A UCPel vem formando atitudes politicamente corretas no seus alunos de graduação, como a evitação do fumo e dos tradicionais trotes violentos. Atualmente não se fuma nas salas de aula nem nos corredores da universidade, as pessoas com deficiências são integradas ao sistema educativo e estimulam-se os assim chamados "trotes solidários", recepções dos calouros em que o sadomasoquismo é levado a níveis somente simbólicos (não físicos) e as possíveis agressões morais revertem em benefícios para a comunidade.
Esta quarta (2), a notícia foi que os 48 novatos do curso de Fisioterapia foram obrigados, como rito de iniciação, a realizar tarefas comunitárias: doar sangue — como os veteranos já fazem — e arrecadar, cada um, 12 quilos de alimentos e 3 brinquedos educativos para a ONG Casa Vida (que atende crianças com câncer) e a Clínica de Fisioterapia da UCPel. Alimentos e brinquedos foram recolhidos, mas a doação de sangue não deu certo, pois a maioria dos calouros não tem a idade mínima requerida.
Como se vê, o trote segue sendo aplicado com pressão absolutista, mas — como a tarefa é cheia de sentido social e coerente com o que se estuda no curso — ela é aceita com orgulho e alegria, parecido a como aprendemos na infância a nos "comportar bem": sem escolhas livres, mas enfatizando o lado positivo. Uma das alunas disse:
— Foi uma forma que encontramos de ajudar, até porque vemos a necessidade de locais como a Clínica, com a qual já temos contato desde o início do curso. É um ato de solidariedade que faz a diferença.
Foto: Wilson Lima (UCPel)
Foto: Wilson Lima (UCPel)
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