Solano, Pedro, Rodrigo e Carolina |
Uma tarde de uma quinta-feira de outono, eles se dispuseram a fotografar as belezas da Praça Osório, que os pelotenses geralmente não valorizam ou até nem percebem, seja porque elas estão assimiladas no cotidiano, seja pela simples pressa de chegar mais rápido a seus destinos. Eles escolheram trabalhar no mesmo dia, para ter mais interação e para todos terem as mesmas condições de tirar as fotos.
O Corredor Arte acolheu essas fotografias e as expôs até hoje (8) no Hospital-Escola da UFPel. “É interessante mostrar as belezas históricas da cidade, que muitas vezes não nos damos conta”, diz Carolina. “Queríamos que as fotos agradassem aos olhos dos que passam pelo Hospital, para amenizar e levar belezas, ali, tão próximas”, conta Rodrigo.
Em cores ou em preto e branco, focando detalhes do popular chafariz ou a cúpula do Grande Hotel (fotos abaixo), pessoas ocupadas ou a paz da natureza, a diversidade perceptiva dos fotógrafos mostra como o mesmo lugar pode revelar, inclusive no mesmo horário, uma variedade tão ampla de ângulos e aparências.
A nossa praça central contém toda essa riqueza e as contradições de uma grande cidade: natural e artificial, espontânea e solene, tradicional e moderna, humana e animal, infantil e anciã, intelectual e artesanal, científica e artística, santa e pecadora.
Os sucessivos nomes da praça se relacionaram com as transformações políticas. Na Freguesia de São Francisco de Paula, o espaço era um campo central semiurbano. Com a instalação da Vila (1832), ficou como a Praça da Regeneração, em referência a um conceito do liberalismo português; nosso país passava também por renovações.
Em 1865, quando o Imperador visitava Pelotas pela segunda vez, o nome foi mudado para Praça Dom Pedro II, em homenagem explícita ao visitante, então com 40 anos.
A Fonte das Nereidas foi trazida da França em 1873 pela Companhia Hidráulica Pelotense; foi colocada perto de uma das esquinas da praça e poucos anos depois ficou no ponto central. Na época, os chafarizes abasteciam de água a população – não como hoje, que são simples adornos.
Até a colocação do chafariz (não temos a data precisa), houve no centro da praça um pelourinho, instrumento de tortura pública, instalado em 1832, quando a Freguesia tomou a condição de Vila, com governo autônomo. Delinquentes e escravos eram, antes disto, condenados e castigados na Vila de São Pedro do Rio Grande.
A repentina mudança de regime em 1889 traria o nome óbvio: Praça da República. Mas a mudança de nome só ocorreu em 1895, após seis anos de neutralidade, na transição do sistema imperial ao republicano. Nesse meio tempo, a Câmara Municipal – com maioria de liberais – tinha "regenerado" a denominação para "Praça da Regeneração". Era preferível voltar ao nome primitivo, fora de contexto, a evocar a figura maior do proscrito sistema absolutista.
Até a colocação do chafariz (não temos a data precisa), houve no centro da praça um pelourinho, instrumento de tortura pública, instalado em 1832, quando a Freguesia tomou a condição de Vila, com governo autônomo. Delinquentes e escravos eram, antes disto, condenados e castigados na Vila de São Pedro do Rio Grande.
A repentina mudança de regime em 1889 traria o nome óbvio: Praça da República. Mas a mudança de nome só ocorreu em 1895, após seis anos de neutralidade, na transição do sistema imperial ao republicano. Nesse meio tempo, a Câmara Municipal – com maioria de liberais – tinha "regenerado" a denominação para "Praça da Regeneração". Era preferível voltar ao nome primitivo, fora de contexto, a evocar a figura maior do proscrito sistema absolutista.
Pedro Luís da Rocha Osório (veja biografia) foi charqueador, agricultor e político, iniciador do Ciclo do Arroz em nossa zona, numa época em que as charqueadas vinham em decadência. Não fez carreira militar, mas em 1894, aos 40 anos, foi nomeado Comandante da Guarda Nacional, recebendo honras de Coronel do Exército. Ao falecer em 1931, o prefeito João Py Crespo o homenageou dando à Praça da República seu nome atual: Praça Coronel Pedro Osório. O monumento feito por Antônio Caringi só viria em 1954, com o centenário de nascimento do coronel que não foi militar.
De 1832 a 1931, a praça central de Pelotas teve 3 denominações, e desde então até hoje (oito décadas) somente uma. Mesmo sendo difícil aos visitantes memorizar o longo nome, será ainda mais difícil que os pelotenses assimilem uma mudança. Nem pelotense, nem "doutor" nem coronel, mas adorado pelos gaúchos, especialmente em Pelotas, cuja economia ajudou a levantar. Quando nascerá outro Pedro Osório?
2 comentários:
vamoO cuida da nossa cidade
LINDOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (VAL & PELEGO HERVAL-CAXIAS DO SUL)
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