Também no sábado, Manoel Magalhães escreveu no portal CultiveLer (novo sítio de notícias e crônicas): Morre o Poeta da Fotografia. O escritor recorda o humor negro do fotógrafo, e destaca o talento dele para transmitir conteúdos poéticos sem palavras. Aqui no blogue, vimos sua irônica Dama da Praça.
As imagens construídas por Vilmar mostravam ângulos essenciais do cotidiano de Pelotas, como as que ilustram esta nota: a neblina na Praça Vinte de Setembro (acima) e o vapor saindo do mais escuro líquido, na Rua Sete de Setembro (abaixo). Ele batizava suas fotos com pensamentos seus, como estes epigramas encontrados em sua página do Flickr:
- A sombra é o reflexo da alma; assim como o espírito, você não toca; durante toda a vida é sua eterna companheira.
- Na Colônia parece que as pessoas não se preocupam com os avanços tecnológicos... só pensam em viver.
- A escada representa bem o nosso cotidiano: quem subiu tem que descer. Esta é a nossa situação, com o poder negativo do homem.
- Lixeira feita em campanha politica... é como a mente do político: fica sem fundo, e o nosso voto vira lixo.
Na sua Galeria de Fotos pode-se apreciar a qualidade e a variedade de seus registros, seja em preto-e-branco ou em vivas cores, mostrando a vida das pessoas ou fragmentos de casarões, paisagens ou insetos, tanto pelo lado luminoso como pelo sombrio. Um olhar múltiplo para uma realidade múltipla.
Imagens: V. Tavares (Flickr)
Um comentário:
O talento permanece no tempo. O que se vai é o invólucro provisório, sabemos, que o envolve. Todo artista, deixa uma esteira positiva que ilumina, que motiva, que alimenta os pósteros, qual cometa.
Unanimidade, Tavares, legítima testemunha ocular da história de Pelotas e seu acervo: humano, paisagístico, registrou em cores ou ausência delas, o que os grandes arquitetos consagram: a luz. Tudo é a luz, especialmente para o fotógrafo e o arquiteto.
Tenho certeza de que o grande Arquiteto da Natureza o recebeu sorrindo, colocando a seu dispor a melhor tecnologia celeste, para que passe a registrar acontecimentos insólitos. Nós que o respeitávamos e admirávamos, seguiremos admirando e respeitando seu talento, enriquecedor de nossos acervos.
Até um dia, se Deus quiser! Prof.ª Loiva Hartmann
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