Por estes dias, época de férias e baixo movimento bancário, o Correio tem estado com muito público. Hoje à tarde, a espera média era de uns 40 minutos, e os 25 assentos disponíveis davam descanso a somente metade do necessário.
Como a empresa é pobre, não tem muitas cadeiras nem pessoal que ensine a matar a charada de como pedir a senha (há cinco filas no dispensador, e o usuário deve adivinhar a sua). O encarregado da segurança orientava as pessoas que pediam ajuda.
A situação parece reflexo das muitas devoluções de dinheiro de um concurso revogado em dezembro, da própria empresa estatal, que teve um milhão de inscritos em todo o país para 6500 vagas (leia notícia). Também muitos CPFs eram iniciados ou desbloqueados.
Tudo bem explicável, mas a direção da agência não se mostrava minimamente sensibilizada pelo problema sofrido pelo público. Pelo contrário, os funcionários é que se ressentiam pela pressão, impedidos de parar um momento para ir ao banheiro ou a um cafezinho, e até mesmo a direção proibia tomar fotos do recinto, como se fosse um local secreto. A empresa pública não deseja ser observada ou criticada?
O fato é que o público não se queixava, acostumado ao mau atendimento e até temeroso de represálias, como se estivéssemos já num país socialista. Em Cuba, reino do partido único, a fórmula para não espantar turistas é esta: estrangeiros são atendidos em primeiro lugar, enquanto o povo espera uma solução política.
Foto de F. A. Vidal
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