Este ano, Giane propôs às alunas a técnica chamada "monotipia", que reproduz uma imagem original sem grande nitidez, permitindo criar efeitos novos. Neste exercício, as imagens de base foram fotografias de lugares da cidade de Pelotas, como a Catedral, o Mercado e alguns casarões.
Tanto a inspiração - sem novidade - como a técnica usada - fora do hábito das pintoras do ateliê - deram liberdade à imaginação e às emoções. Quando se usam as cores sem muita nitidez e o método exige alguma capacidade de improvisação, é a afetividade interna que vem em auxílio do artista para preencher vazios e configurar alguma mensagem pessoal.
O resultado foi a mostra chamada "Cotidiano tornando tema", com cerca de vinte pinturas em monotipia, fotografias, desenhos, almofadas e sacolas, todas relacionadas com Pelotas. Até um dos biombos (dos 150 anos de Freud) veio recordar que ele também tinha sido feito com elementos locais.
A exposição foi inaugurada na terça 7, no ateliê, e permanece pelo mês de julho, como várias outras mostras que foram abertas na Semana de Pelotas. Quem chegou a esta vernissage, apesar do frio, viu-se recompensado pelo calor humano e pelo quentão.
Nem todas as artistas deste grupo assinam seus trabalhos ou adjuntam fichas com identificações, pelo qual se tem a impressão de não haver linhas ou tendências autorais, como se os quadros fossem simples adornos de um ambiente. No entanto, a maioria delas tem suas preferências encaminhadas e podem ser identificadas por seus quadros, mesmo que não os assinem. Heloísa e Giane pintaram a Catedral (1-2, acima); Fátima, a Caixa d'água (3, esq.); Hélia, o casarão do MALG (4, dir.). Abaixo, pintura de Giane Casaretto.
Analisar suas obras será uma tarefa interessante a ser realizada neste blogue, tanto como uso do pensamento crítico como uma prática de desenvolvimento pessoal das artistas.
Fotos de F. A. Vidal.
Fotos de F. A. Vidal.
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