Esta sexta (21) foi coroada a Corte Real da 20ª FENADOCE. Na internet, a notícia foi divulgada pelo Diário Popular (leia a matéria) mas até hoje à noite (23) nem a RBS nem o Amigos de Pelotas mencionaram o acontecimento, e o portal da FENADOCE está com a informação atualizada somente até terça (18).
Além de emprestar solenidade e beleza aos eventos da Capital do Doce, as três jovens escolhidas deverão também ajudar a presidir as celebrações dos 200 anos de Pelotas, ao longo de 2012. Se souberem capitalizar esta vantagem, poderão seguir contribuindo nos anos seguintes, de outras formas, ao desenvolvimento turístico da cidade.
A nova doce Rainha dos pelotenses é Melissa Diana Cezar da Silva (dir.), que com o número 13 ganhou o seu primeiro concurso de beleza.
A esbelta morena tem 19 anos, segundo sua apresentação no vídeo de candidata (veja). No Facebook ela se identifica como Melissa Cezar, natural de Rio Grande, ex-aluna do Colégio São José e estudante de Direito na UFPel.
A Princesa Jéssica Hammes Barz (esq.) é pelotense, estuda Jornalismo e tem 17 anos, segundo declara no vídeo de apresentação (veja). Ela é atualmente a rainha da Sociedade Recreativa 15 de Julho, que cultiva tradições alemãs.
A Princesa Cibele Carina de Souza (abaixo) tem 23 anos e havia sido candidata em 2008, tentando ser a segunda rainha da FENADOCE de raça negra (em 2006, Francine Dias havia sido a primeira, veja notícia). Hoje Cibele é Miss Beleza Negra Pelotas.
De acordo ao regulamento (leia), as candidatas devem ter mais de 16 anos, cursar ensino médio ou superior, ser solteiras sem filhos, e residir em Pelotas há mais de 10 anos. Sua candidatura deve ser apresentada por uma entidade legalmente constituída, e a inscrição inclui, entre outros requisitos, a colocação de um vídeo de 1 minuto no YouTube.
Em 2012, a corte precisará esclarecer a turistas e interessados que a FENADOCE tem 25 anos, pois foi criada em 1986 como uma Feira bienal, pelo Governo Bernardo. Foi feita a cada dois anos até 2000 (8ª), e desde então é anual (em 2001 foi a 9ª, e assim por diante).
Portanto, hoje estamos na 20ª edição (mas não no 20º aniversário). Veja histórico no portal oficial. No Facebook do evento ("Escolha da Corte 20ª Fenadoce") podem ser vistas algumas fotografias das cortes anteriores.
Outra dúvida frequente dos visitantes e dos pelotenses pode ser sobre o que o bicentenário comemora. Pelotas foi fundada como município independente em 1832, mas João Simões Lopes Neto propôs que o centenário da cidade fosse celebrado em 1912, lembrando a fundação da Freguesia de São Francisco de Paula em 1812.
Desde então ficamos programados para festejar os 200 anos em 2012; no entanto, para que esta FENADOCE esteja à altura, a comunidade terá que se motivar especialmente: com um sítio oficial mais dinâmico, uma corte com atitudes e posturas mais brilhantes e uma imprensa mais participante e incentivadora.
Leia uma entrevista de 9 perguntas com a 20ª Corte da FENADOCE.
Veja a nota Corte da FENADOCE 2011.
Fotos: Focco, Facebook, Cortefenadoce e Moda Mais
POST DATA
12-10-12
Veja a postagem Corte da FENADOCE 2013.
6 comentários:
Porque especificar a cor da pele de uma das meninas? Uma mais clara, outra um pouco mais escura, uma mais clara ainda que as outras.Uma com o cabelo mais encaracolado, outra com o cabelo mais liso(chapinha?),outra talvez com esses alisamentos modernos à base de formol, quem sabe...
Sr. blogueiro, nós estamos no Brasil, as três meninas são mestiças...assim como o sr., os seus, os meus, e assim vai!
"Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro..." "Tira a mãe preta do serrado,bota o rei congo no congado..." BRASIL!!!
Sr. blogueiro, se oriente...!!
Ass: LUIZA MESTIÇA BRASILEIRA
Dona Luiza, o texto é elogioso e menciona (em única frase num longo texto) a VARIEDADE étnica das meninas. Cibele tem tanto orgulho de sua raça e de sua graça feminina que já participou em mais de um concurso de "beleza negra". Esse tipo de destaque é comum em Pelotas, que tem grande população dessa origem, desde a época da escravidão, de triste lembrança. De diversas formas, tentamos superar os erros do passado. Uma delas é incluindo todas as raças neste concurso da Fenadoce.
