A carioca Beatrice Mason canta "Foi No Mês Que Vem", de seu álbum de estreia "Mosaico" (veja os créditos do vídeo). A música apareceu antes no álbum Tambong (2000), do compositor pelotense Vitor Ramil, e será reeditada no seu próximo projeto, que terá justamente o nome dessa canção (conheça a proposta).
Beatrice [bêa-trítche] exerceu como advogada por 13 anos e converteu seu talento ao canto da música popular brasileira (leia uma análise crítica e artigos). Ela diz no Facebook que Ramil é um de seus compositores favoritos e que vale a pena pesquisar e ouvir suas canções. Desfrute nesta letra as confusões temporais e verbais, que induzem novas sensações inconscientes.
Foi no mês que vem
Vitor Ramil
Vou te vi, ali deserta de qualquer alguémPenso, logo irei; que seja antes minha que de outrem
Quando o vento fez do teu vestido um dom que Deus te deu
Claro que eu rirei, ao vendo o que outro alguém não viu
Vou andei, e me chegando assim te cercarei
Digo, aqui tô eu, que te amo e às tuas pernas quero bem
Já que estamos nós, te sugeri-me então o que fazer
Claro que eu beijei, ao tendo o que outro alguém não quis
E tudo isso foi no mês que vem
Foi quando eu chegar, foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo foi no mês que vem
Foi quando eu chegar, na hora em que eu te quis
Vou fiquei, no teu chegado e tu chegada ao meu
Penso, grande é Deus, um paraíso prum sujeito ateu
E pensando assim farei aquilo que o teu gosto quis
Claro, eu já ganhei de volta tudo o que eu quiser
Um comentário:
A cantora, que eu não conhecia (conhecia o James Mason; gostava do inglês dele; não sei por quê, me lembra o Gielgud), e o vídeo são excelentes. A música é do Vitor, ou seja: um lugar incomum. O vídeo é de uma beleza ingênua. Isso pode ser considerado esquisito, hoje em dia. Os povos civilizados, que escrevem “’exquisito”, como se escrevia no português antigo e aceito, dão uma conotação positiva a essa palavra, no sentido de “extraordinário”. (Exemplo:
exquisito, ta.
(Del lat. exquisītus).
1. adj. De singular y extraordinaria calidad, primor o gusto en su especie.
(Do “Diccionario de la Lengua Española”, da REAL ACADEMIA DE ESPAÑA, na Internet, também conhecido como “Diccionario Usual”.)
É o sentido etimológico da palavra, do verbo latino “exquiro”: inquirir, perguntar, reclamar; como “exquisite”, com muito cuidado; “exquisitio”: busca, pesquisa; “exquisitor”, investigador cuidadoso; e, finalmente, “exquisitus”, particípio passado de “exquiro”: escolhido; distinto; requintado. (Definições do “Dicionário Latim-Português – Português-Latim” da PORTO EDITORA.)
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