas e reflexos. O anjo nos revela pela mensagem de treze anos atrás, que Ele esteve ontem irado, no meio da noite, e hoje nos acolhe mediante as luzes do dia, que percebemos no interior do nosso templo.
Fotos: F. A. Vidal (1) e Nauro Jr. (2)
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