Às 11h deste sábado (05-07), no Café Aquários, o Projeto Pelotas Memória apresenta o documentário "Vítreo Habitat: Café Aquários e suas Histórias", gravado na esquina da Quinze de Novembro com Sete de Setembro. Trata-se de uma homenagem dessa Página do Facebook ao povo de Pelotas no aniversário nº 202 de fundação da Freguesia de São Francisco de Paula (07-07-1812). A expressão "vítreo habitat" foi cunhada por Vilmar Gomes em 2013 (confira o Soneto para o Café Aquários). Sobre a esquina da Quinze com Sete veja a postagem Esquina 22 há cem anos.
A publicação do vídeo foi anunciada hoje (04-07) por Leonardo Tajes Ferreira na página de Nauro Júnior, um dos entrevistados. Novo-hamburguense chegado a Pelotas nos anos 90, Nauro aprendeu no espaço do Café a relacionar-se com a cidade que o acolhe até hoje.
A produção de Leonardo e equipe recolhe histórias do Café em entrevistas com frequentadores do estabelecimento. O objetivo do trabalho do Pelotas Memória é "relembrar a cidade de ontem e descobrir a Pelotas de hoje, suas personalidades, sua gente, seu cotidiano popular".
Este é o documentário visual que faltava fazer, para valorização visual e universal do Aquários, mas não é a primeira vez que estudantes universitários se interessam por uma descrição antropológica deste foco de políticos, poetas, especuladores e saudosistas.
Em outubro de 2009 realizaram-se em Pelotas o XVIII CIC (Congresso de Iniciação Científica), o XI ENPOS (Encontro de Pós-Graduação) e a I Mostra Científica (v. página da UFPel). Um dos trabalhos apresentados na área humanística foi: "Café Aquários: um espaço peculiar de sociabilidade", de Vinicius Schwochow Paiva (apresentador) e Renata Menasche (orientadora). Em 2011, os mesmos apresentaram trabalho semelhante sob o título "Gastronomia, memória e identidade em uma casa de café" (v. nota).
Os antropólogos estudam o comportamento urbanos nos cafés como espaços públicos de socialização, ambientes em que as pessoas praticam, repetem e renovam hábitos e valores ligados à memória social da cidade. No estudo de 2009, Paiva e Menasche tomaram o Café Aquários como ponto de observação (na época, ainda era permitido fumar no interior e o estabelecimento fechava às 22h). No dizer dos pesquisadores,
Em Pelotas, pode-se tomar café na barra em mais de um ponto comercial (Ponto Chic, Armazém, Feira), mas o Aquários é o maior e o mais antigo, é marca que identifica a cidade, uma verdadeira "grife de Pelotas", como diz Eduardo Leite na entrevista.
O nome do café é citado nas músicas Pelotas (Kleiton e Kledir), Doce Princesa (Alex Cruz) e Hino do Bicentenário (Marco Aurélio do Nascimento). No livro de ficção "Satolep", Vítor Ramil identifica o "Café Aquário" pelo nome e pelas suas características próprias (páginas 36-64). Veja neste blogue mais histórias do Aquários (35 postagens).
A publicação do vídeo foi anunciada hoje (04-07) por Leonardo Tajes Ferreira na página de Nauro Júnior, um dos entrevistados. Novo-hamburguense chegado a Pelotas nos anos 90, Nauro aprendeu no espaço do Café a relacionar-se com a cidade que o acolhe até hoje.
Eduardo Leite dá depoimento ante Leonardo Tajes. |
Este é o documentário visual que faltava fazer, para valorização visual e universal do Aquários, mas não é a primeira vez que estudantes universitários se interessam por uma descrição antropológica deste foco de políticos, poetas, especuladores e saudosistas.
Em outubro de 2009 realizaram-se em Pelotas o XVIII CIC (Congresso de Iniciação Científica), o XI ENPOS (Encontro de Pós-Graduação) e a I Mostra Científica (v. página da UFPel). Um dos trabalhos apresentados na área humanística foi: "Café Aquários: um espaço peculiar de sociabilidade", de Vinicius Schwochow Paiva (apresentador) e Renata Menasche (orientadora). Em 2011, os mesmos apresentaram trabalho semelhante sob o título "Gastronomia, memória e identidade em uma casa de café" (v. nota).
Os antropólogos estudam o comportamento urbanos nos cafés como espaços públicos de socialização, ambientes em que as pessoas praticam, repetem e renovam hábitos e valores ligados à memória social da cidade. No estudo de 2009, Paiva e Menasche tomaram o Café Aquários como ponto de observação (na época, ainda era permitido fumar no interior e o estabelecimento fechava às 22h). No dizer dos pesquisadores,
pode-se dizer que há, entre o lado de dentro e o de fora do Café, não apenas uma conexão, mas uma interação contínua, que por vezes tem seu fluxo invertido, devido às altas temperaturas das estações mais quentes da úmida cidade de Pelotas, quando a preferência da clientela é mesmo pelo lado exterior da mais famosa cafeteria pelotense. Neste contexto, constata-se que a parte exterior do Café faz parte do ambiente de sociabilidade tanto quanto a parte interior. [Leia resumo completo].No início do século XX ali existiu o Cinema Ponto Chic, um dos primeiros da cidade. A partir dos anos 30 funcionaram cafés, que se transformaram em pontos de encontro social para homens e mulheres, inclusive jovens, mas sem incluir pessoas de etnia negra. Após a construção do edifício da Associação Comercial, manteve-se o café, mas com predomínio absoluto de público masculino. Mulheres, jovens e negros voltaram a integrar-se ao espaço com o passar das décadas. Proprietários sucederam-se, mas o ponto de encontro social foi conservado.
Em Pelotas, pode-se tomar café na barra em mais de um ponto comercial (Ponto Chic, Armazém, Feira), mas o Aquários é o maior e o mais antigo, é marca que identifica a cidade, uma verdadeira "grife de Pelotas", como diz Eduardo Leite na entrevista.
O nome do café é citado nas músicas Pelotas (Kleiton e Kledir), Doce Princesa (Alex Cruz) e Hino do Bicentenário (Marco Aurélio do Nascimento). No livro de ficção "Satolep", Vítor Ramil identifica o "Café Aquário" pelo nome e pelas suas características próprias (páginas 36-64). Veja neste blogue mais histórias do Aquários (35 postagens).
Foto: G. Mansur
POST DATA
5-7-14
Confira a reportagem do Diário Popular, com mais informações sobre o Café, incluindo artigo de Max Cirne.
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