A pavimentação da Avenida Ferreira Viana ocorreu no primeiro mandato do prefeito Irajá Rodrigues (1977-1982), que se caracterizou por obras vistosas e até bem-intencionadas, mas que por mau planejamento trouxeram alguns incômodos. O acesso motorizado às praias do Laranjal se fazia pela paralela Av. Domingos de Almeida; somente ciclistas e charretes passavam pelo caminho poeirento e solitário que ia da Bento Gonçalves até os fundos do Instituto de Menores.
A renovada artéria se fez atraente pelo concreto - muito melhor que as pedras da Domingos de Almeida - e especialmente pela nova conexão com a ponte sobre o arroio Santa Bárbara. Ninguém se importou com que a via carecesse de acostamento e tivesse um sistema confuso para transitar em duas mãos, em ultrapassagens perigosas, sem adequada sinalização no pavimento.
O fluxo de carros aumentou e ainda apareceram os ônibus, cujas paradas entorpeciam o trânsito. Desde os anos 70, os pelotenses arriscam suas vidas neste caminho infernal. Se não houve mais acidentes, foi por ajuda divina ou pela habilidade dos motoristas, usualmente apressados. Os veículos não motorizados agora preferem a Domingos de Almeida, que mesmo duplicada e asfaltada foi sempre rejeitada pelos motoristas.
Na ida para a praia, os passageiros que pretendam subir ou descer dos ônibus se encontram, além da inexistência de acostamento (perigosa para os veículos) com a falta de espaço para caminhar. Entre o meio-fio e o pequeno poste da parada (esq.) há uns 80 cm para fazer equilíbrio. Os outros 70 cm em declive, entre o poste e o valetão aberto, não são transitáveis; de noite, ficam invisíveis. Em dias de chuva, o cidadão ainda precisa evitar os possíveis escorregões.
A única solução para este problema seria duplicar a via e que o trajeto de ida seja feito pelo outro lado do valetão.
Na vinda, os ônibus param do lado das casas, onde não há o mesmo risco de vida (somente o perigo para os veículos). Estas fotos foram tomadas em janeiro de 2009, ainda sem todas as paradas terminadas.
A prefeitura não mandou as linhas de ônibus de volta para a Domingos de Almeida, mas preferiu fazer as paradas clássicas, talvez tendo em vista que a Ferreira Viana seria duplicada, como já foi anunciado pela atual gestão. Trinta anos depois, a perigosa avenida terá duas pistas para veículos motorizados, pista para bicicletas e asfalto (melhor que o concreto).
Provavelmente, as paradas de ônibus serão como as que já existem, com pouca proteção contra a chuva, pouco acostamento e a necessidade de mais pontilhões, para os pedestres não precisarem caminhar meio quilômetro para chegar ao outro lado. E a educação dos motoristas?
Fotos de F. A. Vidal.
4 comentários:
Olá, sou morador das redondezas da Ferreira Viana próximo à Sub-estação da CEEE. Concordo que a avenida é problemática ao extremo. Já pude ver inúmeros acidentes e incidentes por este logradouro. Porém, sou obrigado a discordar de um comentário da matéria: passar as linhas da Empresa Laranjal para a Avenida Domingos de Almeida seria literalmente retroceder no tempo e afetar por completo os moradores desta região. Eu por exemplo, caminho meia quadra para pegar o ônibus; imagine eu ter que caminhar seis quadras e meia para chegar na Domingos de Almeida e esperar a condução.
Enfim, o que falta na Ferreira Viana é um bom planejamento viário, várias reformas a se fazer e obviamente a duplicação desta. Porém, não será tirando os ônibus deste logradouro a solução para o caos desta avenida.
Na verdade, a matéria não menciona sequer que as linhas voltem à Domingos de Almeida; o objetivo é denunciar o problema e mostrar o serviço incompleto da prefeitura, que não considerou a segurança.
A única sugestão feita é sobre a urgente duplicação da Ferreira Viana. O leitor pensa na sua conveniência quanto à distância, sem considerar que outros moradores, os do outro lado, hoje devem caminhar mais do que antigamente. O importante é o bem comum, especialmente quanto à segurança. Os técnicos costumam decidir sem ouvir a comunidade, e os moradores reclamam por interesses pessoais em detrimento do conjunto da comunidade. A questão do serviço de ônibus é diferente do problema de segurança desta avenida mal planejada.
Sou moradora das proximidades da Avenida e hoje após percorrer menos de um kilômetro pela via percebi duas manchas enormes de sangue, onde uma delas tive a confirmação de que era de um motoqueiro que foi arrastado por um caminhão ontem no final da tarde, o qual não obtive informações se sobreviveu ao acidente ou não e a segunda não sei do ocorrido mas pela proporção da mancha pode-se verificar que não é de nenhum animal.
Realmente são mais de 30 anos, muitas vidas perdidas, acidentes quase que diários e as promessas de duplicação que não saem do papel. Será que os políticos de nossa cidade vão continuar aguardando a concientização dos motoristas ou vão esperar até que um de seus entes queridos perca a vida nessa perigosíssima via para tomar finalmente uma iniciativa?
Lis, vc pode especificar o ponto em que estão essas manchas, ou tomar fotos? Isso poderia valer outra nota atualizando dados sobre o problema.
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