A mestiçagem é um fato no genótipo de cada um, mas o que é visível nas fotos é somente o fenótipo, a cor da pele, cabelo e olhos. A sociedade vê só isso, e ali dirige suas preferências e preconceitos.
Por que a Aquarela Brasileira menciona então essas cores da pele (mulato, mãe preta)? Não somos todos seres humanos, mesmo com aparências diversas? Se está tudo misturado, devemos então fechar os olhos às diferenças visuais? Você mesma assinou como Mestiça. E o que importa a raça (pura ou misturada), se é mais humano valorizar o que está na alma e no espírito da pessoa?
Creio que sua oposição é contra os concursos de beleza feminina, em que as meninas se expõem à observação de superficialidades corporais. Quando há candidatas de TODAS as raças, como neste caso, é sinal de menor preconceito, pois este costume norte-americano chegou ao Brasil já excluindo as mulatas e negras.
E não veja as palavras (que não são ofensivas) mas o orgulho com que as moças representam sua cidade perante o Brasil.
Pois é com certeza os doces portugueses, muito foram feitos com o auxílio das mucamas, as negras,que preparavam tudo só para as Sras decorarem enquanto tomavam seus chás, pois mexer uma panela para fazer brigadeiros é tarefa que cabia às domésticas, sem dúvida,tem mão escrava nessas delícias,como quase tudo nesse país,não me lembro de ter visto qualquer coisa neste sentido ao longo de todos os anos da Feira.
nada a ve uma é negra a outra branca e outra morena!
se orienta luiza!
Sr. blogueiro, eu não tenho nenhuma oposição a qualquer tipo de concurso. Eu tenho oposição a pessoas como o sr. que tem vergonha de assumir a sua negritude .Quando o sr. se referiu a cor de Cibele, passou a impressão que ela era a única mulata das três, e o sr. sabe que eu sei que o sr. sabe, que Melissa é tão mulata quanto Cibele e o sr. é igual a elas, por isso só fala na Cibele e não associa Melissa a negritude, pq se associaria também, o sr. deve dizer que é branco, sabe que não é, mas se diz. Sr. blogueiro, na foto o que eu estou vendo são duas meninas mulatas e três meninas com nariz de negro.Meu senhor a raça negra está presente nas características de todo o povo brasileiro, no nariz ,na cor da pele, na boca, no cabelo.E só não enxergou que as duas meninas são iguais quem é igual a ela e se diz branco, insisto mais uma vez. E através de fotos se vê muito bem. Eu vejo na sua foto que o sr. é mulato, que o seu nariz é negróide, que a cor de sua pele é de mulato, o seu cabelo é de mulato, enfim... mas todos os mulatos se dizem brancos aqui no Brasil. Ponham a foto da vó negra ou do vô negro na sala. É aí que eu me refiro...
Cibele ganhou concursos de Mais Bela Negra, aos quais ela mesma concorreu; a notícia de sua vitória tem o título "Pelotense é eleita a Mais Bela Negra do Rio Grande do Sul" (ver o link do Diário Popular, no parágrafo em que se menciona a Cibele). Foi a própria candidata que buscou essa merecida vitória, consciente de ser uma Bela Negra.
Esse tipo de concursos discriminam as concorrentes pela cor da pele, pois não são aceitas meninas de outras "cores". Por outro lado, se as mulheres de pele escura se AFIRMAM como negras, significa que NEGAM seu lado branco? E qual o problema nisso?
Também pode ser visto como sexista o tipo de concurso de beleza para mulheres, como se os homens não tivessem beleza. Ou como se os homens não tivessem seu lado feminino. Mas aqui não pretendo julgar esses supostos preconceitos de nossa sociedade.
Este post foi feito para destacar COM ORGULHO a participação das meninas, e para AFIRMAR o elemento afro mais evidente na Cibele (tradicionalmente pouco valorizado, mas agora associado à inteligência e beleza física e espiritual das mulheres).
A leitora tergiversa o sentido desta notícia, pois não é o objetivo NEGAR os elementos raciais de ninguém e sim para AFIRMAR o valor das pessoas, de TODAS as raças ou cor de pele ou traços físicos, pois a beleza está no espírito, é daí que provém a beleza física.
No Brasil há liberdade para cada um se identificar com uma raça ou cor de pele, ou mesmo com nenhuma. A consciência racial não pode ser imposta. Algum dia, se for possível conhecer os genes raciais, as pessoas não olharão mais para a cor da pele. Se houver capacidade de olhar o espiritual, veremos o que há no coração das pessoas e não na BIOLOGIA (seja o fenótipo ou o genótipo).
Enquanto isso, damos as notícias como elas ocorrem, sem moralismo nem patrulhamento ideológico.
Senhora leitora, valorize a diversidade física,, sem negá-la, e olhe mais para a riqueza espiritual das pessoas.
Postar um comentário