Foto da série "Tem certos dias", de Marcelo Freda Soares |
Nas fotos do médico Marcelo Freda Soares, o ser humano aparece em momentos aparentemente monótonos, mas que deixam ver situações existenciais importantes. Bancos de praça, calçadas, um prédio em ruínas revelam também que os registros foram feitos em Pelotas, onde a vida parece às vezes tranquila demais e a existência sugere pontos limítrofes entre o ser e o nada, a iniciativa e a inércia, o prazer e a apatia.
A primeira exposição deste fotógrafo amador vem com o título “Tem Certos Dias“ e será aberta às 19h desta quarta (8), no Espaço Chico Madrid. As imagens mostram realmente o cotidiano de todos nós, mas nos deixam pensando sobre a rotina, a solidão e o sentido da vida. As pessoas caminham pela cidade, mas podem não ter um destino certo, ao contrário daqueles cãezinhos que vemos pelas ruas, não vagando mas até bastante apressados, como se tivessem hora marcada para chegar. Em nossas vidas não temos hora para sair, e isso pode nos deixar parados ou desorientados. "Tem certos dias" em que nada acontece e nada enxergamos.
Nunca deixa de haver beleza nessas imagens bem compostas, sejam elas em cores ou em preto e branco. Se a personagem é uma mulher, um banco vazio a espera à beira da estrada. Se for um homem ocupado, o desenho das tijoletas o faz navegar no meio de ondas sem água. Alguém mais idoso ou triste vai passando pela estação ferroviária do século XIX, abandonada há várias décadas.
E ainda um mérito especial neste gênero de arte: o anonimato dos personagens é preservado, mesmo com uma boa aproximação do observador, coisa pouco fácil quando se fotografam pessoas. O ponto justo de distância protege também o anonimato da cidade, permitindo supor a universalidade destas visões pelotenses. O ser humano funciona, mas não está satisfeito, como um guarda-chuva com pernas, à procura de si mesmo.
A primeira exposição deste fotógrafo amador vem com o título “Tem Certos Dias“ e será aberta às 19h desta quarta (8), no Espaço Chico Madrid. As imagens mostram realmente o cotidiano de todos nós, mas nos deixam pensando sobre a rotina, a solidão e o sentido da vida. As pessoas caminham pela cidade, mas podem não ter um destino certo, ao contrário daqueles cãezinhos que vemos pelas ruas, não vagando mas até bastante apressados, como se tivessem hora marcada para chegar. Em nossas vidas não temos hora para sair, e isso pode nos deixar parados ou desorientados. "Tem certos dias" em que nada acontece e nada enxergamos.
Nunca deixa de haver beleza nessas imagens bem compostas, sejam elas em cores ou em preto e branco. Se a personagem é uma mulher, um banco vazio a espera à beira da estrada. Se for um homem ocupado, o desenho das tijoletas o faz navegar no meio de ondas sem água. Alguém mais idoso ou triste vai passando pela estação ferroviária do século XIX, abandonada há várias décadas.
E ainda um mérito especial neste gênero de arte: o anonimato dos personagens é preservado, mesmo com uma boa aproximação do observador, coisa pouco fácil quando se fotografam pessoas. O ponto justo de distância protege também o anonimato da cidade, permitindo supor a universalidade destas visões pelotenses. O ser humano funciona, mas não está satisfeito, como um guarda-chuva com pernas, à procura de si mesmo.
Um comentário:
O Marcelo é um fotógrafo espetacular: sensível e técnico, uma mistura perfeita!!
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