Quem andava com máquina fotográfica na Expofeira, sábado (9) pôde apreciar a estética de cores e luzes de um fogo aceso para assar churrasco. Gaúcho comemora com os amigos à base de carne, e não considera a correção política, ecológica ou nutricional.
Em outro setor do Parque Ildefonso Simões Lopes, um remate de gado não conseguia muitas ofertas, pelo pouco público do entardecer. O leilão era de bovinos de reprodução e corte, o que significa abate e destinação ao consumo humano. Os animais eram empurrados numa arena para serem vistos de perto pelos possíveis compradores. As arquibancadas meio vazias continham poucos analistas profissionais e mais curiosos, daqueles que cansados de TV querem a proximidade dos bichos vivos, como num zoológico, ou dos que gostam de pensar nestes animais como candidatos a um prato comestível, como seria num circo romano.
Mesmo gostando de churrasco, sou daqueles que não conseguem conciliar duas tendências contrapostas colocadas num mesmo objeto: ou se degustam com agrado os tipos de carne, ou se trata dos animais vivos com cuidado científico. Para gostar das duas coisas se requer uma grande tolerância da violência interna. É uma realidade instintiva inevitável, mas que às vezes se consegue educar e canalizar, com maior ou menos consciência, ou eficiência, ou benemerência.
Por isso é que as duas imagens deste post se encontram o mais longe possível uma da outra, tentando afastar duas cenas que na Feira Agro-Pecuária de Pelotas se encontravam, num mesmo momento, a poucos metros de distância.
Fotos de F. A. Vidal
Fotos de F. A. Vidal
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