No fim de semana passado, a artista Norma Alves captou um grupo desfrutando de um dia de sol em pleno inverno, perto do assim chamado trapiche do Valverde (o longo e estreito cais ao fundo). Em sua espontaneidade, esses passeantes não humanos se mostravam ensimesmados e totalmente indiferentes àquele mundo paralelo, virtual e inacessível desde seu fechamento em 2009 (veja nota).
Nesta época do ano, a praia é tão visitada por gangues animais como por pelotenses antropomorfos, não se sabe se pelo frio e vento, pela força do hábito de somente ir à praia no verão, ou pela tristeza de ver fechado o velho e romântico ancoradouro de madeira (o saudosismo das perdas costuma doer na alma dos pelotenses). Os banhistas humanos - ao contrário dos caninos - também não se mostram dispostos a ser fotografados, nem com a naturalidade necessária para compor uma cena ao ar livre e, muito menos, em total nudez.
Há duzentos anos, os colonizadores encontraram nesta enseada rodeada de vegetação um lugar de descanso e o batizaram Valverde, como muitas freguesias em Portugal (veja o verbete na Wikipédia). Este nosso vale-verde é um balneário e sub-bairro do Laranjal, que por sua vez é hoje uma das 7 regiões administrativas (ou Bairros) da Área Urbana de Pelotas.
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